Começa a quarta década da Globo, a audiência também começa a ficar mais acirrada e a
emissora comemora seus 30 anos de vida
lançando o remake de um dos maiores sucessos da autora Janete Clair, Irmãos Coragem (1995)
reescrito por Marcílio Moraes para o horário das seis. Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo deram vida aos
irmãos dessa versão. Uma pena que o remake tenha ficado muito aquém do
original, mas vale destacar o bom trabalho de Letícia Sabatella, que deu vida a
Lara , Diana e Márcia. Uma só mulher com três personalidades.
Com sucesso de público e crítica,
a trama policial de A Próxima Vítima bem escrita por Silvio
de Abreu foi o grande sucesso do horário nobre daquele ano. Na trama não se
perguntou apenas “Quem Matou?” e sim
“Quem iria morrer?”. No elenco destaque para Claudia Ohana, Aracy Balabanian e Susana Vieira. A novela mostrou
através dos personagens Lui Mendes e
André Gonçalves uma relação homossexual que foi tão bem construída que acabou sendo aceita pela sociedade da
década de 90.
História de Amor (1995) , novela do autor Manoel Carlos, nos apresentou a primeira das três Helenas vivida
pela atriz Regina Duarte. Em meio á
vários conflitos diários mulheres mostravam várias formas de amar, em um das
melhores novelas escritas pelo autor.
Cara e Coroa
(1995) do autor Antônio Calmon
e Explode
Coração (1995) da Glória Perez foram as duas outras
tramas apresentadas no ano, no horário das sete e das oito, respectivamente.
O Confronto entre duas
irmãs vividas pelas atrizes Elizabeth
Savalla e Cássia Kiss Magro , foi o fio condutor da trama de Quem é Você, das autoras Solange Castro Neves e Ivani Ribeiro, escrita por Lauro César Muniz. A amizade e o amor na terceira idade foram outros temas
abordados pela novela.
O horário das sete no ano
de 1996 foi ocupado pelos autores Carlos
Lombardi com Vira Lata e Miguel Falabella (com sua primeira novela como autor) e Maria Carmem Barbosa com Salsa e Merengue (1996).
O Que você faria se só lhe restasse um dia? Essa pergunta foi
o ponta pé inicial para a trama de O Fim do Mundo, do autor Dias Gomes. A história que apresentou as várias faces do ser humano
diante de um situação de pressão, seria contada como uma minissérie, porém o
“encurtamento” de Explode Coração e o
atraso na produção de O Rei do Gado, fez com que a Globo a apresentasse como uma “mini-novela” no horário nobre.
Atualmente, um dos maiores
sucesso do Vale a Pena Ver de Novo, O Rei do Gado, do autor Benedito Ruy Barbosa, foi originalmente ao ar em 1996 e discutiu em
pleno horário nobre a reforma agrária. O Tema ultrapassou o universo ficcional
e ganhou a mídia virando assunto de interesse nacional. No elenco destaque para
Carlos Vereza , na pele do Deputado
Caxias, Patrícia Pillar como a sem
terra Luana, O Saudoso Raul Cortez
como o Jeremias Berdinazzi e Antônio
Fagundes como o Bruno Mezenga.
Walther Negrão entrou no
campo do espiritismo com a novela Anjo de Mim (1996).
Floriano, o protagonista vivido por Tony
Ramos é um cético escultor que se ver atormentado por uma mulher que faz
parte do seu passado. Através de regressões ao passado ele tenta descobrir quem
é essa mulher no seu presente.
Adriana Esteves como protagonista e Maria Fernanda Candido correndo na abertura foram o chamariz para a
trama de A
indomada, do autor Aguinaldo
Silva, naquela que seria sua penúltima trama neste estilo. Eva
Wilma brilhou absoluta e roubou a novela na pele da grande vilã Maria
Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque.
Beth Lago e Natalia Lage disputaram o amor de Rodrigo Santoro dentro da novela O Amor Está no Ar (1997) do Alcides
Nogueira e Fernanda Montenegro
vestida de Santos Dumont abria e encerrava a trama de Zazá ,
novela do horário das sete do autor Lauro
César Muniz.
