Estou eu aqui lendo
várias notícias sobre a baixíssima audiência da reprise de Império, a trama do autor Aguinaldo Silva, ganhadora do Emmy de Melhor Novela e
que atualmente é a atração do horário nobre da Globo.
Eu confesso que não estou acompanhando a trama, assim como a
edição especial de Fina Estampa que também não consegui acompanhar, por
puro desinteresse, logo nos primeiros capítulos ambas as tramas me pareceram
tão tosca, que ficou nítido como envelheceram mal.
Império foi ao ar
originalmente em 2014, ou seja não é tanto tempo assim, mas a evolução da
sociedade vem numa rapidez tão grande, que algumas situações apresentadas na
novela , vistas hoje, parece que a trama é de 1960, vejo a hora a Globo
começar apresentar a mesma mensagem que o Canal Viva vem apresentando no
final das suas reprises desde a estreia de Da Cor doPecado (2004) – “Esta obra reproduz comportamentos e costumes da época
em que foi realizada’.
Sou um dos muitos fãs
das obras do Aguinaldo Silva, desde RoqueSanteiro, no qual ele foi responsável por grande parte do sucesso, passando por Tieta (1989), Pedra sobre Pedra (1992), Fera Ferida (1993) e
A Indomada (1997),
clássicos do realismo regional fantástico que ele sabe escrever sobre como
poucos e nós não cansamos de assistir. Mas as novelas ditas urbanas sempre foram
complexas no currículo do autor, vide Suave Veneno de 1999 , que antecedeu o sucesso do gênero escrito
por ele em 2004 – Senhora do Destino,
essa sim já reprisada por duas vezes no Vale a Pena Ver de Novo e
considerada um sucesso em ambas as reapresentações.
Tanto Império como Fina Estampa são tramas que foram sim consideradas de sucesso em suas
exibições originais, acho que o problema delas e a falta de atemporalidade nos
entrechos, na sua essência. São tramas
com toques popularescos para agradar ao grande público, mas que talvez tenha
sido esquecido pelo autor um ingrediente que lhe dessem um bom envelhecimento.
Com a enxurrada de reprises no ar, essa comparação das tramas
com outras que estão sendo exibidas mostram a diferença entre um boa
trama e uma trama atemporal – A Vida da Gente (2011), no horário das seis, com 10 anos de idade, é
atualíssima, isso sem falar em O Salvador da Pátria (1989), atual
sucesso do Canal Viva.
Veja Também:
Fina Estampa por que tão tosca?
10 anos depois , A Vida da Gente envelheceu bem
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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