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Com giro de 360 graus, “Babilônia” se transforma em outra novela


        Já ficaram nítidas as drásticas mudanças para salvar a novela Babilônia, do autor Gilberto Braga. Depois do choque do telespectador com o beijo entre Estela (Nathalia Timberg) e Tereza (Fernanda Montenegro) e a rejeição a personagem sem escrúpulos e devoradora de homens vivida pela Glória Pires, esse público conservador virou as costas para trama e trocou de canal.
        A Globo inicialmente não deu muita atenção, mas a baixa audiência da novela foi a prova de que Babilônia ou mudava ou simplesmente terminaria como um dos maiores fracassos da história do horário nobre global.


        Silvio de Abreu, autor de novelas  no horário nobre como Rainha da Sucata (1990), Belíssima (2005) , Passione (2010) entre outras, e atual responsável pelo Departamento de Teledramaturgia da Emissora, foi chamado para apagar o incêndio em Babilônia, e uma das primeiras providencias do autor foi  condensar a trama e acelerar acontecimentos. Assim a prisão do Murilo (Bruno Gagliasso), a derrocada da Beatriz (Glória Pires) e a revelação à Regina (Camila Pitanga) do assassino do seu pai   que foram apresentados nesta semana,  tem a intenção de deixar a trama mais ágil.
        Vale lembrar que o que afugentou o telespectador de Babilônia,  não foi a falta de acontecimentos na trama, e sim os exageros  em alguns personagens, e ousadia inicial em outros. Quanto a isso a Globo já vetou beijos e carícias entre o casal de lésbicas, e cortou todas as cenas mais picantes das traições da Beatriz, e vem tentando transformar a relação dela com Diogo (Thiago Martins) em algo mais do que apenas uma atração física.
        Se as mudanças vão trazer a audiência de volta, isso ainda é uma incógnita, mais o fato é que Babilônia é outra novela. A Ideia original do Gilberto Braga infelizmente teve que ser toda podada para ser considerada uma novela “assistível”, de acordo com os novos padrões morais.


        As “adaptações” de Babilônia poder ser vista como um retrocesso, o que me preocupa inclusive. Depois dos aplausos para o beijo gay em Amor à Vida (2013) , a rejeição à trama de Babilônia só pode ser explicada assim. Ou seja, o beijo e o afeto entre pessoas do mesmo sexo   é aceito quando dentro de uma relação construída aos olhos do telespectador, como se a pessoa fosse se acostumando e não aceitando. Como em Gilberto Braga jogou tudo  sem maquiagem na nossa cara, aí tá errado. Vai entender o ser humano.
        Sem me ater a preconceitos ou rejeições, essa aceleração em Babilônia, pelo menos dramaturgicamente falando,  pode ter sido uma boa. O núcleo principal e as três protagonistas estavam muito sem ação: A Regina sempre armando um barraco, e a Beatriz e a Inês (Adriana Esteves) naquele jogo de patroa e empregada,  ninguém aguentava mais.
        Agora é sentar e assistir a “Nova novela das nove” !


Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa

       


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