O Blog não poderia começar
o primeiro post para a seção de maneira melhor, com um convidado mais especial
do que o Senhor Juca de Oliveira, um
dos nossos grandes atores.
Juca de Oliveira começou a se interessar pelo teatro quando fez um teste vocacional em que lhe deu
inclinação para as artes. Com a empolgação do resultado Juca ingressou na Escola de Artes Dramáticas de São Paulo.
Na época ainda fazia a Faculdade de
Direito, mas logo abandonou o curso se dedicando totalmente a escola de artes.
Nela encontrou nomes como Aracy Balabanian e Glória Menezes que
também fariam história na teledramaturgia nacional.
No teatro passou pela TBC e o Teatro de Arena onde trabalhou com nomes como Paulo José , Flávio Imperio e Augusto Boal.
Juca de Oliveira era militante de esquerda e passou uma época
exilado na Bolívia. Em seu retorno se ligou a Tv Tupi onde fez a Tv de
Vanguarda e Tv de Comédia, dirigido na época por Benjamim Cattan.
Em novelas o ator estreou em Gutierres, O Drama dos Humildes (1964), mas o ator
só ganhou notoriedade quando estrelou a novela Nino, O Italianinho , dos autores Geraldo
Vietri e Walther Negrão em 1969, um dos
grandes sucessos da Rede Tupi.
Juca é aclamado na Tv ,
cinema e teatro por sua interpretação visceral e entrega total a cada
personagem que interpreta, seja um protagonista ou uma pequena participação
especial. Atualmente o ator vem
emocionando na pele do Alberto Castellini na trama de Além do Tempo, nos brindando com
cenas magistrais em parceria com Irene
Ravache e Ana Beatriz Nogueira.
E para homenagear esse
grande astro e patrimônio nacional o blog vai relembrar os 10 personagens que
mais marcaram a carreira do ator e seus admiradores (Assim como eu!).
Nino de Nino, o Italianinho (1969)
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com a ARACY BALABANIAN |
Nino, que o Juca Oliveira viveu na trama de Nino, o Italianinho,
do autor Geraldo Vietri, foi a grande vitrine nacional para o ator. A novela
conquistou o Brasil com sua história simples e Juca ganhou ares de grande astro
como o protagonista da trama. Com um trabalho de caracterização sensível , ele conquistou o público e a crítica que se
rendeu ao charme do pobre italiano.
Pedro Azulão de Fogo sobre Terra (1974)
com a REGINA DUARTE |
Em 1974, Juca de Oliveira estrela sua segunda novela
na Globo, Fogo sobre Terra, da autora Janete Clair, vivendo um personagem que
deu muita dor de cabeça a autora. Pedro Azulão era o principal opositor do
progresso à Divinéa, cidade fictícia que seria engolida pelas águas da represa
para construção da Hidrelétrica que traria
o tão aguardado progresso. A Ditadura não engoliu o perfil revolucionário do
personagem e exigiu que a autora lhe
atenuasse. Janete até sugeriu dar uma morte simbólica ao personagem, mas a
ditadura também não aceitou que ele virasse um mártir. Não teve jeito, a autora
teve que tornar Pedro Azulão um cidadão mais cordato. O personagem perdeu muito.
João Gibão de Saramandaia (1976)
Outro personagem
emblemático vivido pelo Juca foi o João Gibão de Saramandaia ,
novela do autor Dias Gomes. Como esquecer a cena do personagem voando no último
capítulo da trama? O João Gibão é um dos
mais importantes personagens da história da teledramaturgia nacional e da mente
brilhante do Dias Gomes, e o Juca de Oliveira novamente conseguiu
segurar com unhas e dentes e com um interpretação visceral de um personagem tão complexo.
Jordão Amaral de Espelho Mágico (1977)
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com JUCA DE OLIVEIRA e YONÁ MAGALHÃES |
Outro personagem de
destaque do Juca foi o Jordão Amaral, autor da novela Coquetel de Amor, novela fictícia
que se passava dentro da novela Espelho Mágico, do autor Lauro César Muniz. A novela mostrava os bastidores de uma produção
de novelas e todo o glamour e dramas que os atores, autores e diretores
enfrentavam para colocar uma trama no ar. Jordão Amaral era o autor da novela
que se passava dentro da trama, mas sua história na verdade era lidar com o
ciúme excessivo de Dora Pelegrine (Yoná
Magalhães) que era sua segunda mulher,
uma atriz em decadência e que não se conformava em viver papéis secundários,
inclusive nas novela do marido.
