A trama de Gilberto Braga encerra esta semana, e é uma pena que vá
ficar conhecida como a novela mais rejeitada da história do horário nobre.
Babilônia teve muitos percalços, prometeu muito
e infelizmente teve que se adaptar aos novos padrões morais ditados desde a
exibição do beijo gay logo no primeiro capítulo.
Muito além do beijo e tramas que
tiveram que ser sacrificadas, Babilônia ao tentar agradar uma fatia da sociedade chocada com a
história forte, acabou dando uma incoerência tão explicita à trama que muitas
vezes ficou impossível engolir certas situações.
Mas Babilônia é uma trama do Gilberto
Braga, um dos nossos grandes novelistas, e teve sim seus pontos fortes.
Glória
Pires no elenco
Embora
tendo que em muitas cenas carregar a
novela nas costas, e nisso ela tem muita experiência. Glória Pires é um amuleto para qualquer novela e
no caso do Gilberto Braga é tiro
certeiro. Lembram-se do que ela fez para Insensato Coração? Embora a Beatriz merecesse ter brilhado mais, sem
dúvidas ela foi a grande personagem da novela.
Luiza
Arraes e Chay Suede
Sem um casal
protagonista que emplacasse, porque cá pra nós a Regina (Camila Pitanga) e Vinícius (Thiago Fragoso) não dá pra engolir, e a Alice (Sophie Charlotte) e o Evandro
(Cássio Gabus Mendes) que prometiam tanto no começo, acabaram se transformando em um casal tão sem
graça, que a única solução foi se apegar a história Romeu
e Julieta do Rafael e da Laís, personagem da Luisa Arraes e Chay Suede. O
Casal que inicialmente parecia aqueles protagonista de Malhação, logo começaram a chamar atenção do público com a difícil história das famílias tão diferentes. Claro que o Chay Suede não fez em toda Babilõnia o que fez em apenas 5 capítulos de Império, mas a Luisa
Arraes conseguiu com seu talento transformar a história do Rafa e da Laís,
no trama romântica principal da trama.
A
Consuelo da Arlete Salles
O núcleo
cômico de Babilônia também não decolou. Nem o Marcos Veras e Maria Clara Gueiros (que sofreu mais do que fez rir)
conseguiu dar graça e segurança ao núcleo. Na contramão disso, Arlete Salles tida como a mulher
preconceituosa e beata fervorosa, acabou
se tornando a grande atração desse circo. A Consuelo é uma personagem riquíssima dramaturgicamente e
a Arlete Salles como ninguém dar
show com um bom texto nas mãos. Apesar da semelhança inicial com a Kika Jordão
de Lua
Cheia de Amor (1990),
novela baseada na novela Dona Xepa, que é
do Gilberto, a Consuelo ganhou vida
própria e se transformou no verdadeira “Puro Xiquê” de Babilônia.
O
Romance de Ivan e Sérgio
Saiu Marcos Pasquim e entrou Cláudio Lins. O público torceu o nariz
para o personagem homossexual que o Marcos Pasquim viveria na trama de Babilônia. Paciência! Quem saiu perdendo foi o Pasquim que poderia
ter feito um personagem bem diferente de todos que já havia feito na tv. Claudio Lins entrou na trama para viver
o romance gay com o Ivan, personagem do Marcelo
Mello Jr, e mesmo com um romance sem muita ousadia, Gilberto Braga manteve a história digna dos personagens. Vale
destacar o sempre ótimo desempenho do ator Marcelo
Mello Jr, que novamente conseguiu transformar um pequeno personagem em uma
grande participação.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Comentários
Postar um comentário