Lauro
César Muniz é uma das novas contratações da Globo, na verdade recontratação, o autor volta a emissora carioca
depois de uma temporada de mais de 10 anos na Record.
Conceituado autor de novelas, Lauro
começou sua carreira no teatro quando, em 1959 , venceu dois concursos de
teatro amador com o texto de Esse Ovo é um
Gato. Sua projeção nacional veio com a comédia O Santo Milagroso, encenada em
1963, e levada aos cinemas três anos depois.
Sua estreia em telenovelas ocorreu em
1966, na Tv Excelsior com a novela Ninguém Crê em Mim.
Ainda na Excelsior ele adaptou O Morro dos Ventos
Uivantes (1967), da Emilly Brante. Em 1970, o autor escreve
para a Rede Tupi A de Amor, que era um seriado inspirado no Alô Doçura, do Cassiano Gabus Mendes, e inclusive tinha Eva Wilma e Jonh Herbert nos papéis principais. Em 1967, baseada na
vida dos próprios astros da tv, o autor escreveu Estrelas no Chão que contava esses dramas e felicidades pelos quais os
candidatos ao estrelato passavam.
Mas o sucesso e a consagração de Lauro César Muniz só viriam com a
impecável adaptação de As Pupilas do Senhor Reitor (1970), adaptação do
romance de Júlio Diniz, que se
transformou num fenômeno de audiência e crítica. Ainda na emissora o autor escreveu
Os Deuses Estão
Mortos (1971) e Quarenta Anos Depois (1971), uma continuação da anterior.
Em 1972, Lauro César Muniz estreou na Globo
substituindo Bráulio Pedroso na
novela O Bofe.
A substituição foi considerada satisfatória e Lauro Cesar ganhou a credencial para
escrever Carinhoso
(1973) um dos grandes sucesso
do horário das sete. Carinhoso foi a
primeira novela original do autor na Globo,
que escreveu a trama principal, baseada na peça de teatro Sabrina de Samuel A. Taylar, especialmente para Regina Duarte.
A Década de 70 foi marcada por grandes
sucessos do autor como Corrida do Ouro (1973)
em parceria com Gilberto Braga; Escalada (1975) e O Casarão (1976)
novela em que o autor usou de uma narrativa diferente para conquistar o
telespectador. A Trama era contada em três épocas distintas tendo o casarão
como personagem principal das três.
Em 1977, o autor voltou a inovar ao
apresentar em Espelho
Mágico os bastidores do mundo da tv. A
Novela apresenta uma novela dentro da
outra mostrando os dramas particulares de cada ator. Lauro César fechou a
década de 70 como a sombria Os Gigantes (1979)
protagonizada por Dina Sfat e Francisco Cuoco. A trama é considerada
uma das mais fracas do horário nobre e ficou marcada por seus desfechos
trágicos e melancólicos. O Autor acabou se desentendo com a Globo na época e nem finalizou a
novela. Walther George Durst
escreveu os últimos capítulos quando Lauro foi afastado.
Afastado da Globo, Lauro César Muniz
iniciou a década de 80 na Rede
Bandeirantes, onde escreveu sua única novela, Rosa Baiana (1981).
No ano seguinte o autor escreveu para a tv chilena a novela La Gran Mentira.
Em 1983, Lauro volta a Globo. Devido à trágica morte do ator
Jardel Filho que proganizava a novela Sol de Verão, e o afastamento do Manoel
Carlos que escrevia a trama, Lauro em parceira com Gianfrancesco Guarnieri
escreveram os 17 capítulos finais da novela.
Reginaldo Faria, Natalia do Valle e José Wilker em TRANSAS E CARETAS |
Em 1984, o autor volta a escrever solo e
apresenta outra novela considerada com uma narrativa inovadora, Transas e Caretas.
Infelizmente o duro braço da censura e a falta de entendimento do público fez com que o mesmo se
afastasse da trama. No ano seguinte o
autor assume a autoria de Um Sonho a Mais, em parceria com Mário Prata, que enfrentou muitos
problemas por ter sido considerada ousada para os padrões morais na época.
