E agora vamos falar das
novelas de 2015. Foi um ano complicado para elas. Algumas apostas acabaram se tornando um abacaxi de rejeições
e baixa audiência. Já outras que não se apostavam muito, acabaram se
tornando grandes fenômenos de audiência.
Foram necessários ajustes
drásticos em algumas tramas para que eles entrassem nos trilhos, o que nem
assim adiantou. A Emenda saiu pior que a
costura.
Mesmo com vilãs, mocinhas e
galãs que que emplacaram, é claro que tivemos pontos
fortes, grandes cenas, grandes intepretações e até o Emmy Latino.
Império (Globo)
Império, do Aguinaldo Silva, ficou no ar até 14 de março de 2015, e acabou
abocanhando o Emmy Latino de Melhor
Novela do ano. Império foi um leque de contrariedades. Enquanto alguns
personagens renderam ótimas tramas e entrechos, outros ficaram perdidos no meio do caminho. Alexandre Nero entrou de vez para o hall dos grandes atores com a interpretação
visceral do Comendador José Alfredo. E por
falar em emendas, Império sofreu uma
grande perda em seu decorrer – Drica Moraes interprete da Cora, a
grande vilã da trama, ou pelos teria que
ser, teve que se afastar às pressas. O Autor simplesmente rejuvenesceu a
personagem lhe entregando de volta a Marjorie
Estiano, que havia interpretado a personagem na primeira fase. O Que
parecia um absurdo, acabou virando um dos pontos fortes da trama e a Cora
entrou para história da teledramaturgia nacional. Aliás, o elenco de Império foi
sem dúvidas o grande acerto da trama : Lilia
Cabral (Maria Marta), Paulo Betti
(Téo Pereira), Ailton Graça (Xana), Suzy Rêgo (Beatriz), Joaquim Lopes (Enrico), Paulo
Vilhena (Salvador) e a revelação Dani
Barros (A Lorraine). Depois de ter
conquistado o público aos trancos e barrancos, o autor resolveu matar o
protagonista no último capítulo, causando decepção geral em todos os
telespectadores que torciam por um final
feliz entre ele e sua sultchal.
Boogie Oogie (Globo)
Boogie Oogie , a
trama do autor Rui Vilhena, que ficou no ar até 07 de março de 2015, foi recheada
de clichês clássicos, e apesar da agilidade muito elogiada nos primeiros meses
apresentou uma “barriga” das grandes em
sua reta final. Aquele casa-não-casa da Sandra (Isis Valverde) e Rafael (Marco
Pigosi); o casal de vilões (Vitória e
Pedro) sempre armando planos falíveis contra a felicidade dos protagonistas e
a vilã sanguinária entre outras
situações cansaram. O segredo da
Carlota (Giulia Gam) como já era
esperado não foi nada relevante. A vilã
que parecia ter se dado mal no final, apareceu arrombando o túmulo do primeiro marido morto,
resgatando as verdadeiras joias roubadas que ela escondeu em seu caixão
desde sua morte. O Atropelador, revelado ser a personagem Ágatha (Pepita
Rodrigues) , que já tinha sido revelada ser o Corvo, também não me agradou, mas
no mínimo foi coerente. Mas Boogie Oogie foi sim um clássico novelão como a muito tempo o
horário das seis nos devia. O Autor soube
dosar com maestria a trama de
suas protagonistas, a certa altura da novela
ficou impossível decidir entre Sandra e Vitória. Claro que torcemos pelo
final “RAFAEL e SANDRA” , mas era
impossível torcer contra a dúbia
Vitória, interpretada com excelência pela Bianca
Bin. No elenco destaques para Giulia
Gam, Alessandra Negrini, Daniel Dantas e Heloísa Perissé (sem fazer
comédia). Isso sem falar em Betty Faria,
que fez da sua Madalena uma personagem tão importante para o desenvolvimento da trama, provando que
está em plena forma e pronta para fazer grandes personagens. Vale destacar também as participações mas que especiais de Joana Fomm, Francisco Cuoco e Pepita
Rodrigues. A trilha sonora da trama foi outro ponto forte de Boogie Oogie.
A Globo lançou dois CD´s da trilha que são
duas relíquias apresentando
clássicos do final dos anos 70 e início dos anos 80, a era disco, que era o pano de fundo da novela.
