Esta semana Tony Ramos finaliza mais um excelente trabalho na Tv. O Braga do
remake de O Rebu é mais um personagem que pontuou sua carreira.
O Tony é aquele tipo de ator que por mais que já o tenhamos visto fazendo
os mais diversos tipos de personagens, ele
sempre nos surpreende a cada novo trabalho.
São cinquenta anos de carreira e mais de
cem personagens na tv, teatro e cinema.
Além da admiração por seu talento, o ator
também desperta respeito por seu posicionamento diante da sociedade, sempre engajado em campanhas que fizeram
história no Brasil.
Sucesso na Tv, na publicidade, na vida real com um dos
casamentos mais respeitados do meio, Tony Ramos é um ícone da
teledramaturgia nacional. Chegar a uma lista de 10 personagens para
homenageá-lo foi uma das tarefas mais difíceis que já fiz pro e10blog. Mas esse grande profissional
mais que merece essa homenagem.
Luciano de Ídolo de Pano
(1974)
com Elaine Cristina |
Tony
Ramos estreou na tv em 1964 na Rede Tupi, e na emissora fez uma
carreira promissora com trabalhos de sucessos nas novelas Antônio Maria (1968), Simplesmente Maria (1970), Vitória Bonelli (1972) entre outras, mas foi o Luciano de Ídolo de Pano, trama do autor Teixeira
Filho, que foi ao ar em 1974, que
elevou o ator de vez ao status de grande astro. Sua dobradinha com Denis Carvalho que vivia o irmão
invejoso foi o ponto alto da novela.
Márcio Hayalla de O Astro (1977)
com Elizabeth Savalla |
Em 1977, Tony Ramos é contratado pela Globo
e estreia na trama de Espelho Mágico,
do autor Lauro César Muniz. Mas foi
na trama seguinte, O Astro da Janete Clair, que Tony foi aclamado pela crítica e pelo
público. O Márcio Hayalla foi o primeiro
protagonista do ator na Globo e na
pele do rebelde filho de Salomão Hayalla (Dionísio Azevedo), que abria mão da
fortuna do pai por não aceitar seu modo de dirigir as empresas e a família,
protagonizou o primeiro nu masculino da teledramaturgia nacional. A Cena que
foi ao ar no nono capítulo da trama, em 15 de dezembro de 1977 é uma das mais
marcantes da novela. O Mais engraçado é que Tony Ramos na verdade nem havia sido escolhido para viver o
personagem. Ele que ainda gravava Espelho Mágico,
foi convidado por Daniel Filho para
fazer testes com algumas atrizes que
seriam escolhidas para viver a Josê, uma das paixões de Márcio. Daniel Filho gostou tanto do Tony vivendo o Márcio que não pensou duas vezes e
lhe deu o papel. A química entre Tony e Elizabeth Savalla foi tão grande que
eles foram convidados para protagonizar a próxima trama da autora.
André Cajarana de Pai Herói (1979)
novamente Elizabeth Savalla |
Com o sucesso de O Astro, Tony
Ramos e Elizabeth Savalla foram
escalados para viver os protagonistas da
próxima novela de Janete Clair. E
assim os dois estrelaram Pai Herói, outro novelão
da autora que entrou para a história da
Tv. A Novela ficou centrada no drama de André, personagem do Tony que buscava
limpar o nome do seu pai já morto, e que no decorrer da trama se apaixonava por
Carina (Elizabeth Savalla) e depois era acusado de ter dado um sumiço nela.
A química entre Tony e Elizabeth foi tão grande que a autora teve que
mudar o final de Pai Herói por pressão do público. Na sinopse original André
terminaria com Ana Preta (Glória Menezes), mas a empatia do público por Carina
falou mais alto e o casal teve seu final feliz.
Quinzinho e João Victor de Baila Comigo (1981)
Em 1981, Tony Ramos ganhou mais um
protagonista. Desta vez na verdade foram dois. O Ator deu vida aos gêmeos Quinzinho
e João Victor da trama de Baila Comigo,
do autor Manoel Carlos. O Ator foi
aplaudido de pé pela crítica ao dar vida aos gêmeos, distinguidos apenas por
recursos de voz, postura e entonação. Destaque absoluto para a cena em que os
dois finalmente se encontram num jogo de luz
simples, mas primordial para o momento.
