A Maior emissora do
país está completando 60 anos no ar (fundada em 26 de abril de 1965) e não tem como tentar pensar em televisão no Brasil e não citar a Globo,
que marcou a história de muita gente com seu jornalismo,
entretenimento, reality´s e
principalmente com a
teledramaturgia, as novelas que sempre
foram sua alma.
Com mais de 300 títulos
apresentados nesse 60 anos, a
emissora marcou e ajudou a escrever e mudar a história nessas 6 décadas. Ditou regras, desfez
algumas, mudou comportamentos, abriu discussões , quebrou tabus,
conscientizou, polemizou, construiu . . . enfim
fez histórias para mudar
vidas.
A moda no Brasil sempre foi guiada
pelas novelas - Qual mulher
não usou os laços da Viúva Porcina de Roque Santeiro ou copiou os penteados da Lídia
Brondi em Vale Tudo (1988) ou Meu Bem Meu Mal (1991) e as
maquiagens da Jade de O Clone (2001) ou da Maya
de Caminho das Indias (2009)? E Os
homens adoravam as blusas sem gola do Flamel de Fera Ferida (1993) ou as bermudas curtas do Crô de Fina Estampa (2011).
A Sociedade foi
apresentada aos avanços da ciência em tramas
como Barriga de Aluguel (1990), De Corpo e Alma (1992) e O Clone (2001)
; a história do Brasil
foi contada em tramas como Escrava Isaura (1976),
Sinhá Moça (1986), Nos Tempos do Imperador (2021) . . .
enfim um panorama mostrado através
da tela da tv numa
junção de muitos talentos que fizeram e fazem da
teledramaturgia da Globo
um patrimônio nacional.
Para comemorar esses 60 anos
o e10blog vai relembrar
60 novelas ( em 6 post´s
- 10 títulos em cada um ) mais marcantes já
produzidas pela emissora.
Ilusões Perdidas (1965)
No dia 26 de abril de 1965, a Rede Globo,
na época ainda apenas em São Paulo com o nome de Tv Paulista,
que havia sido recém-comprada pelo Jornalista Roberto Marinho,
lançou a primeira telenovela diária do canal. Até então as novelas eram
semanais ou em dias alternados.
Ilusões Perdidas teve
autoria de Ênia Petri , direção geral Libero
Miguel e Sérgio Brito, 56 capítulos e a musa Leila
Diniz como a vilã protagonista.
Leila Diniz estreou como atriz de novelas
em Ilusões Perdidas, e com certeza o mito formado em torno das
opiniões e estilo de vida da atriz ajudaram a alavancar o interesse do público
na trama, que queriam ver uma das mulheres mais bonitas da sua época. Em 1970 ,
a Globo não renovou o contrato da atriz, alegando razões
morais. A Atriz havia sido acusada de ter ajudado militares de esquerda na
época da ditadura. Dois anos depois, Leila morreu em um acidente
aéreo numa viagem de volta da Austrália.
Em resumo Ilusões Perdidas ficou marcada por iniciar uma das
características mais fortes de uma novela, antes mesmo do folhetim e do casal
romântico principal. A Continuidade e assiduidade das apresentações. Era
preciso que a novela tivesse diariamente dentro das casas para que as donas
delas se apegassem as histórias e aos seus personagens.
Irmãos Coragem (1970)
Janete Clair escreveu em 1970, uma das
novelas mais marcantes da nossa teledramaturgia, Irmãos Coragem, protagonizada
por Tarcísio Meira, Claudio Marzo e Cláudio Cavalcanti.
A Novela teve como inspiração os filmes de bang bang, americanos e italianos, e
nós pudemos conferir cenas com muito tiroteio, cavalos e duelos, tudo bem ao
estilo western, o que transformou a trama em um verdadeiro “faroeste
Caboclo”. A Autora também usou como base os romances, “As três máscaras de
Eva” de Corbert H. Trigpen e Hervey M. Checkley ,
e “A Pérola” do John SteinBeck. Mas a autora também
buscou inspiração nos romances “Os Irmãos Karamazov” ,
de Dostoiévski, e “O Garimpeiro “ de Herbert
Salles , e na peça “Mãe Coragem” de Bertold Brecht.
A Novela revolucionou o cenário dramaturgo devido aos altos
índices de audiência atingidos. Em pleno a copa de 70, onde o Brasil foi
tricampeão, na segunda feira que sucedeu a final, Irmãos
Coragem deu mais audiência do que a transmissão da partida.
