Depois das suas personagens
solares e boazinhas, Daphne Bozaski vem conduzindo com muita segurança essa proposta de uma das vilãs
na trama de Três Graças.
O público percebeu as sutilezas: o olhar que muda no meio da
cena, a passagem quase imperceptível da cordialidade encenada para o incômodo
real, a forma natural com que alterna uma doçura calculada com intenções nada
claras. Esses detalhes ganham ainda mais impacto justamente porque vêm de uma
atriz que antes era associada a personagens mais leves.
A construção em cima do texto do Aguinaldo Silva e sua atuação resgatam um tipo de vilã que não existe apenas para
render memes, mas que tem peso dramático, desestabiliza a narrativa e revela
fragilidades dos demais personagens. Criar antipatia no horário nobre já é
difícil; manter essa antipatia sem escorregar para a caricatura é um desafio
ainda maior.
E
é exatamente isso que, torna o momento
atual de Daphne tão fascinante, a transição de uma atriz tão marcada por um tipo de
personagem para um novo
voo cênico.
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Texto: Evaldiano de Sousa


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