Um grande sucesso
de Walther Negrão inspirada na rádio novela de Janete Clair
“Feliz 1901, 1902,
1903 , 1904 ...” com esta frase era selado o amor de Rasália e
Adriano, casal que se encontrou na festa de réveillon de passagem para o novo
milênio na novela Direito de Amar. Trama do autor Walther Negrão , inspirada livremente
na rádio novela “A Noiva das Trevas” de Janete Clair.
No Rio de Janeiro do início do século XX, o industrial
Augusto Medeiros (Edney Giovenazzi) se
vê forçado a casar sua filha Rosália (Glória Pires) com o temível Francisco de Montserrat (Carlos
Vereza), um banqueiro autoritário, por conta de uma dívida. Mas Rosália está
apaixonada por Adriano (Lauro Corona), médico recém-formado que conhecera num
baile de máscaras, no reveillon de 1900, sem saber que ele era filho do Sr. de
Montserrat.
Enquanto isso, Montserrat mantém em seus cuidados uma
mulher, Joana (Ítala Nandi) , tida como louca, presa num quarto de sua mansão -
uma mulher que sabe demais sobre seu obscuro passado. Ao final descobre-se que
Joana era na verdade esposa de Montserrat, que se fizera passar por viúvo. Mas
o banqueiro tem ainda que enfrentar seu antigo rival, o médico Jorge Ramos
(Carlos Zara), com quem disputara Joana no passado. Além disso, o médico exerce
grande influência sobre Adriano, inclusive em sua escolha profissional.
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Um grande sucesso do horário das seis
dos saudosos anos 80 (Os melhores em se tratando de teledramaturgia) que
consagrou Glória Pires no papel da
protagonista. A personagem de uma jovem menina do início do século cheia de
ilusões e romantismo se transforma em uma mulher decidida , ao descobrir que
já é casada com um homem bem mais velho e o mais terrível da cidade, se vendo obrigada
a lutar por sua “liberdade” de amar.
Inesquecível a cena em que Rosália depois de casar-se com Montserrat
ainda na igreja abandona o altar , dizendo ter se emancipado e agora manda em
sua vida. A Rosália teve uma grande importância na carreira da atriz que logo
depois estreou como protagonista no horário nobre
na novela Vale
Tudo (1988) , vivendo a
grande Vilã Maria de Fátima.
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Falando em vilã , Direito de Amar também teve a sua ,
a invejosa prima de Rosália, Paula vivida pela Cissa Guimarães em um grande momento na TV. Paula se interessara
por Adriano assim que o conheceu, e se apaixonou perdidamente quando descobriu
que ele era o misterioso que dançara com Rosália no réveillon. Assim ela
aprontou de tudo para segurar o rapaz, inclusive forjando uma gravidez, obrigando-o a casar-se com ela. Mas para
desespero da moça , no último capítulo da trama, no dia do seu casamento , o
verdadeiro pai do seu filho aparece , gritando para todos que ela não poderia
se casar. Assim Paula sai arrastada por
Sirineu Farfan (Carlos Gregório) igreja a fora. Uma curiosidade, o autor usara
este mesmo nome em outro personagem seu na novela Despedida de Solteiro (1992) vivido
pelo ator Mauro Mendonça.
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O Saudoso Lauro Corona, que viveu o galã Adriano , segurou o personagem com
maestria. Além de em boa parte da trama ter sido preterido ao grande vilão para
ficar com o coração Rosália, o personagem passou por várias revelações
bombásticas. Depois de apaixonado por
Rosália descobre que ela é casada com seu pai,
descobre que seu pai pode ser o responsável pela morte da mãe,
descobrindo depois que a mesma está viva, é Joana, sua tia desiquilibrada que mora na
mansão e por final ainda fica sabendo que não é filho de Montserrat e sim de um
relacionamento de sua mãe com seu grande amigo Ramos. O Adriano foi o penúltimo
personagem de Lauro na TV, no ano seguinte ele ainda protagonizou a novela Vida Nova
(1988) do Benedito Ruy Barbosa , tendo que abandoná-la do meio para se tratar
das complicações devido do vírus da AIDS , vindo a morrer em 20 de julho de
1989.
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Mas quem
foi feliz mesmo na trama foi Carlos
Vereza, que fez do seu Senhor de Montserrat um dos
seus melhores momentos na TV, se não o
melhor. O Ator deu um ar tão sedutor ao personagem , que o público feminino
torceu para que Rosália o perdoasse e eles finalmente se entendesse. O Autor
percebendo essa empatia do público com o
vilão , tratou de dosar ainda mais suas
maldades, chegando ao ponto dele chicotear Joana, em um das cenas fortes da
novela. No final o vilão não foi perdoado , e apesar de ser um
franco atirador , em um duelo com Ramos , deixar ser atingido por um tiro
fatal.
Direito de Amar teve
várias cenas inesquecíveis :
·
A Festa do réveillon de virada do século
·
O Casamento de Rosália e Montserrat
·
As
crises de Joana enclausurada em um dos quartos da mansão
·
E duelo
final entre Montserrat e Ramos
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Outros atores também se destacaram na
impecável trama , como Itala Nandi
que viveu as gêmeas Joana e Bárbara, a
atriz passou quase que metade da trama sofrendo os mal tratos do seu algoz, em
cenas que nos emocionavam com pena de
sua situação. No final com a chegada da verdadeira Bárbara , os segredos sobre
a farsa da morte da mulher de Montserrat é revelada e o mesmo acusado de
bigamia.
Foto : teledramaturgia.com |
Cristina Prochaska , viveu a moderna e muito a frente do seu tempo Carola.
A personagem era bonita, alegre e causava espanto na sociedade por viver
sozinha e trabalhar, o que ainda não era muito aceito em meados de 1904.
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Um leque perfeito composto por um bom folhetim
, aliados a uma direção e reconstituição de época impecáveis e um elenco bem
escalado, fez de Direito de Amar essa novela
inesquecível.
Ficha Técnica:
Novela do autor Walther Negrão
Direção Geral : Jayme Monjardim
Exibição : 16 de Fevereiro à 05 de Setembro de 1987
Capítulos : 172
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Wikipédia.com e memóriaglobo.com
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