Em 1965, canal 4 , Tv Globo, Rio de Janeiro entrava no ar. Começava a história da
emissora que iria fazer a história da teledramaturgia nacional.
Leila Diniz e Reginaldo Faria em ILUSÕES PERDIDAS |
A Globo logo na estreia já apresentou sua primeira novela, Ilusões Perdidas,
da autora Enia Petri, que tinha como
protagonistas Reginaldo Faria e a
deusa Leila Diniz, que formaram o
primeiro casal romântico da casa.
Em 1966, O Sheik de Agadir foi a novela mais representativa
no estilo capa espada da autora Glória
Magadan. A trama marcou a estreia de Mário
Lago em novelas e promoveu um
concurso dentro da emissora para descobrir que era o “Rato”, um serial killer
que matou vários personagens na trama. No final era revelado que a princesa
Árabe Éden de Bassora era o Rato, a personagem vivida pela atriz Marieta Severo.
Marieta Severo em O SCHEIK DE AGADIR |
Outros títulos de destaque
nesta década foram A Rainha Louca (1967);
A Sombra de Rebeca , Sangue e Areia (1967),
A Gata de Vison (1968), Rosa Rebelde (1969) e A Cabana do Pai Tomás (1969).
Claudio Marzo e Regina Duarte em VÉU DE NOIVA |
Em novembro de 1969 a Globo lançou e divulgou a sua primeira novela mais realista. A
Emissora começava a abandonar o capa e espada e os castelos faraônicos e Janete Clair ambientou Véu de Noiva na realidade brasileira. No horário das 22 horas , Dias Gomes apresentou Verão Vermelho, novela com locações na
Bahia e que falava da cultura popular do estado focando suas crenças , festas ,
rodas de capoeira e candomblé.
Irmãos Coragem, da autora Janete Clair se transforma no primeiro
grande fenômeno na teledramaturgia da Globo
e consagra nomes como Tarcísio Meira,
Glória Menezes, Cláudio Marzo e Regina Duarte, além de chamar atenção do
público masculino, devido a ideia da autora de incluir o futebol como profissão
de um dos irmãos da trama.
Outro destaque do ano foi Pigmalião 70,
do autor Vicente Sesso, que começava
o gênero de comédia romântica nas telenovelas da emissora. O Penteado da Tõnia Carrero, estrela da trama, virou
moda em todo o Brasil com o apelido de “Corte Pigmalião”.
Em 1971, Francisco Cuoco conquistou o Brasil
fazendo comédia em O Cafona , do Bráulio Pedroso; Regina Duarte é coroada “Namoradinha do Brasil” com a personagem de
Minha Doce
Namorada, do autor Vicente
Sesso e Paulo Gracindo é
aclamado em Bandeira 2, mostrando a realidade
dos moradores da Zona Norte carioca, novela do autor Dias Gomes.
Cuoco e Regina em SELVADEPEDRA |
Selva de Pedra (1972) consagra
Janete Clair com uma das novelistas mais
importantes do pais, e dá 100% de audiência no capítulo 152, quando Simone
(Regina Duarte) é desmascarada no tribunal. Bráulio Pedroso em O Bofe (1972) apresenta mais um leque de personagens excêntricos
que lutam por ascensão social em mais uma sátira do autor enquanto Vicente
Sesso continua reafirmando as comédias românticas no horário das sete,
neste ano com Uma
Rosa com Amor.
As cores chegavam à tv, e O Bem Amado é a primeira novela colorida apresentada pela Globo. Dias Gomes pela primeira vez usava do bom humor e do realismo
fantástico para criticar a ditadura. Odorico Paraguaçu, vivido pelo saudoso Paulo Gracindo na trama, é transformado
em ícone e vira o grande personagem na
carreira do ator.
Regina Duarte e Cláudio Marzo em CARINHOSO |
Regina Duarte, ganha Carinhoso (1973), novela do autor Lauro César Muniz, escrita especialmente para a atriz. Cavalo de Aço,
sucesso do Walther Negrão, devido à
censura teve que ser totalmente reformulada e transformada numa trama policial.
O Semideus (1973),
da autora Janete Clair, apresenta os
dois grandes galãs da época como protagonistas: Tarcisio Meira e Francisco Cuoco.
Em 1974, a expansão imobiliária
que começava a pipocar nos quatro cantos do Brasil foi tema de O Espigão,
que denunciava a falta de qualidade de vida que poderia vir com isso, porém com
muito humor. A Mobilidade urbana e tradição rural foi mostrada com muita
propriedade em Fogo
sobre Terra, da Janete Clair.
A busca alucinada pelo dinheiro foi mostrada e analisada na trama de Corrida do Ouro,
do Lauro
César Muniz e fecha a primeira década
de existência com O Rebu do Bráulio
Pedroso. Novela que apresentava uma nova narrativa em tramas policiais. Os 112
capítulos da trama se passaram em 24 horas.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : memóriaglobo.com
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