Terceiro post em
homenagem aos 60 anos de Globo
através da sua teledramaturgia.
Antes leia o – Post 1
Sassaricando (1987)
Sassaricando estreou em 1987 e em pouco tempo a novela se
tornou um dos grandes sucessos do horário. Silvio contou em entrevistas que o
título da novela já existia antes mesmo da sinopse da trama. Daniel
Filho sugeriu o nome e propositalmente usou de uma licença poética
para a grafia do mesmo. Na verdade Sassaricando se
escreve com “ç” (Saçaricando) e inclusive é titulo de uma marchinha de
carnaval de autoria de Luis Antônio, Zé Mario e Oldemar Magalhães,
gravada pela vedete e atriz Virgínia Lane. A marchinha foi
regravada por Rita Lee especialmente para a abertura da
novela.
Silvio de Abreu, apaixonado por cinema, o que não é
segredo para ninguém, uma das principais tramas de Sassaricando envolve
as estrelas Tonia Carrero, Eva Wilma e Irene Ravache, três
mulheres sofisticadas, porém falidas. As três armam um plano para se
casarem como um milionário que sanaria todas as suas dívidas. Clara
inspiração do autor no filme Como Agarrar um Milionário (1953) com as atrizes Lauren
Bacall, Marylin Moroe e Betty Glabe.
A escalação do elenco de Sassaricando foi um
dos principais pontos para o grande acerto da trama, e por isso mesmo teve
vários destaques e atores que imortalizaram personagens.
Claudia Raia foi a estrela da trama. A Tacinha,
com seu jeitão sexy , um vocabulário impar e a exuberância da atriz que já lhe
é peculiar lhe rendeu um dos seus primeiros grandes momentos na tv.
O bordão “Ai me Tô dividinha” que a personagem proferia
cada vez que tinha que se decidir entre seus dois pretendentes, Beto (Marcos
Frota) e Apolo (Alexandre Frota), foi repetido nos quatro cantos do
país.
Diogo Vilela e Cristina Pereira fizeram do
Leozinho e da Fedora um casal inesquecível na trama. Suas fantasias sexuais ao
som de “Fatamorgana” virou a marca registrada da dupla. Sem
dúvidas a Federa foi a única personagem digna dado a Cristina
Pereira em novelas.
Angelina Muniz, no auge da sua beleza, se destacou
também vivendo a invejosa e rancorosa irmã da Tancinha. A personagem termina a
trama louca de tanta inveja, chegando ao ponto de tentar matar a irmã com uma
faca, bem ao estilo Hitchcock , mais uma alusão cinematográfica do autor.
Sassaricando foi agraciada com duas grandes participações
como protagonistas, Paulo Autran e Tônia Carrero, escalados
exatamente pela química que ambos tinham nos palcos. O Casal de estrelas deu
todo o glamour a trama. A novela foi a última completa feita por Paulo
Autran. Depois do termino ele fez algumas pequenas participações sendo a
última na minissérie Hilda Furação (1998), onze anos depois
de Sassaricando.
Vale
Tudo (1988)
Vale Tudo veio com o intuito de mostrar a cara do Brasil, tendo
como mote principal a pergunta : “Vale a pena ser honesto no Brasil de
hoje?”.
O “hoje” da pergunta nos remete há 37 anos atrás, em 1988, ano em que se refletiam os
principais problemas políticos do país, mas a pergunta infelizmente
parece mais atual do que nunca.
Vale Tudo ,
juntou o mais fiel dos folhetins com uma crítica social aguçada, que fez os
brasileiros pararem para pensar. Gilberto Braga usou como
os dois pontos dessa histórias as figuras de Raquel Acciolly ( ReginaDuarte ) e Ivan ( Antônio Fagundes ) representando o lado honesto e
integro , e Odete Roitmann ( Beatriz Segall ), Maria De Fátima ( Glória Pires )
e César ( Carlos Alberto Ricelli ) que retratavam o que havia de podre no
país.
Vale Tudo nos
apresentou um leque de personagens inesquecíveis, a começar pela “trinca de
ouro” da novela. Raquel Aciolly , Maria de Fátima e Odete Rotmann. ReginaDuarte na pele da honestíssima Raquel brilhou e espalhou seu bordão “Sangue
de Jesus de poder” dito a cada batalha vencida pela personagem. A
Raquel chegou a ser criticada devido o exagero de honestidade da
personagem , mas que no decorrer da trama foi dosado , principalmente quando
ela finalmente entende que Maria de Fátima não presta e dá o troco na filha.
Falar
de Vale Tudo
e não citar essa dupla , é impossível, Glória Pires e
Beatriz Segall na pele das vilãs Maria de Fátima e Odete Roitmann
foram a alma da novela . A Odete da Beatriz, é de longe sua melhor personagem
na TV e a mais marcante, tanto que a atriz dizia em entrevistas que até então mesmo
anos depois, muitas pessoas ainda
lhe perguntam sobre a personagem. E Glória Pires se entregou
de corpo e alma para viver a interesseira Maria de Fátima, que fez todas as
possíveis e impensáveis maldades e falcatruas na trama. Nos capítulos finais o
autor ensaiou um arrependimento para a personagem , que pareceu que iria
se redimir , mas na semana final ela não resiste, deixa o filho com Raquel e
entra em mais uma armação para se dar bem, casando-se de “fachada” com um
príncipe, e óbvio com César de amante do lado.