Janete Clair deu uma grande sacada ao
fazer de um dos irmãos coragem, um jogador de futebol. Impulsionado com o
clamor da copa do mundo de futebol da época, o grande publico se identificou
logo com o Duda Coragem vivido por Cláudio Marzo, e acompanhou toda
a trajetória de sucesso, decepções e decisões que um jogador saído de uma
pequena cidade do interior passava a virar ídolo nacional. Na trama o Duda
depois de já consagrado , volta a pequena cidade natal, e reencontra seu amor do
Passado , Ritinha vivida pela atriz Regina Duarte , os
dois voltam a se envolver e a moça engravida, o que choca a cidade
inteira. Duda se ver obrigado a casar-se com ela para tentar limpar sua honra,
mesmo tendo um envolvimento com a fútil Paula ( Míriam Pérsia ) . Cláudio
Marzo e Regina Duarte tiveram que deixar a trama antes do seu final, o
casal iria protagonizar a próxima trama das sete Minha Doce Namorada (1971).
Minha Doce Namorada (1971)
A Novela que consolidou o estilo romântico
“água-com-açúcar” e transformou Regina Duarte em namoradinha do Brasil.
A Trama foi um dos maiores exemplos do estilo romântico
“Água com açúcar” e foi um sucesso arrebatador do início da década de 70. E
Olhe que a novela foi feita às pressas para substituir uma sinopse que havia
ficado inviável para o horário.
Vicente Sesso inspirou-se em textos
que escrevera anteriormente e usou como eixo central uma história
infanto-juvenil já apresentada no Teatro Fantasia, exibido na Tv
Record de São Paulo na década de 50.
Regina Duarte e Cláudio Marzo ,
os protagonistas da trama ainda gravavam a novela Irmãos Coragem (1971)
quando foram escolhidos para viver o par romântico na trama. Seus
personagens saíram antes do término da trama de Janete Clair para
começar as gravações de Minha Doce Namorada.
Selva de Pedra (1972)
Em 12 de Abril de 1972 entrava no ar
pela Rede Globo a história de Cristiano
Vilhena ( Francisco Cuoco ) um simples tocador de tumbo que
depois de ridicularizado por um playboy o mata, dando o ponto pé
inicial de mais uma grande sucesso da usineira de sonhos Janete Clair ,
a clássica Selva de Pedra.
A novela foi
um sucesso arrebator , apesar da autora já vir de quatro trabalhos
seguidos no horário, entre novembro de 1969 e janeiro de 1973, Janete Clair
escreveu ininterruptamente Véu de Noiva, Irmãos Coragem , O Homem que deve Morrer e Selva de Pedra, em nenhum momento ela deixou a trama cair nas
hoje famosas “barrigas” , os telespectadores eram sempre tomados por
surpresas e ganchos deixados para o capítulo seguinte , tornando
impossível perdê-lo.
A Trama alcançou índices inimagináveis para os dias
atuais. No capítulo de nr. 152 , na noite em que Simone é
desmascarada o IBOPE atingiu 100% dos aparelhos ligados no horário , não houve
um entrevistado sequer que tivesse dito que estava sintonizado em outro
canal.
Cenas inesquecíveis de Selva de
Pedra :
· O
acidente com o Fusca da Simone. O Trecho da estrada Rio -
Petrópolis , onde foi gravado as cenas , virou ponto turístico ;
· A Cena
da Fernanda se rasgando depois de ser abandonada por Cristiano no altar; e
· O
Julgamento de Cristiano , quando Simone entra e inocenta seu grande amor
e a cena final do casal subindo em um transatlâncico ao som de “Rock
and Roll Lulluby” do B. J. Thomas.
O Bem
Amado (1973)
O Bem Amado foi
pioneira em vários aspectos. A trama foi a primeira global
apresentada totalmente em cores; abriu as portas do mercado
internacional (antes de O Bem Amado apenas o texto era comercializado) e foi a
primeira usar uma narrativa genuinamente brasileira em seus entrechos.
DiasGomes se inspirou no fato parecido ocorrido no Espirito Santo, onde um
candidato se elegeu prefeito prometendo a construção de um cemitério na
cidade. A novela foi a transposição para tv da peça O Bem Amado e Mistérios do Amor e da Morte , que ele só conseguiu desengavetar em 1969.
A novela teve três grandes personagens que marcaram a
carreira de seus intérpretes: O Próprio Odorico Paraguaçu , imortalizado
por Paulo Gracindo; Zeca Diabo vivido pelo Lima Duarte e
Dirceu Borboleta do inesquecível Emiliano Queiroz.
