Este ano não foi um ano muito bom para as
telenovelas, com exceção de Sangue Bom que foi unanime como a melhor
novela tanto pelo público como pela
crítica, as outras sofreram com a baixa audiência , com rejeição do público e
furos no roteiro.
Vamos relembrar os melhores e piores
momentos dessas tramas?
Flor do Caribe (Globo, 11
de Março a 14 de Setembro de 2013)
Foto : http://static.blogo.it/fof |
“Flor do Caribe” foi uma grata surpresa no
horário das seis. Mais uma trama praiana
do Walther Negrão que contava a
história de uma vingança, mesclada como
pano de fundo pelo Nazismo, assunto explorado pela primeira vez de uma maneira
mais ampla dentro de uma novela.
As belas paisagens do Rio Grande do Norte
encheram nossa tela e davam o tom que
novela precisava. Sou fã inveterada das tramas do Walther Negrão, que normalmente tomam rumo próprio e acabam
conquistando um público cativo.
A Trama
ainda prestou serviços social falando sobre a importância da operação de
cataratas nos olhos com o personagem Chico (Cacá Amaral) e sobre o bulling escolar com o Felipe (Pablo
Mothé).
No elenco, destaque para Grazi Massafera que conseguiu fazer com precisão sua mocinha Esther, e o elenco veterano de luxo formado por Sergio
Mamberti, Juca de Oliveira, Laura Cardoso e Elias Gleiser. Vale destacar
também duas duplas de atores que no decorrer da trama emocionaram em várias
cenas fortes : Cyria Coentro e Luiz
Carlos Vasconcellos, que viveram Bibiana e Donato; e Cláudia Netto e Igor Rickelli na pele da Guiomar e o vilão Alberto.
Lado a Lado (Globo, 10
de Setembro a 9 de Março de 2013)
Foto : http://blogs.odiario.com/cenafashion/files |
João Ximenes Braga e Cláudia Lage estrearam com o pé de direito ao
escreverem a impecável Lado a Lado.
A trama que iniciou em 2012 mais terminou em março de 2013 sofreu com a baixa
audiência, o que eu considerava uma total injustiça. A Trama que contou a
história de duas mulheres à frente do seu tempo que lutavam pela igualdade em
uma sociedade hipócrita foi uma das melhores escritas para o horário das seis
nesta última década.
No
começo do mês de dezembro a trama foi agraciada com o Emmy Internacional de melhor novela, o
que me deixou de alma lavada, finalmente tinham sido feito justiça com a trama.
No elenco destaque absoluto para Patrícia Pillar na pele da grande vilã ,
a Baronesa da Boa Vista, e as
protagonistas vividas por Camila Pitanga
e Marjorie Estiano.
Guerra dos Sexos (Globo, 1 de
Outubro de 2012 à 17 de Abril de 2013)
Foto : http://static1.purepeople.com.br |
Guerra
dos Sexos estreou com total expectativa. Afinal era o remake de um dos
grandes sucessos do Silvio de Abreu
, reescrito pelo próprio. Mas infelizmente a novela não pegou e teve um das
piores audiências do horário até então. Acho que o grande problema de Guerra dos Sexos foi o tema , a guerra entre
os sexos que no dias atuais soa como datado, depois de todas as conquistas de
igualdade do sexo feminino que ocorreram nesse espaço de tempo de quase trinta
anos entre as duas tramas.
No elenco destaque para Glória Pires, fazendo humor na pele da
Roberta Leoni e Reynaldo Gianecchinni,
que mesmo criticado no início devido a semelhança do Nando com outro personagem
do autor que o ator viveu, o Pascoal de Belíssima (2005),
conseguiu achar o tom e fez seu melhor personagem até então.
Sangue Bom (Globo, 29
de Abril a 02 de Novembro de 2013)
Foto : http://extra.globo.com |
Sangue
Bom foi sem dúvidas a melhor novela de 2013. A Trama “bombou” na
audiência, nas redes sociais (positivamente) e recebeu elogios da crítica
especializada. A Trama marcou a estreia
de Maria Adelaide Amaral à frente de
um projeto mais livre. Até então a autora só havia escrito remakes ou
adaptações literárias.