Professor Praxedes de Fera Ferida (1993)
com JOSÉ WILKER e LIMA DUARTE |
Em 1993, depois de uma
breve passagem pela Rede Bandeirantes
e pelo SBT, Juca de Oliveira voltou a Globo
para viver o adorável Professor Praxedes de Menezes, da novela Fera Ferida,
do autor Aguinaldo Silva, atualmente
reprisada pelo Canal Viva. Um
personagem que tinha tudo para ser um chato, mas a sensibilidade e perícia do
Juca transformou o letrado Professor em um dos melhores personagens da trama.
Vale destacar a fase em que Praxedes se encanta pela Maria dos Remédios (Luiza
Tomé) quando começa lhe ensinar a ler e escrever e praticamente tem um orgasmo
de felicidade a cada conquista didática da moça.
Padre Antônio de As Pupilas do Senhor Reitor (1994)
com a LUCIANA BRAGA e DÉBORAH BLOCH |
Na caprichada produção do
remake de As Pupilas do Senhor Reitor,
que o SBT produziu em 1994, Juca de Oliveira deu vida ao Padre
Antônio, o Senhor Reitor do Titulo. Outro grande momento do ator em mais um
trabalho fora da Globo. A novela
reescrita por Lauro César Muniz nos proporcionou várias cenas antológicas e
emocionantes entre o ator e Déborah Bloch, Luciana Braga , Elias
Gleiser entre outros.
Agenor de Torre de Babel (1998)
com TONY RAMOS |
Outro sensível trabalho
feito pelo Juca de Oliveira foi o
Agenor da novela Torre de Babel, do autor Silvio
de Abreu. É um homem rude,
trabalhador e mal-humorado, com um relacionamento muito difícil com Clementino
(Tony Ramos), a quem não perdoa por ter sido manipulado pela mulher. Tinha alguns segredos, como o de ter escondido um
prêmio de loteria que ganhou no passado. Era
um personagem diferente da maioria feitos pelo ator e por isso mesmo chamou
minha atenção ao ver o Juca de uma forma voraz e com requintes de maldades e
ódio.
Dr. Albieri de O Clone (2001)
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O Primeiro cientista da
teledramaturgia que criou o clone humano! Esse é Augusto Albieiri que o Juca
viveu na trama da novela e fenômeno O Clone, da autora Glória Perez. Um personagem
além do seu tempo e que foi um dos melhores
e mais críveis na trama. Mesmo tendo uma participação técnica, afinal
seria o cientista culpado por todos os
desenvolvimentos da novela , mas o drama
pessoal do personagem também foi destaque. Sua relação com a submissa esposa
Edna, personagem da Nívea Maria,
numa dobradinha impecável entre esses
dois “monstros” , como diria o Faustão,
da teledramaturgia nacional. O trabalho do Juca foi tão importante quanto os dos protagonistas
vividos pelo Murilo Benício e Giovanna
Antonelli.
Otto de A Cura (2010)
Otto , foi o enigmático e controverso
personagem que o Juca de Oliveira
viveu na trama da minissérie A Cura, do autor João Emanuel Carneiro. Aclamado por uns e odiado por outros na
cidade de Diamantina em Minas Gerais, onde se passava a história, o Doutor era
considerado um curandeiro com poderes paranormais, tal qual o Dimas, personagem
do Selton Mello, que também voltara à
cidade para tentar entender acontecimentos do seu passado que em muito pareciam
com os de Otto. A certa altura da trama, Otto encontra Dimas desmaiado no chão,
depois de levar uma surrar, e nós
ficamos sabendo que o Doutor ainda esta vivo e vai encontrar em Dimas a
oportunidade de limpar seu nome e revelar quem são os verdadeiros vilões da
minissérie.
Santiago Moreira de Avenida Brasil (2012)
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Em 2012, Juca de Oliveira entrou na reta final
da novela Avenida
Brasil, também do João
Emanuel Carneiro, para dar uma chacoalhada na novela. Inicialmente parecia um homem bem intencionado, enganou até a
pobre Mãe Lucinda (Vera Holtz), mas no decorrer da história foi revelado com o
pai e mentor da grande vilã Carminha (Adriana Esteves). Foi uma pequena
participação no final que valeu pela novela inteira.
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Teledramaturgia.com, memóriaglobo.com, Wikipédia.com
Juca e um grande
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