A Heleninha Roitmann vivida pela RenataSorrah , também deixou sua marca em Vale Tudo. Alcoólatra
e culpada por pensar ter sido ela a responsável pela morte do irmão, Heleninha
vivia entre altos e baixos na trama, e tornou inesquecíveis seus barracos cada
vez que tomava um porre. Inesquecível a cena em que ela depois que descobre que
o amante de sua mãe é o cafajeste César Ribeiro, completamente bêbada ,
pede uma “Mambo Caliente” numa boate.
Solange Drupat, magistralmente vivida pela inesquecível
Lídia Brondi, foi outro grande destaque. Logo de cara seus
look´s e cabelo de franginha virarão moda no país inteiro.
Um dos crimes
mais famosos da teledramatugia, foi o assassinato da vilã Odete Rotimann no
capítulo 193, que apesar de ter ficado apenas 13 dias no ar a pergunta :
“Quem Matou Odete Rotmann?” tomou conta do Brasil , e virou
bolsa de apostas. A empresa de caldos Maggi promoveu até uma
promoção premiando o sorteado que acertasse a identidade do assassino.
A revelação da identidade do assassino foi uma das
mais criativas na minha opnião. O Autor revela que no final apesar de ter
motivos suficientes para ser morta por vários personagens da novela, Odete na
verdade fora assasinado por engano. Leila, personagem da Cássia Kiss, esposa de Marco Aurélio (Reginaldo Faria), já sabendo do seu caso com sua então amiga
Maria de Fátima , fica transtornada ao descobrir que eles usavam sua própria
cama, desesperada ela sai à procura do marido em seu apartamento da época de
solteiro, ao entrar ver a sombra de alguém no lavabo e pensando ser
Fátima dispara o revólver.
A
Novela Vale Tudo causou
uma alvoroço de audiência quando começou a ser reprisada pelo Canal
Viva em outubro de 2010, repetindo o sucesso da exibição original e da
reprise no Vale a Pena Ver de Novo da Globo, só
que desta vez com o “auxílio” das redes sociais. O #ValeTudoTeam diariamente
liderava os “topic Trends” do twitter no horário de exibição, e fez mais
uma vez o Brasil inteiro se emocionar com os personagens inesquecíveis de Gilberto
Braga. A Exibição no Viva , apresentou a trama para uma
nova geração que pode ver o que era uma novela de verdade.
Nunca mais
existirão na teledramaturgia personagens tão “ricos” dramaturgicamente
falando, como uma Maria de Fátima , Raquel Accioly, Odete Roitman entre
outros nem em um remake!
O Salvador da Pátria (1989)
Um dos grandes sucessos do Lauro César Muniz ,
O Salvador da Pátria estreou na Globo em Janeiro de 1989, e
contava a história do boia-fria Sassa Mutema ( Lima Duarte ) que através
de jogos de interesses dos poderosos da cidade, chegava à
prefeito.
Aquela frase escrita nos créditos de encerramento das tramas naquela época onde
dizia : “Qualquer semelhança com fatos e pessoas da vida real, será mera
coincidência” não poderia ter uma aplicação melhor do que na trama
de O Salvador da Pátria .
A Novela estreou exatamente no primeiro ano de eleições
diretas para presidente, depois do duro regime militar, Lula e Collor
eram os principais candidatos, e a mídia logo ligou a figura do simplório Sassa
Mutema a de Lula , acusando a Globo de apologia à sua
candidatura. Mesmo sem a censura oficial, a alta cúpula da Globo encomendou
ao autor mudanças na sinopse, e assim a novela perdeu o seu “lado” político e
focou na trama policial.
O Salvador da Pátria , trazia todos os principais ingredientes do
autor Lauro César Muniz, joguetes políticos, armações de
conveniências e organizações criminosas, que ele já mostrara magistralmente
em Roda de Fogo (1987) na Globo , e
depois em Cidadão Brasileiro ( 2006) e PoderParalelo ( 2009) e em Máscaras na Record.
Lima Duarte mais uma vez brilhou na
interpretação de tipos característicos e trejeitados. O Sassa Mutema , quando
ainda bóia-fria era de uma ingenuidade inigualável, e o ator soube
dosar de maneira única essas particularidades. O Público acompanhou
diante da tela a transformação de Sassá, que do analfabeto boia-fria se torna
um dos políticos mais poderosos e influentes da região. Outro ponto
forte da trama era a relação de amor entre ele e Clodilde , vivida
pela Maitê Proença, que no início se mostrava quase fraternal, com
a ilusão de que aquele homem tão simples pudesse conquistar aquela linda
mulher, e depois que a chama do amor entre eles queimou, Clotilde que era
uma professora idealista, não via mas naquele político “astuto” o simples homem
por quem se apaixonara.
