Novela que fechou uma fase das novelas apresentadas às 22 horas
Enfatizando o perigo da poluição nas
cidades grandes – Sinal de Alerta, do autor Dias Gomes ficou marcada pela temática ambientalista porém sem
nenhuma repercussão.
O Autor tentava novamente falar de
ecologia e meio-ambiente como fizera em O Espigão (1974), porém
Sinal de Alerta não conseguiu segurar o público e acabou sendo a
última novela a ser apresentada às 22 horas, um horário onde os autores podiam
arriscar e ousar mais. O desinteresse do
público para com a trama também deve-se
a deterioração do horário naquele ano quando passou a ser veiculado o horário político gratuito do
T R E (Tribunal Regional Eleitoral) que
obrigou a emissora apresentar a novela às 23 horas, assim o público não
aguentava ver os políticos na tv e consequentemente não esperava a trama
começar às 23 horas. O Horário eleitoral foi de setembro a novembro de 1978, ao
seu término a Globo na tentativa de
salvar Sinal de Alerta apresentou um
compacto dos primeiros capítulos apresentados durante o horário eleitoral, mas
o estrago já estava feito. Nem a colaboração de Walter George Durst nos 30 capítulos finais da trama salvaram a
história.
Enfim a fraca repercussão de Sinal de Alerta foi a gota
d´agua , depois da trama , a Globo
reapresentou um compacto de Gabriela (1975) e,
na sequência, a emissora lançou seriados nacionais que passaram a ocupar a
faixa das dez da noite: Malu Mulher, Plantão de Polícia e Carga Pesada, além de programas da linha de shows.
Em 1983 e em 1990 foram feitas duas
tentativas de reascender o horário das dez com Eu Prometo, última trama escrita por
Janete Clair, a qual não chegou a
terminar e, Araponga, protagonizada por TarcísioMeira, do Dias Gomes,
apresentada na verdade as 09:30, para bater de frente com o fenômeno Pantanal (1990) na Rede
Manchete.
Sinal de Alerta contava a história de Tião
Borges (Paulo Gracindo) que enriqueceu
de maneira brusca e é conhecido de todos. Nordestino, chegou ao Rio de Janeiro
muito jovem e sem dinheiro. Em poucos anos, tornou-se um empresário
bem-sucedido. É extrovertido e falastrão, porém, orgulhoso e prepotente. Sua
principal empresa, a Fertilit, fabrica fertilizantes e
inseticidas poluindo o bairro onde está instalada e provocando a revolta dos
operários e moradores da região.
Separado há cinco anos da personalística Talita (Yoná Magalhães), Tião
Borges quer o divórcio para se casar com a jovem Sulamita Montenegro (VeraFischer) , de família tradicional carioca. Porém, Talita nega-se a dar-lhe o
divórcio. Ela é uma mulher inteligente e determinada. Jornalista, proprietária
do jornal Folha do Rio, Talita empreende com mãos
de ferro uma verdadeira campanha contra a empresa do ex-marido.
Sulamita é uma bela jovem, criada dentro de uma rígida formação moral.
Mantem um noivado com Tião Borges, vigiado de perto pela mãe Melinda (Vanda
Lacerda) e as tias carolas Coló (Carmem Silva) e Cotinha (Maria Rúbia). Porém,
ela acaba envolvendo-se com Rudi Caravaglia (Jardel Filho), de quem engravida,
escandalizando sua família. Rudi chega até Tião Borges interessado em fazer um
roteiro para um filme sobre sua vida, com o amigo Chico Tibiriçá (Carlos
Eduardo Dolabella), recém-premiado diretor de cinema.
Os funcionários da Fertilit se rebelam contra a
direção da empresa e fazem passeatas de protesto lideradas por Consuelo (Isabel
Ribeiro) , uma operária, e Nilo Bastos (Eduardo Conde), jovem agressivo e
idealista que mora no bairro, sem profissão definida e emprego fixo. Ele é
casado com Vera (Bete Mendes), funcionária da Fertilit que
precisa do emprego, por isso não se envolve nas passeatas, mas acaba apaixonado
por Selma (Renata Sorrah), uma professora de classe média que abraça a sua
causa.