Mas foram o remake de Anjo Mau,
da autora Maria Adelaide Amaral, que
consagrou Glória Pires no papel que
havia sido da Susana Vieira na
primeira versão e Por Amor do
Manoel Carlos, com a Regina e Gabriela
Duarte vivendo mãe e filha na tv, os
dois grandes sucessos do ano.
Corpo Dourado (1998), do Calmon e Meu Bem Querer (1998) ocuparam o horário das sete daquele ano,
assim como Era
Uma Vez , do Walther Negrão e Pecado Capital,
remake escrito pela Glória Perez
baseada no original de sucesso da Janete
Clair foram as atrações do horário das seis.
Silvio de Abreu em 1998 viu o público torcer o nariz para a
chocante e ousada trama da novela Torre de Babel.
O público rejeitou o violento Clementino do Tony Ramos, as lésbicas
Leila e Rafaela, vividas pela Silvia
Pfeiffer e Christine Torloni e o dependente químico Guilherme vivido pelo Marcelo Antony entre outras coisas da
trama. A solução foi matar na já programada explosão do shopping da trama esses personagens indesejáveis. Porém
alguns personagens cativaram o público, entre eles a Sandrinha, da Adriana Esteves, o Jamanta do Cacá Carvalho e a Bina
Colombo da Cláudia Gimenez.
Em 1999, Aguinaldo Silva abandonou as tramas
regionalistas e apresentou no horário nobre a trama de Suave Veneno, inspirada no Rei Lear, do Shakespeare e com José Wilker como protagonista. A trama
urbana do autor não foi muito bem aceita, e teve que ser ajustada logo no
início, porém consagrou à atriz Letícia
Spiller, que deu vida a caricata vilã Maria Regina.
Euclydes Marinho com base nas comédias românticas dos anos 40 e 50 apresentou a trama de Andando nas Nuvens,
que contava a história de um homem desmemoriado em busca do seu passado. Na novela vale destacar as tramas paralelas
da Julia Montana (Déborah Bloch) e Chico Mota (Marcos Palmeira) que competiam
para serem as estrelas do Correio Carioca, jornal da trama, mas que na verdade
escondiam uma grande paixão um pelo outro.
Terra Nostra
(1999) mostrou a importância da
migração para a formação da sociedade
brasileira. Mas a novela do Benedito Ruy
Barbosa foi muito além e se tornou
um fenômeno da teledramaturgia. O Casal Matteo e Giulianna, consagrou os atores Thiago Lacerda e Ana Paula Arósio, transformando os atores em astros de primeira grandeza na Globo. Outro romance que se destacou na
trama foi a relação entre o banqueiro Francesco Mariano , do ator Raul Cortez e Paolla, que revelou para o grande público o talento da
quase estreante Maria Fernanda Candido.
A Atriz foi eleita na época a Mulher mais Bonita do Século 20, numa promoção
feita pelo programa Fantástico.
Maria Fernanda venceu nomes Vera
Fischer, Tônia Carrero e Ana Paula Arósio. Mas o elenco de Terra Nostra foi um daqueles que se viu juntos poucas vezes em uma
novela. Foram muitos os destaques, como Lu
Grimaldi, Antônio Calonni, Débora Duarte, Carolina Kasting, Paloma Duarte,
Antônio Fagundes, Adriana Lessa entre outros.
Gilberto Braga deixou o horário nobre em 1999, mas apresentou às 6
horas uma trama digna de um novelão das oito. Força de Um Desejo tinha todos os
ingredientes das tramas do autor que seduziram o público, entre eles Malu Mader e Cláudia Abreu como
protagonistas. A trama foi inspirada em
três obras do Visconde de Taunay: A Retirada de
Laguna, Inocência e a Mocidade de Trajano. A novela marcou a volta
às telinhas nacionais de Sônia Braga,
19 anos depois de sua última novela, Chega Mais (1980).
Várias tramas e personagens
inesquecíveis fizeram o sucesso da trama,
como as vilãs vividas por Nathalia
Timberg e Lavínia Vlasak; a relação senhor-escravo entre Higino Ventura e
Olívia, personagens do Paulo Betti e
Cláudia Abreu; e Denise
Del Vecchio na pele da Bárbara, que
no final é revelada como a grande assassina da novela. Força de Um Desejo foi a primeira novela global a apresentar o recurso “Closed Caption”. O sistema permite que
deficientes auditivos possam captar o
que é dito na tela através de legendas.