Betty Faria deu vida a fazendeira Marina
Cintra , oposição política de Severo Branco. Uma mulher séria e centrada ,
preocupada apenas com as filhas e os negócios da família, mas que se descobria
aberta para o amor quando conheceu João Mattos ( José Wilker). E Assim teve que
se expor na relação com um homem casado, que não podia resistir. Betty
Faria emendou uma novela na outra, mesmo sendo a estrela da
novela Tieta (1989)
adaptada do romance de Jorge Amado por Aguinaldo Silva, ela
gravou O Salvador da Pátria até
o final e imediatamente começou as primeiras cenas de Tieta. Sua personagem entraria na trama por
volta do capítulo 18.
Outros destaques da trama foram : SusanaVieira que mais uma vez brilhou na pele da mulher traída e
submissa; Lúcia Veríssimo no auge da sua beleza como a
exuberante Bárbara, que no final é revelada como a grande chefe da organização
criminosa da novela.
A novela nasceu do caso especial exibido
pela TV Globo, O Crime do Zé Bigorna , do autor Lauro César Muniz ,
que virou filme nos anos 70, estrelado por Lima Duarte, que
era exatamente o mesmo Sassa Mutema apenas com a mudança de nomes.
O Salvador da Pátria agradou
e desagradou à gregos e troianos, e mesmo sem ser o intuito inicial, se
tornou um folhetim policial bom de se ver , apesar do lado policial ter
sido o ponto mais forte da trama. O Público ficou muito mais interessado
em saber se João Mattos (José Wilker)
conseguiria provar sua inocência e quem seria o grande chefe da organização
, do que se ele terminaria com a Marina Cintra, ou o
Sassa Mutema e Clotilde ficariam juntos no final.
Que
Rei Sou Eu? (1989)
Que Rei Sou Eu? se
passava em 1786. Três anos antes da Revolução Francesa, e exibe um
filho bastardo, Jean-Piérre (Edson
Celulari), legítimo herdeiro do trono de Avilan, um reino
corroído pelas injustiças sociais e corrupção de seus governantes. Na ausência
do sucessor do trono, os conselheiros reais, que dominam a Rainha Valentine
(Tereza Rachel), coroam o mendigo Pichot (Tato
Gabus Mendes) como rei. A armação é obra do bruxo
Ravengar (Antônio Abujamra), que exerce forte influência sobre o reino. Mas
Jean-Piérre é o líder dos rebeldes que se armam para derrubar os vilões de
Avilan. Seu objetivo é se apossar em definitivo da coroa que lhe pertence.
Todavia não só de heroísmo sobrevive Jean-Piérre. Sua luta é entremeada por
duas mulheres apaixonadas que disputam seu amor: a jovem rebelde Aline (Giulia
Gam)
, companheira de lutas, e Suzanne Vebert (Natália
do Vale), a bela esposa do corrupto e perigoso conselheiro
Vanoli Berval (Jorge Dória).
No livro “Grandes Mestres do Rádio e Televisão, Gabus Mendes”
do Elmo Franfort, conta que alguns personagens da trama eram
inspirados diretos em nomes importantes da política nacional na época. A
Rainha Valentine (Tereza Rachel) era o então presidente José Sarney.
O conselheiro Vanoli (Jorge Dória) era Antônio Carlos Magalhães. O
bondoso conselheiro Bergeron (Daniel Filho) era o ex-Ministro Dilson
Funaro. O bruxo Ravengar (Antônio Abujamra) era o General Golbery –
ao final, Ravengar, desaparecido, reaparece sob o nome de Richelieu Rasputin
Golbery.
Os destaques no elenco de Que Rei Sou Eu? foram muitos. A saudosa Tereza Rachel esteve impecável na pele da teatral Rainha de Avilan, sem
dúvidas seu melhor e mais inesquecível momento na tv.
Stênio Garcia, que deu vida ao bobo da corte
Corcoran, aprendeu aos 57 anos (sua idade na época) a dar cambalhotas, dando
ainda mais veracidade ao palhaço, e também deu um show de interpretação
deixando o personagem marcado na história da teledramaturgia.
Os conselheiros de Avilan, que eram uma sátira ao
congresso nacional tiveram seus interpretes escolhidos a dedo; Foram grandes
momentos dos atores Jorge Dória, Carlos
Augusto Strazzer, Laerte Morrone, John Herbert,
Oswaldo Loureiro e Guilherme Leme, os dois últimos
únicos ainda vivos.
Mas o grande personagem e interpretação de Que ReiSou Eu? foi Ravengar , vivido magistralmente pelo também
saudoso Antônio Abujamra. Ravengar marcou o nome do ator na
teledramaturgia nacional e era impossível não associá-lo imediatamente ao
grande feiticeiro de Avilan.
Dercy Gonçalves fez uma participação de
luxo na trama com a mãe da Rainha Valentine, a Duqueza Ekinésia. A Atriz deu um
show de comédia e piadas de duplo sentido, sua marca registrada, e tornou
inesquecível os 6 capítulos em que a personagem participou.
