Renascer foi a trama que marcou a volta do Benedito Ruy Barbosa à Globo com status de autor do horário
nobre, depois de ter abalado os
alicerces da hegemonia global com Pantanal (1990) na Rede Manchete.
A novela foi um espetáculo em todos os sentidos, um elenco
ímpar, locações inesquecíveis, e o ritmo lento da narrativa e estilo
contemplativo da direção do Luiz
Fernando Carvalho, naquela época foi apontado com um dos principais
ingredientes para o sucesso da trama.
Mesmo sendo uma trama rural, bem aquele estilo do Benedito, Renascer também tinha seus núcleos urbanos, que mostravam a
vida dos filhos cosmopolitas do José Inocêncio, o inesquecível protagonista da
trama vivido pelo Antônio Fagundes.
Assim como a trama, sua trilha mesclou músicas
regionalistas que viraram hits nacionais
com faixas urbanas que davam o glamour que o horário nobre da Globo tinha que manter, com isso quem
comprou o disco que trazia MarcosPalmeira como um legítimo plantador de cacau caracterizado do seu
personagem João Pedro, ganhou uma trilha
inesquecível para curtir e se emocionar.
Dos temas ditos rurais, “Lua
Soberana” do Sérgio Mendes foi o
grande cartão postal da novela. Sem dúvidas a que mais nos faz lembrar de Renascer e aquelas cenas dos
extratores pisando cacau.
Fábio Jr numa vibe
bem caipira gravou “Ai que Saudade de
Ocê”, que virou um clássico
sertanejo, o tema da Ritinha e Damião, o
casal rústico vivido pela Isabel
Fillardis e Jackson Antunes.
A clássica “Em Nome do
Amor” voltou às paradas de sucessos nesta regravação feita especialmente
para Renascer pelo Aguinaldo Rayol. A música foi tema do
turco (que não era turco) Rachid, vivido pelo saudoso Luiz Carlos Arutin.
A Dupla Gil e Caetano presenças constantes em quase todas as
trilhas de novelas, também se fizeram presentes no volume 1 de Renascer.
Gilberto Gil entrou com “Parabolicamará” que na trama era tema de locação das cenas da
Bahia. Já Caetano Veloso com “Lindeza” embalou José Inocêncio, um dos melhores personagens da história da
teledramaturgia nacional, imortalizado por Antônio
Fagundes. A Música também era tocada numa versão instrumental como tema da Maria Santa, a esposa de José Inocêncio
morta na primeira fase da trama, e vivida pela quase novata Patrícia França.
Outro nome de peso abria a trilha da novela, Roberto Carlos com “Dito e Feito”, tema da personagem Dona
Patroa, vivida pela Eliane Giardini.
Infelizmente a música tocou pouco na
novela.
Daniela Mercury
tinha acabado de estourar no ano anterior como grande nome do axé music, muito
antes de Ivete Sangalo e Cláudia Leitte,
e tinha alcançado projeção nacional com a clássica “Swing da Cor”. Em seu disco seguinte “O Canto da Cidade”, um dos mais vendidos da história do axé, trazia
um dueto da cantora com Herbet Vianna.
Esse dueto, “Só Pra Te Mostrar” integrou a trilha da novela como tema da
polêmica personagem Buba, a hermafrodita vivida pela Maria Luísa Mendonça. A música também estourou nas rádios dos
quatro cantos do Brasil e elevou Daniela Mercury ao status de grande
cantora nacional, e não só cantora de trio e axé.
Outra que teve um up na carreira graças a inserção de uma
música na trilha de Renascer foi Adriana Calcanhoto. O grande hit do ano
de 1993 foi a música “Mentiras” ,
sem dúvidas o carro-chefe da trilha como tema da Mariana, a complexa personagem
vivida pela Adriana Esteves. “Mentiras”
foi veiculada quase que diariamente na novela e praticamente de hora em hora em
todas as rádios do país. Com isso Adriana
Calcanhoto ganhou o status de grande intérprete brasileira.
Outros três nomes sempre presentes em trilhas também
integraram Renascer Volume 1: GuilhermeArantes com “O Lado Prático do Amor”,
o tema da esfuziante Eliana, vivida pela PatríciaPillar; o Grupo Roupa Nova com “De Volta ao
Começo”, tema de locação das terras do José Inocêncio e o Fagner com “Me Diz”.
Assim como “Lua
Soberana” , outro tema que basta ouvir e já nos remetemos imediatamente a
trama de Renascer e seus personagens é “Confins”, o tema de abertura
imortalizado na voz do Ivan Lins. A Música
tinha uma pegada rural e ao mesmo tempo pop que casava com perfeição com a abertura
e os entrechos da trama.
O Disco fechava seus dois lados com temas instrumentais. O Lado A com “Sport
Time” da Sunshine Orchestra e o
B com “To Aim” do Franco Perini.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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