Em outubro de 1999 estreou
a última novela do ano, a trama de Vila Madalena do
autor Walther Negrão. A Novela
protagonizada por Maitê Proença,
Cristiana Oliveira, Edson Celulari e Marcos Winter tinha com pano de fundo
o comércio alternativo e vida noturna agitada do bairro paulista. Vila Madalena
inovou em sua abertura. A Trama na
verdade não tinha uma abertura fixa, a cada dia
era apresentado um clipe das músicas que compunham a trilha sonora
nacional da novela. Moradores ilustres do bairro fizeram participações especiais
na novela como o Palhaço Gargalhada,
o chargista Paulo Caruso e o pintor Ademir Martins.
Chegam os anos 2000 e o
horário das seis continua investindo em tramas de época, gênero que consagrou o
horário. Esplendor,
trama da autora Ana Maria Moretzsohn, se passava no final da década de 50 e
contava a história de um viúvo solitário que redescobria o amor. Protagonizada
por Floriano Peixoto, Letícia Spiller e
Murilo Benício, a trama também teve como destaque no elenco Cássia Kiss Magro na pele da sensível Adelaide.
O Cravo e a Rosa ,
que marcou a estreia do Walcyr Carrasco na Globo,
depois do sucesso de Xica da Silva
(1996) na Rede Manchete, retratou os
nostálgicos anos 20 e todo o seu glamour. A novela alavancou a audiência do horário com essa comédia romântica inspirada no clássico A Megera Domada,
do William Shakespeare. Muitos foram os destaques no elenco, com
atores dando um show fazendo comédia como Adriana
Esteves e Eduardo Moscovis (Catarina e Petrucchio), Ney Latorraca e Maria Padilha (Cornélio e Dinorá), Drica Moraes e Luis Mello (Marcelo e o
banqueiro Batista); Pedro Paulo Rangel e
Suely Franco (Calixto e Mimosa); Eva
Todor e Carlos Vereza (Josefa e Joaquim) e Taumaturgo Ferreira e a estreante Vanessa Gerbelli (Januário e Lindinha).
Manoel Carlos escreveu em 2000, seu maior sucesso de audiência e
crítica, contando através de um amor incondicional de uma mãe por uma filha a
crônica urbana de Laços de Família. Vera
Fischer é a minha Helena preferida
do autor, e a atriz no auge dos seus 48 anos conseguiu dar a sua Helena toda a
exuberância, sensualidade e sensibilidade que a personagem pedia. De longe seu
melhor momento na tv. No elenco vale destacar grandes momentos de José Mayer, Déborah Secco, Marieta e Giovanna
Antonelli, catapultada a grande estrela da casa devido o sucesso da Capitu.
Carolina Dieckmann que viu sua
Camila ser rejeitada no início de Laços de Família, acabou sendo aclamada pelo
público na fase em que a personagem sofre de leucemia. A cena em que Carolina
raspa a cabeça ao som de “Love By Grace”
da Lara Fabian rendeu picos de
audiência à trama com 79% dos televisores do país ligados. A Campanha criada na
trama para doação de medula praticamente aumentou em 100% as doações no país, e
a trama recebeu um dos maiores prêmios mundiais
de responsabilidade social : o Global
Leadership Ward. Reynaldo Gianechini estreou em Laços de Família vivendo o jovem médico Edu. Apesar das duras
críticas, o ator fez um trabalho digno, tanto que depois veio galgando uma promissora carreira. O Ator
Flávio Silvino, que fez sucesso em
tramas como Vamp (1991) e Deus nos Acuda (1992),
voltou a fazer novelas em Laços de Família depois
do acidente que lhe deixou sequelas neurológicas. O Drama do ator na vida real
foi mostrado através do Paulo, seu
personagem.
Em pleno horário das sete
em 2000 o público foi surpreendido com a bunda do Claudio Heinrich diariamente na tela da Tv. Carlos Lombardi apresentou o seu melhor trabalho em Uga Uga.
