Terminou a melhor novela das sete dos
últimos tempos - Bom Sucesso, da dupla Rosane
Svartmann e Paulo Halm, fez uma
trajetória magistral onde tudo deu certo,
nem os percalços na reta final
prejudicaram em nada o conjunto
da obra.
Bom sucesso desde seus primeiros capítulos se destacou pelo
pano de fundo literário com trechos de livros clássicos sempre
citados pelos protagonistas ou outros personagens, mas a trama foi além,
sem abrir mão da linha folhetinesca, os autores conseguiram imprimir e apresentar uma trama simples, com
entrechos conhecidos, mais tão bem emoldurados pelo belo texto e um
elenco escalado com mestria que encantou a cada cena.
A Relação Alberto
(Antônio Fagundes) e Paloma (Grazzi Massafera) foi sem dúvidas o principal trunfo da trama. Poucas vezes uma relação
assim de sexo oposto sem temática sexual chamou tanta atenção do público. O que dizer da cena da dupla em pleno
sambódromo no antepenúltimo capítulo na
quarta – feira (22.01) , a cena que marcou a morte do personagem no penúltimo
capítulo e a cena final com Paloma lendo para a alma de Alberto, que fechou a
novela. Há muito tempo uma reta final não
chamava tanta atenção do
público, e isso sem usar nenhum
subterfúgio de quem fica com quem ou o quem matou?
Com ótima direção (Marcus Figueiredo e Luiz
Henrique Rios) e roteiro a trama em nenhum momento perdeu o fôlego e
apresentou entrechos inteligentes que foram
se interligando no decorrer dos acontecimentos
sem precisar de emendas grosseiras – tudo milimetricamente apresentado seguindo
um roteiro perito para que nos próximos encontros nada soasse pura e
simplesmente de graça ou infantil.
A Grazzi Massafera sem
dúvidas foi o grande acerto do
ótimo elenco de Bom Sucesso. Se a paloma não funcionasse no ar, talvez
isso prejudicasse todo o andamento da novela, mas felizmente ela
mostrou que é sim uma grande atriz,
e na pele de uma personagem simplória, sem subterfúgios ou
alegorias, segurou com muita competência cenas de humor e
dramas na mesma proporção. Sua dobradinha com Antônio Fagundes , tão criticada em Tempos Modernos (2010),
primeira trama em que a dupla se encontrou, em Bom Sucesso foi crucial para
fluidez da história - literalmente dois grandes personagens que
entraram para o seleto hall dos melhores da teledramaturgia nacional.
O retorno do Antônio Fagundes as
novelas não poderia ter sido em melhor estilo. Depois do controverso Coronel
Saruê de Velho Chico (2016), o ator precisava do Alberto de Bom Sucesso para
mostrar que ainda estava em plena forma. O Alberto foi a essa altura
da carreira do Fagundão um personagem que marcou seu vasto currículo. Usado com
um dos principais a fazer as citações literárias da
trama, não foi um personagem chato ou repetitivo, e mesmo sabendo
que tinha pouco tempo de vida deste o início da trama,
não seguiu o estilo sofredor ou melancólico, muito pelo
contrário, foi um personagem solar,
coerente com a trama.
Sem muita pretensão e sem subestimar o público, a
novela que primou por um texto não didático mesclado com citações literárias clássicas apresentou um
roteiro refinado que ajudou o telespectador a se apaixonar por cada
personagem construído magistralmente por seu intérpretes.
Nesse elenco vale destacar também -
Fabíula Nascimento que fez da sua coadjuvante Nana uma personagem
inesquecível. Rômulo Estrela sai de Bom Sucesso coroado por um trabalho impecável. Depois do apagado
Afonso, o príncipe de Montemor de Deus
Salve o Rei (2018), o Marcos mostrou que o ator era muito maior. Ingrid
Guimarães na pele da exuberante Silvana Nolasco foi o alívio cômico
de Bom Sucesso,
porém sem destoar das outras tramas. Passou por várias
fases até se encontrar com Mário, o personagem do Lúcio
Mauro Filho, ai não teve pra ninguém. As Sequências da Silvana e Mário
renderam ótimos momentos a trama e mesmo
torcendo para o Mário e Nana , a dupla Silvana e Mário foi muito importante
para a história. Muito bom ver dois atores originalmente do humor, fazendo na
teledramaturgia humor inteligente e coerente com espinha dorsal da
novela.
A família da Paloma foi
outro destaque de Bom
Sucesso - Os filhos da personagem -
Alice (Bruna Inocencio), Gabriela (Giovanna Coimbra) e Peter (João Bravo) –
esbanjaram química logo nas primeiras cenas e ficou impossível
imaginar realmente que não eram mãe e filhos e
irmãos tamanha a entrega dos atores. Bruna Inocêncio,
Giovanna Coimbra e João Bravo fizeram trabalho de gente grande com direito a cenas difíceis das meninas,
quando a Alice sofreu violência e assédio e a Gabriela passou por um doença
gravíssima que quase a matou. As cenas mostraram o trabalho
primoroso das estreantes Bruna Inocencio e Giovanna
Coimbra, nomes que merecem ser bem guardados por que sem dúvidas ainda vão
brilhar ainda mais nos próximos trabalhos.
O Diogo
do Armando Babaioff foi um personagem moldado a cada
capítulo e mostrou que seu intérprete a tempos estava preparado para voos mais
altos. De coadjuvante, acabou se transformando no grande antagonista
de Bom Sucesso, dando
ao Bababiof um novo status. Uma pena, mais uma pena mesmo que nesta reta final
o personagem tenha sido levado para uma sequência tão incoerente com toda sua
trajetória. Muito triste vê-lo terminar
assim, mas seu conjunto da obra fica registrado como um dos pilares desse
sucesso da novela. Se o Armando Babaioff foi o coadjuvante
alçado a antagonista pelo trabalho impecável a frente do Diogo, a Sheron Menezzes não fez por menos. De vilã
a salvadora da pátria! A Gisele foi a personagem mais
transformada da trama de Bom
Sucesso. Apresentada como a parceira de Diogo (Armando
Babaioff) em suas vilanias, foi se distanciando desse perfil quando percebeu
que o amante queria bem mais do que ficar rico e viver para sempre a seu lado.
A Gisele foi aos poucos se moldando a nova situação e terminou a trama linda e morena na
Grécia.
Mesmo
com alguns percalços na reta final, como a já citada transformação do Diogo em
um “vilão pastelão” ou o entrecho do
retorno do marido da Paloma vivido pelo Marcelo
Faria, que nada acrescentou a trama
, a não ser ganhar tempo enquanto o Diogo havia saído de cena, Bom Sucesso terminou provando que a qualidade e a boa audiência podem sim
andar de mãos dadas, e por isso foi aclamada pela crítica e público.
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Fonte:
Texto : Evaldiano de
Sousa
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