Hoje vou falar da novela Antônio Maria,
do autor Geraldo Vietri e Walther Negrão,
exibida pela Tv Tupi em 1969. A
novela é considerada uma das primeiras a tentar nacionalizar o gênero no
Brasil, pondo o fim nos dramalhões.
A novela reiniciou o horário das sete da
emissora, que havia sido eliminado devido a baixa audiência. Antônio Maria deu uma revitalizada no horário das sete se
transformando em sucesso.
A novela conta a história de Antônio Maria Alencastro Figueroa que vem tentar a sorte no Brasil, onde se emprega como motorista particular na casa do Dr. Adalberto Dias Leme (Elizio de Albuqueque), dono de uma cadeia de supermercados de São Paulo. Logo ganha a confiança do patrão, que passa a tratá-lo como um amigo e lhe permite usar os automóveis da família nas horas de folga. E ganha mais: a amizade das filhas do Dr. Adalberto, Heloísa (Aracy Balabanian) e Marina (Camem Monegal), que, naturalmente, se apaixonam por ele. Inicialmente sem muita pretensão a novela agradou em cheio a colônia portuguesa, mas logo o texto simples de Vietri e o carisma do protagonista vivido por Sérgio Cardoso conquistou os brasileiros e a novela foi ganhando público.
Encantada com o galante
português, culto e de gestos refinados, Heloísa apaixona-se por ele, o que
provoca a ira de Heitor de Lima (Wilson Fragoso), noivo da moça, que comanda os
negócios da família e arquiteta dar um grande golpe no sogro. Marina também
investe no português, que a esta altura só tem olhos para Heloísa. O chofer
assume a posição de conselheiro familiar após a decadência financeira, gerada
por Heitor.
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Outro imigrante
português, Fernando Nobre (Carlos Duval), dono de uma panificadora, oferece-lhe
sociedade, mas Antônio
Maria, inexplicavelmente, prefere continuar como empregado. Por que
motivo Antônio Maria quer ficar na
casa do Dr. Adalberto? Que vida ele levava em Portugal? Por que aceitou um
emprego humilde sendo um moço de fino trato?
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Na realidade Antônio Maria é um milionário que está no Brasil fugindo das
trapaças de Amália (Gilda Valença), sua madrasta, louca por ele, que logo
surge, se apresentando como esposa do português, para atrapalhar o amor que
nasce entre ele e Heloísa.
Sérgio Cardoso foi impecável vivendo
novamente um imigrante. Em 1965, o ator em O Cara Suja, do autor Walther George Durst, viveu um imigrante Italiano, o Ciccilo. Antônio Maria rendeu a Sérgio Cardoso o título de Cidadão Honorário de treze
cidades brasileiras e tornou-se patrono de vários hospitais e colégios.
A Crítica teceu inúmeros
elogios a Sérgio Cardoso pela intepretação
do português, com simplicidade e veracidade nunca vistas na tv. Após o sucesso
de Antônio Maria,
o ator foi contratado com ares de grande astro pela Rede Globo.
Um fato curioso
aconteceu entre Antônio
Maria e a novela Beto Rockfeller, a trama do horário
nobre da Tupi na época. Heloísa, a
personagem de Aracy Balabanian vai
uma cartomante e dá de cara com Lu,
personagem da Débora Duarte na trama
de Bráulio
Pedroso. Era a primeira vez que tal fato acontecia. A cena foi exibida no
mesmo dia nas duas novelas.
Catarina, a personagem
de Néa Simões reaparece na trama
seguinte do autor, a novela Nino, O Italianinho (1969).
Antônio Maria deu chance a vários atores novatos que chegariam ao estrelato : Tony Ramos, Denis Carvalho, Paulo
Figueiredo, Carmem Monegal, Marcos Plonka , Jacyra Silva, Anamaria Dias, Gian
Carlo.
A novela pela sua
linguagem simples proporcionou ao seu elenco a criações de tipos que agradavam
ao grande público. Os personagens se aproximavam do nosso cotidiano. Não eram
bons ou ruins, eram humanos com
qualidades e defeitos. Geraldo Vietri
tentava com a trama induzir ao telespectador a seguir exemplos de seus
personagens.