A novela era uma montanha-russa, a cada
capítulo os mais inusitados acontecimentos prendiam os telespectadores que a
cada dia se apaixonavam pelos “loucos” personagens da trama. Nas entrelinhas a
autora abordou a busca incessante pela
fama a qualquer custo em vários âmbitos.
No elenco,
vários foram os destaques. Os protagonistas jovens Sophie Charlottte, Marco Pigossi, Isabelle Drumond, Humberto Carrão,
Jayme Matarazzo e Fernanda Vasconcellos
fizeram jus ao posto e em nenhum momento perdeu para o elenco veterano.
E por falar em elenco veterano, que elenco
veterano ! Giulia Gamm foi a estrela
absoluta na pele da atriz decadente Barbara Ellen; assim como Marisa Orth e a louca Damaris; Ingrid Guimarães que viveu a
tresloucada Tina, e Letícia Sabatella na pele da doce Verônica e da selvagem
Palmira Valente.
Salve Jorge (22 de
Outubro de 2012 a 18 de Maio de 2013)
Foto : http://wp.clicrbs.com.br/ |
A trama de Glória Perez que juntou o
Morro do Alemão no Rio de Janeiro com a Turquia, acabou se tornando a trama
mais trolada nas redes sociais devido os
vários furos no roteiro e falta de
coerência, que muitas vezes obrigaram a autora explicar a trama via twitter.
Mas com certeza a grande inimiga de Salve Jorge foi Avenida
Brasil, a novela do João Emanuel
Carneiro que antecedeu a de Glória
Perez. O Público que tinha sido hipnotizado pelo fenômeno Carminha (Adriana
Esteves) e Cia, não engoliram a trama desde seu primeiro capítulo.
A Escalação de Nanda Costa para viver a protagonista de Salve Jorge foi muito criticada, mas a atriz
seguiu em frente e conseguiu fazer da personagem um grande divisor de águas em
sua carreira. A Morena transformou Nanda
Costa na celebridade mais comentada de 2013 e a atriz estrelou a capa de
edição de aniversário da revista Playboy
em agosto.
Outro destaque absoluto no elenco foi Giovanna Antonelli, que viveu a
inesquecível Delegada Helô. A atriz foi espetacular , roubou a novela para si. O Figurino da Helô
ganhou o Brasil, não teve uma
mulher que não usasse um blusão ou um
bracelete igual ao seu.
Salve Jorge marcou a pior audiência de
novelas do horário nobre, apenas 34 pontos, perdeu até para Passione (2010) com 35 e Insensato
Coração (2011) com 36 pontos.
Saramandaia (Globo, 24 de Junho a 27 de Setembro de 2013)
Foto : http://s2.glbimg.com/G |
Remake da clássica novela que Dias
Gomes escreveu na Globo em
1976. Quando anunciaram a escolha de Saramandaia para o remake de 2013, a primeira
coisa que pensei foi nos efeitos especiais que eram precários na primeira
versão, e que em 2013 com todos
os recursos disponíveis a novela seria espetacular. Ledo engano, a trama
reescrita por Ricardo Linhares não
agradou ao público. Eu mesmo assisti poucos capítulos da trama, perdi a
excitação de ver logo no segundo capítulo.
Claro que o cruel horário em que a trama
foi apresentada ajudou nessa rejeição, a novela muitas vezes entrava no ar
quase meia-noite, impossível assisti-la e trabalhar no dia seguinte.
Um ponto forte do remake foi a crítica feita utilizando as
esquisitices dos moradores de Bole-Bole. Personagens que pegavam fogo, tinham
asas ou eram gordos ao extremo eram isolados
e rejeitados pelos que se julgavam normais. Uma tapa na cara de um
Brasil com habitantes tão diferentes e ao mesmo tempo tão preconceituosos.
No elenco grandes nomes do casting
global como Renata Sorrah, Lilia Cabral, José Mayer e Leandra Leal viveram
personagens que em nada acrescentaram a suas carreiras, devido o pouco destaque
e desenvolver dentro da trama.
