Ela é um dos patrimônios da
teledramaturgia nacional com uma
carreira construída desde criança aos olhos do telespectador e a cada novo trabalho, onde começou encantando
com sua graciosidade, com o tempo foi
provando que era uma grande profissional.
Com 46 anos de carreira completados este
ano, Isabela Garcia estreou na tv
aos 4 anos de idade, em 1971 no Caso
Especial Medéia, onde viveu um das filhas que é assassinada pela própria
mãe. A Partir de então não parou mais, foi praticamente um trabalho por ano e o
público foi acompanhando seu crescimento como pessoa e profissional.
Isabela
Garcia mesmo tendo começado sua
carreira de atriz muito cedo e aos 20 anos
ter posto de protagonista em novelas da Globo considerada uma das
melhores da sua geração, ganhou até o
apelido de “Shirley Temple
brasileira”, nunca foi uma profissional acomodada, jogou em vários outras
áreas também marcadas pelo sucesso.
No teatro, esteve em vários espetáculos
de sucesso, entre os quais Cantares em Desafino
(1983) e Léo
e Bia (1984). Em 1976, estreou
nos cinemas em Ninguém Segura Essas Mulheres. Estreou
como apresentadora em 1987 e foi uma das que ficou mais tempo apresentando o
programa musical Globo de Ouro, ao
lado de César Filho, Guilherme Fontes e
Jimmy Raw. Foi durante a década de
80, em 1988 , que Isabela Garcia
quebrou de vez o estigma de menininha quando estampou aos 21 anos a edição de
13º. aniversário da Revista Playboy em agosto. Na época vivia sua primeira
protagonista na Tv na trama de Bebê a Bordo (1988).
E por falar em Bebê a Bordo, a trama está de volta
no Viva desde o dia 15 de janeiro, e é a chance de muita gente que em 1988 ainda
nem era nascida, rever um dos melhores trabalhos da atriz na Tv.
Isabela também pode ser revista na reprise de Celebridade (2003)
no Vale a Pena Ver de Novo como a
despachada Eliete, amiga da Maria Clara (Malu Mader).
Curiosamente no início de 2018, Isabela Garcia anunciou que estava
sendo desligada da Globo depois de
46 anos de serviços prestado e ser a única emissora na qual a atriz trabalhou
desde sua estreia. Confesso que a notícia me entristeceu, talvez possa ser uma
chance de dar uma renovada em sua
carreira com a possibilidade de aparecer em outras emissoras, mas não deixa de dar aquela sensação de injustiça, ver a Globo se desfazer de um dos patrimônios
da teledramaturgia, e que foram criados
e lapidados por completos na emissora.
Para homenagear essas quase 5 décadas de
sucessos na tv, nada melhor do que passearmos pelas inesquecíveis personagens,
sejam as graciosas menininhas, as belas mocinhas ou as pérfidas vilãs, que Isabela Garcia nos presenteou ao longo
desses.
Maria Helena
de Água Viva (1980)
Isabela
Garcia parecia um anjinho em seus primeiros trabalhos, os cabelos
encaracolados louros e o ar de inocência marcaram suas personagens crianças em
novelas como OSemideus (1973), Vejo a Lua no Céu (1976),
Nina
(1977) e PaiHerói (1979), mas foi a Maria Helena de Água Viva ,
do Gilberto Braga com colaboração do
Manoel Carlos, que a atriz
conquistou o posto de grande atriz mirim tirando de letra a dobradinha com Ângela Leal e Tônia Carrero. O Drama da órfão que estava prestes a deixar
o orfanato devido à idade foi um das fortes tramas da novela e a personagem
teve tanto destaque quanto os seus protagonistas.
Heloisa de Corpo a Corpo (1984)
Em Corpo a Corpo, outra trama do Gilberto Braga, Isabela
Garcia deu vida a menina Heloísa, filha da personagem vivida pela Glória Menezes. Aparentemente Heloisa é
uma menina doce e frágil, mas no decorrer da trama se mostrar mau-caráter e
dissimulada.
Rosemary de Anos Dourados (1986)
A Rosemary de Anos Dourados, também do Gilberto Braga, foi a personagem de maior destaque da Isabela em
sua fase adolescente. Amiga da
protagonista Lurdinha (Malu Mader), era a mais avançada de toda a turma, e por isso foi taxada de “Moderninha” demais para a sociedade
hipócrita da época. Começa a novela com um romance conturbado com Urubu,
personagem do Taumaturgo Ferreira, e
depois se envolve com Marcos, vivido pelo Felipe Camargo, entrando em uma disputa com Lurdinha.
Ana Maria de Roda de Fogo (1986)
Em Roda de Fogo, do Lauro César Muniz, Isabela
Garcia deu vida a Ana Maria, e novamente viveu um romance conturbado
com um personagem do Felipe Camargo. Na trama ela era neta
de Hélio (Percy Aires), um general remanescente do Regime Militar, que não
aceitava seu romance com Pedro, pelo condição de ser filho bastardo
de Renato Villar (Tarcisio Meira) e de Maura Garcez (Eva Wilma), uma ativista política dos
anos de chumbo.
Ana de Bebê a Bordo (1988)
Depois do destaque em Anos Dourados e
Roda de Fogo, Isabela Garcia
ganhou sua primeira protagonista em 1988,
a Ana de Bebê
a Bordo, do autor Carlos Lombardi. A novela foi um dos grandes sucessos do horário das sete e
perpetuou de vez o estilo anárquico do autor. Isabela Garcia foi a escalação mais perfeita do elenco. A Ana era
uma personagem forte, com um carga dramática enorme, mas precisava de uma atriz solar que com talento e beleza
tirasse esse peso. Foi isso que a Isabela fez e a
transformou em uma das mais críveis heroínas do Lombardianas.