Maria Clara, a doméstica
vivida pro Jacyra Sampaio, virou
ídolo das empregadas domésticas, graças a sua perseverança em subir na vida
fazendo cursos de aprimoramento por correspondência. Aliás, o casal formado por
ela e pelo bombeiro branco Cabo Honório,
vivido pelo ator Marcos Plonka, o
mais simplório da novela, foi o mais querido ante o público. No final os dois
se casaram na igreja dos Bombeiros, em São Paulo, com presença do comandante e
todo honraria.
No último capítulo, cada
ator do elenco, de frente para a câmera, falava do personagem que havia
interpretado comentando suas atitudes e a importância daquele tipo humano na
vida de todo mundo.
Antônio Maria foi reprisada tão logo terminou sua exibição original. Em 1985, o autor escreveu
um remake da novela para ser exibida na Rede Manchete, com o ator português Sinde Felipe no papel título. A novela
foi a primeira da emissora.
Uma novela muito
importante para a história da teledramaturgia que via na glória de um povo
simples seu maior trunfo. Um protagonista, que apesar de milionário, foi com a
simplicidade de um chofer que conquistou amigos e seu grande amor. Talvez para
os dias de hoje a história pareça muito simples, mas não é o simples que
encanta?
Ficha
Técnica:
Novela do Autor Geraldo Vietri e Walther Negrão
Direção Geral : Geraldo Vietri
Elenco:
SÉRGIO CARDOSO – Antônio Maria (Antônio Maria
Alencastro Figueroa)
ARACY BALABANIAN – Heloísa
ELIZIO DE ALBUQUERQUE – Dr. Adalberto Dias Leme
MARIA LUIZA CASTELLI – Carlota
WILSON FRAGOSO – Heitor de Lima
CARMEM MONEGAL – Marina
DENIS CARVALHO – Eduardo
GIAN CARLO – Jorgito
TONY RAMOS – Gustavo
ANAMARIA DIAS – Glorinha
NÉA SIMÕES – Catarina
NORAH FONTES – Berenice
JACYRA SILVA – Maria Clara
CARLOS DUVAL – Fernando Nobre
GUIOMAR GONÇALVES – Rita
PATRÍCIA MAYO – Alzira
PAULO FIGUEIREDO – Otávio Ferrari
MARCOS PLONKA – Honório Severino
BETH CARUSO – Beth
GUY LOUP – Lúcia
CANARINHO – Zé Bacia
ANTÔNIO LEITE – Dr. Lourenço Cintra
LUIZ CARLOS BRAGA – Machado
XISTO GUZZI – Plínio Simões Cavalcanti
TELCY PEREZ – Dr. Queiroz
MARLI GOMES – Neide
GEÓRGIA GOMIDE – Madalena
ELIAS GLEIZER
CLENIRA MICHEL
OSWALDO CAMPOZANA
GILDA VALENÇA – Amália
e
LIMA DUARTE – padre que casa Antônio Maria e Heloísa
ARACY BALABANIAN – Heloísa
ELIZIO DE ALBUQUERQUE – Dr. Adalberto Dias Leme
MARIA LUIZA CASTELLI – Carlota
WILSON FRAGOSO – Heitor de Lima
CARMEM MONEGAL – Marina
DENIS CARVALHO – Eduardo
GIAN CARLO – Jorgito
TONY RAMOS – Gustavo
ANAMARIA DIAS – Glorinha
NÉA SIMÕES – Catarina
NORAH FONTES – Berenice
JACYRA SILVA – Maria Clara
CARLOS DUVAL – Fernando Nobre
GUIOMAR GONÇALVES – Rita
PATRÍCIA MAYO – Alzira
PAULO FIGUEIREDO – Otávio Ferrari
MARCOS PLONKA – Honório Severino
BETH CARUSO – Beth
GUY LOUP – Lúcia
CANARINHO – Zé Bacia
ANTÔNIO LEITE – Dr. Lourenço Cintra
LUIZ CARLOS BRAGA – Machado
XISTO GUZZI – Plínio Simões Cavalcanti
TELCY PEREZ – Dr. Queiroz
MARLI GOMES – Neide
GEÓRGIA GOMIDE – Madalena
ELIAS GLEIZER
CLENIRA MICHEL
OSWALDO CAMPOZANA
GILDA VALENÇA – Amália
e
LIMA DUARTE – padre que casa Antônio Maria e Heloísa
Exibição:
11 de Julho de 1968 à 03 de Maio de 1969
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : teledramaturgia.com e Wikipédia.com.br
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