Este ano no campo das
novelas a teledramaturgia não foi muito feliz. Nenhum fenômeno do tipo Avenida Brasil (2012) ou Cheias de Charme (2012)
, e muitas apesar de uma boa audiência não chegaram a virar uma coqueluche. Mas
em compensação Joia
Rara, novela das autoras Thelma
Guedes e Duca Rachid foi a ganhadora
do Emmy Internacional de Melhor
Novela.
Amor à Vida
(Globo, 20 de Maio de 2013 à 01 de Fevereiro de 2014)
A primeira novela em
horário nobre do Walcyr Carrasco
terminou 01 de fevereiro de 2014 e foi exatamente esse último mês da novela que
fez com o público se apegassem à trama. A transformação do vilão “Bicha má”
Félix (Mateus Solano) em protagonista
foi o grande destaque da trama que deu para ele as duas cenas que finalizaram a
novela. O Primeiro beijo gay do horário nobre global finalmente saiu entre os
atores Mateus Solano e Thiago Fragoso.
A Cena final de reconciliação entre Félix e César (Antônio Fagundes) também
salvou a trama na sua reta final mostrando um dos momentos mais emocionantes de Amor à Vida.
Mesmo com o texto complicado e muitas vezes obrigado ser declamado como o autor gosta, alguns
atores tiraram leite de pedra e fizeram personagens inesquecíveis : a Márcia da Elizabeth Savalla; a vilã Aline da Wanessa Giácomo, o próprio Félix do Mateus e a Valdirene da Tatá Werneck, que apesar de muitas
cenas repetitivas salvou o lado cômico da trama e se tornou a grande revelação
do ano.
Joia Rara
(Globo, 16 de Setembro de 2013 a 05 de Abril de 2014)
Joia Rara tinha como pano de fundo o budismo tratado pela primeira
vez de maneira mais ampla em uma novela. O tema era um risco, principalmente
quando se tinha uma criança como reencarnação de um mestre budista. Thelma Guedes e Duca Rachid fizeram
questão de explicar que a trama não iria tentar explicar em detalhes a doutrina
budista, o tema seria usado literalmente como pano de fundo. Mais era
impossível fugir de certa didática para explicar e situar a telespectador. A
eterna luta entre o bem e o mal que as autoras sempre gostam de usar em sua
tramas como um jogo de gato e rato acabou cansando o público e fez com que a
novela terminasse com uma péssima audiência. Porém o bom roteiro das autoras, a
direção juvenil de Amora Mautner e
um elenco escolhido a dedo deu para a Joia Rara o Emmy Internacional de melhor novela de
2013. Sobre o elenco, vale destacar
cenas emocionantes protagonizadas por Bruno
Gagliasso, Bianca Bin, Carolina Dieckmann, José de Abreu, Domingos Montagner e
Carmo Dalla Vecchia. Correndo por
fora do melodrama de Joia Rara,
o núcleo cômico da novela centrado no Cabaré Pacheco Leão e na pensão da Conceição
(Cláudia Missura) acabou chamando mais attenção. Foi nesse núcleo que tiveram
destaques os personagens de Mariana
Ximenes e Letícia Spiller, e sua eterna rivalidade; Marcelo Médici e Luana Martau, com o casal mais imprevisível da
trama e a falsa francesa Josephine, vivida pela impagável atriz Cristiane Amorim. Claro que mais uma
vez Mel Maia, a menina prodígio
descoberta em Avenida
Brasil, mais uma vez segurou com ares de profissional adulta sua
personagem, e muitas vezes a Pérola foi uma espécie de freio para o pesado
melodrama que a novela insistia em apresentar.
