Para os que acompanham as novelas
noturnas atualmente uma conversa
é unanime, o infeliz fracasso de Babilônia, o sucesso de Os Dez Mandamentos na Record, Cumplices de
Um Resgate no
SBT e Mil e Uma Noites na Bandeirantes.
Mil e Uma Noites é a única entre elas
que é uma novela estrangeira, e prova mais uma vez que as novelas exportadas
apesar do sucesso das brasileiras ainda tem seu lugar reservado na grade das
emissoras.
O SBT foi a primeira emissora a exportar
as produções em meados da década de 80 e
é a emissora que mais apresentou novelas estrangeiras até hoje. A primeira foi Os Ricos Também em 1982, com a estrela Verônica Castro, que passou a ser conhecida no Brasil inteiro
depois do sucesso da trama.
Claro que a
comparação com as novelas brasileiras é uma covardia, a Globo e suas novelas servem de parâmetro para várias delas, porém mesmo assim o exagerado melodrama ainda
continua sendo a marca registrada dessas tramas. Embora muitos ainda virem a cara para os
melodramas mexicanos, o sucesso delas é
incontestável.
Pensando
nisso fiz uma listinha com as 10 novelas estrangeiras apresentadas pelo SBT que mais gostei. Na lista estão tramas dos anos 90 em diante,
década em que comecei a assisti-las.
A Estranha
Dama (Argentina – 1992)
Lembro-me do
fenômeno que foi A Estranha Dama no SBT. Ainda estudava
a noite, e era uma correria para chegar a tempo de ver a trama. A Estranha
Dama,
novela produzida por Omar Romay,
do original de Lucy Galardo, foi apresentada no Canal 9 da Tv Argentina em 1989. Protagonizada por Luisa Kollok, Jorge Martinez e Maria Rosa
Gallo. O SBT apresentou a novela entre
maio e julho de 1992, e em menos de 1 mês a trama voltou a ser apresentada
entre agosto de 1992 e janeiro de 1993. A novela contava a história de Gina (Luisa
Kollok) que depois de uma desilusão amorosa e
descobrir que estava grávida, ela é acolhida por um convento e 17 anos
depois era conhecida como Irmã Piedade. Depois de retornar sua cidade, Irmã
Piedade passa a frequentar a noite com outra identidade, sendo chamada de A Estranha
Dama.
Topázio (Venezuela
– 1992)
Topázio consagrou a atriz Grécia Colmenares no Brasil na pele da romântica e sensível
cega. A
Novela Mostrava a vida dE Topázio (Grecia Colmenares), que se apaixona por Jorge Luis (Víctor Cámara),
filho dos donos da fazenda grande, mal sabiam eles que foram trocados à
nascença, pois, Topázio foi dada como morta. Topázio tinha um grande amigo
Sirilo (Carlos Cámara), que sofria de problemas mentais.
Topázio é uma novela venezuelana produzida e apresentada pelo pelo canal RCTV. A Novela era uma remake da trama de Esmeralda,
da cubana Delia Fialho de 1970.
O tema de
abertura da versão brasileira, a música “Que
Por Que Te Quero” do cantor Carlos Mata, virou hits e tocou incessantemente
nas rádios. Inesquecível!
O SBT apresentou Topázio entre
14 de Julho de 1992 e 1º março de 1993.
Chispita (Mexicana – 1984)
Chispita sem dúvidas foi a primeira novela infantil mexicana a se tornar um
fenômeno nacional. Lucero, a
protagonista, que na época ainda usava o
nome artístico de Lucerito, se
transformou em estrela do dia para a noite. A Atriz deu uma entrevista para o Gugu no Viva a Noite
contando da surpresa do sucesso da trama no Brasil.
O SBT apresentou capítulos tão arrastados
e pequenos que a trama ficou mais tempo no ar no Brasil do que na sua exibição
original no México em 1982. O SBT apresentou a trama entre 12 de
Março à 03 de Novembro de 1984, com mais 3
reprises em 1985, 1992 e 1996.
Durante
muito tempo Chispita foi a única novela protagonizada por Lucero apresentada pelo SBT, até Lazos de Amor, em 2006. A Atriz é a
protagonista da próxima novela da emissora A Dona, que estreia ainda este mês no SBT.
