Um charmoso revival do glamour do
final dos anos 50 com uma fiel reconstituição de época. Assim Daniel
Más, sob supervisão de Gilberto Braga e Sílvio deAbreu, apresentou a trama
de Bambolê, um dos clássicos do horário das
seis dos anos 80, que está de volta a
partir do próximo dia 28, no Canal
Viva.
A novela pegou carona no sucesso da minissérie do Gilberto Braga, Anos Dourados, que também se passava nesta mesma
época, mas Bambolê foi muito além do panorama de costumes e moda
da época, a novela chamou atenção no charme que era o cotidiano do protagonista
Álvaro Galhardo, vivido pelo saudoso Cláudio Marzo, suas mulheres e suas
três filhas.
Abaixo o e10blog cita 10 motivos que tornam essa primeira
reprise de Bambolê imperdível.
O Luxuoso registro dos anos 50
Os luxuosos anos 50 foram retratadas com maestria pela
produção. A novela foi um charmoso revival desta época com uma fiel
reconstituição. Apesar do autor frisar que o charme e principal foco da trama
era o cotidiano de Álvaro Galhardo, o
protagonista vivido pelo Cláudio Marzo, suas filhas e suas mulheres.
Joana Fomm
e mais uma personagem fria e calculista
JoanaFomm novamente brilhava em cena na pele de uma mulher fria,
calculista e arrogante. Com a vilã ela praticamente centralizou toda a
trama.
Destaque absoluto
para a saudosa Sandra Bréa, que emprestou seu requinte e elegância a vedete
Glória Muller, a personificação do glamour na trama.
Susana Vieira
Susana Vieira foi
uma das protagonista da novela e a grande paixão de Álvaro Galhardo. Também vale muito a pena rever Susana
em uma personagem a frente do seu tempo. Marta é desquitada , mal vista pelos que a cercam mais em busca de um grande amor.
O título
da novela além da inspiração do brinquedo que virou febre nos anos 50, também
foi escolhido devido a representação do jogo de cintura que o brinquedo
pede, ligando a gente imediatamente ao jogo de cintura de Álvaro
Galhardo, que se recusava a aceitar os valores de uma sociedade hipócrita e
moralista. A abertura de Bambolê trazia isso com Alvaroe suas mulheres em
cena , sendo rodeados pelo bambolê ao som de “Conquistador Barato” na voz do
Léo Jaime.
A abertura é uma das mais
criativas já apresentadas pela Globo.
A trilha da novela, produzida
por Sérgio de Carvalho, é um marco na história das
trilhas. Os discos foram lançados como Volume 1 e Volume
2 , mesclando em ambos músicas nacionais e internacionais. Algo
inédito até então nas trilhas lançadas pela Som Livre.
Sérgio
de Carvalho explicou em entrevista para o livro “Teletema – a história da Música Popular através da
Teledramaturgia Brasileira”, do Guilherme
Bryan e Vicent Villari , que não poderia esperar três
meses para entrar com “Jaihouse Rock”, por exemplo. A música
tinha que estar de cara para o núcleo jovem de moto e casaco de couro. Glenn
Miller já tinha que tocar nos bailes desde o início.
A Trilha seguiu
a linha primorosa que a novela ambientada nos áureos anos 50 apresentou, uma pena que tenha sido tão injustiçada, e praticamente tenha passado em
branco na história da teledramaturgia.
O Núcleo Jovem
O Núcleo dos
jovens foi outro entrecho que chamou atenção em Bambolê. As festas, os namoros e os conflitos dessa turma eram
constantes na trama. Yolanda, a personagem da Thais de Campos, tinha o namoro mais agitado da novela. Disputada por Murilo
(Maurício Mattar), filho de Marta (Susana Vieira) e o arrogante Alligator (Guilherme Leme), ela era o estopim para os dois jovens sempre
travarem uma guerra na cidade ao se encontrem, tudo regado à lambretas,
jaquetas de couro e muito rock and roll.
Outros Personagens de Destaque
Outros
personagens também se tornaram inesquecíveis em Bambolê: O Empreiteiro Barreto do Rubens de Falco; A
Cristina da Carla Marins, a filha de personalidade dúbia do Álvaro
e que aprontou muito contra a irmã Ana (Myriam Rios); A Carmem da Norma
Blum, que era meio biruta; e Carla Daniel que viveu
a personagem Mara. Aspirante
à cantora, Mara começava a se interessar por um novo movimento que nascia na
época, a Bossa Nova. Assim a atriz, que também é cantora, interpretou no
decorrer da trama clássicos como “Chega de Saudade” (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), “Corcovado” (Tom Jobim) e “Este Seu Olhar” (Tom Jobim).
Reconstituição, Figurinos e Arte
A produção de Bambolê reproduziu um quarteirão antigo de Ipanema, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, na cidade cenográfica de Guaratiba, na Zona Oeste do estado. Ali foram construídas as residências de Álvaro (Cláudio Marzo) e Marta (Susana Vieira), pontos centrais da história, onde se desenvolve a maior parte da ação. A área de lazer nas redondezas de Ipanema também eram destaques do cenário. O exterior da casa de Fausta (Joana Fomm) foi gravado na Vila Geraldo, em Jacarepaguá, também na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A figurinista Helena Brício destaca que o estilo dos anos 1960 inspirou
o trabalho de caracterização dos personagens.
Atores que já nos deixaram
Bambolê vai nos dar a chance de rever o trabalho
de grandes astros e estrelas que infelizmente já nos deixaram.
Cláudio
Marzo (Álvaro Galhardo), Sandra Bréa
(Glória Muller), Rubens de Falco (Nestor Barreto), Mila Moreira (Mumu), Herval Abreu
Paes (Antenor), Rodolfo Bottino (Pádua), Rivi Nimitz (Julia),
Jonas Mello (Delegado Livramento),
Germando Filho (Manuel), Jacyra Sampaio (Edite), Guilherme
Correa (Antonio), Ibanez Filho (Embaixador Flores), Claudio
Correa e Castro (Zambrini), Leina Krespi (Dona Maria), Armando Bógus
(Gabriel).
Veja Também:
Bambolê (1987) |
Claudio Marzo |
Volume 1 |
Volume 2 |
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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