Um dos pontos fortes de O Bem Amado eram
os cacos e improvisos permitidos pelo autor. Paulo Gracindo ,
Lima Duarte e Emiliano Queiroz abusavam desse direito e talvez
exatamente por causa dessa liberdade em cena é que seus personagens
tenham ficado tão marcantes e inesquecíveis.
Gabriela (1975)
Ela é uma das mulheres mais sensuais da história da
teledramaturgia nacional - Gabriela, personagem imortalizada por SôniaBraga na novela homônima escrita por Walter George Durst ,
baseada no romance Gabriela, Cravo e Canela do autor Jorge Amado.
A Novela foi idealizada em comemoração aos 10 anos da Globo e
sua hegemonia no ramo das telenovelas, se tornando um dos grandes
sucessos da emissora.
Sônia Braga foi escolhida
depois de testes com várias outras atrizes, e acabou imortalizando a
personagem na tv e no cinema no filme de 1983. Gabriela a
transformou em estrela nacional e abriu as portas internacionais
para atriz que soube dosar como nunca a sensualidade selvagem feminina mesclada
a ingenuidade que a personagem transpirava. Aliás, a sensualidade da
novela foi só sugestiva, em meados dos anos 70 era impossível abusar da
nudez, porém mesmo sem nudez a novela não ficou devendo em nada em
sensualidade. Sônia Braga toda vestida ainda povoa o
imaginário masculino com beleza brejeira de Gabriela.
A Cena da Gabriela subindo no telhado
para soltar um pipa entrou para a história da tv e transformou Sônia
Braga em símbolo sexual imediatamente.
Além dos altos índices de audiência que a novela teve, ainda ganhou
o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) de
melhor trama de 1975.
Elizabeth Savalla estreou na novela,
e também foi um dos destaques da trama na pele da rebelde Malvina. A atriz
ganhou o prêmio da APCA de atriz revelação do ano. A trama da
personagem foi usada para mostrar a luta das mulheres contra o jugo familiar.
Malvina batia de frente com toda a família em nome do verdadeiro amor, e tinha
atitudes muito avançadas para época.
No elenco vale destacar momentos memoráveis e
interpretações inesquecíveis dos atores Armando Bógus (Nacib); JoséWilker (Mundinho Falcão), Paulo Gracindo (Cel. Ramiro
Bastos); Fúlvio Stefanini (Tonico Bastos); Nívea Maria (Jerusa); Eloisa
Mafalda (Ana Machadão), Dina Sfat (Zarolha) entre
outros.
A Abertura da novela foi muito elogiada e
citada entre as melhores até hoje. O artista plástico Aldemir Martins,
que ilustrava os livros de Jorge Amado, foi o responsável também
pelas ilustrações do vídeo de abertura.
Gabriela foi a primeira novela com apelo sensual
como tema principal , e depois da adaptação várias outras mulheres
criadas por Jorge Amado tomaram vida na tv (Tieta/1989 , Teresa
Batista/1990). A novela já teve quatro reprises na Globo
e nas quatro ocasiões com muito sucesso.
Estupido Cupido (1976)
Primeira novela do Mário Prata , que apesar
da falta de conhecimento do veículo, conseguiu mostrar um trama cheia de bons
diálogos , e com o detalhe de a história se passar em um passado não muito
distante e ao mesmo tempo pouco falado. Assim , Estúpido Cupido foi o
grande sucesso da teledramaturgia daquele ano.
As tramas principais opunham um bando de adolescentes, fãs de
lambretas e rock’n’roll, às opressões do mundo adulto. Porém, tudo
leve, sem maiores conflitos, afinal, a novela era exibida às 19 horas sob a
vigilância da censura do Regime Militar. Mesmo assim, algumas abordagens foram
levantadas, como a emancipação da mulher: Maria Teresa (Françoise Forton)
queria trabalhar e morar na capital, contrapondo o noivo João (Ricardo Blat),
que preferia casar e permanecer no interior. Ao longo da trama, o casal chega a um
consenso: Tetê cede às pressões do amado e troca o concurso de Miss Universo
pelo casamento, mas no final o casal está morando na cidade grande.
Com o sucesso da novela, todo o país voltou a dançar as
músicas dos anos 60, os concursos de twist se multiplicaram em
festas e colégios e as moças voltaram a usar saias rodadas e rabo-de-cavalo.
Assim como as jaquetas de couro para os rapazes, retratando a geração
“juventude transviada”.
