A Regra do Jogo chegou em sua reta final, infelizmente
bombardeada por críticas e pitacos do
público que não engoliu muitos dos acontecimentos da trama e seus
personagens que na sua maioria não “ornaram”
com a história.
Alguns
foram emaranhados por um novelo de situações que não os deixaram brilhar, enquanto outros que
poderiam ter enriquecido muito a novela e o autor
simplesmente desperdiçou.
Porém alguns personagens conseguiram
ficar de pé na turbulenta trama e
isoladamente fizeram valer a pena
vê-los em A
Regra do Jogo.
Zé Maria (Tony Ramos)
O Zé Maria foi um personagem camaleão.
Começou mocinho, foi revelado o grande
vilão quando a trama precisou, ensaiou
uma redenção e nesta reta final foi eleito o novo pai da
facção . Revelado um psicopata sem
escrúpulos , Zé Maria com um intérprete do nipe do Tony Ramos não tinha como dar
errado. Um personagem de mão dupla e se
não fosse a perícia do ator em deixar a interpretação numa linha tênue, talvez o Zé Maria também tivesse se perdido em
A Regra do Jogo.
Djanira
(Cássia Kis Magro)
Outra atriz em que a gente confia qualquer
personagem é Cássia Kis Magro, e em A Regra do Jogo,
ela provou isso novamente nos brindando com a Djanira. A personagem foi a alma
da novela enquanto esteve em cena. Seus embates com o filho Romero (Alexandre
Nero) eram verdadeiras cenas dignas de um Oscar, tamanha entrega dos
atores. Mas de repente, mesmo ficando nítido que a Djanira enriquecia A Regra do Jogo,
a personagem foi assassinada logo no início da trama e nós ficamos órfãos da Cássia Kiss em cena. Com o assassinato
do Gibson (José de Abreu) esta semana, a
imprensa começou a divulgar que a Djanira pode esta viva e ser ela a assassina
do pai do facção. Seria um bom final para a trama, afinal de contas em A Regra do Jogo nunca tivemos certeza de quem está vivo ou morto
mesmo!
Ascânio
(Tonico Pereira)
Se tem um personagem de A Regra do Jogo que se destacou
foi o Ascânio, interpretado com
maestria pelo Tonico Pereira. O
personagem que inicialmente era apenas uma “orelha” para o Romero e Atena
(Giovanna Antonelli) acabou tomando vida
própria e com seu humor debochado se transformou no asqueroso mais adorável da
novela. O Ascânio deu até um novo fôlego a carreira do
Tonico que vinha de 10 anos interpretando o Mendonça do seriado A Grande Família.
Breno /
Valkíria (Otávio Muller)
Nunca um personagem travestido de
mulher foi tão aplaudido em uma novela. A Valkíria que o
Breno assumiu depois de chegar ao fundo do poço deu nova vida ao personagem e conquistou o Brasil como a crossdresses
(homem que gosta de se vestir de mulher) mais sexy da teledramaturgia.
Tio (Jackson Antunes)
Um dos personagens com o perfil mais bem
traçados na trama foi o Tio da Facção. Sem muitas alterações, o personagem
vivido pelo Jackson Antunes foi a
alma da facção enquanto o pai ainda era
o grande segredo da novela, e agora com a reviravolta da última semana ganhou
ares de “antagonista” do novo pai da facção, o Zé Maria (Tony Ramos).
Claudine
(Maria Padilha)
Ela passou pouquinho tempo na trama e
teve uma morte muito original – Morreu de tanto amar. A Claudine personagem da Maria Padilha abrilhantava as cenas do
Feliciano (Marcos Caruso). Uma pena que o autor não tenha investido nos
triângulos Claudine/Feliciano/Gibson (José de Abreu) ou o Claudine/Feliciano/Kim
(Felipe Roque). Porém o tempo que esteve na trama fez valer a pena.
Tina (Monique
Alfradique)
A Tina não sofreu alteração de perfil, praticamente foi transformada em outra pessoa
- de patricinha da zona sul à uma favelada de mão cheia. Inicialmente fazia
uma dupla muito sem graça com o Bruno
Mazzeo, porém depois da troca de casais, e de mais uma troca, a Tina
resolveu assumir a “favelice” e vem dando
um show como uma funkeira nata. Aliás, no núcleo do Marro da Macaca, a Monique Alfradique é uma das poucas que escapam.
Kiki (Déborah Evelyn)
A Regra do Jogo perdeu
muito com a demora de trazer a história da Kiki (Déborah Evelyn) à trama. A
Expectativa de ver a personagem que sofria com Sindrome de Estocolmo tomou conta dos
telespectadores que aclamaram a entrada da Déborah
Evelyn na pele da personagem. A Déborah
Evelyn já com um currículo recheado de personagens com perfis dos mais variados ganhou um novo
status com a interpretação impecável da Kiki. Só uma atriz com a sua bagagem
poderia fazer uma personagem tão complexa
e tão importante para a confusa trama da novela. Não é a toa que eu digo
que A Regra do Jogo dividida
por núcleos seria um sucesso absoluto. Só essa história da Kiki já renderia um
bom seriado.
Atena
(Giovanna Antonelli)
E chegamos nela! Como não amar, odiar e
amar de novo a Atena. Uma das personagens mais controversas da história da teledramaturgia
nacional, a Atena merecia uma novela só para ela. Inicialmente bombardeada por
seus exageros, a atriz convenceu o público que aceitou a Atena originalmente
com era. Sem uma mocinha forte para se apegar o público catapultou Atena a
grande estrela da novela, e mesmo com um caráter mais que duvidoso a gente
torce por seu final feliz com certeza. Claro que o carisma da Giovanna Antonelli e sua dobradinha com
Alexandre Nero ajudaram para essa
empatia, mas não posso deixar de reverenciar o talento da atriz, que fincou o
pé e levou o perfil da personagem na linha escolhida convencendo o público à aceita-la.
Romero
(Alexandre Nero)
Quando o Alexandre Nero ganhou o Romero, inicialmente Murilo Benício defenderia o personagem, confesso que fui um dos
primeiros a criticar devido à imagem ainda muito presente do Comendador José
Alfredo de Império,
trabalho anterior do ator. Pouco mais de 8 meses seria pouco tempo para se
desvencilhar de um personagem tão marcante. Foi um grande engano. Nero entrou
de uma forma tão visceral no Romero que
a imagem do Comendador ficou lá, em Império mesmo. Essa
interpretação visceral e entrega ao personagem rendeu à novela cenas digna do
cinema americano, principalmente quando ele dividiu essas cenas com Cássia
Kiss Magro, com a Giovanna e nessa reta final com o Tony Ramos. Aliás, esta semana seremos brindados com mais embates entre Romero e Zé Maria que com
certeza serão mais um show de interpretação de ambos.
Fonte:
Texto
: Evaldiano de Sousa
Comentários
Postar um comentário