Eu me atrevo a dizer que prefiro Uga Uga (2000) à Quatro por Quatro (1994). A Trama revitalizou o horário com muita ação,
correria, violência e corpos desnudos. Além do Claudio, que viveu o índio
Tatuapu, Marcos Pasquim apareceu
praticamente 100% da sua cenas sem camisa
e Daniele Winits com roupas
que deixavam quase a mostra seus seios. Porém o grande apelo sensual da trama
foi mesclado por ótimos entrechos e interpretações memoráveis de Lima Duarte e a saudosa Nair Bello, na pele dos mal-humorados
Nikos e Pierina; e Betty Lago com a
enlouquecida aeromoça Brigitte. Mariana
Ximenes foi a grande revelação da novela, vivendo sua primeira grande
personagem e abrindo as portas do sucesso para a atriz.
Sem o compromisso de causar polêmicas ou abraçar causas sociais
Um Anjo Caiu do
Céu (2001), novela do autor Antônio Calmon, falou de neonazismo e
desaparecimento de crianças. A novela
foi um sucesso e consagrou o ator Caio
Blat que vivia o anjo do título e apresentou o talento da atriz Déborah Falabella, que vinha da novela Chiquititas (2000) no SBT.
Com Porto dos Milagres, o autor Aguinaldo Silva voltou a sua zona de
conforto escrevendo mais uma novela regionalista. A Novela foi baseada
livremente nas obras Mar Morto e a Descoberta da América pelos Turcos,
do Jorge Amado, mas a trama inicialmente
pareceu uma grande mistura de outros sucesso do autor como Tieta (1989), Pedra Sobre Pedra (1992), Fera Ferida (1993)
e A Indomada (1997). Mas Porto dos Milagres foi além de uma cópia
e consagrou Aguinaldo Silva
naquela que foi até então sua última
novela com esse universo regionalista. No elenco destaque para Cássia Kiss Magro, com a inesquecível
vilã Adma e seu anel de veneno implacável; Zezé
Polessa com a tresloucada Amapola e Arlete
Salles com a falida Augusta Eugênia.
Estrela-Guia, trama da autora Ana Maria Moretzsohn foi escrita especialmente para a cantora Sandy, no auge do seu sucesso ainda em
dupla com o irmão Junior. Apesar da
pouca experiência com atriz, ela não vez feio , e cativou o público com a
Cristal. No elenco, destaque para a cirúrgica Lilia Cabral, na pele da perua Dafne; Carolina Ferraz como a vilã Vanessa, Rodrigo Santoro como o
Playboy mau-caráter Carlos Charles, e a
grande revelação foi Tais Fersoza numa interpretação segura da rebelde Gisela.
Pena que a trama só tenha ficado três meses no ar.
Walcyr Carrasco e Walter Avancini voltaram ao horário das seis três
meses depois do término de O Cravo e Rosa (2000) com A Padroeira, trama que contava a história do encontro da imagem de Nossa Senhora
Aparecida e tinha como base As Minas de Prata, romance de José de Alencar. Infelizmente a trama
ficou muito abaixo do sucesso da parceria anterior e Walther Avancini nem chegou a terminar a novela. Foi afastado por
motivos de doença e veio a falecer meses depois. O Saudoso Roberto Talma assumiu a novela e
fez grandes mudanças com a alteração do perfil de vários
personagens deixando a trama mais
agradável de ser vista. Susana Vieira e
Rodrigo Faro foram chamados para a trama logo depois dessas alterações. Déborah Secco ganhou a protagonista
depois do seu destaque como a Í ris de
Laços de Família (2000).
Outra trama que sofreu com
a baixa audiência foi As Filhas da Mãe , do Silvio de Abreu. Com um elenco estrelar encabeçado por Fernanda Montenegro a novela contava a
história de uma mulher que abandou os três filhos quando pequenos e estes depois de grandes duelavam pelo patrimônio da família. A novela
teve um pseudônimo, que inclusive aparecia na abertura : “A Incrível batalha
das filhas da mãe nos jardins do Éden”. Mesmo com todos os ingredientes para o
sucesso (bom texto, ótima história e elenco primoroso) a trama não engrenou.
