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Aberturas Inesquecíveis dos seriados que marcaram época (Parte 3)


  
        O Terceiro post sobre as aberturas dos seriados que marcaram época vai relembrar hoje Sítio do Pica Pau Amarelo  (1977), Tarcísio e Glória, seriado com o casal 20 da Tv e Alô Doçura, a versão do SBT,  entre outros.


Sítio do Pica Pau Amarelo (Globo - 1977 à 1986)



        Dona Benta, Emília, Narizinho, Visconde de Sabugosa  e cia entraram no ar pela Globo em 1977. O Sítio do Pica Pau Amarelo, a obra imortal do Monteiro Lobato, foi criada em 1921,  e a versão da Globo era a terceira adaptação da obra para a tv. A Tupi havia feito uma versão do sitio em  1952 e 1962 e a Bandeirantes em 1967 e 1969. Mas sem dúvidas a versão da Globo de 1977 é a mais marcante de todas. A Globo ainda lançaria uma nova versão do Sítio em 2001.  Zilka Salaberrry que imortalizou a Dona Benta, quase não viveu a avó mais famosa da tv. A Atriz declarou em entrevistas que não lhe agradava trabalhar no campo, porém por imposição da Globo teve que “gentilmente” aceitar. Alguns atores até hoje são marcados pelos personagens que interpretaram no sítio. A Renny de Oliveira, a mais famosa e polêmica das Emilias. A Atriz depois de viver cinco anos a personagem posou nua para a revista Playboy e teve seu contrato rescindido. Dirce Miglicaccio e Susana Abranches foram outras atrizes que viveram a Emília no decorrer dos 9 anos da série. Impossível tirar da mente a Jacyra Sampaio como Tia Anastácia; o Tonico Pereira como Zé Carneiro ou a Catarina Abdalla como a Cuca.  O que mais cativou o público infantil no Sítio do Pica Pau Amarelo sem dúvidas era o mundo lúdico de Monteiro Lobato mesclado com a vida rural, o que na época de 1977 remetia muitas crianças a casa dos avós, um campo feito para a imaginação das crianças bem longe dos olhos dos pais.


Amizade Colorida (Globo – 1981)



        Amizade Colorida substituiu Malu Mulher, em dia e horário. O Seriado protagonizado pelo Antônio Fagundes foi idealizado para ser uma espécie de Malu Mulher versão  macho. Inclusive o título pensado para o seriado inicialmente foi Edu, Homem.   Mas a cúpula da Globo acabou chegando ao consenso e escolheu Amizade Colorida , que era uma expressão usada pelos jovens  para definir suas relações amorosas. Na época começava a moda de jovens casais manterem relações sexuais sem o menor comprometimento afetivo. Mas a ideia do seriado acabou se perdendo e os cortes impostos pela censura descaracterizaram o protagonista criado para representar o novo tipo do homem diante das mulheres independentes. Um homem mais sensível, ponderado e submisso. O seriado acabou ficando apenas 3 meses no ar com 11 episódios e a mulherada ficou sem o Antônio Fagundes de cueca vermelha dentro de casa. O que, aliás, foi um dos pontos que fez com que a censura ficasse de olho em Amizade Colorida.


Tarcísio e Glória (Globo  - 1988)



        Em 1988,  o casal 20 da Tv brasileira produziu  e protagonizou ,   o  literalmente do outro mundo, seriado  Tarcísio e Glória. Tarcísio Meira vivia o simpático,  porém inescrupuloso empresário Bruno Lazarinni e Glória Menezes era Eva Garden, uma extraterrestre do  Planeta Aurora no qual era uma cientista. Uma espécie de Mulher Maravilha do final dos anos 80.  O Clima de humor do seriado se baseava na relação entre Bruno e Ava. As aventuras de Bruno e o espanto de Ava diante de tamanha cara de pau. Também estavam no elenco Marieta Severo, Natália Lage  e a então atriz Sandra Annemberg, hoje apresentadora oficial do Jornal Hoje da GloboRoberto Talma e José Carlos Piéri  foram alguns dos diretores que passaram pelo seriado. Tarcísio Meira também dirigiu um dos episódios e Jorge Fernando  o último.  O programa teve 18 episódios durante seu único ano de apresentação. Ao término do seriado Glória Menezes  entrou no elenco da novela Rainha da Sucata (1990) e Tarcísio Meira na minissérie Desejo (1990).


