Sem muito compromisso com o coerente e o
folhetim, Verão 90, trama das autoras Paula Amaral e Izabel de Oliveira,
chega ao capítulo 100 provando que é uma trama feita para rir, para entreter
simplesmente e fazer o telespectador viajar por outros tempos.
Taxada de infantilóide no início, acho
que Verão 90 fica
na linha tênue entre o humor e o
pastelão, mostrando que as autoras sabiam o que estavam fazendo desde o começo
e , embora tenham dado umas pinceladas
de alteração, a novela se mantém em sua ideia original.
Nem as estrelas, dosadas em um tom muito acima do teatral, sofreram alteração, o caso da Manusita
(Isabelle Drumond) e Lidiane (CláudiaRaia) ou a vilã mor Mercedes (Totia Meirelles). O Público teve que “engoli-las” conforme a concepção original e na verdade viu o charme
que elas representavam dentro da história, não à toa que compraram e
transformaram a Isabelle Drumond e a
Claudia Raia, nos maiores destaques
da trama.
Até a cronologia, ainda não acertada,
virou um mero detalhe, e aí basta focar nas referências e citações de outras tramas, que a gente viaja, mostrando outro ponto forte de Verão 90.
Por falar em referências, acho que a
única que não me agradou foi essa insistência de manter a trama da Janaína (DiraPaes) e Jerônimo (Jesuíta Barbosa) inspirada na Raquel e Maria de Fátima, Regina Duarte e Glória Pires em Vale Tudo (1988). Não deixa de ser uma homenagem, mas as cenas
refeitas com tanta fidelidade cansa o telespectador mais veterano, como eu, que
sabe tudo que aconteceu em Vale Tudo, e Verão 90 meio que
vem estragando as cenas em forma de
homenagem.
Porém
nem esse pequeno detalhe ofusca o
sucesso de Verão
90, uma trama que foi se acertando no ar, nos dando a sensação de que até o elenco
entrou na brincadeira, afinal de contas é nítido que alguns nomes do elenco compraram a ideia e se entregaram -
Jesuíta Barbosa, na pele do
Jerônimo, mostrando uma nova faceta do seu trabalho; Kleber
Toledo na pele do Patrick; Camila Queiroz como a Vanessinha, e claro – Claudia
Raia e Isabelle Drumond espetaculares!
Veja Também:
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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