Além do
Horizonte
(Globo, 04 de Novembro de 2013 a 03 de Maio de 2014)
A Busca pela felicidade era
o mote inicial de Além do Horizonte, novela dos estreantes Carlos Gregório e Marcos Bernstein, mas a abordagem pesada acabou assustando o público. A tal felicidade
era encontrada em uma comunidade no meio da Amazônia e ainda era cercada por uma misteriosa
criatura que matava pessoas que ousavam tentar invadir a comunidade que atendia
pelo nome de : A Besta! A Globo assim que percebeu isso tratou de
pedir que os autores dessem uma atenuada
na trama. Os vilões vividos pelo Antônio
Calonni, Alexandre Nero e Carolina Ferraz foram os que mais tiveram seus
perfis modificados. As vilanias foram tomando ares de comédia e a tal besta foi revelada se tratar do
personagem Kléber (Marcelo Novaes). Mas a novela passou por outros percalços,
como a também rejeição ao casal de protagonistas vividos por Juliana Paiva e Thiago Rodrigo. No
decorrer da trama o autor trocou os casais tentando repetir a empatia que Juliana
Paiva e Rodrigo Simas haviam causado
em Malhação e juntou o personagem do Thiago à Celina , personagem da Mariana Rios. A Novela que
tinha a incumbência de segurar a boa audiência deixada por Sangue Bom (2013), apostou na inovação e
infelizmente não acertou. Mas Além do Horizonte teve
alguns destaques principalmente no núcleo de humor. Como esquecer as irmãs
Selma e Rita, vividas magistralmente pelas
atrizes Luciana Paes e Mariana
Xavier ? O Casal Marcelo e Priscila, do Igor Algekorte e Laila Zaad? A Celina numa interpretação segura da Mariana Rios e a revelação infantil, o
Nilson do JP Rufino?
Em Família
(Globo, 03 de Fevereiro a 19 de Julho de 2014)
Em Família, infelizmente pode ser considerada a
maior decepção do ano de 2014. Anunciada como a última novela do autor Manoel Carlos, a trama foi se esvaindo
no decorrer dos capítulos e com menos de um mês de exibição já marcava a pior
audiência do horário. O Público que
esperava um novelão bem ao estilo do Maneco se decepcionou e teve que se
contentar com a reprise de História de Amor no Canal Viva, novela do autor exibida na Globo originalmente em 1995. Vários foram os fatores apontados com
responsáveis pela desinteresse por Em Família. A errônea escalação de atores na
segunda fase, chegando a fazer Julia
Lemmertz filha de Natalia do Valle que é apenas 10 anos
mais velha que ela; a morosidade do texto na terceira fase, o que em outras
tramas do autor era adjetivo, em Em Família os longos textos foram ficando cansativos e
impossíveis de se acompanhar. Isso sem falar no caso de alguns personagens que
muito prometeram mais que não tiveram peso algum na trama. O Mais grave deles
foi a Shirley vivida pela atriz Viviane
Pasmanter. Prometida como a grande vilã e antagonista da Helena (Julia
Lemmertz) o que vimos foi apenas uma
figuração de luxo. Em Família teve
seus destaques positivos. A bela
relação entre Marina e Clara,
personagens da Tainá Muller e Giovanna
Antonelli, que embora tenha começado complicada e o público tenha
rejeitado, finalizou com um dos mais belos casamentos da história da
teledramaturgia. Mesmo cansativo é inegável que o bom texto do Maneco se
sobressaiu em vários momentos da trama. Os vários diálogos e brigas entre
Helena, Laerte, Virgilio e Luiza
personagens da Julia Lemmertz,
Gabriel Braga Nunes, Humberto Martins e Bruna Marquezine enriqueceram em
muito a trama. No elenco destaque para Vanessa Gerbelli, que em seu retorno a Globo brilhou como a complicada Juliana
e sua dobradinha com Marcelo Mello Jr
que acabaram se tornando o casal mais interessante da novela.
Meu Pedacinho
de Chão
(Globo, 07 de Abril a 02 de Agosto de 2014)
O Mundo visto pela ótica de
uma criança. Assim foi o remake (Apesar do autor dizer de não se tratar de um)
da novela Meu
Pedacinho de Chão, do autor Benedito Ruy Barbosa, apresentada pela Globo e a Tv Cultura em 1971. Na Nova versão o clima rural e os problemas do
homem do campo mostrado no universo lúdico, mas uma inovação em novelas que a Globo aposto em 2014, foi exatamente o
que mais chamou atenção na trama. Os cenários futuristas, os figurinos
coloridos e a prosódia dos personagens
deram o charme da trama. A Atriz Bruna
Linzmeyer pintou os cabelos de rosa
para compor o visual da protagonista Professora Juliana. A composição e a
impecável interpretação da atriz lhe rendeu a indicação de melhor atriz no Troféu Melhores do Ano do Domingão do Faustão. No elenco vale
destacar grandes atuações de Osmar
Prado, Juliana Paes, Rodrigo Lombardi e Antônio Fagundes vivendo
personagens diferente de tudo que já
haviam feito na Tv. Destaque para a revelação Paula Barbosa, que deu vida
a Gina, que acabou tomando ares de protagonista da trama, ao lado de Johnny Massaro vivendo seu primeiro
protagonista e mostrando muita segurança e talento na pele do Ferdinando;
e Irandhir
Santos, que vinha do sucesso em Amores Roubados no
início do ano e que num belo e sensível
trabalho deu vida ao inesquecível Zelão.