Chispita é uma remake de Andrea
Celeste, produzida em 1979 na Argentina,
e protagonizada por Andrea Del Bocca.
Em 1996, a Televisa realizou outro
remake, Luz
Clarita, protagonizada por Daniela
Luján.
Rosa Selvagem (Mexicana - 1991)
Verônica Castro, famosa no Brasil desde
Os Ricos Também
Choram, voltou em grande estilo como a protagonista de Rosa Selvagem,
novela inspirada no romance La Gata e La Indomable da Inês Rodena, e em uma história de Abel Santa Cruz , adaptada por Carlos
Romero e produzida por Valentin Pimstein, foi sucesso absoluto
no Brasil.
A novela
conta o drama de Rosa (Verõnica Castro) que vive com sua madrinha em um bairro muito
pobre, ela é uma garota muito simples e se veste como um garoto. Ela foi
abandonada pela sua mãe, Paulette (Irma Lozano). Num certo dia Rosa vai a uma
mansão para roubar maçãs e conhece o dono da casa Ricardo (Guilhermo Capetillo).
Ricardo é um homem rico e que vive em constantes
discussões com suas irmãs que sempre querem decidir com quem ele deve se casar.
Simplesmente Maria (Mexicana – 1991)
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Outra
atriz mexicana que brilhou no Brasil foi Victoria
Ruffo quando Simplesmente Maria tomou conta
do horário nobre do SBT e virou
fenômeno nacional.
A novela
baseada na obra Simplesmente
Maria, novela peruana exibida em
1969.
A história
extremamente dramática, afinal Maria sofria o pão que o diabo amassou durante
praticamente toda a sua trajetória, tomou o Brasil de assalto.
O SBT apresentou a novela entre setembro
de 1991 e março de 1992 com uma excelente audiência.
Carrossel (Mexicana – 1991)
Não
consigo imaginar a década de 90 sem Carrossel e a
professora Helena, a novela mexicana que sem dúvidas é o maior sucesso do
gênero no Brasil.
Baseada em Jacinta
Pichimahuida, la Maestra que no se Olvida, tem por argumento a história de uma turma de crianças do 2º
ano do Ensino
Fundamental da
Escola Mundial. Juntos, eles descobrem os prós e os contras da vida e procuram
resolver seus problemas com alegria e descontração, sempre com o auxílio e
carinho da Professora Helena (Gabriela Rivero), que servia como uma segunda mãe
para eles.
A novela
foi transmitida pelo SBT entre maio
de 1991 e abril de 1992 , e reprisada em 1993, 1995 e 1996. A trama foi
fenômeno nacional, chegando a ofuscar a trama do horário nobre global da época,
O Dono do Mundo,
do Gilberto Braga. Gabriela Rivero imortalizou a professora Helena, e
impossível imaginar quem não se apaixonou por sua doçura.
Em
2012, O SBT levou ao ar um remake de Carrossel, baseado na obra mexicana, com
a atriz Rosanne Mulholland no
papel da professora Helena.
Maria
Mercedes (Mexicana/1996), Marimar (Mexicana/1996) e Maria do
Bairro (Mexicana – 1997)
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A trilogia das
Marias se iniciou no SBT em 1996 com
Maria Mercedes. A trilogia era uma
referência às três novelas protagonizadas pela atriz e cantora mexicana Thalia, que além de Maria
Mercedes, tem Marimar e Maria do Bairro. A semelhança entre elas não se resumia apenas à protagonista. O nome das três
personagens vividas pela atriz chamava-se Maria, eram muito pobres e ignorantes
e as três tramas eram baseadas em sucessos da década de 70 escritos pela autora
Inês Rodena.
Para Maria
Mercedes, a Televisa pensou primeiramente em Verônica Castro, famosa por Os Ricos Também Choram e Rosa Selvagem, e depois em Lucero,
a eterna Chispita, mas os produtores fincaram o pé e
puseram Thalia como estrela, que
vinha do fracasso Luz y Sombra.