Que Rei Sou Eu? foi
a primeira novela completa feita pela atriz Giulia Gam,
que vinha do sucesso da Luísa de O Primo
Basílio (1988), minissérie do autor Gilberto
Braga. Antes a atriz
havia feito apenas a primeira fase de Mandala (1987), do Dias Gomes. Jean-Pierre era
também o primeiro protagonista oficial do ator Edson Celulari. Na
trama a química entre ele e Aline, a personagem da Giulia, rendeu o final feliz
do casal. Susanne, o outro amor de Jean-Pierre, é morta ao tentar salvar a vida
do seu grande amor, deixando o caminho livre para Aline. O Público se
dividiu entre Susanne e Aline até a reta final da trama. Edson Celulari
e Giulia Gam ainda se encontrariam com par romântico em cena em mais
duas outras produções da casa : Fera
Ferida (1993), novela do Aguinaldo
Silva e Dona Flor e
Seu Dois Maridos (1998), minissérie do autor Dias Gomes.
Que Rei Sou Eu? é
uma trama atemporal e que foi ao ar na época certa. Daniel Filho e
Cassiano Gabus Mendes haviam mostrado a proposta da novela em 1977,
mas a Globo não achou viável levar ao ar uma trama com
tantos entrechos políticos. Dez anos depois a trama pode finalmente dar
seu show.
Tieta (1989)
“Vem meu amor, Vem por calor, no meu corpo se enroscar
...”
A partir de agosto de 1989 ouvirmos esse trecho da inesquecível música do LuizCaldas era sinal de que estava entrando no ar uma das melhores
adaptações de Jorge Amado, o novelão Tieta do
autor Aguinaldo Silva em parceria com Ana Maria
Moretzsohn e Ricardo Linhares.
O Elenco espetacular escalado para imortalizar esses
personagens de Jorge Amado com certeza é responsável por 80%
do sucesso da trama. Muitos atores tiveram em Tieta seus
melhores papeis desde ou até então.
Para Betty Faria que imortalizou a Tieta na TV, o
termo exuberância é o mais apropriado. A Atriz estava em estado de graças
na pele da protagonista. No auge da sua beleza Betty deu a sensualidade que a
personagem pedia somado a interpretação impecável da grande atriz que
é. Betty Faria tinha acabado de fazer a novela O Salvador da Pátria do Lauro
César Muniz que antecedeu Tieta,
mas como a personagem na versão madura só entrava na trama por volta do
capítulo 20, ela finalizou a Marina Cintra que vivia na trama do Lauro e
emendou em Tieta. A mudança e
caracterização da personagem foram perfeita, e é impossível imaginar outra Tieta que
não Betty Faria.
Como antagonista de Tieta , Joanna Fomm uma expert em
viver grandes vilãs, mais uma vez deu um show em cena com a caricata e perversa
Perpétua. A Personagem foi àquela clássica vilã cômica e nos proporcionou cenas
inesquecíveis, com a de quando flagra o filho com a irmã e fica cega ou o embate
final dela com Tieta , onde ao invés de desmascarar a irmã,
Perpétua é “descabelada” por ela, se mostrando careca para toda a cidade
reunida na igreja.
Outros atores também foram destaques com seus impecáveis
personagens como Paulo Betti (Timóteo); Yoná
Magalhães (Tonha); Arlete Salles (Carmosina); Luciana
Braga (Imaculada); Paulo José (Gladstone); Tássia
Camargo (Eliza) ; Ary Fontoura (Cel. Artur da
Tapitanga); Armando Bógus (Modesto Pires),Lídia Brondi (Leonora);
Lilia Cabral (Amorzinho) e os saudosos Miriam Pires e
sua espetacular Milú que marcou com o bordão “Mistéeeeeeeeeerio”
e Sebastião Vasconcellos com o seu ignorante Zé Esteves.
Inesquecível a abertura da novela, uma das mais belas da
era Hans Donner. Isadora Ribeiro sucesso na
abertura do Fantástico , estrelou a abertura da trama, onde as
paisagens do agreste e do Mangue Seco se transformavam ao se retorcer no
corpo nu da modelo.
Duas
cenas de Tieta estão marcadas no meu pensamento até hoje. A
Volta de Tieta à Santana do Agreste ao som de “Coração do
Agreste” que marcava a entrada de Betty Faria
na trama , e o retorno da Tonha (Yoná Magalhães) depois de repaginada em
São Paulo ao som de “Uma Nova Mulher”.
Top
Model (1989)
Um dos grandes sucessos entre os jovens no finalzinho da
década de 80, Top Model virou febre e a galera que na época ainda
não tinha a Malhação, encontrou na
trama de Antônio Calmon muita identificação, principalmente
com o núcleo do surfista ‘quarentão” Gaspar , em uma grande interpretação
de Nuno Leal Maia. Os filhos dos surfistas jovens entre 12 e 18
anos viviam todas as aventuras e desventuras que os jovens nesta idade
passavam, do primeiro beijo à gravidez na adolescência.