Destaque mesmo para Claudia Raia na pele primeira transexual da teledramaturgia
nacional.
Mas o grande sucesso do ano
foi sem dúvidas O
Clone , da autora Glória Perez. A trama foi a maior
audiência de novelas do horário desde 1997, quando a Globo apresentou A Indomada. Cultura árabe, clonagem humana e
dependência química deram o tom da trama. Vários foram os destaques no elenco,
entre eles Murilo Benício que viveu
três personagens (Lucas , Diogo de o clone Léo). Muito criticado no início, o
ator engoliu todas as críticas e
continuou no mesmo perfil dos personagens, até essa mesma crítica enxergar que
os três não poderiam ter tantas diferenças assim, e o seu trabalho foi aclamado. Giovanna Antonelli foi catapultada a
grande estrela Global depois da inesquecível Jade, e Débora
Falabella, que viveu a Léo, acabou se transformando em uma segunda
protagonista da novela, depois que seu drama da dependência química se tornou
um dos pontos mais fortes de O Clone.
O mundo da moda voltou no
horário das sete com a trama de Desejos de Mulher,
do autor Euclydes Marinho. Glória Pires e Regina Duarte, as
protagonistas da novela, voltavam a trabalhar juntas novamente,
supostamente iriam repetir a dobradinha de ouro da novela Vale Tudo (1988) do Gilberto
Braga. Infelizmente a dobradinha não ocorreu, as personagens tomaram rumos
distintos. Glória Pires foi
transformada na mocinha da trama e Regina
Duarte viveu um das suas personagens mais difíceis na tv. A Andrea Vargas
sofreu tal qual as protagonistas de novelas mexicanas.
Coração de Estudante foi escrita às
pressas depois que a sinopse de Dança da Vida, que Maria Adelaide Amaral escrevia
para o horário foi vetada pela justiça. A novela foi uma declaração de amor aos
mineiros com direito a gravações na cidade histórica de Tiradentes.
Em 2002 foi o ano de uma
espécie de releitura de duas novelas passadas anteriormente. Esperança
do autor Benedito Ruy Barbosa, foi
apresentada como uma “Terra Nostra 2” apesar de abordar a imigração várias nacionalidades ao invés de
só a Italiana. Reynaldo Gianechinni ,
Ana Paula Arósio de Priscila Fantin que viveram os protagonista,
conquistaram seus lugares de grandes astros da caso depois da trama. Mas Esperança ficou muito abaixo do sucesso e repercussão de Terra Nostra (1999) e
ainda foi totalmente modificado na
metade da sua apresentação quando Walcyr Carrasco assumiu depois dos problemas de saúde do
Benedito.
O Beijo do Vampiro foi uma releitura de Vamp, sucesso do Antônio Calmon nos anos 90. Com base
nesse sucesso o autor voltou a falar com muito humor sobre o mundo dos
vampiros. A história é totalmente diferente de Vamp e também virou uma das boas novelas apresentadas no horário das sete da década.
Os segredos escondidos em
uma grande vinícola era o fio condutor de Sabor da Paixão, da autora Ana Maria Moretzsohn, protagonizada por Letícia Spiller e Luigi Baricelli.
A Globo apresentou no ano de 2003 dois grandes novelões em horário
nobre : Mulheres
Apaixonadas, do Manoel Carlos;
e Celebridade do Gilberto
Braga. Coincidentemente as duas
últimas melhores tramas de ambos os autores.
Mulheres
Apaixonadas apresentou um leque de
polêmicas que acabaram sendo discutidas em todas as casas brasileiras e o Manoel Carlos novamente falando através
de crônicas sobre o cotidiano foi impecável.
Em Celebridade,
Gilberto Braga falou sobre o mundo
dos famosos, a busca da ascensão social
a todo custo e o culto a fama. No elenco
destaque absoluto para Claudia Abreu e
Fábio Assunção, irrepreensíveis na pele
dos vilões Laura e Renato Mendes. Inesquecível a cena em que Maria
Clara, a personagem da Malu Mader,
esbofeteia a cachorra Laura no banheiro de uma boate.