Alto Astral (Globo)
Alto Astral foi
uma grata surpresa no horário das sete. Trama solo do estreante Daniel Ortiz, que ficou no ar até 09 de
maio de 2015, acabou virando um sucesso mesmo sem a pretensão de ser.
Inicialmente não apresentava nada de novo ou espetacular e talvez por isso mesmo com os velhos clichês
remasterizados por Ortiz tenham ganho a empatia e audiência do público. Cláudia
Raia foi a grande estrela da novela, roubando todas as cenas com sua
espalhafatosa Samantha Paranormal. A personagem seria a grande vilã da novela,
mas acabou se transformando numa vilã cômica e que se humanizava no final.
Junto ao trabalho da Cláudia vale destacar Conrado
Caputto, o Pepito, fiel escudeiro da
Samantha e que rendeu ótimas cenas em parceria com a Raia. No elenco a trama
recheada de nomes como Cristiane
Torloni, Elizabeth Savalla, Silvia Pfeiffer, Otávio Augusto e uma participação especialíssima da Maitê Proença entre outros, deram a credibilidade que a
novela precisava, e nessa contrapartida nomes ainda pouco conhecido também não
fizeram feio, como Sophia Abrão,
Giovanna Lancelotti, Raquel Fabbri , além da Mônica
Iozzi que não poderia ter estreado de melhor maneira. Sérgio Guizé e Nathalia Dill, que inicialmente eu mesmo critiquei
pela falta de química , acabaram dobrando os críticos e transformaram o Caique
e Laura em um bom casal de protagonista. A Química foi tanta que a relação
ultrapassou a ficção. Outro acerto do Daniel
Ortiz foi tratar a trama que falava de espiritismo e reencarnações de uma
forma cômica ao invés de cair para o didático, o que no horário das sete
poderia ser catastrófico.
Vitória (Record)
Vitória, novela da autora Christianne Fridmann, terminou em 20 de março de 2015, e
infelizmente foi mais uma trama da
emissora marcada pela baixa audiência. Mesmo tentando se aproveitar da baixa audiência
de Em Família (2014) a trama não decolou. Mais independente da
audiência, Vitória tinha uma trama que se apresentada em um bom
horário e em uma emissora com público
consolidado seria sucesso tal quais grandes novelões da nossa teledramaturgia.
A novela se destacava pelo protagonista vivido pelo ator Bruno Ferrari, um paraplégico
com um caráter dúbio no início e que
mostrava um relacionamento incestuoso, mesmo que por vingança e sabendo
que não eram irmãos, com a protagonista Diana, vivida pela atriz Thais Melchior. O Núcleo nazista,
embora em alguns momentos tenha exagerados nas cenas de violência, rendeu
outros bons momentos à trama com destaque para a atriz Juliana Silveira, impecável na pele da vilã Priscila. O Elenco
veterano de Vitória,
casting da Record, também deu
dignidade à trama com atuações impecáveis da Lucinha Lins, Beth Goulart, Ântônio Grassi e Jonas Bloch. Entre o
elenco de jovens destaque para Gabriel Gracindo, na pele do vilão
desiquilibrado Yago; Rafaela Mandelli como
a policial Sabrina e Alice Borges
que viveu a Laíza. Vitória foi mais
uma trama injustiçada pela cruel grade
da Record, e a Cristiane Fridmann titular de dois grandes sucessos da emissora (Chamas da Vida/2008
e Vidas em Jogo/2011)
amarga esse insucesso com uma trama que tinha todos os ingredientes para o sucesso.
Sete Vidas (Globo)
Sete Vidas foi
um grande panorama de dramas familiares que se entrelaçavam, assim como o
logotipo da trama, e sobre esse assunto a autora fala com uma propriedade
poucas vezes vista. Desde A Vida da Gente (2011),
Licia Manzo é chamada de a nova “Maneco”, uma referencia ao autor Manoel Carlos, que também sempre primou
em suas tramas por falar sobre o cotidiano e dramas familiares.