Vários foram os destaques da trama, o casal Duda e
Lucas vividos por Malu Mader e Taumarturgo Ferreira , caíram
no gosto do grande público e emocionaram o Brasil inteiro com cenas de amor e
brigas sempre embaladas pela música “Oceano” na voz do Djavan.
Impossível ouvir a música e não lembrá-los.
Os filhos do
Gaspar eram uma capitulo a parte na trama, cada um foi batizado como um grande
nome do showbizz internacional, assim Marcelo Faria viveu
Elvis Presley, Henrique Martins foi Ringo Star, Carol
Machado Jane Fonda, Igor Lage foi Jon Lennor
e Gabriela Duarte que era Olívia, mas como se poderia pensar
não era a Newton Jonh, o próprio pai explicou que a mãe não deixou ele
batiza-la como nome da cantora logo nos primeiros capitulos de Top Model.
Mas sem dúvidas Top Model teve duas grandes revelações, as
engraçadissímas Naná da Zezé Polessa, fiel escudeira e eterna
apaixonada de Gaspar, e Cida personagem da Drica Moraes que
era doméstica da casa dos Kundera. As duas eram impáveis e foram responsáveis
por cenas hilárias na novela.
Top Model detém
o título de uma das novelas com melhor trilha sonora nacional. Além de “Oceano”
do Djavan, são inesquecíveis as músicas “Hey Jude”
versão do Kiko Zambianki da música dos Beatle; “À
Francesa” da Marina Lima; “Vida” como Fábio
Jr e “Dizer não é dizer sim” do Kid Abelha.
Top Model foi
um grande momento para a tv brasileira, a mescla do dom de escrever para
os jovens do Calmon, com o estilo dramalhão do Walther
Negrão foi o dferencial da novela e nos propocionou grandes
cenas, e momentos memóráveis.
Personagens riquíssimos dramaturgicamente, como o
Alex do Cécil Thiré , um vilão patológico e a Morgana da Eva
Todor ; a beleza da Malu Mader e Suzy Rêgo e
um elenco jovem ajudaram a transformar a trama em uma das melhores do
horário das sete.
Rainhada Sucata (1990)
Uma Regina Duarte exageradamente
cafona e a uma Glória Menezes esbanjando sofisticação eram
os dois pilares da trama de Rainha daSucata com personagens escritas especialmente
para elas, na primeira novela do autor Silvio de Abreu no
horário nobre e que completou esta semana 25 anos de estreia.
Sílvio de Abreu já consagrado no
horário das sete, foi chamado literalmente para fazer rir no horário nobre, e
em menos de um mês apresentou a sinopse da trama que prontamente foi aprovada.
Porém Rainha da Sucata só entrou nos trilhos depois que autor adicionou
á comédia os melodramas tão característicos do horário nobre.
Inicialmente o público rejeitou a trama que chegou a ser preterida por Pantanal, exibida na Manchete na
época, apesar das novelas nunca terem concorrido no horário. A trama
de Benedito Ruy Barbosa só começava depois do término de Rainha da Sucata. Ainda contra a trama contou a
infeliz coincidência da ter estreado em pleno o Plano Collor que
confiscou o dinheiro na poupança de todos os brasileiros. Anunciada na
quarta-feira antes da novela estrear, e na segunda-feira a trama que falava
exatamente da troca de mãos do dinheiro, os personagens reclamavam do plano. O
público sabendo que a novela tinha certa frente de capítulos, acusou
veladamente a Globo de já saber do plano. Na verdade as cenas
foram refeitas no tempo hábil de menos de uma semana.
Mas depois de entrar nos trilhos Rainha
da Sucata fez uma viagem
perfeita com uma trama folhetinesca ao extremo que seduziu o público e se
transformou num novelão inesquecível.
Rainha da Sucata apresentou tipos que jamais seriam esquecidos na
história da teledramaturgia nacional. A trinca Antônio Fagundes,
Claudia Raia e Marisa Orth foi o destaque na comédia. O Fagundes
voltava a fazer comédia depois de Amizade Colorida (1981) e o
gago Caio Szemanski conquistou o Brasil, assim como a “bailarina da Coxa
grossa”, a Adriana aspirante a dançarina vivida pela Cláudia Raia e
a “purgante” da Nicinha, impecavelmente vivida pela Marisa Orth.
Bons momentos também de atores que deixaram saudades: CleydeYáconis que estreava na Globo fazendo a soberba e
também milionária falida Isabele de Bresson ; Raul Cortez como
o misterioso mordomo Jonas e Paulo Gracindo na pele do Betinho
que cravou na nossa memória o bordão : “Coisa de Laurinha”.
Não tem como imaginar Rainha
da Sucata sem a Maria do
Carmo ou a Laurinha Figueroa, interpretadas mesmo que exageradamente. Um duelo
em cada cena entre Regina Duarte e Glória Menezes, numa parceria
que enriqueceu muito à trama. Glória pela primeira vez fazia uma vilã em
novelas, e a fez com tamanha perfeição que a personagem é um das primeira
lembradas quando falamos da carreira da atriz.