Destaque mesmo para Sérgio Guizé que estrou na trama na pele do enigmático João Gibão.
Emocionante a cena em que ele mostra suas asas para Marcina (Chandelly Braz) sua amada.
Balacobaco (Record, 04
de Outubro de 2012 a 20 de Maio de 2013)
Foto : http://4.bp.blogspot.com/-i |
Balacobaco foi escrita
às pressas por Gisele Joras para
cobrir o naufrágio que foi Máscaras, novela do Lauro César Muniz. Mas a proposta
diferente de Balacobaco que era espalhafatosa e totalmente popular causou
rejeição do público. O Mais engraçado é
que essa mesma proposta usada em Avenida Brasil da Globo foi um tiro certeiro para o
sucesso da novela.
No elenco destaque para Bruno Ferrari que roubou a trama com seu
vilão Norberto, e a dupla Barbara Borges
e Roberta Gualda com as inesquecíveis Diva e Dóris.
Uma pena, a Record
não conseguiu com a trama voltar aos bons tempos da sua teledramaturgia.
Dona Xepa (Record, 21
de Maio a 24 de Setembro de 2013)
Foto : http://caseassessoria.com.br/ |
A Clássica peça de Pedro Bloch já havia rendido duas versões de Dona Xepa. Em 1977 na Globo como Yara Cortes
no papel título, e em 1990 com Marília
Pera a novela Lua Cheia de Amor.
A Versão escrita por Gustavo Reiz para Record foi totalmente atualizada. Na trama foi inserida uma mulher fruta, Xepa teve um
vídeo que vazava na internet e que a transformava em personalidade da mídia ,
além de ter abordado como pano de fundo para a história a especulação
imobiliária.
A Novela chamou atenção por seu
requinte de produção, que foi impecável, mas não o suficiente para chamar a
atenção do grande público.
Destaque para Ângela Leal, que mesmo tendo feito uma interpretação caricata nos emocionou em vários momentos. Thais
Fersoza foi outra grande surpresa da trama. A Atriz esteve seguríssima na
pele da filha interesseira da Xepa.
Um fenômeno dentro do SBT é o que se pode ser dito sobre o
remake de Carrossel. A Novela
deixou a emissora em segundo lugar no horário nobre desbancando a Record.
A trama escrita pela Íris Abravanel foi baseada no original
mexicano de 1989 e que foi ao ar pelo mesmo SBT entre 1991 e 1992. Quem não embarcou nesse Carrossel naquela época?
A Escalação do elenco mirim foi uma das
grandes preocupações da emissora. Foram mais de cinco mil crianças testadas em
seis fases dos testes até chegar ao elenco principal.
O Sucesso de Carrossel não ficou
restrito apenas a novela, a marca Carrossel também teve sucesso comercial com o
licenciamentos de produtos e o Cd e Dvd da trilha e clipes apresentados.
Em 13 de Julho de 2013 estreou “Carrossel
, O Show” que seria apresentado em São Paulo e algumas capitais do país.
No elenco destaque para Larissa Manoela que viveu a perversa
Maria Joaquina e Maisa Silva, a
menina prodígio do SBT que estreou
como atriz na trama.
Pegando carona no sucesso de Carrossel , o SBT
resolveu encomendar a Íris
Abravanel outro remake de novela infantil. A escolhida da vez foi Chiquititas, baseada na original argentina de Cris Morena a trama já havia sido
apresentada no SBT entre 1997 e 2001 em cinco temporadas, com Flávia Monteiro na papel de Carolina.
A Trama ainda não atingiu o sucesso que
foi Carrossel, mas está
caminhando para isso. A Previsão de término é apenas para 2015, vamos aguardar
!
A primeira trama do Carlos Lombardi fora da Globo depois de 31 anos de serviços
prestados à emissora. Pecado Mortal foi definida pelo autor como
um melodrama de ação com pitadas de humor.
A trama continua sofrendo com a baixa
audiência, mas é fato que Pecado Mortal é a melhor
que a Record apresentou nesses
últimos dois anos. Lombardi repete na trama os ingredientes que lhe consagraram
na Globo, corpos sarados e muita sensualidade a flor da pele.
