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Enquete e10blog - Melhores do Ano

10 Novelas das Sete que o Viva ainda está nos devendo

 


        Um Anjo Caiu do Céu (2001), um dos destaques do horário das sete, escrita pelo autor Antônio Calmon, está cotada para ser uma das  próximas reprises que o Viva vai nos presentear.

        A trama protagonizada por Tarcísio Meira, CrhistianeTorloni, Patrícia Pillar e Caio Blat pode ser a substituta de Coração de Estudante, que por sua vez vai  substituir O Beijo do Vampiro no horário.

        Se Um Anjo Caiu do Céu rolar mesmo, é mais um clássico do horário das sete da Globo  que o Viva  traz de volta, mas o Canal ainda está nos devendo muitas.

        Abaixo cito 10 títulos do horário que o Viva  teria que trazer de volta  logo, logo  . . .

 

1 – Estúpido Cupido (1976)



        A Primeira novela de Mário Prata , que apesar da falta de conhecimento do veículo, conseguiu mostrar um trama cheia de bons diálogos , e com o detalhe de a história se passar em um passado não muito distante e ao mesmo tempo pouco falado. Assim , Estúpido Cupido foi o grande sucesso da teledramaturgia daquele ano de 1976 e até hoje é tida com referências.

        Eu sei que sonhar com  uma trama tão longínqua no Viva  talvez não seja viável, mas não custar tentar não é.

  

2 – Locomotivas  (1977)



        Com inspiração na vida de grandes vedetes brasileiras  como Virgínia Lane, Nelia de Paula e Maria Rúbia o autor criou a história de Kiki Blanche, sua família e seu instituto de beleza, eixo central de Locomotivas.

O Ano era 1977 e coincidiu exatamente com a aprovação da lei do divórcio no congresso nacional. O que de certo modo deu total liberdade às  mulheres que não precisavam viver em um casamento infeliz, e se  resolvessem viver a vida ao lado de outro homem  tinham todos os direitos preservados.

    Locomotivas tinha essa liberdade feminina como mote principal e trazia Eva Todor, Aracy Balabanian e Lucélia Santos no papel dessas mulheres, que vinha com tudo,  como uma Locomotiva derrubando tudo que pudesse impedi-las de crescer.   

A imprensa divulgou a cerca de um ano que Locomotivas estava na lista  reprises do Viva, mas até então nada.

 

3 – Te Contei(1978)



        A trama  é uma das menos citadas entre as obras do autor pelo fato de não está entre as clássicas como Locomotivas (1977), Elas por Elas (1982), Ti Ti Ti (1985) e Que Rei Sou Eu ? (1989), mas a novela teve seu charme.

        A Trama tinha um diferencial entre seus protagonistas. Uma era cleptomaníaca  e o outro  cego.  Esses assuntos sérios eram intercalados entre os encontros  e desencontros amorosos que marcaram a história.

          Luiz Gustavo mais uma vez viveu um personagem marcante do Cassiano Gabus Mendes.  O ator contou em entrevista que no início da trama não gostava do personagem, mas conseguiu no decorrer  se adaptar e faze-lo com maestria.

        A Cleptomaniaca da história foi vivida pela atriz Wanda Stefânia, profissional de grande sucesso na década de 70 e 80. Depois de viver a Santuza  de Amor com Amor se Paga (1984) a atriz abandonou  a TV , voltando apenas em 1991 na minissérie  Floradas na Serra na Rede Manchete. Seu último trabalho foi em 2003, na novela Canavial das Paixões exibida pelo SBT.

 

4 – Feijão Maravilha (1979)



          Bráulio Pedroso homenageava as chanchadas dos anos 50, com uma deliciosa comédia que reuniu no elenco nomes que fizeram muito sucesso Atlântida, como José Lewgoy, Ivon Cury, Mara Rúbia, Eliana Macedo, Adelaide Chiozzo, Walter D´avilla, Oley Cazarré  e  Grande Otelo.

        A Trama protagonizada por Lucélia Santos, passava toda sua ação no Hotel Internacional, um cinco-estrelas, onde se reunia todos os personagens. Eliana, a personagem da Lucélia, trabalha na recepção e vive ás voltas com as trapalhadas de Anselmo (Stepan Nercessian), um empresário com contratos que nunca se concretizavam. Eliana é apaixonada por Anselmo, mas ele não percebe esse amor, pois é apaixonado pela bela e rica Bibinha (Maria Cláudia). Os dois são amigos de Benevides (Grande Othelo) e Oscar (Olney Cazarré), carregadores de malas do hotel. A Jovem recepcionista sempre acaba metida nas confusões que os três aprontam.

        A homenagem às chanchadas foi o diferencial da trama e claro,   emocionou  com  a dupla Grande Othelo e Olney Cazarré vivendo uma dobradinha inesquecível, numa explícita a homenagem a Oscarito, eterno parceiro de Othelo nas chanchadas.

Jose Lewgoy na pele do Vilão Ambrósio, o Sombra, nos relembrou seus bons tempos de vilão da Atlântida.