Isabela de O Sexo dos Anjos (1989)
Em 1989, Isabela Garcia voltou com outra protagonista, desta vez vivendo sua
homônima Isabela, na trama de O Sexo dos Anjos,
remake de O
Terceiro Pecado, sucesso da IvaniRibeiro na Tv Excelsior em 1968.
Na história sua personagem era escolhida pelo anjo da morte, mas depois de uma negociação com o
anjo emissário, o personagem do Felipe Camargo, ela dar a chance de
Isabela completar 3 pecados antes de morrer, ou seja, enquanto Isabela não
fizesse três pecados não poderia ser
levada da terra. A Trama tinha uma história água com açúcar, mas ao mesmo tempo
personagem tão fortes, e até hoje é uma
das que eu mais requisito para uma reprise. Olha aí Viva! Isabela Garcia
mais uma vez brilhou com talento e graciosidade vivendo a mocinha da trama.
Mercedes de Lua Cheia de Amor (1990)
Em Lua Cheia de Amor, releitura do sucesso Dona Xepa,
que o Gilberto Braga adaptou do
romance de Pedro Bloch, Isabela deu
vida a interesseira Mercedes, que tinha vergonha da mãe a camelô Genu (Marília Pêra) e sua condição pobre. Sem se importar com os sentimentos da mãe, não se
sentia nem um pouco culpada por vê-la se sacrificando para fazer seus
caprichos. Mesmo com esse gênio Mercedes é uma mulher romântica e se apaixona
por Augusto (Maurício Mattar), mas não aceita esse amor por acreditar que ela
seja pobre. Na verdade Augusto é filho da riquíssima família Souto Maia e ao
perceber o interesse de Mercedes mantém a confusão de quando eles se
encontraram e não conta sua real condição. Mercedes acaba se casando com
Douglas (Rodolfo Bottino), um advogado falido que também pensa que ela é rica.
Coisas do Destino!
Lúcia de Sonho Meu (1993)
Faltava
uma grande vilã no currículo da Isabela
Garcia, e ela veio em 1993 com a
Lúcia de Sonho
Meu, do Marcílio Moraes. Inicialmente a personagem era bom caráter e sofria com uma
paixão reprimida por Lucas (Leonardo Vieira), mas ao ser envolvida pela lábia
do vilão Jorge, acaba se tornando uma
pessoa mesquinha, tendo a Cláudia (Patrícia França) com seu principal alvo. No final da trama Lúcia é revelada como a
assassina de Jorge (Fábio Assunção). Mesmo tendo se tornado uma vilã no
decorrer da trama, a Lúcia tinha uma certa torcida, isso devido muito ao
carisma da Isabela frente a personagem.
Yoyo de Labirinto (1998)
O Humor chegou para Isabela Garcia com a Yoyô da
minissérie Labirinto,
do autor Gilberto Braga. Hilária e
sempre com o intuito de estar nas colunas sociais, chega ao ápice de assumir o
assassinato do sogro Otacílio (Paulo José)
para virar notícias. Com isso acaba sendo enviada para uma clínica de
recuperação na suíça pela família.
Eliete de Celebridade (2003)
Em 2003, voltou a fazer humor em outra
trama do Gilberto Braga na pele da
sacoleira Eliete de Celebridade, que é atual atração do Vale a Pena Ver de Novo. A personagem
foi um dos destaques do núcleo do Andaraí na novela, e com uma vibe totalmente
popular representava boa parte da camada que se encantou com a história. Em Celebridade,
Isabela Garcia voltou a fazer par
romântico com Taumaturgo Ferreira,
relembrando a dobradinha deles em Anos Dourados (1986).
Taumaturgo vivia na trama o bom vivant Nelito, que era casado com Ana Paula
(Ana Beatriz Nogueira) que fechava esse triângulo.
Dinorá de Paraiso Tropical (2007)
Outra
personagem cômica defendida por Isabela
Garcia e que foi aclamada pelo público foi a Dinorá de Paraíso Tropical, mais uma parceria
da atriz com Gilberto Braga. Na
trama, Dinorá era casada com Gustavo,
personagem do Marco Ricca, e a dupla
protagonizou inúmeras cenas cômicas na novela. Casada
há anos com Gustavo, com quem tem dois filhos. Sonhadora, ela não se conforma
com a falta de disposição do marido para a vida a dois, e tenta resgatar o
romantismo do início do namoro. Gustavo trabalha como gerente de recepção
do Hotel Duvivier e, depois de um
duro dia de trabalho, chega exausto em casa, e mal consegue dar atenção à
mulher. Em meio a muitas discussões, os dois se separam, mas fazem as pazes com
direito a casamento e tudo na reta final da trama. A personagem rendeu à Isabela Garcia o prêmio Amigos de
Melhor atriz coadjuvante daquele ano.
Celinha de Lado a Lado (2012)
Em Lado a Lado, trama de estreia dos autores João Ximenes Braga e Cláudia Lage, Isabela
Garcia deu vida a doce, frágil, romântica e atrapalhada Celinha. Irmã mais
nova da vilã Constância (Patrícia Pillar) e Carlota (Christiana Guinle), era
menosprezada por elas por ser uma solteirona com quase 40 anos e sem
pretendentes. Mesmo sempre tendo isso passado em sua cara pela as irmãs,
Celinha continuava de cabeça erguida com a certeza de que o futuro lhe
reservava um grande amor. No Decorrer da trama ela encontra esse amor
nos braços de Carlos Guerra (Emílio de Melo).
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
Pesquisa:
www.memoriaglobo.com.br www.wikipédia.com.br
Isabela Garcia é sem dúvida uma excelente atriz.
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