Geração Brasil
(Globo, 05 de Maio de 2014 a 1º Novembro de 2014)
Geração Brasil foi a grande expectativa do ano. Afinal era o retorno
da dupla de autores Felipe Miguez e Izabel de Oliveira, marcados pelo sucesso de Cheias de Charme em 2012, mas Infelizmente a novela não decolou e ficou muito abaixo do sucesso da
anterior. A tecnologia e Informática
como pano de fundo acabou deixando o telespectador perdido entre programas e interatividade. Tal qual acontecera como Além do Horizonte,
a novela não tinha um vilão com perfil
definido, e essa definição na reta final
acabou sendo muito tarde. Ou seja, Geração Brasil foi
mais uma prova de que o público até
gosta de inovação, mas não sabe viver sem o eterno folhetim, a briga entre o
bem e o mal, e a luta de um casal para viver feliz um grande amor. E por falar
em casal, fazer com que Jonas (Murilo
Benício) e a Verônica (Tais Araújo) se
encontrassem apenas no sexto capítulo da trama
fez com que a química inicial do casal fosse ralo a baixo. No elenco
vale destacar Cláudia
Abreu espetacular como a Pamela
Parker, a personagem não chegou nem perto do sucesso arrebatador que foi a
Chayene de Cheias
de Charme, mas a atriz segurou a personagem com maestria, tanto que
ganhou o Troféu Melhores do Ano do Faustão de Melhor Atriz, derrubando a Maria Marta da Lília Cabral em Império e
Professora Juliana da Bruna Linzmeyer
de Meu Pedacinho
de Chão. Mas Geração Brasil acabou se segurando em seu núcleo
cômico, e nesse campo destaque para Leandro
Hassum e o Barata, e a impecável Dorothy Benson, a transexual vivida pelo
ator Luis Miranda em uma das
melhores interpretações do ano. Em junho quando começaram os jogos da Copa do
Mundo de 2014, a Globo para ganhar
espaço na grade para apresentação dos jogos resolveu criar um reality dentro de
Geração Brasil,
assim durante a Copa a novela ficou de
férias e era apresentado apenas os confinados no reality que escolheria o novo
Jonas Marra (Murilo Benício) em episódios de 3 minutos. Foi dentro desse
reality que o público se apaixonou pelo Casal Davi (Humberto Carrão) e Manu
(Chandelly Braz).
O Rebu
(Globo,14 de Julho de 2014 a 12 de Setembro de 2014)
O Rebu foi uma adaptação da novela
homônima escrita por Bráulio Pedroso
e apresentada na Globo . Em 1974, na exibição da original, a novela era uma
grande novidade e causou até uma certa estranheza, afinal toda a trama
passava-se apenas em dois dias, ou seja os 112 capítulos aconteceram todos em apenas
dois dias. Na versão de 2014, dos autores George
Moura e Sérgio Goldenberg a trama novamente se passou em dois dias mas esta só teve 36 capítulos. Tal qual
acontecera no passado, O Rebu novamente não foi um sucesso popular como se
esperava. Afinal nos dias de hoje o público já estava acostumado com essa
narrativa dos acontecimentos devido às várias séries americanas que quase
sempre seguem esse roteiro. Mas O Rebu de 2014 com certeza daqui a alguns anos será
vista como uma produção cult, devido a riqueza de detalhes e impecável produção
e direção com José Luiz Villamarim à
frente. Independente do sucesso popular O Rebu marcou o ano com grandes interpretações. Destaques
para as femininas que foram as estrelas da novela. Patrícia Pillar, Vera Holtz, Cássia Kiss Magro, Mariana Lima, Maria
Flor e Camila Morgado roubavam cada cena que apareceram. E o que dizer da Sophie Charlotte cantando “Minha Estupidez”, em um dos momentos
mais emocionantes do primeiro capítulo da trama? Decepcionei-me com o final
coerente demais. Depois de várias pistas
falsas no decorrer dos capítulos é revelado que Ângela (Patrícia Pillar)
é a assassina de Bruno (Daniel de Oliveira), tal qual na primeira versão. O Rebu foi a primeira produção
global disponível na plataforma on
demond no Now, para assinantes
da Net, a partir de outubro de 2014,
exatamente um mês depois dos seus término.