        A Novela correu despretensiosa e acabou consagrando esse estilo comédia-rasgada para o horário das sete global, e a maioria das tramas seguintes  apostaram nele.

 

5 – Marron-Glacê (1979)



        Cassiano Gabus Mendes em 1979 resolveu mostrar no horário das sete uma novela protagonizada por garçons,  personagens sempre tão recorrentes  em novelas mais que até então nunca tinha sido mostrados como protagonistas de uma. 

        Marron-Glacê  surgiu na cabeça do autor na época em que ele foi dono de uma boate, e  confessou que muitas vezes ficava imaginando o que poderia passar na vida daqueles homens de preto e branco que serviam bebidas para os mais variados tipos de clientes.

        A Ideia foi ótima e Marron-Glacê se transformou em mais um dos grandes sucessos do autor no horário das sete marcado pela comédia e personagens inesquecíveis.

       

6 – Plumas e Paetês (1980)



        A Trama de Plumas e Paetês  é mais um  dos grandes sucessos do autor Cassiano Gabus Mendes A trama começou a ser exibida em 08 de Setembro de 1980, e pela primeira vez a Globo centrava uma trama  do horário das sete com  São Paulo como locação.

        A Novela foi gravada em vários pontos importantes da cidade de  São Paulo, mostrando para o Brasil o que estava na moda na grande metrópole através dos costumes e consumo daquela sociedade do início da década de 80. O Desfile apresentado no primeiro capítulo da novela foi gravado na famosa e sofisticada  casa de shows da época, o Gallery. O encerramento da trama também foi gravado  lá, com o elenco todo desfilando ao som de Ronaldo Rosedá, que cantava o tema de abertura e uma participação mais do que especial de Clodovil Hernandez.

         A Trama principal de Plumas e Paetês , a história da Marcela, personagem da Elizabeth Savalla, foi inspirada em uma antiga novela da Tv Tupi, A Intrusa (1967), e que ainda inspiraria em 2000 a trama de Esplendor, da autora Ana Maria Moretzsonh na Globo.

        Mesmo com a uma história muito rica, a trama não ia muito bem em termos de audiência, e por volta do capítulo 100 Cassiano Gabus Mendes foi substituído por Silvio de Abreu. Na época, Cassiano sofrera um enfarte e ficou impossibilitado  de terminar a trama. Sílvio e Cassiano nem se conheciam pessoalmente, mesmo assim o autor confiou Plumas e Paetês ao colega. Curiosamente a audiência da trama subiu quando Silvio assumiu a trama e mudou o perfil da personagem Marcela. De jovem humilde e sem perspectivas, o autor lhe transformou em uma mulher oportunista e dissimulada.

           Cassiano Gabus Mendes juntou em Plumas e Paetês, o casal Eva Wilma e Jonh Herbert (que já não eram mais casados na vida real), que ficaram famosos no seriado Alô Doçura (1954 – 1963) na Tv Tupi.   Formando um trio com Paulo Goulart na trama,  foram responsáveis pelas hilárias cenas da novela  na disputa  de  Márcio e Gino pelo amor de Rebeca.

        Eva Wilma estreou na Globo na trama de Plumas e Paetês. A atriz era uma das estrelas da Tv Tupi que tinha acabado de fechar as portas em julho de 1980.

Em 1983, a trama foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo, e é até hoje a novela menos “Picotada” da sessão. Os 191 capítulos  apresentados originalmente se transformaram em 180 na reprise.

 

7 – Elas por Elas  (1982)



        Mais uma trama de Cassiano Gabus Mendes para a lista - Elas por Elas foi o grande destaque da teledramaturgia do ano e considerada uma das melhores novelas da década e do autor até então.

        Elas por Elas  tem    uma trama divertida e bem amarrada, com um elenco em total sintonia e o texto impecável, que contou a história do reencontro de sete amigas   20 anos depois, e esse reencontro acendia vários outros acontecimentos relacionados e inter-relacionado entre elas.

 

        As amigas são   Márcia (Eva Wilma), a dondoca entediada com a vida que leva.  É dela a ideia de reunir suas antigas companheiras de colégio: Natália (Joana Fomm), Marlene (MilaMoreira), Wanda (Sandra Bréa), Carmem (Maria Helena Dias), Adriana (Esther Góes) e Helena (AracyBalabanian). Para isso, entra em contato com cada uma delas e promove uma brincadeira de amigo secreto em sua casa. Todas comparecem exceto Natália (Joana Fomm), que manda um presente estranho numa caixa: um pássaro morto.

        Em meio ao destaque do elenco feminino com belas e competentes atrizes muito seguras em cada personagem escrito sob medida para cada uma, o grande destaque de Elas por Elas foi o detetive Mário Fofoca,  vivido pelo Luiz Gustavo, que se transformou em um dos grandes personagens  da carreira do ator.

