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Meus Personagens Favoritos do Paulo Gracindo


  
        Paulo Gracindo, nosso eterno Bem Amado! É assim que  o grande e  inesquecível Paulo Gracindo é chamado na maioria das reportagens feitas sobre ele. É uma referencia ao seu personagem mais marcante na tv, o prefeito Odorico Paraguaçu da novela O Bem Amado (1973) do autor Dias Gomes.
        Paulo Gracindo nos deixou em 04 de Setembro de 1995, aos 84 anos, e se imortalizou na história da teledramaturgia nacional.
        O Ator começou a carreira no teatro participando das mais importantes companhias teatrais da década de 30 e 40, porém seu nome só ganhou projeção nacional quando  ganhou na Rádio Nacional o Programa Paulo Gracindo. Depois foi aclamado também por  viver o Albertinho Limonta na radionovela O Direito de Nascer.  Foi na Rádio também que o ator testou sua veia cômica no elogiadíssimo quadro Primo Pobre e Primo Rico, no qual  dividiu por anos com Brandão Filho.
        Mas seu destino era a Tv, e em 1967estreou em A Rainha Louca, dando vida ao Conde Demétrius.  Logo depois o ator começou a mostrar seu talento nato em viver os mais variados tipos característicos na Tv e se consagrou  com interpretações impossíveis de serem copiadas. São esses personagens que o post vai relembrar hoje e ficar com ainda mais saudades de personagens como o Tucão,   Odorico Paraguaçu, Joao Maciel , O Betinho e tantos outros.


Tucão de Bandeira 2 (1971)
Bandeira dois

com MARILIA PERA  
        O Tucão de  Bandeira 2, novela do autor Dias Gomes, era o quinto personagem do Paulo Gracindo na Tv. O Autor na verdade escreveu  o Tucão pensando no ator Sérgio Cardoso, grande astro da época. Porém o ator exigiu algumas mudanças no personagem, e o autor fincou o pé  e queria o Tucão do jeito que foi concebido, assim Daniel Filho convidou Paulo Gracindo para o papel, que até então só havia feito personagens coadjuvantes com características de grã-fino.  O Tucão acabou consagrando o ator que foi elevado ao status de grande astro na emissora e chegou até suplantar a protagonista feminina da novela , vivida pela Marília Pêra.  A Censura da época exigiu que o novelista matasse o Tucão no final da trama, mesmo com toda a empatia do público pelo personagem. A Comoção foi tão grande que a realidade se confundiu com a ficção e muitas pessoas foram ao cemitério no qual estava sendo gravadas as cenas do sepultamento achando que Paulo Gracindo havia morrido. O Jornal carioca Luta Democrática estampou em letras garrafais em sua manchete: “MORREU TUCÃO!”.     


Ramiro Bastos de Gabriela (1975)
Gabriela

 
        Em 1975, Paulo Gracindo foi envelhecido para dar vida ao Coronel Ramiro Bastos, na trama de Gabriela, do autor Walther George Durst, baseado na obra do escritor Jorge Amado. O Personagem foi outro tipo característico vivido pelo ator e foi um dos destaques desse clássico da teledramaturgia nacional.


Betinho de Rainha da Sucata (1990)
Rainha da sucata

 
        “Coisas de Laurinha!” Esse era  o bordão do personagem do  Paulo Gracindo na trama de Rainha da Sucata, do autor Silvio de Abreu.  Nesta lista esse é o único grã-fino interpretado pelo ator, o tipo de personagem que ele começou fazendo no início da carreira na tv. O Betinho, um rico falido , era o marido da vilã da trama Laurinha Figueroa (Glória Menezes), e a dobradinha entre esses dois astros rendeu  ótimas cenas para a novela.


