Com elenco impecável, “Amorteamo” prova mais uma vez que as produções “menores” são o futuro da teledramaturgia.

        É sempre bom ver um trabalho impecável apresentado na tv. Isso sempre ocorre nas produções menores como os seriados e minisséries, já que a grande indústria das telenovelas não permite esse cuidado.

        Em Amorteamo, minissérie dos autores Cláudio Paiva, Guel Arraes e Newton Moreno , que mescla o melodrama com leves pitadas de comédia, brinca com a linha tênue entre o amor e a morte, terminada nesta sexta-feira   o que mais me chamou atenção  foi o elenco afiadíssimo, nomes já muito conhecido das novelas e outros programas, mas que em minissérie mostraram uma nova nuance de seu trabalho que dificilmente poderia ser mostrada em uma novela.

        Jonny Massaro, o Gabriel, que já havia se destacado como o Ferdinando de Meu Pedacinho de Chão (  ) , mostrou o amadurecimento do seu trabalho na pele do protagonista.

        Leticia Sabatella Maria Luisa Mendonça, Jackson Antunes e Tonico Pereira  são  exemplos de atores  que brilham muito mais nessas produções menores  do que nas  várias novelas que já participaram.

        Guta Strazzer ganhou em Amorteamo sua primeira personagem depois de viver por 13 anos  a Bebel de A Grande Família (2001/ 2014  ), e a dona Cãndida  foi  grande destaque da minissérie, mostrando que a atriz não vai  ficar malfadada a uma só personagem.

        Até mesmo a Marina Ruy Barbosa, que ficou devendo muito no sotaque nordestino, também deu vida  a uma Malvina inesquecível, uma noiva cadáver horripilante para ficar na história.

        Mesmo em um horário difícil, sexta à noite, a minissérie provou que com um trabalho apurado em cima de uma história sedutora, a audiência passa a ser uma consequência. Claro que trabalhar numa obra “menor” e fechada  dar mais segurança para os autores e diretores, já mostram o trabalho pronto sem o risco de interferência de um público que rejeite a história. É um risco, mas  na contramão vem o tempo que a produção tem para mostrar um trabalho puro e com maior qualidade. Será o futuro da teledramaturgia minisséries e novelas menores? E como  consequência disso produções com mais requinte e cuidado ? 

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Texto : Evaldiano de Sousa