Estúpido Cupido foi
a última novela da Globo produzida em preto e branco. Os seus dois
últimos capítulos foram gravados em cores. A novela substituta, Locomotivas, foi a primeira do horário das sete da
noite gravada inteiramente colorida. Os
dois últimos capítulos serviram como epílogo da trama, mostrando na atualidade
(no ano de 1977) o paradeiro dos personagens cuja história iniciara-se em 1961.
Escrava
Isaura (1976)
Com a novela Escrava
Isaura do autor Gilberto
Braga, que era uma adaptação do famoso romance de Bernardo
Guimarães, a teledramaturgia levou um “baque” no bom sentido da
palavra, devido ao tamanho sucesso e repercussão que a trama teve.
Quase
50 anos depois da exibição original a
novela já foi vista em mais de 80 países com sucesso absoluto em
todos. Lucélia Santos a grande estrela da novela foi
catapultada ao sucesso junto com novela e entrou logo pro casting das grandes
estrelas da Globo em seu primeiro papel. Apesar de não ter
sido a primeira a ser cogitada para viver a escrava, Lucelia Santos fez
da Isaura a personagem mais importante da sua carreira.
Além de Lucélia Santos,
é impossível imaginar Rubens de Falco sem lembrar do perverso
Lêoncio, até hoje o personagem mais marcante na carreira do ator. A química e o
sucesso da dupla foi tão grande que exatamente 10 anos depois , a Globo lançou
a novela Sinha Moça do Benedito Ruy Barbosa que
tinha como pano de fundo a escravidão no Brasil, e trazia Lucélia
Santos e Rubens de Falco nos papéis principais, só que desta vez como
pai e filha.
Um sucesso no grau que foi o de Escrava Isaura acontece
uma vez em anos, podemos contar nos dedos, e isso mesmo levando em conta
a precariedade da produção que por muitas vezes deixou a desejar, como na
clássica cena final em que por um erro de continuidade podemos ver nitidamente
que Isaura toma realmente a taça envenenada por Rosa (Léa Garcia), e
não ao contrário com diz a história. Mas no fim tudo deu
certo, Rosa morre e Isaura fica livre
para viver ao lado de seu grande amor.
O
Astro (1977)
Uma novela que foi
idealizada com a certeza de que daria certo, que arrebataria o público de tal
maneira que jamais fosse esquecida. Pelos menos isso foi o que Daniel
Filho mencionou em seu livro “Antes que
me esqueçam” sobre a novela O Astro da
autora Janete Clair.
A Expectativa do autor mais pareceu uma profecia, O Astro foi
um dos maiores sucesso da história da teledramaturgia nacional.
A Novela tinha um
magnetismo tão grande, que até os exageros usados propositalmente pela
produção, como o turbante do Francisco Cuoco, ou a caracterização
da família árabe de Salomão Hayalla (Jardel Filho), soou como principais
atrativos da novela.
OAstro obteve índices de audiência maiores que as transmissões dos
jogos de futebol da Copa do Mundo da Argentina de 1978.
Uma cena muito marcante de O
Astro é a do TonyRamos na pele do Márcio Hayalla, se despe das roupas compradas
pelo pai e sai às ruas como veio ao mundo. A Cena representava a
negação do personagem a fortuna do pai, um espécie de São Francisco de
Assis do mundo moderno. Tony Ramos não havia sido o
primeiro pensado para viver o Márcio. O Ator que havia estreado na Globo um
ano antes, na novela Espelho Mágico (1977),
do Lauro César Muniz, aceitou um pedido do Daniel Filho para
fazer testes com as atrizes que viveriam a Lili. Tony se saiu tão bem nos testes que Daniel
Filho fincou o pé e disse que o personagem tinha que ser dele. Assim o
ator viveu um dos seus grandes momentos na Tv vivendo o primeiro nu masculino
da tv brasileira, e sua dobradinha com Elizabeth Savalla, que
interpretou a Lili, foi sucesso absoluto. O Casal logo que terminou O Astro, foi escalado para protagonizar a próxima
trama da autora Janete Clair, a novela Pai Herói (1979).
O Astro consagrou Francisco Cuoco vivendo
novamente um personagem criado por Janete Clair; assim como a
saudosa Dina Sfat, em um dos seus grandes momentos na tv vivendo a
inesquecível Amanda, e Thereza Rachel na pele da Clô Hayalla.