A novela ficou pouco mais de 3 meses no ar
e nós fomos brindados com cenas inesquecíveis e diálogos dignos do
cinema, e que talvez pelo pouco tempo que a trama ficou no ar não cansou o telespectador. O
elenco de Sete
Vidas estava numa sintonia tão grande
que muitas vezes era impossível
acreditar que eles estivessem apenas interpretando, que não fossem realmente
seus personagens. Neste campo vale
destacar de Déborah Bloch,
marcada por seus personagens cômicos, a
atriz fez da Lygia um dos seus melhores
momentos na tv. Outros destaques no
elenco foram a atriz Maria Eduarda
Carvalho, que viveu a Laila e Guilherme
Lobo na pele do Bernardo. Domingos
Montagner, Jayme Matarazzo, Isabelle Drumond, Angelo Antônio, Malu Galli,
Regina Duarte, Gisele Frós e Mariana Lima foram outros atores que fizeram
um trabalho digno de aplauso em Sete Vidas. A novela estreou logo depois de Babilônia,
do Gilberto Braga, e claro que a
autora atenuou algumas tramas de Sete Vidas depois
da grande rejeição às personagens gay´s
vividas pela Nathalia Timberg e
Fernanda Montenegro. Regina Duarte viveu uma das mães dos filhos de Miguel (Domingos
Montagner), que era viúva de um
relacionamento homossexual, porém o assunto foi tratado da forma mais velada
possível e no final ela acaba
se relacionando com José Renato (Jonas Bloch) um amor do passado. Mesmo
atenuando a trama da Regina Duarte,
no último capítulo Licia Manzo tirou do armário os personagens Eriberto
(Fábio Herfond) e Renan (Fernando Eiras). Sete Vidas credenciou
Licia Manzo para o horário nobre
como foi divulgado na época de exibição da trama. Não sei se depois dessa dança
de cadeiras que houve no horário o posto
, mas do que merecido, da autora foi mantido.
Babilônia (Globo)
Vilãs
fracassadas, mocinhas rejeitadas, drama mutilados, finais incoerentes ... e Babilônia, a novela do autor Gilberto Braga foi sem dúvidas a grande decepção do ano. Com desfechos desinteressantes e até previsíveis, muito
diferente de clássicas tramas do Gilberto
Braga, a impressão que se deu é que
o autor e seus colaboradores estavam tão
desestimulados, que usaram o último capítulo para se vingar da camada de telespectadores que
julgaram, mutilaram, sentenciaram e transformaram Babilônia na destruidora da moral e bons costumes. Isso ficou ainda
mais notável com o show de beijos gays
distribuídos na parte final entre Tereza e Estela, personagens da Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg;
e Ivan com Sérgio, personagens dos atores Marcelo
Mello Jr e Cláudio Lins. Vale lembrar que foi o beijo gay no primeiro
capítulo o estopim dessa trilha de
rejeição à trama. A Revelação da
identidade do assassino do Murilo (Bruno Gagliasso), que morreu graças a baixa
audiência da novela como muito se comentou nas redes sociais, decepcionou. O
embate final entre as vilãs Beatriz
(Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves) outro momento aguardado do
último capítulo, foi outra grande decepção. Depois de presas para pagar seus
crimes, as duas fogem da cadeia na
disputa pela direção do carro caem em um despenhadeiro. A Cena final da tomada
com Glória Pires e Adriana Esteves
se olhando com uma expressão de interrogação,
me pareceu que as atrizes estavam se perguntando : É só isso o nosso final? Camila Pitanga amargou uma das piores
mocinhas já vividas na Tv. Inicialmente muito acima do tom a Regina foi atenuada
até chegar ao ponto do dia para a noite de tornar-se uma lady, aprendendo a se
comportar e se vestir sem sequer uma aula de etiqueta e boas maneiras. Claro que mesmo com texto mutilado e dramas
apagados alguns atores conseguiram tirar leite de pedra assim como Arlete Salles que salvou o núcleo
cômico com sua tresloucada Consuelo e Glória
Pires, que praticamente e tal qual acontecera em Insensato Coração (2011), carregou por
muitas vezes a trama nas costas, dando dignidade e raça às cenas da Beatriz. Babilônia também ficou nos devendo
uma grande vilã, nem a soma da Beatriz e a Inês foram suficientes para marcar a
teledramaturgia. O Casal jovem Lais e Rafa, personagens da Luisa Arraes e Chay Suede, bem ao estilo Romeu e Julieta , também
conquistou o publico quando a falta de química entre o Vinícius (Thiago
Fragoso) e Regina (Camila Pitanga) não deixou o casal decolar. Uma
pena que personagens que prometiam tanto acabaram se apagando dentro da novela
como a Alice da Sophie Charlotte, O
Evandro do Cássio Gabus Mendes, O Murilo da Bruno Gagliasso, a Inês da Adriana
Esteves entre outros que tinha um perfil apontado para o sucesso, mas as
adaptações à trama podaram esses perfis e eles acabaram não se encontrando mais
dentro da novela. A Expectativa em cima da Adriana
Esteves era maior devido o fato de a Inês ser a vilã seguinte a Carminha,
que a atriz viveu em Avenida Brasil (2012). Por causa da rejeição à Babilônia, nunca
saberemos se a história original traçada por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenez Braga seria o
sucesso arrebatador anunciado e aguardado pela chamadas de estreia, mas com
certeza seria uma história mais coerente e aceitável que a apresentada.
