A novela dos autores Felipe
Miguez e Isabel de Oliveira depois do fenômeno que foi Cheias de Charme em 2012, terminou nesta sexta-feira (31.10) amargando
uma das piores audiências do horário.
Geração Brasil foi muita aguardada exatamente por ser o novo trabalho
da dupla que parou o país com a história das empreguetes. Porém a trama cibernética, a enxurrada de expressões
de informática mesclada com o “americanismo”
de alguns personagens acabaram se transformando no maiores motivos para que o público cativo do horário não se
identificar com a trama. A Linguagem teria sido melhor apresentada dentro da Malhação.
Acho que nem a Copa do Mundo , o horário político e o horário de
verão foram tão prejudiciais a Geração Brasil como
a apresentação e o perfil dado a alguns personagens. O esquecimento e desperdício de grandes personagens
que os autores tinham em mãos foi imperdoável.
Claudia Abreu, Taís Araújo, Murilo Benício e Titina Medeiros entre
outros conseguiram tirar “leite de pedra”
a cada cena. Renata Sorrah anunciada
com a grande vilã da trama Glaucia Beatriz, não passou de uma figuração de
luxo, o que foi um crime, pois a atriz poderia ter enriquecido muito a trama
caso tivesse terreno para brilhar.
Alguns personagens foram
tão mal delineados que ficou impossível engolir o Brian, o pior personagem do Lázaro Ramos na tv , Herval (Ricardo
Tozzi) ou o Shin Shoo (Rodrigo Pandolfo).
Nessa contramão e como compensação alguns personagens conseguiram
saltar o fraco texto e se sobressaíram. Foi o caso da Dorothy, a transgênero
vivida magistralmente por Luis Miranda.
A personagem logo em suas primeiras cenas
cativou o grande público e mesmo
com doses de comédia prestou um importante papel no esclarecimento sobre esse gênero. Na reta
final da trama a personagem ainda se viu envolta de uma polêmica. A Globo escondeu o beijo de amor entre André Gonçalves e Luis Miranda no
último capítulo com balões, fazendo ressurgir aquelas velhas questões sobre o “beijo gay” na Tv.
Leandro Hassun também foi
muito bem na sua estreia em novelas dando vida ao hilário Barata. Em muitos
capítulos as tiradas dos personagens salvaram a trama.
Foi provado em outras tramas apresentadas no horário das sete, como Bang Bang (2005) e Tempos Modernos (2010),
que essa narrativa inovadora nem sempre é bem aceita pelo público. Uma pequena dose
a mais nesses temas, que o acabam transformando em personagens ao invés de pano
de fundo para os mesmos, pode ser o desencadeador de um insucesso.
Assim em meio toda a linguagem informatizada de Geração Brasil romances como o de Manu
(Chandelly Braz) e Davi (Humberto Carrão), ou Davi e Megan (Isabelle Drumond)
foram capazes de cativar um público. No início até haviam torcidas por casal
Manu/Davi, mas a espinha dorsal do entrecho era tão fraca, que esses mesmos torcedores mudaram de lado
quando Davi se envolveu com Megan, ou seja os casais eram muito artificiais.
A falta de química entre o
quadrilátero Jonas/Verônica/Herval/Pâmela foi enfraquecendo em muito a trama,
que com a demora em mostrar ao grande público quem realmente era o grande vilão
da novela, acabou nos deixando perdido sem saber por quem torcer. Ainda bem que
na última semana os autores com um
pedido de desculpas resolveram juntar Pâmela e Ernesto (Felipe Abib).
Geração Brasil vai deixar saudades e foi bom tê-la acompanhado, principalmente
por ter a certeza de que provavelmente a novela nunca será reprisada, por se
tratar de um tema tão datado. Daqui a no mínimo dois meses, toda a tecnologia
mostrada e anunciada na trama já vai está defasada.
A Dança do Jonas e Pâmela
no “Concurso Geração Brasil”; O
Sotaque e a troca de palavras da Pâmela; Ah e o Sotaque da Manu também, assim
como o “Oh My God!” da Dorothy ,
ficarão para sempre na memória.
Geração Brasil pode não ter sido um fenômeno, mas a trama deu recado
e pode ser usada como um exemplo principalmente nessa divulgação ao acesso digital para a massa.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Comentários
Postar um comentário