Nesta quinta-feira (09.07)
a novela Babilônia,
do autor Gilberto Braga, completa
100 capítulos no ar, e infelizmente a trama não conseguiu se encontrar e
continua amargando uma baixa audiência e o título de a pior novela já
apresentada no horário nobre global.
A Trama que foi boicotada
inicialmente por uma parcela de telespectadores que se sentiram
lesados e ofendidos pelo beijo gay entre Tereza e Estela, personagens da Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro,
no primeiro capítulo, foi obrigada a se
adaptar aos novos padrões morais e essas mudanças acabaram deixando a novela incoerente e desencontrada.
Das várias mudanças de
perfis de personagens a que mais gostei e que poderia render bons momentos a
novela foi o do Evandro, personagem do Cássio
Gabus Mendes. De um inescrupuloso empresário, daqueles clássicos do Gilberto Braga, o personagem foi
atenuado e se apaixonou pela linda Alice
, personagem da Sophie Charlotte,
que de aspirante a prostituta foi transformada em mocinha da trama. Porém
nestas últimas duas semanas o autor resolveu criar uma flagra estúpido que fez
o Evandro pensar que Alice lhe traia com Murilo (Bruno Gagliasso) terminando tudo. Para Alice sobrou voltar
para o Murilo que aparentemente havia se redimido, mas apenas aparentemente. Ou
seja, o autor acabou como o melhor romance adulto da trama até então. Outra
bola fora de Babilônia.
Com uma mocinha chata (A
Regina da Camila Pitanga) e duas
vilãs que vivem atualmente no jogo chato de gato e rato que não tem fim
(Beatriz e Inês, as personagens da Glória
Pires e Adriana Esteves), Babilônia tem seu pontos fortes e nesses 100 capítulos vale
destacar :
·
A Consuelo da Arlete Salles – Com o núcleo de humor também que não decolou, a Consuelo da Arlete Salles, uma personagem
tresloucada e preconceituosa, usa do humor para “cutucar” os telespectadores que criticaram a trama
forte de Babilônia.
Representante fervorosa da religião a personagem é pura hipocrisia e falsidade.
Claro que o talento da Arlete salvou a personagem, que poderia ser mais uma chata
dentro da trama. Não tem como não bolar de rir quando Consuelo profere o
marcante “Sapatosa” expressão que
ela criou para designar as personagens de Tereza e Estela, uma mistura de
Sapatão com Idosa.
·
Rafael e Laís – Sem um casal adulto que despertasse interesse, já que a química entre
Camila Pitanga e Thiago Fragoso não
fez decolar o romance da Regina e
do Vinícius, a Lais e o Rafael,
personagens da Luiza Arraes e do Chay
Suede se transformaram no principal
par romântico da novela. Apesar de achar a história deles separados nada interessante, juntos o casal “Romeu e Julieta” rende muito dentro
da trama e ainda vai servir de ponte para o embate entre a família religiosa de
Laís e o novo modelo familiar de Rafael.
Vale destacar o ótimo trabalho da Luiza, que desde Louco por Elas (2012) já dava vestígios de um grande futuro como atriz.
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Glória Pires pela integridade dada
a Beatriz - Na
verdade o destaque é especificamente para Glória
Pires, que em muitos momentos já salvou tramas do autor Gilberto Braga com seu trabalho
impecável, como aconteceu recentemente
com a Norma de Insensato Coração (2011). A Beatriz que prometia
mostrar uma nova nuance da atriz, também teve que ser atenuada e se perdeu
dentro de Babilônia.
Porém a atriz mostrando a profissional
que é, se mantem íntegra a personagem e não tenho dúvidas que a Beatriz ainda
vai ser reconhecida como a salvação de Babilônia.
Eu aposto nessa relação dela como o Diogo do Thiago Martins, que humaniza a vilã e mostra esse lado desprotegido da grande
empresária.
A Novela ainda tem mais uns 40 capítulos para
terminar de contar sua história. Parece pouco, mas ainda a tempo de salvar e
dar um final digno a trama. Babilônia tem um
bom texto e uma direção primorosa do Dennis
Carvalho, uma combinação que já
rendeu sucessos para vários outras novelas como Vale Tudo (1988), Pátria Minha (1994), Celebridade (2003)
e Paraíso
Tropical (2007).
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
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