Alô Doçura (SBT - 1990 à 1991)



       
        Em 1990, o SBT resolveu ressuscitar o seriado Alô Doçura, marcado pelo sucesso entre 1953 e 1954 na Rede Tupi na versão original de Cassiano Gabus Mendes.  Virgínia Novick e César Filho foram escolhidos para viver os personagens imortalizados por Eva Wilma e John Herbert.  Nos últimos episódios César Filho deixou o seriado e foi substituído por Gerson Brenner.  A versão do SBT foi exibida de segunda a sexta-feira, apresentando duas histórias por dia com uma duração de 10 a 15 minutos.  Alô Doçura foi criada  para o rádio por Otávio Gabus Mendes, pai do Cassiano, e recebeu o título de O Encontro das Cinco e Meia.  Era uma série gostosa de assistir e como tinha pouca duração não cansava o telespectador. Uma pena que a baixa audiência não tenha deixado a série  completar sua segunda temporada.


Toma Lá, Da cá (Globo - 2007 à 2009)



       
Dois casais formados por dois ex- casais! Ficou estranho não? Mas esses eram os personagens principais do seriado Toma Lá, Da Cá, de autoria do Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, sucesso na Globo entre os anos de 2007, 2008 e 2009. Além de dividir a autoria com Maria Carmem, Miguel interpretou um dos principais papéis, o Mário Jorge. Os casais Mário Jorge e Celinha (Adriana Esteves)  e Arnaldo (Diogo Vilela)  e Rita (Marisa Orth) são vizinhos de porta no edifício onde moram, o Jambalaya Ocean Drive. Nem fosse por isso, suas vidas estariam já entrelaçadas para sempre pelo fato do corretor de imóveis  Mário Jorge ser o ex-marido de Rita, companheira de profissão com quem vive competindo; e o dentista Arnaldo ser o ex-marido da dona-de-casa Celinha. O programa imortalizou bordões como da  Copélia (Arlete Salles) ,  que sempre que alguém perguntava alguma coisa comprometedora a seu respeito, respondia: prefiro não comentar. Já Seu Ladir, vivido pelo saudoso Ítalo Rossi,  usava a expressão mara!”, que é a abreviação da palavra “maravilhosa”. Mário Jorge (Miguel Falabella), por sua vez, se referia à filha Isadora (Fernanda Souza) como “garota mau-caráter” e “garota do olho junto”, dando uma entonação engraçada aos termos.  Adriana Esteves   foi destaque absouluto fazendo comédia, mas foi Alessandra Maestrini,  que viveu a empregada Bozena,  sem dúvidas o grande destaque do seriado. Inesquecível seu bordão : “Lá em Pato Branco, daí!”.

Tapas e Beijos (Globo - 2011 à 2015)

        Dentre os seriados que estrearam em 2011, Tapas e Beijos foi  de longe o mais bem sucedido. Não a toa que ficou quatro anos no ar e encerrou  este ano no auge do sucesso. A dobradinha Fernanda Torres e Andréia Beltrão, que viveram as protagonistas Fátima e Sueli foi o fator principal para o sucesso do seriado. Aliás,  eu não botava muita fé nessa nova personagem da Fernanda Torres, depois do estrondoso sucesso como a Vani de Os Normais. Mas a atriz se superou e conseguiu de novo emplacar uma personagem cômica.  Em entrevistas antes da estreia , o diretor Maurício Farias contou que Andrea Beltrão e Fernanda Torres já estavam escaladas bem antes do projeto ser idealizado. Era um sonho do diretor  vê-las juntas. Vários outros personagens marcaram o seriado como o  Armane do Vladmir Brichta; o Djalma do Otávio Muller; Seu Chalita do Flávio Migliaccio; o Tavares do Kiko Mascarenhas e o Jorge do Fábio Assumpção que entrou na segunda temporada e acabou virando personagem fixo.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa

Pesquisa : teledramaturgia.com , memóriaglobo.com 

Comentários

  1. No caso do remake de Alô Doçura, o que mais prejudicou foi mesmo a canastrice de Cesar Filho. Lembro mais ou menos de um episódio em que ele e Virginia faziam um casal de namorados que se encontraram num bar e tomaram um tremendo pileque. Cesar não conseguia fazer um bêbado que fosse convincente, muito menos engraçado, enquanto que a cara de estupor alcóolico de Virginia era perfeita.

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