Ângela
Leal está de volta à Globo na
pele da vendedora de sanduíches Noêmia, no seriado Sob Pressão, depois de 10 anos de
serviços prestados a RecordTv.
Uma das grandes atrizes brasileiras com passagem em todas as emissoras do país, sempre teve como principal
característica do seu trabalho a simplicidade em dar vida a personagens que
mais parecem pessoas da vida real.
ÂngelaLeal se formou em Direito pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro, e apesar de sempre ter gostado do teatro, não
pensava em se profissionalizar. Mas tarde, insatisfeita com a profissão,
decidiu fazer um curso de teatro com Sérgio
Britto, e ao término do curso já era indicada a participar da primeira
versão de Irmãos
Coragem (1970), da Janete Clair na Globo.
Apesar de nunca ter feito teatro, Ângela Leal é considerada uma mulher do
teatro graças a sua luta pela manutenção do Teatro Rival – onde seu pai, Américo
Leal, foi gerente e depois dono – e pela recuperação de todo o entorno da Cinelândia.
No cinema estreou em 1975 em O Casal, e
participou de longas importantes como Zuzu Angel (2006),
Bonitinha,
mas Ordinária (2013) entre outros.
O e10blog já havia feito uma homenagem a Ângela Leal, quando a grande dama da tv
estrelou o remake de Dona Xepa na RecordTv, mas estava lhe devendo essa
homenagem mais detalhada e agora com gostinho de comemoração por seu retorno à
tv.
Iolanda de Irmãos Coragem (1970)
Ângela
Leal estreou timidamente na trama da primeira versão de Irmãos Coragem,
da autora Janete Clair. Na novela
ela deu vida a Iolanda, a enfermeira que
atende Lourenço (Helmício Fróes) depois de uma acidente de carro. O tão perseguido
diamante vai parar, temporariamente, nas mãos dela.
Olga de Gabriela (1975)
Depois de alguns personagens de
destaque, em 1975 a atriz ganhou um dos personagens de peso na trama de Gabriela,
do autor Walter George Durst,
baseado no romance Gabriela, Cravo e Canela do Jorge
Amado. Na trama, Ângela deu vida a rica e mimada Olga Bastos, esposa do
mulherengo Tonico Bastos, do Fúlvio
Stefanini. Por causa do temperamento
do marido é extremamente ciumenta, mas nem isso apaga o fogo de Tonico pela cidade.
É conhecida por seus exageros no vestir
e na defesa da honra e bons costumes.
Carmem de Escrava Isaura (1976)
Na primeira versão de Escrava Isaura,
do Gilberto Braga, baseada no
romance de A
Escrava Isaura, do Bernardo
Guimarães, Ângela Leal deu vida a canastra cantora Lírica Carmem, que se
sustentava na sociedade graças ao seu caso com o comendador Almeida (Gilberto
Martinho). Após a morte da esposa Ester (Beatriz Lyra), Almeida decide casar-se
com ela.
Laura de O Astro (1977)
Na primeira versão de O Astro,
da Janete Clair, Ângela Leal começava viver um perfil de
personagem que sempre lhe cai muito bem, as mulheres simplórias do povão. Laura, sua
personagem, era a dona de casa assumidíssima, apaixonada pelo marido Neco
(Flávio Migliaccio) e que só pensa em lhe dar filhos.
Regina Dona Xepa (1977)
Em 1977, Ângela Leal viveu na primeira versão de Dona Xepa, escrita pelo Gilberto Braga na Globo, Regina a balconista aspirante a atriz e que tinha uma paixão platônica por Otávio
(Cláudio Cavalcanti). Extrovertida e que fala o que pensa, adora Xepa (Yara
Cortes), mas não mantem uma boa relação com Rosália (Nívea Maria), de quem não
aprova as atitudes. Nesta época Ângela nem sonhava que 24 anos depois
estrelaria o remake de Dona Xepa como a protagonista, na produção da RecordTv em 2013.