Uma Vera Fischer interiorana
e um Miguel Falabella galã eram os
protagonistas da novela Agora é que São Elas, do autor Ricardo Linhares no horário das seis. A
trama tinha com tema principal a independência feminina em meio a romances e a
descoberta de um grande amor.
Walcyr Carrasco nos fez rir com seu humor
característico na trama de Chocolate com Pimenta ambientada
no anos 20, com inspiração em A Viúva Alegre, de Fraz Lehár. No elenco destaque para Elizabeth Savalla, Mariana Ximenes e Murilo Benício.
Carlos Lombardi escreveu em 2003 Kubanacan para o horário das sete. A trama ambientada em uma fictícia ilha paradisíaca do Caribe satirizava os países sul americanos através
da sua história. Porém a história
confusa do protagonista que tinha vindo do passado para salvar a vida da
humanidade acabou afugentando o público. Kubanacan foi a
novela com o maior números de
participações especiais no seu elenco. E por falar no elenco, destaque para Adriana Esteves, na pele da Lola,
fugindo do estereotipo das mocinhas sofredoras, a atriz deu um perfil a
personagem engraçadíssimo e a
transformou em inesquecível. Vale citar
também a Carolina Ferraz, que deu
vida a masculinizada Rubi, uma personagem bem diferente de tudo o que a atriz
havia feito antes.
João Emanuel Carneiro começou a levar seu nome para o
casting de grandes autores globais depois do sucesso de Da Cor do Pecado no horário das sete. A novela foi a primeira da
emissora a ter um protagonista negra (Tais Araújo), e mesmo tendo como tema
principal o romance inter-racial ( Preta e Paco , personagem do Gianechinni) a
novela não se prendeu ao preconceito e mostrou a história de maneira clara
porém sem didatismo ou rompantes de moral. Giovanna
Antonelli foi a estrela da novela na pele da perversa vilã Barbara.
Inesquecível a cena da Bárbara abandonada
vestida de noiva no lixão.
O clima rural voltou ao horário das seis com o remake de Cabocla,
do autor Benedito Ruy Barbosa. A
trama revitalizou o horário com uma boa audiência graças a grandes atuações de Tony Ramos , Patrícia Pillar , Mauro Mendonça entre outros. A novela revelou
o talento de Vanessa Giácomo e Malvino
Salvador.
O Reencontro de um casal separado no passado era o mote principal de Começar de Novo (2004), trama do Antônio
Calmon inspirado em O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dunas. A Novela foi a última que Marcos Paulo protagonizou. O Ator
morreria em 2012.
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Como uma Onda (2004),
novela do autor Walther Negrão,
foi a primeira protagonizada por um ator estrangeiro, o português Ricardo Pereira. A trama contava a
história de duas irmãs que lutavam pelo
amor desse português. As atrizes protagonistas eram Alinne Moraes e Mel Lisboa.
Mas o ano de 2004 foi marcado pelo fenômeno que se transformou a novela Senhora do Destino,
do autor Aguinaldo Silva e que
fechou a quarta década da emissora. A Novela tocou em assuntos delicados como
ambição desmedida e relacionamento homossexual e consagrou Renata Sorrah na pele da inesquecível vilã Nazaré Tedesco e o
saudoso José Wilker como o hilário
Giovanni Improtta. Sobre o relacionamento homossexual mostrado na trama, tal
qual acontecera em Mulheres Apaixonadas (2003),
Leonora (Milla Crhistie) e Jennifer (Bárbara Borges) foram aceitas pela
sociedade e o público torceu pelo relacionamento das duas. Pela primeira vez em
uma trama esse tipo de relacionamento foi mostrado de forma mais profunda e
tinha ido tão longe. Destaque também, claro para Susana Vieira, seu melhor papel na tv desde a Branca de Por Amor (1997); Raul
Cortez e Glória Menezes que viveram o Barão e Baronesa de Bom Sucesso entre
outros. O Capítulo de maior audiência da novela foi ao ar em 26 de outubro de 2004, quando finalmente
Maria do Carmo acerta as contas com Nazaré, pelo rapto de sua filha no passado.
A nordestina dá uma surra na vilã, surra essa que o público esperava desde o
primeiro capítulo.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : memóriaglobo.com
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