Pardal de Livre para
Voar (1984)
Com Carla Camurati |
O Pardal foi o protagonista de Livre para
Voar, vivido pelo Tony Ramos na trama do autor Walther
Negrão. A Novela não chegou ao
sucesso merecido, mas vale destacar o belo trabalho do Tony a frente do papel e
sua dobradinha com saudoso Fernando
Almeida, que na época ainda criança, deu vida ao carismático Gibi. A Dupla
foi comparada a outras duplas de sucesso do autor como Shazan e Xerife, vividos
pelo Paulo José e Flávio Migliaccio
em O
primeiro Amor (1972) e Era Uma Vez...(1998) e Ciro e Soró, Cláudio
Marzo e Arnaud Rodrigues em Pão, Pão, Beijo, Beijo (1984).
Cristiano Vilhena de Selva de
Pedra (1986)
com Christiani Torloni e Fernanda Torres |
Em 1986, Tony Ramos começava a mudar o rumo da sua carreira, e ao invés de
viver o típico galã ele deu vida a dúbio Cristiano Vilhena no remake de Selva de
Pedra, da autora Janete Clair , reescrito por Regina
Braga e Eloy Araújo. O Cristiano Vilhena apesar de ser o protagonista e
galã, ele tinha alguns desvio de caráter
devido a grande ambição em
ascender financeiramente. Ao lado de Fernanda Torres, ele nos proporcionou
cenas memórias no remake.
Tonico de Bebê a Bordo (1988)
Seguindo
a linha de papéis que fugiam do “mocinho” padrão das telenovelas, Tony Ramos em 1988 deu vida ao hilário
Tonico da anárquica novela Bebê a Bordo, do autor Carlos
Lombardi, começando a exercitar sua veia cômica. O Exercício logo foi
reconhecido e o Tonico se tornou um dos
mais engraçadas da trama cativando o público e mostrando que o ator poderia jogar
em todas as posições.
Riobaldo de Grande Sertão
: Veredas (1985)
com Bruna Lombardi |
A Minissérie do autor Walther George Durst no ar em 1985 é
considerada um clássico, e apesar de não ter
sido o primeiro a ser cogitado para o papel, Tony Ramos foi um dos grandes acertos da adaptação para a Tv da
obra de Guimarães Rosa. Ao lado de Bruna Lombardi, que deu vida ao jagunço
Diadorim, o ator conseguiu imprimir com
sua atuação todo o clima do sertão mesclado com a sensibilidade da suposta
relação homossexual com o amigo.
Abel de Sol de Verão (1982)
com o saudoso Jardel Filho |
Na trama de Sol de Verão, do autor Manoel
Carlos, Tony Ramos deu vida ao
surdo-mudo Abel, que era o protagonista da novela. A Trama foi encurtada devido
a prematura morte de Jardel Filho,
que também era um dos protagonistas, mas o sensível trabalho do Tony vivendo um
personagem tão complexo e difícil de
interpretar marcou a produção, e mais uma vez o ator vencia um desafio e
coleciona mais um grande momento para o seu currículo.
Clementino de Torre de
Babel (1998)
Forte , denso e complexo é o mínimo que
pudemos dizer sobre o Clementino, personagem que o Tony viveu na novela Torre de
Babel, do autor Silvio de Abreu. Mais uma vez
víamos o ator vivendo um personagem totalmente diferente da maioria que
viveu. Com um passado cheio de traumas, Clementino começa a trama saindo da
cadeia depois de anos preso por ter matado a golpes de enxada a esposa ao descobrir
uma traição. A Novela mostrava a relação deste homem com
os parentes (pai, filhos, irmãos) que deixara antes da prisão, e a mistura de
sentimentos de ódio, amor e desejo de vingança entre eles. O personagem começa
a ter um novo perfil quando se apaixona novamente, agora pela doce Clara (Maitê Proença), exatamente seu
oposto. A Composição do personagem feito
pelo Tony foi tão crível, que em alguns momentos dava medo das expressões,
tamanha a entrega do ator no universo traumático do Clementino.
Encerro aqui essa singela homenagem ao Tony Ramos, mas não posso deixar de
fazer algumas menções honrosas para alguns personagens que não entraram na
lista, mas que nem por isso não tenham a
mesma importância para história da tv ou para o currículo do ator :
com Vera Fischer |
·
Miguel de Laços de Família (2000)
·
O Juca de A Próxima Vítima (1995)
·
O Manolo de
As Filhas da Mãe (2001)
·
Coronel
Boanerges de Cabocla (2004)
·
Opash Anada
de Caminho das
Índias (2009)
·
Nikos de Belíssima (2005)
·
Tom de Chega Mais (1980)
·
Floriano
Ferraz de Anjo
de Mim (1996)
·
Otávio de Guerra dos Sexos (2012)
Fonte :
Texto :
Evaldiano de Sousa
Pesquisa :
teledramaturgia.com
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