João Maciel de O Casarão (1976)
O casarão

com a saudosa YARA CORTES 

        Ao lado de Yara Cortes, o saudoso Paulo Gracindo protagonizou a novela O Casarão, do autor Lauro César Muniz. A Novela que contava a história de vida de uma família tendo como pano de fundo o casarão marcou a história da teledramaturgia devido a intercalação dos tempos. Em um mesmo capítulo podíamos ver os personagens em três épocas diferentes.  Gracindo Junior, filho de Paulo viveu o personagem João Maciel na fase mais nova do personagem. Mas sem dúvidas quem roubou a cena foi o casal mais velho formado por Paulo e Yara. Inesquecível a cena final em que depois da morte de Atílio (Mário Lago), João Maciel espera Carolina, e ela ao chegar pergunta se ele esperou muito,  ele responde: “Apenas 40anos” referindo-se ao primeiro encontro marcado pelo casal, 40 anos antes.


Tião de Sinal de Alerta (1978)
Sinal de alerta

com a Vera Fischer 

        Sinal de Alerta foi   outra novela do Dias Gomes que o Paulo Gracindo protagonizou. Na trama o ator deu vida a Tião Borges, um homem muito conhecido de todos mais que enriqueceu de maneira brusca. Já começa a novela separado da esposa Talita Bastos (Yoná Magalhães), que insiste em não lhe dar o divorcio  por saber que ele só espera por isso para casar-se com seu grande amor, a jovem Sulamita Montenegro (Vera Fischer). A Novela  foi a última a ser apresentada no horário das dez, acabou não fazendo muito sucesso, mas o ator pontuou mais uma vez um belo trabalho.


Vovô Pepe de Mandala (1987)
Mandala

com GIANFRANCESCO GUARNIEIRI 

        Com esquecer o Vovô Pepe, de Mandala também do autor Dias Gomes? O personagem era um anarquista histórico e convicto, Seu horror à obediência e às normas vigentes e ao despotismo representado pelas leis, ou pelos regulamentos, faz com que nunca feche as portas, esqueça com frequência de vestir as calças, entre outras coisas. Na segunda fase da novela, já esclerosado, confunde tudo, fazendo observações sem nexo, mas nunca abdica de seus princípios ideológicos, sua pregação por uma sociedade sem governo. Detesta que alguém concorde com ele em alguma coisa e, então, logo muda de ideia. Ninguém o leva a sério.


Padre Hipólito de Roque Santeiro (1985)
Roque santeiro (1985)

com LIMA DUARTE 

        A Novela Roque Santeiro, do autor Dias Gomes, foi recheada de grandes atores que imortalizaram seus personagens, e claro que o Paulo Gracindo interpretando o simpático e enérgico Padre Hipólito, da paróquia de Asa Branca, também foi um dos pontos fortes da novela. O Padre rege sua igreja pelos rígidos padrões morais  e dogmas católicos,  mas nem por isso atura as beatices de Dona Pombinha  (Eloisa Mafalda) e cia. No decorrer da trama , Asa Branca recebe um novo pároco,  Padre Albano (Cláudio Cavalcanti), um padre progressista, representante da nova Igreja e os dois batem de frente em seus princípios.  Mas o saldo dessa história é que Paulo Gracindo fez uma das melhores representações de padres do interior que eu vi na Tv.


Odorico Paraguaçu de O Bem Amado  (1973)
O bem amado

 
        “Os cachacistas juramentos”
        “As donzelas praticantes”
        “Vamos botar de lado os entretantos e partir pros finalmentes”

        Essas e outras frases foram imortalizadas na novela O Bem Amado, do autor Dias Gomes, pelo candidato a prefeito da cidade de Sucupira, Odorico Paraguaçu.  A criação do Paulo Gracindo foi memorável, única e antológica para Tv brasileira.  O Sucesso do personagem e da novela foi tão grande que em 1980 a Globo produziu o seriado O Bem Amado, com Paulo Gracindo ressuscitando o Odorico Paraguaçu, literalmente, que havia morrido no final da novela inaugurando o cemitério que ele mesmo criou em sua administração como prefeito de Sucupira. Não é a toa que Paulo Gracindo faz tanta falta na Tv. Para nossa sorte sua obra está registrada e imortalizada na história da teledramaturgia nacional.




Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa

Pesquisa : teledramaturgia.com , memóriaglobo.com 

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