Terra e Paixão
chega ao fim nesta sexta-feira
(19.01) com um rastro de críticas e opiniões divergentes sobre seu sucesso ou o
fracasso. A novela nunca teve a repercussão de
Pantanal, mas nem por
isso será esquecida com Travessia.
O Autor se perdeu logo nas semanas iniciais, deu um tom mais realista que afugentou o público,
que não comprou a protagonista com seus
respectivos pares românticos, e tentando
levar a trama para o eixo , a impressão que deu é que Terra e Paixão
foi reiniciada a cada nova tentativa
- a
cada 2 meses Aline(Bárbara Reis)
, perdia as terras
para os La Selva e jurava uma vingança que nunca veio.
Acho até que usaram as mesmas cenas várias
vezes - Antônio La Selva (Tony
Ramos) dentro da terra vermelha expulsando
Aline do que na
verdade era dele (Brincadeira!).
Fato é que Terra e Paixão termina
como uma colcha de retalhos, claro que
com várias pontos altos, que geraram a empatia do público, mas em seu conjunto, não ornou.
Abaixo alguns personagens de
destaque negativos e positivos que marcaram a novela.
Ágatha /Eliane Giardini
Eliane Giardini foi chamada para ser a grande vilã da novela e gerar um
“Quem Matou?” para
atiçar a curiosidade do público
até o final. A personagem destoava de todos os outros da trama- parecia uma versão mais veterana da Cristina ou Sandra, as vilãs que a Flávia Alessandra viveu em duas outras tramas do Walcyr -Alma Gêmea(2005) e Êta
Mundo Bom(2016), mas foi
exatamente esse tom acima que deu o charme da Ágatha, isso sem falar
que a Eliane Giardini de vilã
foi magistral.
Antônio La Selva /TonyRamos
Tony Ramos interpretou
um
dos personagens que mais
sofreu mutações no decorrer de Terra e Paixão. Do duro fazendeiro carrancudo
e vilão foi se moldando a cada nova virada
da trama, beirando o pastelão, principalmente na época das cenas em que estava debilitado pelos chás
batizados da Ágatha. Mas em se tratando
de um Tony Ramos, mesmo em um personagem abaixo das suas habilidades, é sempre um
deleite.
Irene / Glória Pires
Glória Pires começou Terra
e Paixão como uma caricata vilã de novela mexicana - acho
que a Irene só desengessou mesmodepois da morte do Daniel(Jonny Massaro), ai vimos uma Glória
em estado de graças, fazendo o que ela
sabe fazer de melhor – as vilãs. Nem a inserção da Ágatha
abalou seu reinado. Aliás as dobradinhas/embates - Irene e Ágatha renderam ótimas sequências
a trama.
Anely e Luigi / Tatá
Werneck e Rainer Cadete
Eles carregaram praticamente os primeiros 3 meses
de novela nas costas- Mesmo acima
do tom e com a Tata de novo
fazendo a Tatá em uma novela, os personagens
caíram na graça do público que não tinha um casal protagonista forte para torcer.
Anely e
Lucinda - Tatá Werneck e Débora Falabella
Uma grande surpresa de Terra e
Paixão é a dobradinha Tatá Werneck e Debora Falabella. Eu confesso que
quando vi que elas fariam irmãs não achei que as personagens teriam liga, e
talvez nem contracenassem, afinal eram 2 extremos.
Mas foram exatamente essas diferenças que deram o destaque cênico- Vimos a Débora numa vibe
mais leve, assim como a Tatá ao lado dela brilhou nas cenas dramáticas, em destaque
nesta semana final com a tentativa de assassinato da Lucinda.
Ramiro e Kelvin / Amaury Lorenzo e Diego Martins
Eles são o verdadeiro
principal casal romântico de Terra e Paixão
– Quando imaginávamos ver o público do horário nobre torcendo por um casal gay?
Isso sim é representatividade. Claro
que a falta de empatia dos protagonistas oficiais ajudou nessa torcida, mas não
posso nem de longe tirar o mérito dos atores – Amaury Lorenzo e Diego
Martins, que tiveram a sensibilidade cênica
e fizeram do Ramiro e Kelvin, um capítulo muito importante para a nossa
teledramaturgia. Lá em 2013, o Walcyr
já havia feito isso com o
Félix(Mateus Solano) e Carneirinho(Thiago Fragoso) em Amor à Vida,
e agora 10 anos depois nos entregou
novamente com maestria essa abordagem.
Petra / Débora
Ozório
Débora Ozório passou meses dentro de Terra e Paixão sendo a Miss “Tarja Preta”, uma figuração de luxo. Mas
bastou ter a chance, nas sequencias da reta final, na descoberta de quem tinha lhe assediado quando criança e
na semana final sendo a personagem que revelou ser Irene (Glória Pires) uma das que mataram
Ágatha. A atriz já provou que está pronta para uma protagonista, nas poucas
chances que teve dentro do roteiro controverso da novela tirou de letra.
Angelina / Inez Viana
Sempre reservada à personagem menores, Inez Viana viu
Angelina tomar ares de coadjuvantes de luxo dentro da trama
de Terra e Paixão, alçada inclusive ao posto de uma das
assassinas da Ágatha (Eliane Giardini).
Caio / Cauã Reymond
O que aconteceu com o Cauã Reymond em Terra e Paixão nunca
será explicado. Um ator do talento que
sabemos, porque ele já provou que tem, não é o mesmo que vemos em Terra e Paixão. O Caio nunca entrou no tom, são pouquíssimas as sequencias
em que pudemos vê-lo a vontade,
bem em cena, isso em parceria com outros atores. Mas as caras e bocas, o choro,
os gritos, tudo destoa e é inacreditável que esteja falando de um Cauã
Reymond, que foi tão criticado com os gêmeos de Um
Lugar ao Sol, agora
comparados ao Caio, são dignos de um Oscar.
Aline / Bárbara Reis
Bárbara Reis vem sendo apontada desde as primeiras
semanas de Terra
e Paixão como um dos problemas da história. Sua falta de química com os respectivos pares realmente
prejudicou a novela, mas em nenhum momento a Barbara Reis foi o
problema. Talvez tenha sido cedo essa
protagonista no horário nobre, lhe dado muito com base no destaque que ela
teve com a vilã Débora de Todas as Flores, mas o roteiro nunca
ajudou a Bárbara crescer em cena,
as poucas chances que teve conseguiu brilhar, mas para uma protagonista, a falta de chances de protagonizar realmente é fatal, e a Aline foi
murchando e praticamente ficou de
fora das sequencias
mais importantes nesta semana final.
Veja Também:
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| Ágatha Moreira |
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| Bárbara Borges |
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| Regina Casé |
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| Retrospectiva |
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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