Dias Gomes tocou em feridas de poderosos empresários ao atacar problemas urbanos
como a poluição e a vida dura dos proletariados, que se viram retratados na
figura de Tião Borges, o protagonista , mostrado como o foco do problema. Além disso a interpretação de Paulo Gracindo, um capitão da indústria ao estilo dos
coronéis que o ator imortalizou na tv, também acrescentou para a exaustão do público com a trama.
Outros pontos foram citados como
problemas em Sinal
de Alerta – as cenas sufocantes da
vila esfumaçada, além dos movimentos contra poluição através dos operários da
Fábrica Fertlit, que no ABC Paulista
teriam sido mais realistas do que em praças cariocas.
O fictício jornal Folha do Rio, de propriedade da Talita , era publicado
especialmente para a novela, noticiando os acontecimentos da trama. Outra
cuidado que Sinal
de Alerta teve foi a produção de
telejornais especialmente para serem apresentado na novela. O jornal era
gravado e editado nos estúdios Globo,
gerado em fitas e exibidos via
videocassetes nos televisores dos personagens da história.
Os animais de estimação dos personagens determinavam a ordem de gravação
de algumas cenas. É que os cachorros de Talita (Yoná Magalhães) e Consuelo
(Isabel Ribeiro) não podiam entrar no estúdio enquanto os gatos de Coló (Carmem
Silva) e Cotinha (Mara Rúbia) estavam do
set. É que o cheiro dos felinos no estúdio “desconcentrava” os cães.
Sinal
de Alerta trouxe uma inovação em sua abertura – não havia música-tema, mas
uma sonoplastia especial para ilustra-la, com sons e ruídos. A intenção era
mostrar o caos urbano a que se propunha a história.
Personalidades como o arquiteto Oscar
Niemeyer e Ruth Chsristie, então presidente da Campanha Popular em Defesa da
Natureza, deram depoimentos durante a trama sobre questões ecológicas.
A Trama foi a primeira novela das
atrizes Angelina Muniz e Dulce Conforto, e dos atores Eduardo Conde e Fernando Eiras, que até então só havia feito pequenas
participações. Foi a primeira novela na Globo da atriz Betina Viany.
Sinal de Alerta foi
a primeira novela com Paulo Ubiratan
creditado como diretor, tendo trabalhado com Walter Avancini e Jardel
Mello.
Mesmo com todos os percalços de Sinal de Alerta,
que a tornaram uma novela impopular, as qualidades técnicas e a importância do
tema foram reconhecidas pela APCA
(Associação Paulista dos Críticos de Arte) ,
que a consideraram a melhor novela do ano de 1978.
Ficha Técnica:
Novela do Autor Dias Gomes
Direção Geral: Walter
Avancini
Elenco:
PAULO GRACINDO – Tião Borges
JARDEL FILHO – Rudi Caravaglia
VERA FISCHER – Sulamita Montenegro
YONÁ MAGALHÃES – Talita Borges
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Chico Tibiriçá
RENATA SORRAH – Selma
EDUARDO CONDE – Nilo Bastos
BETE MENDES – Vera
ISABEL RIBEIRO – Consuelo
NELSON CARUSO – Norival
MILTON GONÇALVES – Rafa
RUTH DE SOUZA – Adelaide
ELZA GOMES – Henriqueta
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – Lúcio Braga
DARY REIS – Azevedo
TAMARA TAXMAN – Geórgia
LUIZ ARMANDO QUEIRÓZ – Duda
SÔNIA REGINA – Martinha
PAULO GONÇALVES – Nicanor
ANA ARIEL – Constança
TONY FERREIRA – Padre Mauro
RUY REZENDE – Fumaça
VANDA LACERDA – Melinda
MARA RÚBIA – Cotinha
CARMEM SILVA – Coló
DORINHA DUVAL – Ofélia
