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Um Novo olhar sob “Haja Coração”

 Um Novo olhar sob “Haja Coração



        A Reprise de Haja Coração (2016), que terminou nesta sexta (19.03) deixou nítida que não era o momento para o retorno  da trama. A novela nunca foi um dos títulos citados pela imprensa e redes sociais para  esse retorno,  mas mesmo assim,  a Globo bateu o pé e manteve o remake de Sassaricando , e a audiência conquistada pela trama anterior, Totalmente Demais (2015)  veio  numa decrescente a cada novo capítulo, embora nesta reta final e com destaque para o penúltimo capítulo que chegou a 32,9% de pontos  , a trama ultrapassou sua exibição original, onde nenhum dos 138 capítulos ultrapassaram  32,5 pontos no IBOPE.

        Não era  mesmo o momento para esse  retorno, principalmente com a  original no ar pelo Canal Viva, as comparações foram  inevitáveis, e nesse campo Haja Coração sai perdendo muito.  Certo que existe uma distancia de 30 anos entre um trama e outra, e talvez uma personagem como a Tancinha, que funcionou tão bem na pele da Claudia Raia, na década de 80, nos anos 2010 seja datada,  mesmo com todo o talento da Mariana Ximenes.



        Certo que principal ingrediente que Daniel Ortiz usou de Sassaricando em HajaCoração sem dúvidas foi o ar popularesco da trama, apresentando personagens muitas vezes exageradamente populares e que tocaram o grande público. Basta ver que os núcleos de maior sucesso da trama  são  exatamente esses .

         
         Haja Coração, assim como na exibição original, no meu caso a palavra base foi  “Nostalgia”. É que Haja Coração é o primeiro remake produzido pela Globo no qual assisti por completa a novela  original. Em 1987, quando Sassaricando foi parar o ar, eu  tinha 9 anos e lembro-me do encantamento que  a trama  me causou e  a paixão pela Tacinha  e pela Fedora, personagens da Cláudia Raia e Cristina Pereira, que foram o grande destaque da novela.   Ficou faltando em Haja Coração a organização criminosa  liderada por Ella, uma figura enigmática de uma cobra  naja que ficava em um compartimento escondido  de uma boate, que era uma das principais locações da novela.  A Organização apareceu por volta da metade da trama e foi responsável por praticamente todos os acontecimentos  a partir de então.  Enfim foi muito bom relembrar uma trama tão boa e valeu apena rever essa releitura do clássico  mesmo com alguns percalços.



               Para o último capítulo ficou  apenas  a grande dúvida de com quem a dividinha Tancinha (Mariana Ximenes)  iria ficar: Beto ou Apolo? Apesar da minha torcida pelo Beto (João Baldasserini), o Apollo (Malvino Salvador) foi o vencedor. Como prêmio de consolação o Beto ganhou uma nova Tancinha em forma de Paolla Oliveira (Numa participação especial), apesar de logo nos primeiros meses de reprise ter sido divulgado em toda imprensa que a Globo teria gravado um novo final com Tancinha e Beto, inclusive com imagens da Mariana Ximenes e João Baldasserini em flagras, mas nada de novo final.



               Mas o principal casal de Haja Coração foi mesmo o Shirlipe ( Shirley+ Felipe). A Personagem Shirley,  vivida com toda  sensibilidade e maestria pela Sabrina Petraglia, que veio de Torre de Babel (1998), outra trama do Silvio de Abreu, acabou tomando ares de protagonista com seu conto de fadas contemporâneo nos braços do príncipe Felipe (Marco Pitompo). O público shippou o casal  e autor estrategicamente casou o  Shirlipe  no penúltimo capítulo para não correr o risco  de suplantar o final dos protagonistas Beto /Tancinha / Apollo.



      Haja Coração nos brindou com grandes personagens   e  intérpretes que parece que foram feitos sob medida. O que dizer da Bruna má da Fernanda Vasconcellos, sem dúvidas seu melhor momento na tv desde a Nanda de Páginas de Vida (2006); A Teodora da Grace Gianoukas que foi a grande estrela do núcleo cômico, assim como a Ellen Rocche na pele da Leonora Lammar, que mesmo com a personagem anteriormente vivida pela Irene Ravache,  e tendo como companheira de cenas ninguém menos que Malu Mader e Carolina Ferraz, conseguiu se sobressair e mostrar um ótimo  e inesquecível trabalho.

       
        Mariana Ximenes  tinha um trabalho difícil em 
Haja Coração. Viver a Tancinha imortalizada pela Cláudia Raia  era um desafio que inicialmente deixou a atriz perdida e muito fake, mas logo ela  encontrou o tom, deu um perfil próprio a personagem e criou não uma nova Tancinha de Sassaricando, mas uma “Nova Tancinha” para a teledramaturgia.

               Outra que também brilhou na trama foi a Ágatha Moreira, que praticamente viveu três personagens na trama : A Camila má, de antes do acidente; A Camila boazinha, pós acidente e a última Camila , o meio termo entre as duas. Com o perfil bem diferente da original de Sassaricando, ela foi bem mais interessante dramaturgicamente falando.

        Outros destaques : Marina Orth (Francesca), Jayme Matarazzo (Giovanni), Paulo Tiefenthaler (Rodrigo), Renata Augusto (Dinalda) e a Chandelly Bráz (Carmela).

               Mas com nem tudo são rosas  . . . Se a Fedora foi o outro grande destaque da trama original, a versão de Haja Coração vivida pela Tatá Werneck infelizmente se perdeu no decorrer da trama.  Inicialmente na dobradinha com a Grace Gianoukas, a personagem até rendia, mas a suposta morte da Teodora, levou junto a alma da personagem, e para o telespectador sobrou o de sempre,   a Tatá fazendo graça. Nem mesmo  a participação  especialíssima  da Cristina Pereira,  que viveu a Fedora de Sassaricando, como a Tia Safira salvou o núcleo dos Abdalla que foi definhando e ganhou força apenas nas últimas semanas com o retorno da Teodora.

         Sem o  anunciado  “novo final” HajaCoração se despede sem muito alarde e cumprido apenas o papel de tapa buracos. 


Veja Também :

10 Personagens que foram a Alma de HAJA CORAÇÃO 


Meus Personagens Favoritos da Fernanda Vasconcellos 


Fonte :

Texto : Evaldiano de Sousa 

       

    

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