“Um clima de festa no
ar. Um brinde para você na nova novela das oito”
Foi com esse slogan que a 32 anos a Globo anunciava sua nova novela das
oito e marcava com Champagne a estreia
do autor Cassiano Gabus Mendes no
horário nobre. A Ideia da emissora era ressuscitar
o horário das dez, assim escalou Janete
Clair, que subiu do horário das oito para o das dez com Eu Prometo;
e Cassiano Gabus Mendes consagrado
com suas comédias românticas no horário das sete, foi promovido para o horário das oito.
Infelizmente Champagne ficou
muito abaixo da audiência esperada, e em fevereiro de 1984, quando a Globo perdeu a transmissão do Carnaval
Carioca para Rede Manchete foi gota
d´agua. A Novela teve seu pior índice. A Globo
nunca mais deixou de transmitir o carnaval.
Mas o que faltou a Champagne? Será que o Cassiano Gabus Mendes não estava
preparado ou não tinha o perfil para escrever para um horário tão cruel?
Consagrado com vários sucesso do horário das sete, Cassiano apresentou um leque
de situações em Champagne e um emaranhado de personagens que acabaram se
perdendo dentro da trama. O autor podou a comédia romântica que lhe consagrara,
certamente por achar que o horário não cabia.
Depois de Champagne, Cassiano escreveu três
dos seus maiores sucessos no horário das sete , Ti Ti Ti (1985),
Brega e Chique (1987)
e Que Rei Sou
Eu? (1989), voltando ao horário nobre
em 1990 com Meu
Bem Meu Mal.
A Trama de Champagne começa
em 1970 quando a bela
copeira Zaíra (Suzane Carvalho) é assassinada durante uma festa. Treze anos
depois, o principal acusado, Gastão (Sebastião Vasconcellos), ao tentar provar
sua inocência, acaba influindo na vida de todos envolvidos. Entre os suspeitos
estão os amigos Zé Brandão (Jorge Dória), Ralf (Cláudio Correa e Castro),
Jurandir (Mauro Mendonça), Ronaldo (Carlos Augusto Strazzer), Renan (Nuno Leal
Maia) e Lúcio (Cécil Thiré), convidados
da festa de 1970, que voltam a manter contato após a inauguração do bar Champagne,
de propriedade de Renan. Cabe a Nil (Tony Ramos), filho de Gastão, lutar para
inocentar o pai. Enquanto isso, Nil é assediado por três belas mulheres: Marli
(Solange Theodoro), a namorada oficial, suburbana e desbocada, Anita (Louise
Cardoso), a grã-fina, e Eli (Lúcia Veríssimo), um meio termo entre as duas.
Era também a história de Antônia Regina (Irene
Ravache) e João Maria (Antônio Fagundes), uma ardilosa dupla de ladrões de
joias, se metendo em várias confusões. Ela tem a intenção de ser uma espécie de
Robin Hood, tirando dos ricos para dar aos pobres. Ele, um advogado falido e
sem dinheiro, rouba para manter o status da família. Os dois trambiqueiros se
encontram em festas da sociedade, onde tentam aplicar seus golpes. Mas a
confusão aumenta ao se descobrirem apaixonados e terem que esconder o
sentimento por causa de Bárbara (Carla Camurati), noiva de João Maria e irmã de
Antônia.
A censura implicou com algumas cenas de Champagne,
como a do suicídio de Jurandir,
personagem do Mauro Mendonça e a
gravidez de Verônica (Maria Izabel de Lizandra). Isso desagradou muito Cassiano
que foi a imprensa reclamar na época.
Marieta Severo que viveu a personagem
Diná em Champagne,
voltava às novelas depois de 13 anos afastada. Sua última novela foi E Nós, aonde Vamos?, na Tupi , em 1970. A Atriz havia deixado o
Brasil acompanhando o então marido Chico
Buarque, que fora exilado nos anos de chumbo da ditadura.
Na
fase final de Champagne além da identidade do verdadeiro assassino de Zaira,
morta no primeiro capítulo da trama, outro mistério aguçou a curiosidade do
telespectador. O Don Juan Ronaldo, personagem do Carlos Augusto Strazzer , mantinha um caso amoroso secreto com uma das mulheres casadas
da novela. O mistério perdurou até o último capítulo quando foi revelado que
Diná, a personagem da Marieta Severo
era a amante misterioso do galã.
Beatriz Segall, imortalizada
vivendo mulheres sofisticadas e
grã-finas da sociedade, viveu em Champagne a simplória Eunice, uma mulher pobre e do povo.
Greg,
o personagem vivido por Cássio Gabus
Mendes, lançou moda com suas pulseiras e chaveiros de fios de
telefones. O acessório ganhou o nome de “Chaveiro do Greg” e foi o
mais vendido no início do ano de 1984.
O Bar Champagne aberto no início da trama por Renan e Lúcio,
personagens do Nuno Leal Mai e Cécil
Thiré, era frequentado exclusivamente por solteiros que só entravam depois de devidamente apresentar um crachá exclusivo.
Destaque
para a bela abertura criada por Hans Donner.