ANTÔNIO GANZAROLLI – Teodoro
CLEMENTINO KELÉ – Sansão
JORGE BOTELHO – Bruno
ROBERTO MURTINHO – Loiola
BETINA VIANY – Justina
LEILA CRAVO – Daisy
SAMIR DE MONTEMOR – Rocha
ANGELINA MUNIZ – Rita
DULCE CONFORTO – Lia
FERNANDO EIRAS – Mário
NEILA TAVARES – Roberta
ARTHUR COSTA FILHO – Souza
AUGUSTO OLÍMPIO – Rato
NENA AINHOREM – Júlia
NOIRA MELLO – Joana
MACEDO NETO – Ademar
CECÍLIA SIMÕES – Clarisse
LÉA ALVES – secretária de Talita na Folha da Tarde
JARDEL FILHO – Rudi Caravaglia
VERA FISCHER – Sulamita Montenegro
YONÁ MAGALHÃES – Talita Borges
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Chico Tibiriçá
RENATA SORRAH – Selma
EDUARDO CONDE – Nilo Bastos
BETE MENDES – Vera
ISABEL RIBEIRO – Consuelo
NELSON CARUSO – Norival
MILTON GONÇALVES – Rafa
RUTH DE SOUZA – Adelaide
ELZA GOMES – Henriqueta
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – Lúcio Braga
DARY REIS – Azevedo
TAMARA TAXMAN – Geórgia
LUIZ ARMANDO QUEIRÓZ – Duda
SÔNIA REGINA – Martinha
PAULO GONÇALVES – Nicanor
ANA ARIEL – Constança
TONY FERREIRA – Padre Mauro
RUY REZENDE – Fumaça
VANDA LACERDA – Melinda
MARA RÚBIA – Cotinha
CARMEM SILVA – Coló
DORINHA DUVAL – Ofélia
ANTÔNIO GANZAROLLI – Teodoro
CLEMENTINO KELÉ – Sansão
JORGE BOTELHO – Bruno
ROBERTO MURTINHO – Loiola
BETINA VIANY – Justina
LEILA CRAVO – Daisy
SAMIR DE MONTEMOR – Rocha
ANGELINA MUNIZ – Rita
DULCE CONFORTO – Lia
FERNANDO EIRAS – Mário
NEILA TAVARES – Roberta
ARTHUR COSTA FILHO – Souza
AUGUSTO OLÍMPIO – Rato
NENA AINHOREM – Júlia
NOIRA MELLO – Joana
MACEDO NETO – Ademar
CECÍLIA SIMÕES – Clarisse
LÉA ALVES – secretária de Talita na Folha da Tarde
as crianças
ROBERTO SILVEIRA FILHO – Tiãozinho (filho de Talita e Tião Borges)
FERNANDO MARCONDES – Carlinhos (filho de Nilo e Vera)
MÁRCIO SILVA – Miguel (filho de Selma)
ROBERTO SILVEIRA FILHO – Tiãozinho (filho de Talita e Tião Borges)
FERNANDO MARCONDES – Carlinhos (filho de Nilo e Vera)
MÁRCIO SILVA – Miguel (filho de Selma)
e
BRANDÃO FILHO
CARLA NEIL
CLÁUDIO FONTES – advogado
ED HEATH – engenheiro
FERNANDO JOSÉ
HELENA RÊGO
JOÃO BATISTA RIBEIRO – advogado
JURANDIR SILVA – segurança
LUÍS ORIONI
MANFREDO COLASSANTI – Giuseppe
MARIA LÍGIA – madre
MÁRIO PETRÁGLIA – Luciano (falecido marido de Selma)
MURILO NERY – Dr. Moreira (advogado de Tião Borges)
NELSON BROOK – procurador
NELSON FREITAS – chefe de segurança da fábrica
RAFAEL VIZARRO
RENATO RESTIER
ROFRAN FERNANDES – Moreira
BRANDÃO FILHO
CARLA NEIL
CLÁUDIO FONTES – advogado
ED HEATH – engenheiro
FERNANDO JOSÉ
HELENA RÊGO
JOÃO BATISTA RIBEIRO – advogado
JURANDIR SILVA – segurança
LUÍS ORIONI
MANFREDO COLASSANTI – Giuseppe
MARIA LÍGIA – madre
MÁRIO PETRÁGLIA – Luciano (falecido marido de Selma)
MURILO NERY – Dr. Moreira (advogado de Tião Borges)
NELSON BROOK – procurador
NELSON FREITAS – chefe de segurança da fábrica
RAFAEL VIZARRO
RENATO RESTIER
ROFRAN FERNANDES – Moreira
Exibição: 31
de Julho de 1978 à 26 de Janeiro de 1979
Capítulos: 116
Veja Também :
Aberturas Inesquecíveis - Sinal de ALerta (1978) |
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Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
Pesquisa:
www.wikipedia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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