A sua volta ao horário nobre foi marcada
pelo grande sucesso Roda de Fogo, onde o autor começa a pincelar com mais força o cunho político em suas tramas. Considerada uma trama
moderna, Roda de
Fogo não fugiu dos moldes
tradicionais dos folhetins com um roteiro maniqueísta. O Capitalismo selvagem,
crimes do colarinho branco, políticos corruptos, a luta pelo poder a qualquer a custo, ou seja
um retrato do Brasil contemporâneo ajudaram
no sucesso da trama.
O Sucesso no horário nobre continuou em
1989 com a saga do Sassa Mutema (Lima Duarte) em O Salvador da Pátria, uma das novelas de maior audiência da história
da teledramaturgia nacional. A novela sofreu pressão por vários lados,
inclusive da Globo que não viu com
bons olhos uma novela com apelo político em pleno ano de eleições
presidenciais. Não faltaram comparações de Sassa Mutema ao Lula,
então candidato a presidente da república. Ambos eram analfabetos e chegavam ao
poder. Mesmo com os devidos cortes, que mudaram o foco político da trama a trama ficou marcada pelo sucesso.
No início da década de 90 o autor se
dedica a supervisão de texto com o da
novela Araponga (1990),
Perigosas Peruas (1992) e Sonho Meu (1993) na
Globo, e na adaptação do remake de As Pupilas do Senhor Reitor (1996) para o SBT.
Foi nesta mesma época que o autor adaptou o texto de Transas e Caretas(1984) para a
televisão chilena.
Em 1996, o autor assumiu o texto de Quem é Você,
no lugar de Solange Castro Neves.
Inicialmente o autor foi chamado apenas para supervisionar o texto, mas devido
o baixo índice de audiência foi escalado para assumir a trama.
Em 1997, o autor volta a escrever para o
horário das sete com a trama de Zazá, novela protagonizada por Fernanda Montenegro. A novela ia bem de audiência e crítica até a Globo pedir o esticamento da novela.
Em 1999, o autor escreve sua primeira
minissérie na Globo, Chiquinha Gonzaga que contava a história de vida e trabalho da
musicista brasileira. A Minissérie protagonizada por Regina e Gabriela Duarte em fases distintas foi um dos grandes
sucessos do final da década de 90, consagrando o autor no gênero. No ano
seguinte, Lauro César volta a escrever minissérie e apresenta a trama de Aquarela do Brasil,
que tinha como pano de fundo os anos 40, anos de ouro do rádio no Brasil.
Em 2006, Lauro César Muniz é novamente contratado pela Record e alavanca com o
sucesso de Cidadão
Brasileiro (2006) e Poder Paralelo (2009), o núcleo de teledramaturgia da emissora.
Adicionar legenda |
Elevado a um dos grandes autores da Record, Lauro César Muniz com a trama de Máscaras viu
a audiência da emissora escorrer pelo
ralo. A trama foi considerada muito
confusa, apesar de conter os ingredientes principais de outros sucesso do
autor, como o crime organizado, utilizado com êxito em O Salvador da Pátria (1989) e Poder Paralelo (2009).
O encurtamento da trama de Máscaras e o descontentamento público de alguns dos atores do elenco
ajudaram na decisão do autor em deixar a
Record, voltando em setembro de 2015
para a Globo. Na nova emissora o
autor vai finalmente poder escrever uma minissérie sobre o músico Carlos Gomes, programada para ir ao ar
em 2016. O Autor também prepara a sua
volta ao horário nobre da emissora para 2017, com uma trama que promete juntar suas melhores
características para quem sabe transformar o horário novamente em um fenômeno
de audiência.
Sempre achei que o Lauro César Muniz foi muito injustiçado na Record, que não lhe deu chances de salvar do naufrágio total a
novela Máscaras.
O Autor até conseguiu fazer algumas alterações, que acabaram fazendo a trama
ganhar mais público, porém a emissora não teve a paciência ou o respeito
suficiente para deixar a trama fluir.
Espero que autor consiga mostrar na Globo que está em plena forma e que
seus próximos trabalhos também entrem para a história da teledramaturgia
nacional.
Fonte :
Texto
: Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Wikipédia.com
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