A equipe de Hans usou a técnica de newsmate , o que havia de mais moderno em
Crhomakey na época. Ao som de “Casanova”
na voz do Ritchie, copos brindavam
no ar, enquanto sapatos, batons, carteiras, meias de seda e um casal flutuavam
sobre um fundo verde dégradé. O Casal da
abertura era o ator Breno Moroni,
que depois ficou conhecido como o mascarado de A Viagem (1994),
e a modelo Maria Eugênia, famosa por
estampar várias capas de revistas de moda.
O
Texto de Champagne foi exportado para o Chile, produzida e exibida pelo Canal 13 com o título de Champanã. A novela foi vendida para Argentina, Bolívia, Colômbia,
Peru entre outros países.
Alguns
sites dão como audiência consolidada de Champagne uma faixa
de 52 pontos de média, considerada um
sucesso para época. Mas com ou sem
audiência, o fato é que Champagne nunca
entrou para o hall dos grandes sucessos do autor, assim como também Meu Bem Meu Mal (1990), que engatou em audiência apenas na sua reta final.
Faltou
a Champagne o “charme”
característica principal nas tramas do Cassiano. Talvez tenha ficado difícil
incluí-lo entre assassinatos, traições e casamentos desfeitos principais tramas da novela, mas vale o
brinde para comemorar os 32 anos de Champagne!
Ficha
Técnica:
Novela do Autor Cassiano Gabus Mendes
Direção Geral : Wolf Maia
Elenco:
TONY RAMOS – Nil (Nilson)
LÚCIA VERÍSSIMO – Eli (Eliana)
ANTÔNIO FAGUNDES – João Maria
IRENE RAVACHE – Antônia Regina
CARLA CAMURATTI – Bárbara
JORGE DÓRIA – Zé Brandão
MARIETA SEVERO – Diná
CÁSSIO GABUS MENDES – Greg
CLÁUDIA MAGNO – Mariah
IRVING SÃO PAULO – Zé Rodolfo
MAURO MENDONÇA – Jurandir
ILKA SOARES – Tereza
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Ralf
ISABEL RIBEIRO – Gilda
LOUISE CARDOSO – Anita
CARLOS AUGUSTO STRAZZER – Ronaldo
MARIA ISABEL DE LIZANDRA – Verônica
SOLANGE THEODORO – Marli
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Gastão
ELOÍSA MAFALDA – Adélia
ARMANDO BÓGUS – Farid
LUIZ CARLOS ARUTIN – Camilo
BEATRIZ SEGALL – Eunice
NUNO LEAL MAIA – Renan
CECIL THIRÉ – Lúcio
MILA MOREIRA – Fernanda
ÍSIS DE OLIVEIRA – Simone
MARIA HELENA DIAS – Olívia
DIONÍSIO AZEVEDO – Juca
LÍDIA MATTOS – Carlota
HENRIQUETA BRIEBA – Dona Luisinha (Ana Luísa)
MAGALHÃES GRAÇA – Napoleão
MONAH DELACY – Inês
GABRIELA BICALHO – Norminha
MARCOS MELLO – Tadeu
PRISCILLA ROZEMBAUM – Cíntia
e
SUZANE CARVALHO – Zaíra
EVA WILMA – vítima de João Maria, no início
CARLOS ZARA – Sherman
CIDINHA MILAN – Zenilda
LÚCIA VERÍSSIMO – Eli (Eliana)
ANTÔNIO FAGUNDES – João Maria
IRENE RAVACHE – Antônia Regina
CARLA CAMURATTI – Bárbara
JORGE DÓRIA – Zé Brandão
MARIETA SEVERO – Diná
CÁSSIO GABUS MENDES – Greg
CLÁUDIA MAGNO – Mariah
IRVING SÃO PAULO – Zé Rodolfo
MAURO MENDONÇA – Jurandir
ILKA SOARES – Tereza
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Ralf
ISABEL RIBEIRO – Gilda
LOUISE CARDOSO – Anita
CARLOS AUGUSTO STRAZZER – Ronaldo
MARIA ISABEL DE LIZANDRA – Verônica
SOLANGE THEODORO – Marli
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Gastão
ELOÍSA MAFALDA – Adélia
ARMANDO BÓGUS – Farid
LUIZ CARLOS ARUTIN – Camilo
BEATRIZ SEGALL – Eunice
NUNO LEAL MAIA – Renan
CECIL THIRÉ – Lúcio
MILA MOREIRA – Fernanda
ÍSIS DE OLIVEIRA – Simone
MARIA HELENA DIAS – Olívia
DIONÍSIO AZEVEDO – Juca
LÍDIA MATTOS – Carlota
HENRIQUETA BRIEBA – Dona Luisinha (Ana Luísa)
MAGALHÃES GRAÇA – Napoleão
MONAH DELACY – Inês
GABRIELA BICALHO – Norminha
MARCOS MELLO – Tadeu
PRISCILLA ROZEMBAUM – Cíntia
e
SUZANE CARVALHO – Zaíra
EVA WILMA – vítima de João Maria, no início
CARLOS ZARA – Sherman
CIDINHA MILAN – Zenilda
Exibição : 24
de Outubro de 1983 à 05 de Maio de 1984
Capítulos : 167
Fonte
:
Texto
: Evaldiano de Sousa
Pesquisa
: teledramaturgia.com , memóriaglobo.com
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