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Novelas Inesquecíveis – Sétimo Sentido (1982)


        “Eu gostaria que o ser humano acreditasse que existe uma força capaz de mudar sua vida. É bom confiar em si mesmo e esperar um novo amanhecer.”
        Com essa frase JaneteClair encerrava a trama da novela Sétimo Sentido (1982), que no último mês de março completou 35 anos. Na trama Janete voltava a falar de um tema sempre recorrente em suas tramas – O Duplo. A Autora se familiariza com histórias de gêmeos e sósias, e em Sétimo Sentido juntou  isso a paranormalidade,  nos presenteando com uma visceral Regina Duarte vivendo as protagonistas Priscila Caprice e Luana Camará.

REGINA E FRANCISCO CUOCO
        Sétimo Sentido conta a história da  marroquina Luana Camará (Regina Duarte) que volta ao Brasil para tentar recuperar sua fortuna roubada pela família Rivoredo. No passado, Antônio Rivoredo (Carlos Kroeber) passou para o seu nome os bens dos pais de Luana, quando estes foram obrigados a se exilar por problemas políticos, no período Vargas. O patrimônio da família Camará, no entanto, nunca foi devolvido por Antônio.

Tião Bento (FranciscoCuoco)  é o braço direito do falecido Antônio e antagonista de Luana. Ele ambiciona o poder nas empresas da família Rivoredo, mas enfrenta a oposição de Sandra (Natália do Valle), a filha mais velha de Antônio, com quem vive em conflito. Tião Bento é também uma espécie de Don Juan e tem uma curiosa mania: guarda sempre um pé de sapato das mulheres que seduz. Os obstáculos enfrentados por Luana fazem com que ela retorne a Casablanca, sua cidade natal, deixando no Brasil seu grande amor, Rudi (Carlos Alberto Ricelli), outro dos Rivoredo. O rapaz vive uma crise conjugal com a possessiva Helenice (Beth Goulart).

Luana, que já manifestava sinais de paranormalidade, como visões de situações futuras, acaba sofrendo uma transformação radical: ela assume mediunicamente a identidade da atriz italiana Priscila Capricce e reaparece no Brasil, causando o espanto de todos. O espírito de Priscila possui o corpo de Luana com a intenção de encontrar sua filha desaparecida e cobrar uma promessa feita em uma encarnação passada das duas. Ao contrário da contida e sofrida Luana, Priscila é sofisticada, sensual e descontraída. Ela arrebata o amor de Tião Bento e os dois acabam se casando. Enquanto corre o processo movido contra a família Rivoredo, Priscila tenta levantar dinheiro para encenar a peça “O Santo Inquérito” e é envolvida em uma série de intrigas.

No capítulo 148, a cena de uma regressão espiritual explicou a ligação de Luana com o espírito de Priscila. Em 1910, numa vida passada, elas foram a gêmeas Luciana (Luana) e Maria Pia (Priscila). Maria salvara a vida de Luciana, criando uma dívida de gratidão que seria resgatada no presente.
Influenciada pelo Os Irmãos Karamazov, do Dostoievsky, Janete Clair apresentou um panorama sobre a paranormalidade que prendeu a atenção do público, tanto que a trama só deslanchou mesmo a partir da sua metade, quando Priscilla Caprice assume por completa o corpo de Luana e volta ao Brasil. Essa possessão por completa foi criticada por estudiosos do espiritismo que alegavam a impossibilidade de um espírito  apoderar-se de forma tão forte de uma pessoa. Sobre o fato Janete, que além de ter a assessoria da parapsicóloga Thelma Tabada, afirmou ter estudado durante um ano temas relativos a paranormalidade, parapsicologia e espiritismo.