Os Dez
Mandamentos (Record)
Os Dez Mandamentos foi
indiscutivelmente o grande fenômeno na
teledramaturgia do ano de 2015. A novela que começou sem muita pretensão, pegou uma
audiência baixa e um público
decepcionado com a trama de Vitória (2014) e
mesmo assim se transformou em um fenômeno da teledramaturgia nacional do ano.
Claro que não vamos discutir o texto ou atuação do elenco entre Os Dez Mandamentos
e A Regra do
Jogo, são tramas distintas, escritas para públicos diferentes, mas
também não é justo tirar o mérito de Os Dez Mandamentos, ou simplesmente lhe dar pelo
fato da rejeição a Babilônia e A Regra do Jogo.
Vivian de Oliveira conseguiu mostrar
em Os Dez
Mandamentos não simplesmente uma trama bíblica, e diferente de
outros sucessos bíblicos da autora A História de Ester (2010), Rei Davi (2012),
José do Egito (2013) e Milagres de Jesus (2014), que tiveram um relevante sucesso mais muito
aquém se comparado a Os Dez Mandamentos. A novela seguiu a história
bíblica mais sem se prender ao didatismo e com tramas paralelas conseguiu
mesclar o tema bíblico com o tradicional folhetim. No elenco da trama atores já
com rostos conhecidos finalmente
ganharam papéis onde puderam mostrar
todo o seu potencial com a Adriana
Garambone (Yunet), Guilherme Winter
(Moíses), Camila Rodrigues
(Nefertari), Gabriela Durlo
(Eliseba) e Petrônio Gontijo (Arão).
Vale destacar também o elenco veterano
que segurou as cenas mais emocionantes : Denise
Del Vecchio, Paulo Gorgulho, Giusseppe Oristânio e Vera Zimermann. A emblemática cena da
abertura do Mar Vermelho foi a mais aguardada e mais comentada da história da
teledramaturgia dando picos de audiência para a novela. Pouquíssimas vezes a Globo foi ofuscada por outras tramas
desde que se tornou a líder de audiência, e Os Dez Mandamentos chegou a superar em um mesmo dia a audiência dos dois
principais produtos da casa, o Jornal
Nacional e a novela A Regra do Jogo.