Mas sem dúvidas o grande destaque da trama foi Aracy Balabanian com sua inesquecível Dona Armênia. A personagem criou
vários bordões e entre eles o mais famoso : “Na Chon!“. Dona
Armênia começava a novela tímida como se não fosse muito importante para a
trama, mas logo foram se revelando segredos que fizeram com que a personagem
praticamente movimentasse toda a trama. A Relação dela com suas três
“filhinhas” era outro show a parte. O Sucesso da personagem foi tão grande que
o autor a ressuscitou em sua próxima novela (Deus nos Acuda/1992) com suas filhinhas. Aracy Balabanian apesar
de ter nascido em Campo Grande no Rio Grande do Sul é filha de Armênios e a
própria atriz ajudou em muito na pesquisa de composição da personagem.
Várias cenas de Rainha da Sucata povoam minha memória, mas
sem dúvidas o suicídio da Laurinha Figueroa é a mais inesquecível. Pela
primeira vez era mostrada tão explicitamente na tv o suicídio de um personagem
em novelas. A Cena é muito marcante e entrou para o hall dos grandes momentos
da teledramaturgia nacional fechando com chave de ouro a participação da Glória
Menezes na trama.
A abertura da novela ao som de “Me Chama que Eu Vou”
na voz do Magal marcou época e trouxe de volta às rádios
e as pistas de dança o ritmo da lambada.
“Sucateeeeeeeiira!”
Era assim que Maria do Carmo, depois de ter ficado pobre, voltava a vender
sucata e anunciava a sua chegada para comprar ferro velho. A novela é um
clássico e Silvio de Abreu soube como ninguém mesclar
comédia e um bom folhetim, brincando com a alta sociedade falida e
apresentando os novos ricos mostrando os conflitos que o encontro dos dois
renderia.
Barriga
de Aluguel (1990)
Barriga de Aluguel,
a novela das seis com cara de novelão das oito - Glória Perez conseguiu
segurar o telespectador a frente da tv com toda a dramaticidade da
história mesmo depois da ordem de esticamento da trama, que
finalizou com 243 capítulos.
Mas diferentemente
do que se imaginava quando a trama foi concebida, isso 5 anos antes, pois na
verdade em 1985 a autora apresentou Barriga
de Aluguel para a Globo,
mas o tema foi considerada muito fantasioso, a autora não criou uma polêmica e
uma sofrida disputa por uma criança. Barriga de
Aluguel teve seu tema principal
mesclado a um folhetim dos bons, com destaque para a vida amorosa da Clara,
personagem da Claudia Abreu, que sem dúvidas foi a mais sofredora
da trama.
A Cena final de Barriga de Aluguel é
uma das mais bonitas e emocionantes da história da teledramaturgia
nacional. À Espera do terceiro julgamento, Clara (Claudia Abreu) e Ana (Cássia Kiss) andam na praia de mãos
dadas com o filho, dando a entender uma a outra que independente da
decisão judicial, terão que viver para sempre como mãe de um mesmo filho.
Cláudia Abreu brilhou absoluta e se consagrou em sua
primeira protagonista, graças a interpretação visceral dada à Clara. A atriz
não se prendeu ao sofrimento da personagem, que mesmo uma
sofredora, mergulhava de cabeça em busca da felicidade.
o elenco vale destacar ainda grandes interpretações de LeonardoVillar (Ezequiel), Vera Holtz (Dona Dos Anjos), Humberto
Martins (João), Sura Berditchewski (Raquel), Lady
Francisco (Yara), Nicole Puzzi (Luiza) e Denise
Fraga (Ritinha) entre outros.
No núcleo cômico Lucia Alves e Wolf Maia, que viveram o casal Moema
e Paulo César foram destaque absoluto roubando a cena.
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E a grande revelação da novela sem dúvidas foi Eri Johnson na
pele do afetadíssimo coreografo da boate, Lulu. O Ator já havia feito alguns
personagens pequenos, mas sem dúvidas o Lulu foi o divisor de águas em sua
carreira.
Uma trama paralela de Barriga
de Aluguel que também chamou
atenção foi o envolvimento de Aida, personagem da Renée de Vielmond,
que depois de dar uma basta nas traições de Barone (Adryano Reys), se
envolve com Tadeu (Jairo Mattos), então marido de sua filha Laura (Teresa
Sseiblitz). Tadeu depois de maltratar emocionalmente tantas mulheres, entre
elas Clara e Laura (Teresa Seilbitz), se apaixona perdidamente pela sogra e
pela primeira vez sofre e se entrega verdadeiramente ao amor. Mas como obra do
destino, Aída não aceita viver a relação por amor à filha. O tema internacional
do casal, “Begin The Beguine”, da Dione Warvick,
é uma das músicas mais bonitas do LP.
Barriga de Aluguel marcou a estreia
dos atores Victor Fasano, Jairo Mattos, Teresa Sseiblitz, a
menina Alessandra Aguiar, e saudosa Daniela Perez (Filha
da autora Glória Perez).