Polêmicas ou exageros à parte, Regina Duarte  deu um show à frente das duas personagens. Com perfis totalmente diferentes, Luana era simples, tímida e contida, enquanto Luana era uma explosão em forma de mulher, exuberante e sensual, foi  exatamente esse contraponto entre elas que enriqueceu ainda mais o trabalho da Regina interpretando  de forma visceral personagens tão marcantes na teledramaturgia. A Atriz declarou em entrevista que depois que interpretou a Porcina de RoqueSanteiro (1985), descobriu que a Priscilla Caprice foi uma espécie de percussora da personagem mais lembrada de Asa Branca.
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Duas cenas protagonizadas por Regina Duarte na pele da Priscilla Caprice marcaram Sétimo Sentido: Priscila no palco vivendo  Branca Dias de O Santo Inquérito,  personagem que a Regina Duarte realmente viveu no teatro na peça do Dias Gomes; e o exuberante e fantástico casamento cigano  com Tião Bento.
REGINA e CARLOS ALBERTO RICELLI
Como de praxe, a censura não deixou Sétimo Sentido fluir, e implicaram entre outras coisas com o relacionamento entre Luana e Rudi (Carlos Alberto Ricelli) impedindo o beijo entre o casal, pois Rudi era casado. O Público sem saber dos cortes impostos, reclamavam da falta de sensualidade e romantismo entre o casal, o que só exaltou o relacionamento entre Priscila e Tião Bento capítulos depois.
TAMARA TAXMANN e ADRIANO REYS 
Outra personagem  que caiu no gosto popular em Sétimo Sentido foi a caminhoneira Gisa, vivida pela Tamara Taxmann, entrando para o hall das inesquecíveis “mulheres do povo” sempre presente em tramas da autora como foram  Chica Martins (Dina Sfat) de Fogo sobre Terra (1974), Leda Maria (Betty Faria) de Duas Vidas (1977), a Lili (Elizabeth Savalla) de O Astro (1978), a Ana Preta  (Glória Menezes) de Pai Herói (1979) e a Maria Faz-Favor  (Aracy Balabanian) de Coração Alado (1980).
REGINA E JACQUELINE LAURENCE
O penúltimo capítulo de Sétimo Sentido mobilizou o público em frente à tv que não queria perder o resultado do julgamento de Luana, que centrou o debate no fenômeno da dupla personalidade.

Como a própria autora declarou na época em entrevistas, Sétimo Sentido foi uma novela difícil de escrever por causa da censura  e  polêmica dos temas. Janete chegou a se afastar da trama por algum tempo, quando descobriu um doença e teve que se operar. Sem alarde junto a imprensa, Sílvio de Abreu assumiu a novela escrevendo os capítulos com a supervisão da Janete.

O grande trunfo de Sétimo Sentido sem dúvidas foi Regina Duarte, que  sempre queridinha do grande público, conquistou e  prendeu o telespectador com uma intepretação inesquecível das duas protagonistas, e a  empatia  com Francisco Cuoco,  dez anos depois do sucesso em  Selva de Pedra (1972), também foi crucial para a trama.

Ficha Técnica:
Novela da Autora Janete Clair
Direção Geral: Roberto Talma
Elenco:
REGINA DUARTE – Luana Camará / Priscila Capricce
FRANCISCO CUOCO – Tião Bento
CARLOS ALBERTO RICCELLI – Rudi
EVA TODOR – Santinha Rivoredo
NATÁLIA DO VALLE – Sandra
CLÁUDIO CAVALCANTI – Danilo
ARMANDO BÓGUS – Vavá (Valério Ribeiro)
FERNANDO TORRES – Harold Bargman
OTÁVIO AUGUSTO – Jorge
TAMARA TAXMAN – Gisa
ADRIANO REYS – Renard
MYRIAN PÉRSIA – Mapy Hilder
BETH GOULART – Helenice
EDNEY GIOVENAZZI – Sampaio
SÔNIA CLARA – Diana
FERNANDO EIRAS – Henrique
NEUZA CARIBÉ – Uiara
PAULO GUARNIERI – Tony
PATRÍCIA PHEBO – Cris (Cristina)
MIRIAN PIRES – Carolina
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Elísio Mendes
NICETTE BRUNO – Sara
LIZA VIEIRA – Érika
EDWIN LUISI – Rúbens
TÂNIA BÔSCOLI – Alba
ÊNIO SANTOS – Tomaz
JACQUELINE LAURENCE – Célia
HELOÍSA HELENA – Augusta
REYNALDO GONZAGA – Gilson Pratini
JACYRA SILVA – Pérola
RUTH DE SOUZA – Jerusa
LAJAR MUZURIS – Domingos
CÁSSIA FOUREAUX – Ângela
JONAS BLOCH – Jaime
IRMA ALVAREZ – Vanda
TEREZINHA SODRÉ – Rita
MARALISE – Arminda
NILSON ACIOLY – Kico
LÍCIA MAGNA – Olga
a menina
ISABELA BICALHO – Cila (filha de Priscila)
e
ALESSANDRA DE MELO – Luana (criança)
ÂNGELA LEAL
CARLOS KROEBER – Antônio Rivoredo (marido de Santinha)
CLEMENTINO KELÉ
DAVID PINHEIRO – Padre Gustavo (pároco de Pedra Linda)
MARIA DELLA COSTA – Juliana
MARIA SANTOS QUIRINO – Bia (tia de Lenita)
MONIQUE ALVES – Rosinha (enfermeira de Tião Bento assediada por ele)
ROSAMARIA MURTINHO
YOLANDA CARDOSO – Carla Taglianetti (mulher de Taglianetti)
Exibição: 29 de Março à 08 de Outubro de 1982
Capítulos: 166

Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa

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