I Love Paraisópolis (Globo)
A trama
central de I Love Paraisópolis acabou escorrendo
pelo ralo logo em seu início, o romance Mary e Benjamin, personagens da Bruna Marquezine e Maurício Destri,
acabou perdendo o fôlego quando os empecilhos para eles viverem esse amor se
acabaram, até a Margot, personagem da Maria
Casadevall , que seria a terceira ponta desse triângulo, acabou se
apaixonando pelo Grego (Caio Castro), ficando
nítida a química entre eles , assim a Mari e o Ben se acertaram praticamente no meio da trama e
se casaram bem antes do último capítulo. Sem um
par romântico central para torcer, afinal eles já estavam juntos mesmo,
a novela se segurou em seu núcleos cômicos paralelos, que pareceram quadros dentro da novela. O principal deles formados pelo Trio
Soraya (Letícia Spiller), Junior (Frank Menezes) e Melodia (Olívia Araújo). Aliás, a Letícia Spiller, que inicialmente era
apenas uma vilã caricata, quase uma daquelas bruxas de Walt Disney, foi se humanizando no decorrer da trama e nos
proporcionou cenas inesquecíveis na
novela, tanto na comédia como no drama. Um dos grandes acertos da trama sem
dúvidas foi a química entre Caio Castro
e Maria Casavedall. Isso inclusive
percebido pelo autor, que deu o último capítulo especialmente para o Grego e
Margot com uma das cenas mais emocionantes, quando o ex-vilão agora em
redenção, sai da cadeia para os braços do seu grande amor. Desta vez a arte
imitou a vida! No elenco veterano destaque total para Nicette Bruno, irrepreensível como a Dona Izabelita e Lima Duarte na pele do mafioso Dom
Pepino. O Ator fez uma participação nos primeiros capítulos da novela e pediu para
voltar. Esse retorno foi providencial. I Love
Paraisópolis ganhou o
novo grande vilão que havia perdido com
a transformação do Grego e Soraya. Os autores homenagearam o Lima na reta
final, com o AVC sofrido pelo personagem. Uma alusão ao seu inesquecível
personagem Dom Lázaro Venturini de Meu Bem Meu Mal (1990). I Love
Paraisópolis em seu
conjunto da obra é considerada satisfatória. Sem muita pretensão, os autores Mário Teixeira e Alcides Nogueira conseguiram criar atrativos na
trama simples cativando o
público.
Verdades Secretas (Globo)
Desde a novela O Astro, do Alcides
Nogueira, em 2011 quando o novo
horário entrou no ar, uma novela não tinha
causado tanto impacto na audiência e nas redes sociais. E Desde Avenida Brasil (2012) um último capítulo de novela foi tão
esperado. Verdades
Secretas foi assunto nas rodas de
conversas nos quatro cantos do Brasil. A cada capítulo encerrado, o gancho para
o seguinte era o assunto principal da hora do cafezinho e do almoço no meu
trabalho. As nudes e vários outros momentos da novela entraram para hall
das grandes cenas da teledramaturgia nacional. A nudez contextual de Verdades Secretas não
chocou o telespectador como se pensava, e mesmo sem a nudez frontal esperada
das atrizes, o autor abusou desse artifício. Neste campo vale destacar a bunda
do Rodrigo Lombardi, que surpreendentemente
conseguiu ofuscar a da Paolla Oliveira,
que virou o assunto mais comentado no
início do ano quando a atriz foi a estrela da minissérie Felizes para Sempre. O Elenco de Verdades Secretas sem dúvidas foi o grande trunfo da trama : Grazzi
Massafera, que deu um show numa
interpretação visceral da drogada Larissa, um divisor de águas na carreira da
atriz; a novata Camila Queiroz, que seduziu
com beleza e talento o Brasil na pele da Angel e os quase estreantes Ágatha Moreira (Giovana) , Rainer Cadete (Visky) e João
Vitor Silva (Bruno) também contribuíram para o grande sucesso da novela com
interpretações digna dos grandes profissionais. Verdades Secretas foi muito aguardada por trazer em seu elenco duas
atrizes que haviam se afastado das
novelas : Marieta
Severo, que há 13 anos estava vivendo a Dona Nenê de A Grande Família;
e Drica Moraes, que voltava às novelas
depois do afastamento repentino na trama de Império (2014).
E o retorno de ambas não poderia ter sido em uma produção melhor. No último
clipe apresentado com imagens da Cracolândia, Walcyr Carrasco deixou uma bonita mensagem encerrando um das
tramas mais emocionantes e aplaudidas da novela. As imagens que de tão reais
pareciam surreais mostraram sem nenhum
filtro a que ponto as drogas podem levar uma pessoa e ao mesmo tempo um suspiro
de esperança para aqueles que com força de vontade conseguem se erguer. A
Direção cirúrgica do Mauro Mendonça Filho no texto do Walcyr Carrasco virou uma
química perfeita. Muitas cenas simples
da trama tomaram uma proporção até inesperada devido essa direção cirúrgica do
Mauro que sabe como ninguém dirigir atores, lhes tirando o melhor. Em um ano que a teledramaturgia global sofreu com rejeições,
o sucesso de Verdades Secretas foi
um suspiro aliviado da emissora. Muito além de uma novela
dosada com nudez, ela foi marcada por um texto lapidado por uma
direção primorosa e atuações inesquecíveis.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
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