As redes sociais pela primeira
vez foram usadas como ferramenta
principal dentro de uma trama. Facebook
e Twitter entre outras serviram como
uma espécie de locutor dos acontecimentos dentro da mansão dos Mahler. A trilha
sonora de O Rebu também foi um detalhe importante para o requinte da
trama, uma pena não ter sido lançada comercialmente.
Pecado Mortal
(Record, 25 de Setembro de 2013 a
30 de Maio de 2014)
Pecado Mortal tinha todos os ingredientes para dar de volta a Record o segundo lugar na audiência.
Com um grande autor, Carlos Lombardi , marcado por vários
sucessos na Globo; um elenco de peso
e os anos 70 como pano de fundo e a impecável direção de Alexandre Avancini. Mas infelizmente a trama sofreu com a
audiência, muito por parte da grade da emissora que jogou a novela para depois das
11:00 , depois de um tempo Pecado Mortal foi
antecipada para às 21:10, ou seja competia direto com Em Família da
Globo, golpe baixo da Record. A Crítica até elogiou o
sempre perspicaz e anárquico texto do Lombardi, mas o autor passou por
tantos percalços dentro da trama que terminar a novela foi uma tarefa difícil.
O Autor teve que lidar com duas perdas
importantes no elenco : O Ator Marco Pitombo, que foi remanejado para
a novela Vitória e Mel Lisboa
que simplesmente pediu para sair da trama. Mas sem dúvidas o golpe maior em Pecado Mortal foi a saída de suas duas
estrelas Betty Lago e Jussara Freire,
que tiveram que abandonar a trama por problemas particulares. A dobradinha das
duas em cena sempre eram os melhores momentos da novela. Como destaque do
elenco a sempre perfeita Paloma Duarte
fazendo uma vilã dúbia; Simone Spoladore
que finalmente ganhou um grande papel na Record
e a Fernando
Pavão que fez do Carlão, numa interpretação segura e madura o grande
divisor de águas em sua carreira.
Chiquititas
(SBT, 15 de Julho de 2013 . . . )
A Novela infantil do SBT está há quase um ano e meio no ar,
e embora não tenha chegado a febre que foi a versão apresentada pelA emissora
entre 1997 e 2001, esta nova releitura do original mexicano escrito por Cris Morena, Gustavo Barros e Patrícia Maldonado, nessa adaptação
dada por Íris Abravanel vem
segurando uma boa audiência para a emissora. Depois de Carrossel (2012),
a autora mergulhou de cabeça nessa fonte de novelas voltadas para o público
infantil e que sempre encontrou no SBT
a melhor emissora a ser apresentada. A
Novela continua firme e forte na grade em 2015 e tem fôlego suficiente para completar
os dois anos no ar.
Vitória
(Record, 2 de Junho de 2014 . . . )
Vitória, novela da autora Christiane Fridmann, estreou em julho
de 2014 , praticamente no meio da Copa do
Mundo 2014 . Não sei o que a Record
pretendia, afinal nem a Globo ousaria estrear uma novela numa época dessa. Mas Vitória bateu esteiras e entrou no ar. A Trama muito
melodramática veio com uma novidade
apresentando o primeiro
protagonista paraplégico de uma novela. Mas
o melodrama não ficou preso à condição do personagem e sim ao texto “mexicano”
puxado. Fora da trama principal de Vitória, o núcleo nazista também exagerado, mas
crível , chamou atenção e proporcionou as cenas mais fortes e emocionantes da
trama. Juliana Silveira vem
brilhando absoluta vivendo sua primeira
grande vilã como estrela do núcleo. No elenco vale destacar Lucinha Lins, perfeita na pele da
Zuzu; Luciana Braga e sua Matilde
e a Beth Goulart na pele da Clarice.
Como revelação do elenco, nomes já conhecidos da casa que vem roubando a cena
em Vitória : Grabriel
Gracindo (Ziggy/Yago), André di
Mauro (Jorge) e Rafaela Mandelli
(Sabrina).
