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Aberturas Inesquecíveis – Fera Radical x Bebê a Bordo x Vale Tudo – 1988


        A Trinca de aberturas de novelas de sucessos vai voltar até  o ano de 1988 e falar de  três tramas que ficaram simultaneamente no ar por cinco meses e emocionaram o pais com suas histórias e entrechos : FeraRadical, do Walther Negrão; Bebê a Bordo, do Carlos  Lombardi e a clássica Vale Tudo (1988), do Gilberto Braga.

Fera Radical (28 de Março à 19 de Novembro de 1988)
Tema de Abertura: “Fera Radical”Solange



        Fera Radical, a clássica história da motoqueira vingadora  ficou no ar entre março e novembro de 1988, catalisando uma legião de fãs que se apaixonaram pelo clima rural/chic que Walther Negrão empregava na trama.
        A novela é atualmente uma das reprises do Canal Viva e novamente se destaca por sua história forte e envolvente. É sem dúvidas um dos maiores sucessos do anos 80, nos bons tempos do horário da seis, onde tramas com potencial de horário nobre eram apresentadas sem timidez.
        Inspirada na trama de Cavalo de Aço, também do Negrão, apresentada na Globo em 1973, que ao invés do protagonista homem, Tarcísio Meira em Cavalo, trouxe Malu Mader como a técnica em programas de informática que  chegava a pequena cidade para dar início a sua sede de vingança.  
        Cláudia foi a primeira protagonista de Malu Mader oficialmente em novelas – ela já havia atuado em cinco novelas e protagonizado uma minissérie (Anos Dourados). Apesar de considerar que a Glorinha da Abolição de O Outro (1987), ser essa primeira protagonista da atriz. Foi também o primeiro protagonista de José Mayer, visto anteriormente em cinco novelas e duas minisséries.
        A Novela teve duas sequencias inesquecíveis: a morte de Joana Flores (Yara Amaral), que atirou em si mesma, por acidente, em um embate com Cláudia (Malu Mader), vestida de noiva – com quem a vilã não queria ver casado o seu filho, Fernando (José Mayer). E Fernando, montado em um cavalo, invadindo o tribunal para resgatar Cláudia, durante o julgamento dela, acusada da morte de Joana.
        Fera Radical consagrou YaraAmaral,  naquele que foi seu último trabalho. A atriz foi uma das vítimas do naufrágio do Bateau Mouche  na Baía da Guanabara em dezembro de 1988.

Bebê a Bordo (13 de Junho de 1988 à 11 de Fevereiro de 1989)
Tema de Abertura: “Amor e Bombas”Eduardo Dusek



        Uma chuva de bebês  abria a  novela  anárquica, repleta de ação, diálogos irônicos, traçada com muita criatividade por Carlos Lombardi em seu segundo voo solo como autor de novelas. Bebê a Bordo tomou o público do horário das sete de assalto e se tornou num tremendo sucesso, perpetuando o estilo do autor que se firmaria em seus próximos trabalhos -  Perigosas Peruas (1992), Quatro por Quatro (1994), Vira-lata (1996), Uga Uga (2000), Kubanacan (2003) e outras.
        Tendo uma bebê, a inesquecível Heleninha (Beatriz Bertu), como elo de ligação entre os diversos núcleos, Lombardi apresentou um texto inquietante, ágil e sarcástico e como ainda era  uma novidade cativava mais público a cada novo capítulo.
        A trama apresentou personagens inesquecíveis,  começando pelo Tonico, com um TonyRamos  numa veia cômica inédita; Ana, a protagonista vivida pela Isabela Garcia (sua primeira); a reprimida e romântica Ângela, da Maria Zilda Betlhen; os irmãos Rico e Rei, vividos pelo Guilherme Leme e Guilherme Fontes entre outros.
        Cinco crianças se revezaram no papel da menina Heleninha, em diferentes fases de seu crescimento: Adriana Valbon e Roberto (enquanto bebê de colo), e Caroline e Beatriz Bertú (quando Heleninha começa a engatinhar). Mas foi a menina Beatriz Bertú (da última fase e a que ficou mais tempo no ar) que encantou a todos: o elenco, a produção da novela e, principalmente, o público. Beatriz cresceu e seguiu a carreira de atriz.  
        Bebê a Bordo foi a última novela da atriz Dina Sfat, que viveu a protagonista Laura, mãe de Ana e avó da Heleninha (Beatriz Bertú).
        Mesmo sendo recheada por entrechos cômicos a novela terminou num clima melancólico e dramático. Laura (Dina Sfat) conseguiu a guarda de Heleninha e, com isso, ela e Ana (Isabela Garcia) não se entenderam. Ana, Rico e Rei planejaram uma fuga com a bebê, mas capotaram o carro, que caiu de uma ponte. Rico e Rei, que haviam casado um dia antes, foram dados como mortos e suas mulheres, Sininho (Carla Marins) e Raio de Luar (Silvia Buarque), acreditaram ter ficado viúvas. Ana levou um tiro na fuga e depois renunciou ao amor de Tonico, que continuou apaixonado por ela. Rico e Rei fugiram para o Paraguai com Heleninha, guardando-a para Ana. A novela terminou com a menina dando um beijo num quadro com o rosto de sua mãe pintado.
       
