O Manolo de “Flor do Caribe”
Ilicz Glejzer (São Paulo, 4 de janeiro de 1934) |
Fiquei felicíssimo ao ver o Elias
Gleiser de volta à TV na
trama de Flor do
Caribe, novela do Walther Negrão, autor que escreveu os
melhores personagens que o ator já viveu.
Elias Gleiser estava afastado da TV há
3 anos quando viveu o motorista dos Gouveia´s na novela Passione do Silvio de Abreu. Nesse período o ator esteve internado três vezes por conta
de um crise renal crônica e depois da última internação o ator de 79 anos
desabafou para revista “QUEM”:
“Preciso trabalhar.
Não posso ficar em casa parado, senão vou morrer. Amo o que faço. Que leiam
isso e me chamem. Logo!”, disse.
Elias com a estreante Carol Pichi Foto : http://s2.glbimg.com |
O
Apelo surtiu efeito , o convite para viver o cigano Manolo de Flor do Caribe logo surgiu, e o personagem terá uma grande
importância dentro da trama descobrindo todos os podres do grande vilão Dionísio
Albuquerque (Sergio Mamberti) .
A
Carreira de Elias Gleiser por si só
deveria servir de credencial para o ator sempre ser escalado, um ator da
patente dele não deveria precisar vir a público pedir emprego, mais
infelizmente no Brasil e principalmente
na área artística chegar há uma certa idade é sinal de descarte.
O
estilo “bonachão” do ator , corpo grande
e sorriso doce lhe renderam grandes e inesquecíveis papéis , principalmente os
que cativavam as crianças.
Filho de
judeus poloneses que fugiram da perseguição
na Europa, Elias Gleiser
estreou na TV na novela José do Egito em 1959 da extinta Rede Tupi. Depois engatou várias novela
na emissora : Se o Mar Contasse (1964) , O Mestiço (1965), Olho Que Amei
(1965), A Outra (1965),Um Rosto Perdido (1965), A Inimiga (1966), A Ré Misteriosa
(1966), Os Irmãos Corsos
(1966), Presídio de Mulheres (1967), Os Rebeldes (1967), Antônio Maria
(1968), Nino, o Italianinho
(1969), Simplesmente Maria
(1970), A Fábrica
(1971), Signo da Esperança
(1972), Rosa dos Ventos
(1973), Salário Mínimo
(1978), Xeque-Mate (1976) e O Machão
(1974).
Com o encerramento das atividades da Rede Tupi o ator entrou para Rede Bandeirantes onde integrou o
elenco das novelas : O Meu Pé de Laranja Lima (1980), Dona Santa
(1982), Renúncia
(1982), Acorrentada
(1983) e Sabor
de Mel (1983).
Em 1984 na novela Livre para Voar do Walther Negrão , Elias Gleiser estreou na Globo
dando vida ao personagem Pedrão. Em 1985 integrou o elenco da novela Uma Esperança no Ar
no SBT , voltando a Globo no ano seguinte na novela
Direito
de Amar (1987) também do
Negrão.
Porém seu primeiro grande
personagem na Globo só viria em 1988 quando viveu na trama de Fera Radical do Walther
Negrão, o Donato Orsini um dos
grandes fazendeiros da pequena cidade de Rio Novo.
Foto : http://lh6.ggpht.com/ |
Nos anos seguintes o ator nos presenteou
com tipos inesquecíveis com o Motorista Jairo de Tieta (1989) do Aguinaldo Silva; foi o Caroço de Mico Preto (1990) do Marcílio Moraes, Euclydes Marinho e Leonor
Basseres; o Pe. Narizinho de Salomé (1991)
do Sérgio Marques e em 1992
fez uma pequena participação na trama de Pedra sobre Pedra do Aguinaldo Silva.
Em 1992 conquistou o Brasil inteiro com
o Vitório de Despedida
de Solteiro do Negrão. O
personagem vivia uma linda relação de afeto com o menino Léo (Patrick Oliveira).
Foto : http://oglobo.globo.com |
Na elogiadíssima minissérie Agosto
(1993) do Jorge Furtado e Giba Assis
Brasil ele deu vida ao Rosalvo.
No mesmo ano voltou a viver outro
personagem que ganhou empatia do público
infantil o Tio Zé de Sonho Meu
(1993) novela do autor Marcílio Moraes. Inesquecível a
dobradinha dele com Carolina Pavanelli
que viva a órfão que Tio Zé criava na trama.
Com Carolina Pavanelli Foto : www.teledossie.com.b |
No ano seguinte ele viveu um dos mortos-vivos da minissérie Incidente em
Antares do Charles Peixoto e Nelson Nadotti,
mudando-se para o SBT em 1994 quando
viveu o Sr. José das Dornas no remake de As Pupilas do Senhor Reitor do Lauro
César Muniz. Voltou a Globo em
1995 para integrar o elenco da novela Explode Coração da autora Glória Perez.
Os personagens carismáticos criados por Walther Negrão para o ator voltaram nas próximas tramas do autor
que Elias Gleiser participou : O
Canequinha de Anjo
de Mim (1996) e o Vô Pepe de Era Uma Vez . .
. (1998).
Fechando a década de 90 o ator participou
ainda das novelas Meu Bem Querer (1998) do Ricardo Linhares e Terra Nostra (1999) do Benedito Ruy Barbosa e da minissérie Chiquinha Gonzaga (1999) da Lauro César Muniz.
Iniciou os anos 2000 participando das novelas Uga Uga (2000) do Carlos Lombardi ; As Filhas da Mãe (2001) do Silvio de Abreu; Esperança (2002) do Benedito Ruy Barbosa; Como Uma Onda (2004) do Walther Negrão, Bang Bang (2006) do Mário Prata; Sinhá Moça (2006) do Benedito Ruy Barbosa; Pé na Jaca
(2006) do Carlos Lombardi; Caminhos das Índias
(2009) da Glória Perez ; Tempos Modernos
do Bosco Brasil e da minissérie Um Só Coração
da Maria Adelaide Amaral em 2004.
Elias
Gleiser é a cara daqueles vovôs que
todos os netos gostariam de ter. Não foi a toa que o Walther Negrão praticamente usou o ator como amuleto nesse tipo de
personagem em praticamente todas as suas novelas. Seu retorno em Flor do Caribe mostra mais uma vez
sua empatia junto ao público, e sua versatilidade em viver tipos tão diferentes
e ao mesmo tempo tão marcantes. Aos 79 anos o ator ainda tem muito que mostrar,
e ainda muita emoção para proporcionar com seus trabalhos a esse público que
aplaude cada trabalho desse grande profissional.
Foto : http://arquivos.tribunadonorte.com.br/ |
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Teledramaturgia.com , Wikipédia.com
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