Eu vivo vangloriando aqui
no blog as clássicas tramas dos anos 80, novelas que acompanhei na época de
criança e que hoje vejo o quanto elas foram importantes para minha formação.
Walther Negrão, o grande homenageado de hoje, é responsável por
várias delas. Como esquecer as tramas de Pão Pão Beijo Beijo (1983),
Livre para Voar (1984), Direito de Amar (1987), Fera Radical
(1988), Despedida
de Solteiro (1992) ? Clássicas
novelas apresentada no horário das seis, pois se a Janete Clair foi a maga das oito, Walther Negrão pode muito
bem ser apelidado de “Mago das seis”. A Maioria de suas novelas, e as de
maiores sucesso foram apresentadas neste horário.
Walther Negrão era
jornalista do Última Jornal Hora e
da Revista Cláudia, quando estreou
na tv fazendo pequenas pontas como ator em teleteatros na década de 50. Como autor estreou em 1958 escrevendo para o Grande Teatro Tupi. Dai para as novelas
foi um pulo. Ao lado de Roberto Freire,
adaptou textos radiofônicos para a Tv
Record, sendo sua primeira novela Renûncia, em 1964, para o horário
das sete. Renúncia estreou o horário
de novelas da emissora. Ainda na Record escreveu Banzo (1964),
Marcados pelo Amor (1965) e o remake de Somos Todos Irmãos (1966).
Em 1967, foi o autor
principal de Os
Miseráveis na Rede Bandeirantes, mas
foi na Tupi com o sucesso das
novelas Antônio
Maria (1968) e Nino, O Italianinho, ambas em
parceria com Geraldo Vietri, que Walther Negrão conseguiu projeção nacional e credenciais para entrar
no seleto time de autores da Rede Globo.
Negrão estreou na Globo em 1970, convidado para finalizar
a trama de A
Cabana do Pai Tomás. Ele escreveu os 19 capítulos finais da novela. A Próxima Atração,
foi a primeira novela inédita do autor na emissora que teve direção do Régis Cardoso. No ano seguinte Walther volta a escrever para Tv Record e apresenta a trama de Editora Mayo, Bom Dia.
Seu retorno à Globo em 1972, foi marcado pelo grande
sucesso O
Primeiro Amor, novela protagonizada
por Sérgio Cardoso e Rosamaria
Murtinho. A novela foi a primeira do autor a apresentar uma dupla de
personagens que conquistavam o telespectador e caiam no gosto da criançada. Shazan e Xerife, vividos pelos atores
Paulo José e Flávio Migliaccio fizeram tanto sucesso que ganharam um seriado
próprio depois do término da trama. O Primeiro Amor também
ficou marcada pela trágica morte do protagonista Sérgio Cardoso, que foi substituído por Leonardo Villar para a finalização da trama. A Novela teve seu texto vendido para a tv mexicana em
1973, e o autor fez a adaptação que na Televisa
se chamou “El
Primer Amor”.
Na Globo, o autor ainda escreveu
Cavalo de
Aço (1973) com Tarcísio Meira, Glória Menezes e Betty Faria e Supermanoela
(1974) com Marília Pera.
Em 1975, Walther Negrão é contratado pela Rede Tupi e na emissora escreve as
novelas Ovelha
Negra (1975), Xeque-Mate (1976),
Cinderela 77 (1977)
e Roda de Fogo (1978).
De volta à Globo em 1980, o autor supervisionou o
texto da complicada trama de Chega Mais, do autor Carlos Eduardo Novaes, apresentou a inédita As Três Marias ainda em 1980, e voltou a supervisionar outra novela, a trama de O Amor é Nosso (1981), dos autores Roberto Freire e Wilson Aguiar Filho.
Na década de 80, o autor
“assume” o horário das seis, e foi nesta década que apresentou suas melhores tramas: Pão Pão Beijo Beijo (1983), Livre para Voar (1984),
Direito de Amar
(1987) e Fera Radical
(1988).
Em 1989, o autor é
promovido ao horário das sete, e apresenta a trama de Top Model, em parceria com Antônio Calmon.
A Minissérie O Sorriso do Lagarto (1991) e as novelas Despedida de Solteiro (1992), Tropicaliente (1994),
Anjo de Mim (1996) e Era Uma Vez (1998) foram os trabalhos apresentadas pelo autor na década de 90. Sendo que todas as novelas também no horário das seis.
O autor entra nos anos 2000
com a trama urbana de Vila Madalena (1999),
apresentada no horário das sete, seguindo com Como Uma Onda (2004), Desejo Proibido (2007),
Araguaia (2010) e Flor do Caribe (2013).
Intercalado entre uma
novela e outra, Walther Negrão emprestou
seu talento ao escrever para seriados e minisséries com a estreia em Ontem , Amanhã,
Hoje (1959) na Rede Record; Patrulha Bandeirantes (1967)
na Rede Bandeirantes e
Viva a República (1968) na Rede Tupi. Na Globo, o autor estreou em
seriados com Shazan
e Xerife (1972 – 1974), que é uma
espécie de filho da novela do autor O Primeiro Amor (1972). Em 1979, foi co-autor do clássico Malu Mulher (1979), e na Tupi foi autor principal de Casa Fantástica (1980). Em
1981, Negrão foi um dos idealizadores de Obrigado Doutor (1981) e escreveu alguns dos episódios do Caso Verdade (1982) e de Carga Pesada (2003).
Walter Negrão escreve de uma maneira tão simples e tão real que em
muitas tramas suas duplas de personagens
saltaram à trama e se transformaram em sucesso
entre os telespectadores independentes da novela. A identificação que o público teve com a
dupla Shazan e Xerife de O Primeiro Amor (1972), também aconteceu com o Ciro e Soró (dos saudosos Cláudio Marzo e Arnaud
Rodrigues em Pão Pão Beijo Beijo) ; o Pardal e Gibi (Tony Ramos e Fernando Almeida
em Livre para
Voar); Os surfistas veteranos Gaspar e Saldanha (Nuno Leal Maia e Evandro Mesquista em Top Model) e o
Canequinha e Floriano (Personagens do Elias
Gleiser e Tony Ramos em Anjo de Mim).
O Autor é o próximo na fila
de novelas do horário das seis. Sua novela que tal qual Tropicaliente (1994), Como Uma Onda (2004)
e Flor do Caribe (2013), terá
como pano de fundo uma cidade praiana. A novela será mais uma do Negrão em parceria com Júlio
Fischer e a atriz e também autora Susana
Pires.
Relembrar os trabalhos do Walther Negrão foi uma viagem mais que
fantástica por novelas que em muitos
casos não tinham a menor pretensão e
acabaram se tornando clássicos da história da teledramaturgia nacional. O
Autor que sabe escrever em vários
campos, tanto tendo cidades pequenas do
interior ou paisagens praianas maravilhosas como cenário, sempre consegue nos
tocar com histórias simples, mas que ao mesmo tempo nos prendem à frente da Tv como poucas.
Fonte;
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : memóriaglobo.com
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