Império
(Globo, 21 de Julho de 2014 . . . )
Aguinaldo Silva anunciou um novelão com direito a uma nova Nazaré
Tedesco e tudo, mas depois do impacto da primeira fase de Império o
que se viu foi mais uma novela do autor
com os ingredientes já usados em várias outras tramas suas. Inclusive a
Imperador de Império,
o comendador José Alfredo (Alexandre Nero)
e sua família real lembrava em muito a família de Valdomiro, personagem
do José Wilker em Suave Veneno (1999). Nesta primeira fase de Império vale
destacar a impecável atuação do elenco encabeçado por Marjorie Estiano, Wanessa Giácomo e a revelação (já bem conhecida na mídia) Chay Suede que
viveu o comendador nesta fase. A
Expectativa pela segunda fase foi óbvia,
mas infelizmente a novela acabou se perdendo em pontos importantes. Pecou em
transformar a vilã Cora (vivida na segunda fase por Drica Moraes) em uma vilã pastelão, desperdiçando totalmente a boa
personagem anunciada como uma substituta de Narazé Tedesco, a maior vilã do
autor escrita para a novela Senhora do Destino, vivida pela atriz Renata Sorrah. Quando se imaginou que Império iria voltar para o
eixo com a empatia do público com o romance de José Alfredo (Alexandre
Nero) com Isis (Marina Ruy Barbosa), a
trama teve que usar do realismo
fantástico para substituir Drica Moraes
(que com problemas de saúde teve que se afastar da trama) por Marjorie
Estiano, com a desculpa dentro da trama de que Cora teria rejuvenescido
para sua primeira noite com José Alfredo. A Troca pode ter sido brusca, mas é
nítido que a Cora nasceu para ser vivida pela Marjorie, tanto que a personagem
depois da troca voltou ao seu perfil de vilã sem deixar as doses de comédia de
lado, tudo bem balanceado sem que um não ultrapasse o outro. Ou seja, a
Marjorie transformou a Cora em uma vilã cômica, tal qual a promessa do início
da trama, já a Drica caminha para o pastelão, que ela faz com maestria. No elenco de Império não
tem como reverenciar de joelhos Alexandre Nero, que em minha opinião
não interpreta o Comendador José Alfredo, ela se transformou no personagem.
Poucas vezes na tv um ator conseguiu fazer com tanta inteligência e
credibilidade um personagem. Mesmo com um realismo fantástico exagerado em uma
trama realista, Império tem tempo de se transformar em um novelão nestes
capítulos que serão apresentados em 2015.
Boogie Oogie
(Globo, 4 de Agosto de 2014 . . . )
Rui Vilhena trouxe de volta a era disco dos nostálgicos anos
70 com todo o charme e glamour da
década. Esse pano de fundo, a trilha
impecável com os clássicos da época somados ao bom texto e aos velhos “renovados” clichês fazem de Boogie Oogie uma
das novelas mais gostosas de assistir da atualidade. A Novela consegue a mágica de não cansar o
telespectador. Eu mesmo imaginei que o interesse de Boogie Oogie
iria de água abaixo depois da revelação da troca dos bebês. Ledo
engando! Antes mesmo do meio da novela foi revelado um dos segredos de Boogie Oogie,
mas o autor tratou logo de criar um próximo, com o tão bem guardado “Segredo da
Carlota” , e a cada novo entrecho revelado é criado mais dois, ou seja a novela
vem num pique total, e isso se reveste no
público cativo que a novela conquistou. A novela proporcionou
reencontros inimagináveis e que para saudosos feito eu, só por isso Boogie Oogie já valeu. Rever Betty
Faria e Francisco Cuoco em cena fez disparar o coração, como não se lembrar
do Carlão e Lucinha de Pecado Capital (1975)?
Ou a inesquecível dobradinha entre Betty
Faria e Joanna Fomm imortalizada na novela Tieta (1989)
e revivida com a Madalena e a Odete? Muita emoção. Aliás, um dos grandes acertos de Boogie Oogie foi seu elenco com grandes
nomes e atores que puderam finalmente viver um bom papel: Giulia Gamm, Betty Faria (De volta), Alessandra Negrini, Daniel Dantas, Heloísa Perissé, Fabricio Boliveira,
Ísis Valverde e Bianca Bin.
Alto Astral
(Globo, 3 de Novembro de 2014 . . . )
Mais um autor estreando em
voo solo entrou no horário das sete em meados de novembro. Daniel Ortiz ganhou a incumbência de desenvolver a sinopse deixada
por Andrea Maltarolli com supervisão
de Silvio de Abreu. Alto Astral tem a difícil tarefa de alavancar o horário
literalmente derrubado por Geração Brasil, mas mesmo com toda essa
responsabilidade a trama se mostrou despretensiosa,
e foi exatamente nesse ponto que ela se tornou mais forte. O Clichê da mocinha
que procura a mãe; a luta dos irmãos pelo amor de uma mesma mulher tudo isso
mesclado com assombrações em tom de comédia fazem de Alto Astral uma
trama leve para o horário. No elenco destaque para Thiago Lacerda perfeito na
pele do grande vilão e Claudia Raia
exuberante roubando a novela.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
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