Acabei de assistir ao capítulo 49 (05.06) de O Salvador da Pátria, trama do autor Lauro César Muniz, exibida em reprise atualmente pelo Canal Viva , e é
impressionante o magnetismo da trama.
A semana fechou com o grande encontro entre Marina (BettyFaria) e João Mattos (José Wilker),
e a paixão entre eles prestes a
explodir. Eu confesso que não lembrava que a Marina fosse uma personagem tão
cheia de camadas, não tinha essa memória, acho que pelo fato da Betty ter
assumido a Tieta em
seguida, a Marina ficou meio que suplantada em minha mente, mas a grande rival
política de Severo Blando (Francisco Cuoco) é magistral, envolvente, bem ao
estilo das personagens que a Betty sabe incorporar como poucas.
Sabemos que O Salvador da Pátria tinha uma outra sinopse inicialmente, Sassá Mutema
(Lima Duarte) seria alçado ao posto de vice-presidente da república, e com a
morte do presidente eleito , ele assumiria o país com o apoio do narcotráfico e
se revoltaria contra a organização, se tornando então um bom governante. Porém
a censura velada, e alguns partidos políticos da época fizeram pressão e o
forte viés político da trama teve
que ser atenuado.
A imprensa na época divulgou que a novela perdia sua essência
a cada novo capítulo, talvez a essência política sim, mas o folhetim regado aos
mistérios envolvidos com a organização criminosa e as relações
amorosas complexas entre os personagens fazem de O Salvador da Pátria uma
novela charmosa e pertinente.
Não gosto da relação do Sassá e Clotilde (Maitê Proença), não
consigo acreditar na química entre eles,
mas em compensação Severo e Bárbara (Lucia Veríssimo), pegam fogo a cada cena,
uma pena que sabemos que eles não terminam juntos – Nem que fosse para quebrar
a “crista” da Gilda (Susana Vieira).
A Camila da Mayara Magri, é sem dúvidas uma
empoderada, apesar de alguns exageros, a
personagem é muito volúvel, mas ela representa muito bem as meninas daquela década que já tentava quebrar tabus e
mostrar sua igualdade com o sexo masculino.
A Trama é apresentada
com grandes viradas, a primeira foi a morte do Juca Pirama e Marlene, os
personagens vividos pelo Luiz Gustavo e Tássia Camargo, crime que
alçou Sassá Mutema ao posto de grande líder na cidade, e a próxima será
exatamente a volta de Juca, quando uma rádio pirata entra na frequência da
rádio da região de Tangará e o “Meninos eu Vi” começa a ser
ecoado novamente na novela.
É uma trama recheada de bons personagens riquíssimos
dramaturgicamente, até aqueles personagens ditos secundários, como o delegado,
o chefe do sindicato, todos tem um sentido dentro da trama, e ir descobrindo
isso no decorrer de cada entrecho dar um sabor a mais, que só as tramas da
década de 80 e 90 sabiam apresentar.
Desculpa, mas sou um daqueles que acham que as tramas
dessas época são as melhores sim, talvez pelo fato de não ter a internet
divulgando tudo meses antes, a falta de várias opções na tv, a
nostalgia que corre em minhas veias junto com o sangue. Enfim, em meio a tantas reprises por causa da Pandemia, O Salvador da Pátria é um programa
imperdível.
Veja Também:
O Salvador da Pátria Internacional (1989)
O Salvador da Patria Nacional (1989)
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
Comentários
Postar um comentário