Filho do casal de funcionários públicos Alzira e Lélio
Rangel, desde cedo nosso homenageado esteve envolvido com o teatro e as
artes – O talentosíssimo e já saudoso Pedro
Paulo Rangel, nos deixou no finalzinho do ano passado, mas seu legado e
trabalhos, que escreveram boa parte da
história da nossa teledramaturgia, nunca serão esquecidos.
Ainda adolescente escreveu a peça Quando
os Pais entram em Férias, e estreou como ator na peça infantil “O Bruxo e a Rainha” do Pedro Reis, na Igreja
de Santa Terezinha, em Copacabana, onde conheceu o também ator Marco
Nanini, com quem fez o curso de formação de atores no Conservatório Nacional
de Teatro.
Teve sua primeira experiência no teatro profissional em 1968,
atuando na peça “Galileo Galilei”, do
Bertold Brecht e direção de José Celso Martinez Corrêa. A partir
de então mudou-se para São Paulo onde participou de várias montagens.
Premiadíssimo, em 1982 foi agraciado com um Moliére de
melhor ator, por seu trabalho na peça A Aurora
da Minha Vida e mais 2 pela atuação em Machado
em Cena e O Sermão da Quarta-Feira de Cinzas. Este
último personagem ainda lhe rendeu um prêmio Shell e Mambembe.
No cinema participou de 10 produções entre elas O Beijo no Asfalto
(1981) e Chico Xavier (2010).
Na TV, estreou em 1969, na novela Super
Plá, na Rede Tupi de São
Paulo, começava ali uma trajetória de personagens de sucesso que marcariam sua
carreira e a nossa teledramaturgia.
Pedro Paulo Rangel foi um pioneiro – Protagonizou o primeiro nu masculino e um dos
primeiros personagens homossexuais em
novelas. Em Gabriela (1975), do Walther George Durst, seu personagem é
jogado na rua pelado quando flagrado com sua amante Chiquinha (Cidinha Milan).
Os 2 passam por toda a cidade, humilhados com os moradores rindo de ambos. Em Pedra sobre Pedra (1992),
do Aguinaldo Silva, ele deu vida ao Adamastor, administrador do Grêmio recreativo
da cidade e um dos primeiros personagens declarado abertamente homossexual em
novelas. Na Trama ele nutre uma paixão platônica por Carlão Batista, o
personagem do Paulo Betti.
Pedro Paulo Rangel viveu os mais variados tipos na tv e nos brindou com grandes momentos
– como o Poliana, grande amigo da Raquel
(Regina Duarte) em Vale Tudo (1988); o Zózimo da minissérie Engraçadinha (1995);
o Padre Joseph de A Indomada (1997); Seu Calixto de OCravo e a Rosa (2000) e o Gigi de Belíssima (2005).
Rangel foi protagonista de produções por 2 vezes – Em 1975, da
novela O Noviço, do autor Mário Lago
e em 2008 deu vida ao diretor de teatro
Lourenço Oliveira na minissérie Som e Fúria,
do Fernando Meirelles, primeira produção resgatada pela Globoplay
este ano de 2023 em Janeiro, exatamente para homenagear o ator.
Seu último trabalho foi no episódio de estreia da série Independências , da
Tv Cultura em 2022. Pedro Paulo Rangel nos deixou em 21 de dezembro de 2022, ele lutava há anos
contra um enfisema pulmonar.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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