Uma gostosa crônica do cotidiano
No último dia 12 de Março a novela Gente Fina fez 24 anos . A Trama foi a estreia do autor Luís Carlos Fusco, que já havia colaborado com Cassiano Gabus Mendes em Ti Ti Ti (1985), Brega e Chique (1987) e Que Rei Sou Eu? (1989)
e com Carlos Lombardi em Bebê a Bordo (1988) todos
com muito êxito. Uma pena que seu voo solo acabou não “decolando”.
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Gente
Fina começou com uma proposta legal, contando o cotidiano de uma classe média e
suas várias nuances. Mas logo na primeira semana a trama foi se esvaindo e o
público perdendo interesse, e nem um providencial “Quem Matou?” salvou a trama.
Herval Rossano dirigiu as
primeiras semanas e Gonzaga Blota ficou até o final. Walther Georg Durst foi chamado para dar mais emoção a novela e tentar salvá-lo do
fiasco na audiência.
A Trama era centrada em Joana e Guilherme um casal de meia idade
que mora muito bem em Copacabana, mas junto com as dívidas do dia a dia vem a
crise financeira, e eles são despejados do apartamento onde viviam, sendo
obrigado a levar a numerosa família para um casarão no subúrbio do Rio de
Janeiro.
Eu sempre gosto de falar de novelas
que não necessariamente estouraram na audiência, mas que nem por isso deixaram
de marcar a história da teledramaturgia nacional. Gente Fina , mesmo sem a audiência necessária para ser
considerada um sucesso, teve seus pontos
fortes.
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Nívea Maria viveu sua última protagonista oficial. Depois
da trama a atriz alçou o status de “ATRIZ
CONVIDADA” em todas as outras novelas que participou. A Joana sua personagem, e Guilherme (Hugo
Carvana) seu marido eram um charme só. O
Casal classe média que perde tudo e tem que recomeçar em um bairro de
subúrbio caiu como um luva para o casal
de atores, e o Hugo Carvana brilhou
vivendo o sonhador chefe de família que
só pensava nos filhos mesmo tentando
sair do buraco quase sempre de um maneira “torta”.
Joana e Guilherme depois de despejados de Copacabana se mudaram para São Cristovão , e o bairro foi
amplamente divulgada na novela.
Vale destacar também os personagens vividos pelo Guilherme Fontes e Lizandra Souto. O Casal teen da trama passou por
várias situações depois que a grande diferença social entre eles começou a
pesar na relação.
A Sempre linda e impecável Sandra Bréa viveu a socialite Janete,
melhor amiga de Joana (Nívea Maria). Apesar de casada com Arthur (Gracindo
Jr.), cobiça Guilherme (Hugo Carvana), marido da amiga.
A Trilha
sonora nacional da trama marcou época
com sucessos como “Sonhando Eu Vou”
tema de abertura na voz da Beth Carvalho, e o pout pourri de lambada na voz da Sarajane, ritmo e cantora de maior sucesso naquele ano. Mas nenhuma
outra música da trilha foi tão tocada como “Quatro
Semanas de Amor” uma versão da extinta dupla , hoje casal, Luan e
Vanessa. A Música aos termos de hoje
era um verdadeiro “chiclete” e com
certeza seria a música no Prêmio Melhores do Ano no Domingão do Faustão.
Luis Carlos Fusco não foi feliz em sua
primeira novela, acho que ele ainda estava “cru” para assumir tamanha
responsabilidade. O Autor morreu em 2003, e depois de Gente Fina colaborou novamente com Cassiano Gabus Mendes em Meu Bem Meu Mal (1990). Em 1999 o autor voltou a escrever uma trama
solo ( com colaboração de Vivian de
Oliveira) na Rede Record, a
novela Tiro e
Queda, onde homenageou seu mestre Cassiano Gabus Mendes. Depois de sua morte foi divulgado que o
autor tinha um sonho : Escrever a
continuação da novela Que Rei Sou Eu?
Será que
nos dias de hoje Gente Fina teria sido
melhor aceita? Foi na década de 90 que
se iniciaram as novelas mais simplistas, que usavam o cotidiano em forma de
crônica em seus entrechos. O Próprio Manoel Carlos continuou nessa linha em Felicidade (1991) e História de Amor (1995) , claro que com outro foco, e
essas crônicas cotidianas viraram o grande atrativo das tramas do autor.
Ficha Técnica :
Novela do autor Luís Carlos Fusco
Direção Geral : Gonzaga Blota
Exibição : 12 de Março de 1990 à 18 de Agosto de 1990
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : teledramaturgia.com , memóriaglobo.com
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