       

8 – Um Sonho a Mais  (1985)



        Um homem considerado o mais rico do mundo e que com um doença grave volta ao país natal em um redoma para morrer em paz. Pelo menos isso é o que é divulgado, mas na verdade Volpone volta com a intenção de provar sua inocência na acusação de assassinato do seu futuro sogro há 20 anos.

Este era o mote principal da novela Um Sonho a Mais, do autor Daniel Más com argumento do autor Lauro César Muniz,  baseada na peça Ben Johnson , Volpone.  Daniel Más, na verdade só ficou até o capítulo 37, daí em diante Mário Prata assumiu a trama junto com  Dagomir Marquezi.

        Ney Latorraca foi sem dúvidas o grande destaque dessa novela e praticamente a carregou nas costas. Mesclando grandes cenas dramáticas com o humor cult instalado na trama depois das mudanças iniciais, marcaram a interpretação do ator.

Um Sonho a Mais não faz mal . . . “ Essa frase  ficou imortalizada no grande sucesso do grupo Roupa Nova na música “Wisky a Go-GO” tema de abertura da novela. O vídeo mostrava um bailinho dos anos 60, com elementos típicos do início da década, em forma de gags humorísticas. A abertura é lembrada com uma das mais bonitas até hoje e a música tema  continua fazendo sucesso absoluto no repertório do Roupa Nova.

        Um Sonho a Mais pode a ter não ter sido um grande sucesso das sete, mas no passar dos anos é notável que no mínimo a trama ganhou ares de cult, graças ao tema delicado  e o enredo mais do que interessante. Não acho nem exagero que um remake dela poderia até ser bem-vindo  nos dias de hoje. Com os novos padrões e sem a censura,  o núcleo dos travestis poderia sem bem melhor desenvolvido e render situações hilárias.  

 

9 - Hipertensão  (1986)



         Hipertensão  é uma adaptação do sucesso da  da Ivani Ribeiro  -  Nossa Filha Gabriela,   apresentada pela Rede Tupi em 1971.

        A Autora mudou o nome de alguns personagens, inclusive o nome da protagonista, que de  Gabriela, passou para  Carina, incluiu  outras tramas à espinha dorsal e apresentou a novela que parecia uma novela das seis apresentada no horário das sete.

         A novela  começa com a chegada do Teatro mambembe de Sandro Galhardi (Cláudio Cavalcanti)  à pacata cidade de Rio Belo e muda o comportamento de todos os habitantes. Carina (Maria Zilda Bethlem), a estrela da companhia, paixão de Sandro, volta à terra natal de sua mãe e conhece três simpáticos velhinhos: Candinho (Paulo Gracindo), Romeu (Ary Fontoura) e Napoleão (Cláudio Correa e Castro), que disputam entre si a atenção da bela moça. O que ela não sabe é que no passado os velhinhos haviam se casado com trigêmeas e uma delas era a mãe de Carina. Quem será seu verdadeiro pai? Enquanto cada velhinho luta pela paternidade de Carina, um crime mobiliza a cidade: a jovem Luzia (Cláudia Abreu) é assassinada.

        Uma das coisas que mais me lembro de Hipertensão é da colorida abertura ao som de “Gosto do Prazer” de A Cor do Som. No vídeo, o caminhão do grupo de Teatro Mambembe por onde passava espalhava um colorido pelas ruas e casas. Um show de abertura!

 

10 – Cara e Coroa    (1995)



          Até hoje não  entendo o fato da novela Cara e Coroa, trama do autor Antônio Calmon, nunca ter sido reprisada. A trama tem todos os ingredientes para uma boa reprise. Tem um história leve, sem polêmicas e que ao mesmo tempo foi marcada por grandes interpretações e um público cativo do princípio ao fim.

        Cara e Coroa sem dúvidas é a melhor novela do autor no sentido de trama. Claro que Vamp (1991) é a mais lembrada, devido a temática inovadora, mas a trama de 1995 é um novelão digno do horário.

        Christiane Torloni   foi impecável vivendo as duas protagonistas que ,  a certa altura da trama esquecíamos até que Fernanda e Vivi eram vividas pela mesma atriz. Christiane vinha de uma personagem de muito sucesso um ano antes, a Dinah de A Viagem (1994), e novamente conseguiu emplacar um grande personagem, ou melhor duas grandes personagens no mesmo horário.

         Alessandra Negrini voltava às novelas, depois do sucesso em Engraçadinha seus Amores e seus Pecados (1995), na pele da tímida e reprimida Natália. No decorrer da trama ela acaba se apaixonando por Mauro (Miguel Falabella)  e desabrocha nos braços do vilão que queria apenas lhe usar. O Drama da personagem também teve um bom destaque na trama. Seu tema, a música “Primeiros Erros” do Kiko Zambianchi, regravado para a trilha da novela pela Simony,  se transformou no hit do ano.

        Cara e Coroa quase foi confirmada  para uma reprise no ano passado, mas parece que problemas como direitos ainda estão impedindo essa volta.


Veja Também:

10 Novelas das Seis 


Fonte:

Texto : Evaldiano de Sousa 

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