Suely de Água Viva (1980)
Em Água Viva, do Gilberto
Braga, Ângela Leal viveu uma das personagens mais lembradas da ensolarada
trama. Vizinha do orfanato que era uma das locações da trama, fez de tudo para
descobrir o paradeiro dos pais da
pequena órfã Maria Helena (Isabela Garcia), a quem adorava como uma filha. No decorrer da trama ela acaba encontrando o
pai da menina, Nelson (Reginaldo Faria), apaixona-se perdidamente por ele e sofre com sua rejeição. Incentivada por
Stella (Tônia Carrero) , Sueli vai para Paris e volta totalmente repaginada. Em
Água Viva,
Ângela Leal nos proporcionou momento memoráveis em cenas de pura emoção na
dobradinha com ainda criancinha Isabela
Garcia.
Maria Bruaca
de Pantanal (1990)
Ângela
Leal começa a década de 90 na Rede
Manchete vivendo mais uma mulher do
povo e com a simplicidade como seu principal chamariz. Maria Bruaca, como era
chamada pejorativamente pelo marido Tenório (Antônio Petrin), era totalmente
dedicada ao lar embora sofresse com a rejeição do marido que não a via mais
como mulher. A personagem sem dúvidas foi uma das responsáveis pelo sucesso da
novela do Benedito Ruy Barbosa que
marcou a emissora na década.
Velha Biga de A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990)
Outra personagem inesquecível da Ângela na Manchete foi a Velha Biga de A História de Ana Raio e Zé Trovâo, dos autores Marcos Caruso e Rita Buzzar. A
personagem lhe rendeu o prêmio de Melhor
atriz coadjuvante do ano de 1991 da APCA (Associação Paulista dos Críticos de
Arte). O Prêmio foi mais que merecido. Ângela se entregou de uma maneira plena
a personagem, abrindo mão de vaidade e outros vícios do glamour que rodeiam as grandes atrizes já
consagradas. :
Olga de Bela, a Feia (2009)
Em 2009, Ângela Leal se muda para a RecordTv
e estreia na emissora como Olga na trama
de Bela, A feia,
da autora Gisele Joras, baseada no
original Yo Soy Betty, La Fea de Fernando Gaitán. Sua personagem
era a governanta Olga, da casa do jovem
Rodrigo (Bruno Ferrari), que depois de abandonado pela mãe, acaba desenvolvendo
uma relação quase fraternal com ela, e Olga por sua vez o considera como seu
verdadeiro filho.
Heloísa de Balacobaco (2013)
Em Balacobaco (2012),
trama da autora Gisele Joras, Ângela
Leal deu vida a personagem Heloísa, que no decorrer da trama acaba sofrendo
com as vilanias de Norberto (Bruno Ferrari).
O Vilão assassina a personagem para que esta não entregue uma carta que o
incrimina na reta final da novela.
Xepa de Dona Xepa (2013)
Em 2013, Ângela Leal foi escolhida para protagonizar o remake de Dona Xepa,
do autor Gustavo Reiz, baseado na peça
homônima de Pedro Bloch, que já
havia rendido a versão original da Globo
em 1977 com Yara Cortes no papel
título , que por usa vez rendeu uma outra versão, Lua Cheia de Amor, também na Globo em 1990. Era uma tarefa difícil viver uma personagem
imortalizada por Yara Cortes, e não
cair na cópia ou na caricatura. Antes de Ângela Leal,
que ainda estava na trama de Balacobaco (2012), a RecordTv sondou Betty Faria para
viver a Xepa, mas logo nos primeiro capítulos ficou nítido que Ângela Leal nasceu para viver a
feirante mais famosa da teledramaturgia nacional. Conseguiu imprimir a simplicidade
e humor na medida certa que a personagem pedia, e já com uma carreira
consagrada fez da Xepa um divisor de
águas para o seu currículo.
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
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