Com uma tímida estreia deu
para ver que Alto
Astral vai usar de todas as armas
para tentar alavancar a audiência do horário das sete.
A Trama do estreante em voo
solo Daniel Ortz, com supervisão de
Silvio de Abreu, apresenta um elenco estrelar
encabeçado por Christiane Torloni,
Elizabeth Savalla e Cláudia Raia, e é esse elenco que vai dar fôlego à
trama.
Vale lembrar que nem só de
um excelente elenco se faz uma boa
novela. O Próprio Silvio de Abreu
sabe disso, pois apesar de um elenco impecável em As Filhas da Mãe (2001) e no remake
de Guerra de
Sexos (2012) o autor viu as duas
tramas serem rejeitadas pelo público.
Mas Alto Astral mostrou
já no primeiro capítulo que tem um bom texto, e isso aliado a um elenco bem escolhido é a combinação perfeita.
Só estou com receio sobre o
casal de protagonistas vividos pelos atores Sérgio Guizé, que ganha o papel depois do sucesso do João Gibão em Saramandaia (2012) e Nathalia
Dill. Apesar dos rumores de um romance dos dois na vida real, na trama a
tomar pelas chamadas, não acho que eles
tenham um boa química, porém vale
a pena aguardar o segundo capítulo para ver no que vai dar aquele
encontro no final.
Cláudia Raia na pele da vidente Samanta
Santana roubou a cena vivendo uma cópia da personagem Jaqueline, que a atriz
viveu em 2010 na novela Ti Ti Ti, da Maria
Adelaide Amaral.
Thiago Lacerda me lembrou o personagem que ele viveu na trama de As Filhas da Mãe em 2001. O Vilão Adriano tinha a mesma vibe de
ambição e ódio, no caso da trama de 2001, pelas filhas da mãe herdeiras dos
Jardins do Éden .
Cristiane Torloni ganhou a primeira cena do capítulo e como de
praxe foi espetacular. Sempre que vejo a Cristiane em um papel mais “normal”
com um tom abaixo das loucas que ela representou fico com receio. Tal qual acontecera com a Helena
de Mulheres Apaixonadas (2003). Mas a
Maria Inês me parece que tem um
diferencial. Será uma mulher serena, mas com um toque La Torloni irresistível.
A Sinopse de Alto Astral foi desenvolvida por Andrea Maltorolli, e Daniel
Ortz ficou com a incumbência de levar o trabalho da autora morta em 2009 ao
ar. A Supervisão do Silvio de Abreu ficou explícita na trama, principalmente aliada com a direção
geral do Jorge Fernando e isso pode
ser contado como um fato a seu favor.
Como vem acontecendo com
todas as tramas que sucederam Sangue Bom (2011)
no horário das sete, Alto Astral entra
com a responsabilidade de trazer de volta ao tradicional horário a audiência, e
embora muito discretamente a trama nos remete um entrecho de um bom folhetim
com o velho clichê do irmão que se apaixona pela mulher do irmão que lhe odeia.
Outro ponto que pode render
muito em Alto
Astral, são os “fantasmas camaradas” que Caique enxerga sempre que
está em apuros.
A Globo resolveu arriscar
mais uma vez e deu o horário das sete
para um autor estreante. Apesar da bagagem fora do Brasil, e já ter colaborado
com o Sílvio de Abreu em Passione (2010) e Guerra dos Sexos (2012),
Daniel Ortz assina pela primeira vez sozinho uma novela. Em 2012, Cheias de Charme também
escrita por dois estreante, Isabel de
Oliveira e Felipe Miguez, foi um dos maiores sucessos do horário , porém
Além do Horizonte (2013),
dos autores Carlos Gregório e Marcos Bernstein, acabou ficando muito abaixo do
esperado.
O Sucesso de uma novela nos
dias de hoje depende de muitos fatores, mas
o que importa é que Alto Astral parece ter força para se
tornar uma boa opção na hora do jantar.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
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