Selva de Pedra, dos autores Eloy
Araújo e Regina Braga, foi o primeiro remake produzido pela Globo. A trama era a releitura da
versão de 1972, da autora Janete Clair
que teve um sucesso avassalador , com ReginaDuarte e Francisco Cuoco. Nesta versão de 1986, agora em cores, no horário nobre da emissora, TonyRamos ganhou o papel do protagonista Cristiano Vilhena, e depois de muitas
especulações sobre a atriz que viveria a mocinha da trama, Fernanda Torres foi a escolhida para viver a Simone, ganhando assim
sua primeira protagonista em novelas e praticamente única personagem da atriz
de maior destaque fora do humor.
O Remake não chegou nem perto do sucesso
da original, que chegou a dar 100% de audiência no capítulo em que Simone
(Regina Duarte) era desmascarada. Mas foi uma trama interessante,
principalmente pelo fato dos autores não terem fugido em nada da trama escrita
por Janete, chegando a apresentar cenas quase que idênticas em algumas tomadas.
Porém ao contrário da primeira versão
que abrilhantou ainda mais a carreira de Regina e Cuoco, os protagonistas do
remake não alcançaram o mesmo grau de
empatia com o público. No elenco,
destaque mesmo para Miguel Falabella, que fez do seu Miro
um malandro inesquecível, com direito a um bordão de sucesso , o “nhém,
nhém” , e Christiane Torloni,
espetacular como a vilã desiquilibrada Fernanda – prêmio pelo repercussão de
sua personagem anterior, a Jô Penteado de A Gata Comeu (1985).
A trilha nacional de Selva de Pedra
tinha uma tarefa difícil, afinal de contas a novela foi a posterior ao fenômeno Roque Santeiro (1985), que pela primeira vez na história da
fonografia da Som Livre trouxe duas
trilhas nacionais que venderam muito bem. Emplacar um disco de uma trilha
nacional que não se ofuscasse ainda pelas duas trilhas que marcaram Asa Branca era quase impossível ... Mas, Selva de Pedra Nacional fez jus ao nome da trama e apresentou temas
cosmopolitas e urbanos com rock, músicas chicletes que marcaram o ano e grandes
intérpretes que fizeram dela uma trilha
totalmente diferente da regionalista de Roque Santeiro e também inesquecível.
Antes de começar falar das faixas do
disco tenho que fazer um parágrafo especial para a capa, uma das mais feias já
produzidas pela Globo. Com uma colagem muito mal feita com o logotipo da
trama ao alto e as músicas com o nome de seus interpretes em recortes, parece
aqueles trabalhos de escolas, sabe? Pelo menos os meus, que sempre fui péssimo
com as mãos! Enfim , talvez até mesmo
para compensar essa capa a trilha foi o que foi.
O Disco abria com Zizi Possi no auge do seu sucesso com a balada “Perigo”, que assim junto com “Asa Morena” é uma das principais música
do repertorio da cantora. “Perigo” foi o tema da não menos perigosa Fernanda, a inesquecível
vilã vivida pela Crhistiane Torloni.
Dos temas chicletes que eu citei acima,
“Demais” da Verônica Sabino, tema da
protagonista Simone, vivida pela Fernanda
Torres, grudou na cabeça de todo mundo logo que seus primeiros acordes
tocaram na trama. Chega até ser injusto chamar a música de “Chiclete”,
afinal a melodia e a letra, versão de “Yes It Is”, são primorosas e foram
responsáveis por credenciar a cantora no
cenário musical brasileiro e transformá-la em um dos grandes nomes da
MPB.
“Tudo
Bem”, foi outra música da novela que virou hit, o tema da esfuziante
Cintia, a personagem da Beth Goulart,
interpretada pelo Lulu Santos. Com a
música o guitarrista provava também que sabia cantar baladas e melodias com uma
particularidade de poucos.
Outros ícones da MPB integraram a trilha:
Marina Lima com “Mate-me Depressa”, tema da ex-atriz
Laura, em mais uma inesquecível personagem da Maria Zilda Bethlem; IvanLins com “Sede dos Marujos”
embalou o romance de Joseph e Beatriz,
os personagens do Odilon Wagner
e da Ângela Figueiredo e o saudoso Gonzaguinha com “Mamão com Mel” embalou o
personagem Jorge Moreno, o eterno
apaixonado e incentivador da Simone, vivido pelo Otávio Augusto.
Joe
Euthanázia surpreendeu o mercado fonográfico com suas metamorfoses
artística que marcaram a MPB. Teve uma
carreira meteórica e morreu em um
acidente automobilístico no auge dela em meados de 1989. O Cantor foi o
responsável pelo tema do protagonista Cristiano (Tony Ramos) com a música “Na Selva das Cidades” que marcou o ano
de 1986 com sua batida inesquecível.
“Malandro
Agulha” é uma das poucos conhecidas interpretações da Blitz, que emplacou inúmeros sucessos
no decorrer da década de 80. A música foi tema do Miro, o malandro vivido pelo Miguel Falabella.
Diva, a doce irmã do Cristiano, vivida
pela espetacular Iara Jamra, ganhou
como tema a música “Tudo em Você” na
voz do Beto Guedes.
Cheque
Especial, por incrível que pareça, era o nome de uma das centenas de bandas
que nasceram na década de 80 e que tiveram um ou, no máximo dois hit´s emplacados nas paradas e
sumiram. Nos Estados Unidos esse
fenômeno foi chamado de one hit wonder. A Banda foi responsável com “Náufragos
do Amor” pelo tema de Caio, filho
primogênito de Aristides Vilhena (do saudoso Walmor Chagas), personagem do José Mayer.
A trilha trazia ainda Zé Rodrix e Renato Teixeira cantando
respectivamente, “A Garota do Teatro Rebolado”, tema da personagem Fanny, a ex-atriz
de teatro e dona da pensão mais movimentada da trama vivida pela Nicette Bruno e “Toda
Madrugada”.
O Lp nacional de Selva de Pedra trazia como sua última faixa o emblemático tema “Rock And Roll Lullubay” numa versão
instrumental do Freesounds, que foi
o tema de abertura dessa versão. O Música foi o grande hit da trilha
internacional da versão de 1972 na voz do B.
J. Thomas, que acompanhou a história de amor de Cristiano (Francisco Cuoco)
e Simone (Regina Duarte). Impossível
imaginar a trama em qualquer versão sem
os acordes desse tema imortal.
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
Pesquisa:
www.memoriaglobo.com.br
www.wikipédia.com
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