Vale Tudo (16 de Maio de 1988 à 06 de Janeiro de 1989)
Abertura: “Brasil” – Gal Costa





        Com a junção de nuances de um bom folhetim  a uma crítica social ao país,  Vale Tudo,  do Gilberto Braga, AguinaldoSilva e Leonor Basséres, se transformou em um dos maiores sucessos da teledraturgia nacional juntando uma massa de telespectadores à frente da Tv que se não se permitiam perder um capítulo sequer.
        A novela abocanhou todos os prêmios referentes a teledramaturgia daquele ano e até hoje é considerada   ícone de comparação entre sucessos do gênero.
        Os vilões  da trama   tomaram vida própria. Como esquecer  Maria de Fátima (Glória Pires), Odete Roitmann (Beatriz Segall), Cesar (Carlos Alberto Ricelli)? Os personagens entraram para o hall dos grandes  na história da teledramaturgia.
        Os personagens  do bem também  marcaram a trama. Com a Raquel da ReginaDuarte, baluarte a honestidade; Heleninha Roitamnn, da Renata Sorrah, que virou sinônimo de alcoólatra tamanha a entrega da atriz ao drama da personagem, entre outros.
        O Ápice do sucesso  veio na reta final quando a grande vilã Odete Roitamann foi misteriosamente assassinada. O Capítulo foi ao ar  em 24/12/1988, com ela sendo  assassinada com três tiros à queima-roupa. O mistério da identidade do assassino durou apenas treze dias, mas dominou todas as conversas pelo país. O fabricante de caldo de galinha Maggi promoveu um concurso para premiar quem adivinhasse o nome do assassino. O Brasil parou diante da TV na noite do último capítulo da novela (em 06/01/1989) para conhecer o criminoso.
        A Revelação do mistério da identidade do assassino ,  que virou assunto de conversas e apostas nos quatro cantos do Brasil, foi gravada poucas horas antes de ir ao ar, para evitar, mesmo no ano de 1989, sem a total divulgação da internet, o vazamento da cena.  Nem o próprio elenco sabia, até ao momento em que Denis Carvalho dispensou os demais atores, anunciando que seria Leila (Cássia Kiss). A primeira reação da “morta” (Beatriz Segall) foi dar-lhe os parabéns. Razão do assassinato: Leila adentrara o recinto desabaladamente, disparando sua arma contra a vilã, por engano! Ela pensava que quem estava ali com seu marido Marco Aurélio (Reginaldo Faria) era a amante dele, Maria de Fátima (Glória Pires).
        Vale Tudo teve como campanha de divulgação  e ponto de partida uma pergunta comum a milhões de brasileiros “Vale a pena ser honesto no Brasil de hoje?”. O Ano era 1988, e a pergunta continua tão atual quanto na época. Uma  pena  claro!
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa

Vídeos: You Tube 

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