O Sucesso da trama no horário das seis consagrou Glória Perez,
e cerca de 1 ano depois do término de Barriga de Aluguel, a
autora estreou em horário nobre, desta vez em voo solo, com a
novela De Corpo e Alma (1992).
Glória
Perez se arriscou com a trama de Barriga
de Aluguel, mas foi uma aposta certeira. A Autora criou uma grande
história com um filão dramático poucas vezes visto e que não cansou em nenhum
momento o telespectador. Foi um voo da autora, mas um voo com destino certo.
Vamp (1991)
Uma produção considerada hoje totalmente “trash”
foi um dos grandes sucessos do início dos anos 90. Depois do sucesso com o
filme “O Menino do Rio” e o seriado “Armação Ilimitada” o
autor Antônio Calmon misturou romance , história de terror ,
vampiros e muita aventura na trama de Vamp.
O Elenco de Vamp foi sem dúvidas o grande destaque. Jovens
e renomados atores que conseguiram se sobressair no clima trash da trama.
No elenco jovem, os 12 filhos de Carmem Maura e Capitão Jonas
roubaram as cenas, destaque absoluto para Fábio Assunção, que
cresceu dentro da trama tornando-se o galã da cantora Natasha. Luciana
Vendramini deixava de lado a sua imagem de Paquita , e brilhou dando
vida a linda Jade , ganhando inclusive a capa da trilha internacional da
trama , assim como Fernanda Rodrigues que ainda era uma
criancinha e conquistou o Brasil com toda a graciosidade da personagem
Isa.
Joana
Fomm pela
primeira vez brilhou vivendo uma personagem boa. A Atriz sempre marcou seu
papéis vivendo grandes vilãs, mas a Carmem Maura fez o caminho inverso e
conquistou a empatia do público. Mas o Calmon , que certamente é fã das
vilãs de Joana Fomm, a certa altura da trama , quando Carmem Maura
é seduzida por Vlad (Ney Latorraca) a personagem se torna má nos brindando com
cenas inesquecíveis.
Aliás , falando em Ney
Latorraca, ele foi o grande responsável pela grande chanchada de
terror que se tornou Vamp quando protagonizou um versão tupiniquim do
clipe de “Trhiller” no cemitério de Armação dos Anjos. O Ator contou em
entrevista , que o Vlad tinha o perfil de um grande galã sedutor, algo
totalmente diferente do perfil do ator, mas Ney aceitou o papel assim mesmo , e
logo na primeira cena em que ele morde Natasha, o ator usando de um “caco”
olhou para câmera e ao invés de dizer “Gostoso” referindo-se ao
sangue da vítima, ele solta um sonoro “GOTOSO!” Pronto foi a
deixa para a mudança total do perfil do grande vilão da história, transformando
o Vlad em um personagem inesquecível no currículo do ator.
Para viver a grande estrela da
novela a direção da novela sondou Paula Toller ,
que afinal já era cantora mesmo, e Déborah Bloch , mas o
grande papel da trama acabou ficando com Cláudia Ohana. A Atriz
tinha acabado de fazer Rainha da Sucata do autor Silvio de Abreu , e logo nas
primeiras chamadas de Vamp surpreendeu com sua repaginada para viver a
vampira roqueira. A atriz apesar das duras críticas segurou com unhas e
dentes a personagem , e acabou dobrando o público e a crítica, que no final
torciam pela personagem. Cláudia Ohana gravou duas músicas
para a trilha de Vamp : “Simphaty For The Devil” dos Rolling
Stones e “Quero que Tudo Vá para o Inferno” do Rei Roberto
Carlos.
E
o que dizer do casal Mary e Matoso , vividos por Patrícia Travassos e
Otávio Augusto, os vampiros trapalhões da trama. Patrícia Travassos divou
na trama com a sua Mary sempre em planos mirabolantes para se tornar uma nova
Natasha. E o slogan da personagem : Vampira e Mulher !!!
Três atores que participaram do elenco de Vamp se tornaram diretores globais : Amora
Mautner, Pedro Vasconcellos e Frederico Mayrink.
Jorge
Fernando diretor da novela e mestre em nos apresentar novidades,
em Vamp apresentou duas novas linguagens. Várias cenas foram
gravadas no formato de videoclipe – sem palavras , muita ação sucessão
rápida de planos – e o inesquecível take da última cena do capítulo
transformada em história em quadrinhos.
Vamp foi um daqueles projetos sem pretensão , que
acabaram se tornando um grande produto da Globo. A temática da
novela afastou o público alvo do horário das sete, as donas de casas, mas
conquistou um novo público. Os jovens se viam nas tramas do filhos de
Carmem Maura e Capitão Jonas (Reginaldo Faria), se encantaram com o ineditismo
do tema em novelas , o vampirismo. Em 1981 Walther Avancini e
Rubens Ewald Filho , na novela Um
Homem Muito Especial na Rede
Bandeirantes apresentaram como
personagem principal o conde Drácula vivido pelo ator Rubens de Falco,
mas a novela teve pouquíssima repercussão, e dava foco ao lado sombrio
dos vampiros, sem a comédia aplicada em Vamp.