A aposta foi certeira. Thalia se
transformou em fenômeno nacional primeiramente por sua beleza e sua cintura
inconfundível e depois teve seu talento consagrado como grande atriz dramática
e cantora. Graças as novelas a atriz veio várias vezes ao Brasil. Laura Zapata, a Malvina de Maria
Mercedes é
irmã de Thalia na vida real. A irmã como sua antagonista e vilã foi uma
exigência de Thalia para
protagonizar a novela. Em 2007, o SBT
produziu um remake de Maria Mercedes,
a novela Maria Esperança protagonizada por Bárbara
Paz.
Maria do Bairro, exibida no SBT
em 1997, fechou a trilogia das novelas
com Thalia, a trama era uma remake
de Os Ricos também Choram, e virou
um sucesso arrebatador. É a maior novela em número de capítulos das três. O
Tema de abertura da novela, assim como as outras duas , também foi gravado por Thalia, porém o sucesso de Maria do
Bairro pelo
mundo fez a música virar hit mundial, consagrando ainda mais Thalia
como cantora.
A Usurpadora (Mexicana
- 1999)
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A Usurpadora, o novelão exibido pelo SBT já por seis vezes, está em sua reta final. A história da irmãs
gêmeas sendo uma boa e a outra má conquistou o país de tal forma que é
impossível encontrar alguém que não a tenha assistido. O Sucesso da novela foi
tão grande, que no México depois do seu término, o autor Carlos Romero, criou um espécie de continuação da novela em mais 3
capítulos, que no Brasil foi batizado de “Além de A Usurpadora”.
Gabriela Spanic que viveu as gêmeas
Paulina e Paola virou sucesso nacional e veio ao Brasil receber esse carinho
pessoalmente. Curioso é que Gabriela tem realmente uma irmã gêmea, a também
modelo e atriz Daniela Spanic, que
inclusive serviu de dublê para algumas cenas das gêmeas de A Usurpadora.
A Novela foi
exibida primeiramente no SBT em
1999, e mesmo com várias reprises a trama cada vez que é reapresentada é
marcada pelo sucesso. Dia 28 de agosto próximo, o SBT
finaliza a 6ª. reprise da trama e com certeza a veremos novamente. A Usurpadora foi
apontada por especialistas em novelas como o resgate dos clássicos folhetins
franceses do século 19 e das
radionovelas cubanas e as fotonovelas brasileiras. A novela inclusive virou tema de estudos
acadêmicos no Brasil.
Carinha de
Anjo (Mexicana – 2001)
Como me dava
vontade de pegar a Daniela Aedo e apertar e beijar todinha. A Atriz
protagonista de Carinho de Anjo era uma doçura e seduziu o Brasil com suas aventuras na
trama, que era um remake de Mundo de Juguete , telenovela exibida pela Televisa em 1974.
O Sucesso da
novela trouxe Daniela Aedo ao Brasil
para divulgar a trama e o lançamento da boneca Carinho de Anjo, baseada na personagem Dulce Maria.
A novela foi
apresentada pelo SBT em 2001 e
reprisada em 2003.
Café com
Aroma de Mulher (Colombiana – 2001)
Café com
Aroma de Mulher é
a novela colombiana de maior sucesso dentro e fora do país. Criada por Fernando Gaítan, a novela consagrou Margarita Rosa de Francisco na pele da
Gaivota, seu papel de maior destaque da carreira.
Guy Ecker, o protagonista que vivia o
Sebastião é brasileiro, mas só se tornou conhecido nas novelas colombianas e
mexicanas.
Na trama vale
destacar também a antagônica atuação de Alejandra
Borrero, que viveu a Lúcia Valejjo.
A produção de
Café
com Aroma de Mulher causou
um grande impacto na história das telenovelas latinas que até então não haviam mostrado tão unidas ambas as áreas rurais e
modernas da Colômbia que tiveram um
papel importante no desenvolvimento da produção, desde tramas no coração das
plantações de café, oferecendo uma vista panorâmica e autêntica da cultura dos cafeicultores colombianos, bem como na capital mostrando o negócio do café em uma grande empresa
exportadora e do trabalho da Federação
Nacional de Cafeteiros da Colômbia.
No Brasil
a trama foi exibida entre março e setembro de 2001, tendo sido reprisada já
duas vezes.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Wikipédia.com.
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