Maria
Adelaide Amaral estreia no dia 03 de Outubro em horário nobre com a trama
de A Lei do Amor , a grande prova de fogo da autora. A trama era para ter estreado no início do
ano, mas devido alguns ajustes que a Globo
resolveu fazer, trocou a ordem de apresentação e escalou Benedito Ruy Barbosa com Velho Chico para o
horário.
O intuito da troca era agradar o
telespectador que vinha reclamando e rejeitando as tramas do horário por suas
história muito ágeis e pesadas. Velho Chico tem a
pegada mais bucólica.
A troca não surtiu muito efeito, Velho Chico também não foi bem aceita, e A Lei do Amor pelas
chamadas de estreia me parece um meio termo entre Babilônia/A Regra do Jogo e Velho Chico.
Maria
Adelaide Amaral é portuguesa e começou na carreira com êxito em peças
teatrais como Bodas
de Papel (1978), A Resistência (1979), Ossos do Ofício (1981)
e de Braços
Abertos (1986), adaptado do seu
premiado romance Luisa, Uma História de Amor; Intensa Magia (1988) e Se eu Fosse Você (1989). Por suas obras
teatrais ganhou vários prêmios, entre eles três Moliére.
Como
escritora de livros destaque para o romance Aos Meus Amigos de 1992, que
mais tarde veremos que serviu de inspiração para a minissérie Queridos Amigos (2008) e Dercy de Cabo a Rabo
(1994), biografia da showwomen Dercy
Gonçalves, que mais tarde também virou minissérie na Globo.
Na
televisão estreou como colaboradora em novelas com o autor Silvio de Abreu em Deus nos Acuda (1992)
e A Próxima Vítima (1995) e com Marcílio Moraes em Sonho Meu (1993).
Mas foi pelas mãos de Cassiano Gabus Mendes, a quem a autora considera seu professor, que ela fez seus melhores trabalhos, vendo seu
nome crescer em colaboração em trabalhos
como Meu Bem Meu Mal (1990) e O Mapa da Mina (1993).
Foi com um
remake de grande sucesso do Cassiano Gabus Mendes, a novela Anjo Mau (1976) que
a autora estreou em carreira solo. O remake da trama apresentado em 1997, foi uma das melhores novelas do horário das
seis da década de 90. Marcado por uma boa audiência, a novela escreveu de vez o
nome da autora na teledramaturgia nacional.
Os
anos 2000, Maria Adelaide reservou às minisséries. Costumo chama-la de “Rainha
das Minisséries” devido a quantidade e qualidade das minisséries que a autora
apresentou. Boa parte da história do Brasil conheci através das minisséries que
a autora adaptou como A Muralha (2000), A Casa das Sete Mulheres (2003),
Um Só Coração (2004) e JK(2006).
Em
2001, a autora adaptou com maestria o romance de seu conterrâneo Eça de Queiroz – Os Maias – e apresentou um dos mais caprichados
trabalhos da televisão brasileira. A minissérie curiosamente foi a que teve
menos repercussão e audiência da autora, porém a mais importante para a
história da teledramaturgia.
Em
2008, Maria Adelaide Amaral adaptou seu romance próprio, Aos Meus Amigos, apresentando a minissérie Queridos Amigos,
o que seria o seu primeiro trabalho mais autoral, visto que todas as outras
haviam sido adaptações de romances de
terceiros. A minissérie que se passava
no final da década de 80, mostrava através dos televisores dos personagens da
trama acontecimentos da política e tv
que ocorreram na época.
Em
2009, Maria Adelaide supervisionou o texto de Tudo Novo de Novo, minissérie
escrita pela Lícia Manzo.
No
início de 2010, Maria Adelaide Amaral
apresenta a minissérie autoral Dalva e Herivelto, uma canção de Amor , que contava a história profissional e amorosa de dois grandes
artistas que fizeram sucesso na época de ouro da rádio no Brasil.
O ano
de 2010 marcou a volta de Maria Adelaide
Amaral às novelas e os remakes com a trama de Ti Ti Ti, que tinha como tramas
principais histórias de duas novelas de sucesso do autor Cassiano Gabus Mendes : Ti Ti Ti , a
original de 1985 e Plumas e Paetês (1980).
A novela foi um sucesso arrebatador e revitalizou o horário que vinha em um
declínio de audiência. Ti Ti Ti é considerada junto com Mulheres de Areia (1993), da Ivani
Ribeiro, o melhor remake já produzido pela Globo.
De
volta às minisséries em 2012, a autora apresentou a minissérie Dercy de Verdade , que contava a história da atriz Dercy Gonçalves, baseada na biografia
escrita pela autora em 1994.
Em
2013, a autora escreveu sua primeira novela totalmente autoral, e Sangue Bom que falava sobre a valorização excessiva da aparência,
a febre pelo consumo e o desejo pela fama a qualquer custo, foi o grande sucesso do ano de 2013, fazendo
bonito no horário das sete e deixando vários telespectadores órfãos com seu término.
Sou fã
declarado da Maria Adelaide Amaral e
suas tramas mesmo baseadas em outras tem um toque especial que só ela sabe dar.
Por que até para escrever um remake o autor
tem que ter talento e sensibilidade. E Maria Adelaide já provou que isso
tem de sobra.
A Lei do Amor,
o próximo trabalho da autora, pode ser a
grande salvação do horário nobre da Globo, que desde Em Família (2014) sofre com rejeição
e audiência baixa. As chamadas da novela
vem primando pela simplicidade, acho que a Globo
resolveu abrir mão das chamadas mais “agressivas” que davam as novelas um ar
que no decorrer dos capítulos não víamos, o que fez muita gente deixar de
acreditar no sucesso das novelas tomando por base suas chamadas de estreia. A
Nova trama vai ter como conflito principal as relações familiares focando no
amor ou no interesse, o que pode render vários entrechos que podem atiçar o
telespectador.
Finalizo
esta homenagem a grande autora Maria
Adelaide Amaral com um desejo de boa sorte
para esse próximo trabalho que vai ser sua primeira trama em um horário que é a prova de fogo para
qualquer autor, mas que também serve de divisor de águas.
Como
vimos no início do post, Maria Adelaide Amaral
já esteve por duas vezes no horário nobre como colaboradora. Em 1990, quando
estreou auxiliando Cassiano Gabus Mendes
em Meu Bem Meu
Mal e em 1995, com Silvio
de Abreu em A
Próxima Vítima.
Talento
e competência para desenvolver uma história com magia para encantar quem
assiste Maria Adelaide tem, resta saber se ela tem o perfil do horário com uma
trama com fôlego para nos prender à frente da Tv.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa : www.wikipédia.com.br
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