Assim para os nostálgicos, Vamp sempre será aquele novelão de vampiros , que
mesmo sem a tecnologia necessária conseguiu imprimir seu nome e o de seus
personagens na história da teledramaturgia.
Pedra
sobre Pedra (1992)
Pedra sobre Pedra,
foi a novela do autor Aguinaldo Silva seguinte ao
sucesso arrebatador de Tieta (1989). Era impossível imaginar um novelão
regional que conseguisse chegar ao mesmo patamar da trama baseada no romance
de Jorge Amado, mas Aguinaldo provou que isso era possível e
fez de Pedra sobre Pedra outro
sucesso. Aliás, todas as outras novelas ditas regionais e com realismo
fantástico do autor foram marcadas pelo sucesso, com exceção de
O
Sétimo Guardião. (Fera Ferida/1993, A Indomada/1997 e Porto
dos Milagres/2001).
A Novela foi uma co-produção da Globo com a emissora
portuguesa RTP que financiou 20% da trama e até exigiu a
inserção de dois atores do casting português na trama. |
Aguinaldo
Silva conseguiu prender o telespectador sem
cansa-los durante toda a trama usando de situações inimagináveis que iam
de um personagem que era sugado pela lua até um conquistador que
mesmo depois de morto conseguia seduzir as mulheres de toda a cidade.
No elenco vários foram os destaques, com
atores que pontuaram suas carreiras com brilhantes atuações : Eloisa
Mafalda (Gioconda); Renata Sorrah (Pillar); Eva
Wilma (Hilda Pontes); Lima Duarte (Murilo
Pontes), Arlete Salles (Delegada Francisquinha); Andrea
Beltrão (Úrsula) e Carla Marins na pele da vilã
Eliane.
Armando Bógus se
despediu em alto estilo. O Candido Alegria foi seu último personagem na tv, o
ator morrera em 1993. Mesmo debilitado pela doença e sendo poupado por Aguinaldo
Silva, o ator exigiu mais espaço na trama e o personagem fechou com
chave de ouro o currículo desse grande ator. O Final do vilão foi mais uma das
cenas de realismo fantástico de Pedra sobre
Pedra. Depois de ter suas falcatruas e vilanias descobertas,
Candido se transforma em uma estátua de pedra que depois de desfaz em
argila.
O Realismo fantástico, um dos grandes
charmes das tramas do Aguinaldo, não faltou em Pedra
sobre Pedra. E tinha para todos os gostos. Jorge Tadeu , personagem
do Fábio Jr , morria logo nas primeiras semanas da trama
assassinado, supostamente por um dos maridos traídos por sua esposa com o
retratista. Depois da sua morte, em plena praça de Resplendor uma árvore
brota do chão e exala por toda a cidade o cheiro de uma flor que as mulheres
deram o nome da “Flor de Jorge Tadeu”. A Mulher que comia a flor via o retratista
e ganhava uma noite de amor com ele. A Situação rendeu boas
cenas e várias situações à trama. Osmar Prado , viveu na
trama o comerciante Sérgio Cabeleira. O personagem tinha um segredo, e em
noites de lua cheia tinha que ser trancado em uma grade. O Motivo : É que em
noites de lua cheia ele era sugado pelo poder da lua, e se não ficasse
bem preso ao chão não retornaria. Inesquecível a cena em que Tãnia
Alves, que fazia sua irmã, junto com Dona Hilda (Eva Wilma) seguram uma
corda com o personagem sendo “abduzido” pela Lua. Sobre o realismo
fantástico ainda, não posso esquecer a Dona Quirina, vivida pela saudosa Míriam
Pires, uma mulher com 120 anos e memória intacta.
Um núcleo interessante de Pedra sobre Pedra foi
o grupo dos ciganos da novela. Mesmo sem se aprofundar na cultura cigana, a
novela mostrava costumes e danças que davam um charme à trama. Nesse
núcleo destaque para Luiza Tomé e Humberto Martins que
defenderam muito bem seus personagens. Eduardo Moscovis estreou
nesta novela vivendo o cigano Tibor.
Uma
passagem da trama, a encenação do autor de Nossa Senhora da Luz, foi um dos
momentos mais emocionantes da novela. Exibida inteira em um
capítulo a encenação foi uma espécie de quadro dentro da
novela. A Gravação envolveu mais de 700 pessoas.
No capítulo 30 , a novela apresentou o
assassinato de Jorge Tadeu, personagem do Fábio Jr. Em uma das
cenas mais emblemáticas de Pedra sobre Pedra,
o retratista foi encontrado morto rodeado de borboletas. O “Quem matou
Jorge Tadeu?” perdurou pela trama inteira e só no último capítulo foi
revelada a identidade do assassino: Gioconda, a
personagem da saudosa Eloisa
Mafalda, que mata o fotógrafo para se vingar da relação com sua
filha Úrsula (Andrea Beltrão).
Pedra sobre
Pedra foi um grande novelão e
nos deixa com saudades do Aguinaldo Silva escrevendo clássicas
novelas regionais.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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