A tão aguardada identidade e os motivos que levaram ao
assassinato de Salomão Hayalla foram revelados no último capítulo. Tal
quais outras inspirações que a autora teve, o final de O Astro foi
tirada de uma notícia de jornal. Janete leu sobre o assassinato da Jovem Claudia
Lessin Rodrigues. Os acusados eram um rapaz viciado em cocaína e seu amigo,
um cabeleireiro. Na novela os assassinos foram Felipe Cerqueira (Edwin Luisi),
um toxicômano mau-caráter e Henri (José Luis Rodi), seu amigo e cumplice.
Felipe matou Salomão com uma coronhada de revólver na cabeça. Salomão sabia da
ligação entre Felipe e sua mulher, Clô (Thereza Rachel), e que ele estava
envolvido com drogas. A Foto do assassinato com a revelação do assassino
foi capa do Jornal do Brasil três dias antes : “O
Assassino é Felipe!”.
O Astro foi uma espécie de Avenida Brasil da
década de 70. Um novelão bem ao estilo da Janete, que usou de todos os
subterfúgios para prender o telespectador e conseguiu. Não teve um brasileiro
sequer que não tenha se encantado com o poder do turbante daquele espetáculo em
forma de novela.
Dancin´Days (1978)
“Abram suas asas, solte suas feras”
Impossível cantar esse refrão do clássico tema cantado
pelas Frenéticas
e não ser levado imediatamente ao mundo da trama de Dancin´Days,
do autor Gilberto
Braga que marcou a teledramaturgia.
O sucesso da trama elevou Gilberto Braga ao
casting de grandes autores da emissora logo em seu primeiro trabalho em horário
nobre e transformou Sônia Braga em estrela nacional e
internacional. A Novela foi matéria de reportagem da revista
americana Newsweek falando sobre o efeito que a trama
causou na sociedade brasileira, ditando regras e lançando moda. Foi a
primeira novela brasileira que o México, pais tradicional em exportação
de novelas, apresentou. Até hoje Dancin´Days já foi vista em mais de 40 países.
Para o título da trama, Gilberto Braga pegou
o nome emprestado da boate de Nelson Motta, a Frenetic
Dancing Days Discothéque. A Discoteca foi mantida pelo produtor musical
durante quatro meses do ano de 1976, no recém-inaugurado Shopping
da Gávea no Rio de Janeiro.
Sônia
Braga, que já havia se transformado em estrela nacional
em Gabriela (1975),
com a Júlia Matos foi aclamada pela crítica e pelo público, começando
abrir as portas para sua carreira internacional. Com interpretação
contida e quase introspectiva da Júlia em sua primeira fase, foi visceral
na segunda fase em que a personagem volta e brilha triunfal no decorrer da
trama. Betty
Faria foi a primeira opção pensada para viver a
Júlia Mattos, mas a atriz já estava em volta com o programa musical Brasil
Pandeiro que apresentou no final da década de 70. Sorte de Sônia
Braga que brilhou se consagrando de vez como grande atriz.
Depois de Dancin´Days, a atriz
estrelou ainda a trama de Chega
Mais em 1980, e depois mudou-se para os Estados
Unidos e começou sua carreira internacional.
Yolanda Pratini foi entregue a Norma Benguell,
que inclusive já havia gravado algumas cenas quando se desentendeu com Daniel
Filho e deixou a novela. Joana
Fomm, que fazia a personagem Neide, empregada da casa de
Celina (Beatriz Segall), assumiu a personagem, iniciando com ela, o leque
de vilãs que viveria a partir de então.
A Dobradinha Sônia Braga x Joana Fomm foi
outro ponto forte da trama. As irmãs brigaram até o último segundo da novela se
reconciliando no final em uma das cenas mais marcantes da novela – a briga de
Júlia e Yolanda na boate – uma das clássicas da nossa teledramaturgia.
Outros nomes do elenco também fizeram de Dancyn´Days um
palco de tão bem que estiveram em seus papéis - como os saudosos Mário
Lago, na pele do sofisticado e sonhador Alberico; Yara
Amaral, que com sua interpretação magistral salvou a
problemática Áurea do suicídio previsto na sinopse da trama, e junto como
Joana Fomm, ganhou o prêmio de melhor atriz do ano pela APCA e Lourdes
Mayer como a simplória Ester.
Dancin´Days sempre será lembrada como a novela
que serve de referência , imortalizou
interpretações, marcou estilo e pontou em nossa memória o início da era
disco.
Esse é o primeiro de 6 post que vou fazer para comemorar os 60 anos da Globo.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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