No elenco vale destacar o trio Jussara
Freire, Luiz Guilherme e Betty Lago (que eu não entendi ainda porque
está aparecendo tão pouco nos últimas semanas) e a química perfeita da dupla Fernando Pavão e Simone Spoladore.
Com
produção, figurinos e fotografia impecáveis a novela Joia
Rara encantou nos primeiros capítulos, porém a história morna acabou
cansando o público nas semanas seguintes.
As autoras Thelma Guedes e Duca Rachid que vem do estrondoso sucesso que foi Cordel Encantado (2011) infelizmente não conseguiram emplacar Joia Rara.
Acho que
falta a Joia Rara uma boa
história de amor, um casal romântico por quem o telespectador possa torcer.
Afinal o chove não molha da Amélia (Bianca Bin) e Franz (Bruno Gagliasso) que
se quer tem um triangulo amoroso que os separe,
não vingou.
Torcia pela história da Yolanda (Carolina
Dieckmann) e Mundo (Domingos Montagner), mas o jogo de gato e rato que a
história se transformou também me fez perder interesse pelo casal.
Vale destacar na trama os núcleos cômicos
da pensão e do cabaré Pacheco Leão e bela trilha sonora.
Além
do Horizonte também marcou a estreia de dois novos autores, assim como foi Lado a Lado e Cheias
de Charme em 2012. Uma pena que Carlos
Gregório e Marcos Bernstein não
tenham tido a mesma sorte. A Trama obscura
da novela afastou o público e já com alguns ajustes no ar ainda continua
com o título de novela com a pior audiência do horário das sete de todos os
tempos.
Até então o que me agrada na trama é o
núcleo de Tapiré , a pequena cidade no interior da Amazônia. Destaque para Mariana Rios e a revelação infantil JP Rufino que vive o carismático Nilson.
Amor à Vida (20 de Maio
de 2013)
A
Primeira trama em horário nobre do autor Walcyr
Carrasco, consagrado nos outros
horários da casa. Uma pena que a novela
que teve um impactante primeiro capítulo com a Paloma (Paolla Oliveira) dando a luz e o
Félix (Mateus Solano) jogando a própria sobrinha
numa caçamba de lixo, tenha se transformado em um dramalhão mexicano e o mesmo tempo uma comédia pastelão.
Foto : blu.stb.s-msn.co |
A
Trama é sucesso absoluto de audiência e nas redes sociais a mais comentada e mais trolada. Ou seja, assistimos nem que seja
para falar mal.
Mas Amor
à Vida tem seus destaques. Afinal
dentro de um texto fraco, ver Elizabeth
Savalla tirando leite de pedra é um prazer e nos faz reverenciar ainda mais o talento dessa musa. A Savalla que já é
considerada um amuleto de sorte para o
Walcyr (ele esteve em 9 novelas do autor), depois da Márcia de Amor à Vida com certeza vai virar o pozinho
mágico do autor. Todos os personagens
que entraram no núcleo da Márcia fizeram sucesso absoluto. Foi assim com a
Valdirene da Tatá Werneck, o Gentil
do Luis Mello e agora o Félix.
E Por falar em Félix . . . o que é esse
personagem ? Ele pode até nem ser a nova Carminha, na categoria vilão, mas com
certeza é a grande estrela da novela. O
Carisma do personagem tomou uma magnitude tão grande que o autor já está
ensaiando uma redenção para suas maldades. E O Mateus Solano tão a vontade a frente do personagem roubou novela para si. O Félix é o vilão, a mocinha , o palhação é tudo
dentro de Amor à Vida.
Outro dia assistindo a novela e twitando (não
consigo assistir mais nada sem twittar) li
um twitter que dizia : “Como pode uma novela ter tanta coisa boa e
tanta coisa ruim ao mesmo tempo?” . Pois é , assim é Amor a Vida que nos acompanha ainda até o início
de fevereiro.
Fonte :
Texto :
Evaldiano de Sousa
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