Porto dos Milagres, novela dos
autores Aguinaldo Silva e Ricardo
Linhares, está completando 15 anos
de estreia. A trama que foi livremente baseado nos romances Mar Morto e A
Descoberta da América pelos Turcos, do autor Jorge Amado, foi a última exibida no horário nobre global com o
rótulo de trama rural e ou regionalista, tendo o realismo
fantástico como pano de fundo.
A novela sucedeu o fenômeno
Laços de Família,
do autor Manoel Carlos, e mesmo tendo sido taxada incialmente como uma
mistura de tudo que os autores já haviam apresentados em Tieta (1989),
Pedra sobre
Pedra (1992), Fera Ferida (1994),
A Indomada (1997) e Meu Bem Querer (1998), teve uma audiência maior na estreia e se manteve com esse índice
de sucesso até o final.
A Novela contou a história
do golpista Félix Guerrero (Antônio Fagundes0 e sua mulher Adma (Cássia Kis
Magro), ao tentarem fugir da polícia na
Espanha, encontram uma cigana que profetiza que Félix atravessará o mar e será
rei. É quando o casal decide voltar ao Brasil, mais precisamente à cidade de Porto dos Milagres,
no litoral baiano, onde mora Bartolomeu Guerrero (também Antônio Fagundes),
irmão gêmeo de Félix, o homem mais rico do lugar, que é vítima de Adma. A
cunhada o envenena para que seu marido herde a fortuna.
Félix torna-se rei. Mas
uma prostituta, Arlete (Letícia Sabatella), bate à sua porta trazendo no colo o
recém-nascido filho de Bartolomeu. Para livrar-se do herdeiro legítimo, Adma
ordena que Eriberto (José de Abreu), seu capataz, dê fim à mulher e criança.
Eriberto pega um barco com Arlete e seu bebê ao mesmo tempo em que o pescador
Frederico (Maurício Mattar), e sua mulher Eulália (Cristiana Oliveira), prestes
a dar a luz, estão a bordo de outro
barco, navegando à procura de um médico. Eriberto mata Arlete e, quando vai se
desfazer do bebê, uma onda o impede, virando o barco. A criança, numa cesta, é
guiada até o barco de Frederico que tenta salvar a mulher, desesperado pela
perda de seu filho que nasceu morto. O pescador, devoto de Iemanjá, retira do
cesto o menino, filho de Arlete, mas que ele acredita ter sido enviado por
Iemanjá. É assim que Frederico vai prometer a criança à Iemanjá, dizendo que do
mar o menino nunca vai se afastar. Guma (Marcos Palmeira), então, filho de
Bartolomeu, o homem mais rico da cidade, herdeiro legítimo da sua fortuna,
acaba indo parar nas mãos de um pescador. E ali começa sua vida e sua saga.
As comparações com
outras tramas dos autores perderam o foco para a boa trama de Porto dos Milagres,
que embora não mostrasse novidades, tinha um elenco impecável que imortalizou
personagens e transformou a novela em mais um sucesso no currículo do Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares.
Quatro atrizes foram destaque absoluto na trama e roubavam à cena cada vez que apareciam : Cássia Kiss Magro, na pele da grande vilã Adma; Zezé
Polessa como a hilária perua
Amapola; Arlete Salles que como a Augusta Eugênia conseguiu driblar
as comparações com outra grande vilã do autor, a Maria Altiva, que a Eva Wilma viveu em A Indomada (1997),
firmou o perfil da vilã
falida e a fez brilhar; e Luiza Tomé,
que entrou na reta final da novela causando como a Rosa Palmeirão.
Joana Fomm também esteve na trama
de Porto dos
Milagres, mas desta vez
fazendo uma personagem boa. Rita era a mãe de criação do Guma, o protagonista
da trama.
No posto de musas da
novela Flávia Alessandra, que
estreava como protagonista no horário nobre, com a Lívia e Camila
Pitanga, que deu vida a Esmeralda,
brigaram e brilharam de igual para igual, com duas personagens fortes e
que renderam bons momentos à trama.
Ary Fontoura reviveu na trama o
personagem Deputado Pitágoras Pitaguary,
criado para A Indomada (1997). O personagem incialmente faria apenas uma
participação, mas acabou virando fixo.
A novela sofreu críticas
de grupos do Movimento Negro da Bahia e de outros estados que reclamavam da
falta de atores negros na trama que se
passava em uma cidade da Bahia, estado com o maior número de negros e
afrodescendentes no Brasil.
Porto dos Milagres marcou a estreia em novelas dos atores Vladimir Brichta, Miguel Thiré e Bárbara Borges.
Julia Lemmertz e Mônica Carvalho
viveram irmãs na trama. Mas eram completamente diferentes. Socorrinho, a
personagem da Mônica, vive implicando com Genésia, a da Julia, que é uma
solteirona feia e reprimida. Nas brigas Socorrinho sempre acabava ficando de
calcinha e sutiã na rua, para loucura geral da marmanjada de Portos dos Milagres.
A novela foi gravada em
uma cidade cenográfica que representava a cidade alta e baixa, construída na
ilha de Comandatuba, na Bahia e várias cenas gravadas no Hotel Transamérica. Mesmo depois do término das gravações a direção
do hotel manteve a cidade de pé ainda por muitos anos, servindo de ponto
turístico da ilha.
A novela foi marcada por
cenas inesquecíveis como a do naufrágio do barco em que
Guma enfrenta a tempestade, que teve
os efeitos especiais realizados em parceria com a Los Angeles Digital Dormain, que
foi a responsável pelo efeitos especiais dos filmes Titanic e O Segredo do Abismo.
A cena final entre Félix
e Rosa Palmeirão marcou o último capítulo. Félix é eleito governado do Estado,
mas no dia da sua posse, Rosa que ainda pensava ser ele o responsável pela
morte de sua irmã 23 anos antes, esfaqueia seu grande amor acabando com a sua
saga.
A morte da Adma,
provando do próprio veneno que ela tanto usara durante toda a trama, também foi
outro bom momento do capítulo final.
Tenho saudades desse
tipo de trama no horário. Quem sabe com o retorno das novelas rurais ao horário
nobre Global este ano com a trama de Velho Chico, do autor Benedito Ruy Barbosa, seja a
chance do Aguinaldo Silva voltar às
suas tramas regionalistas também. Apesar do fracasso que foi o remake de Saramandaia (2013), do Ricardo
Linhares, o estilo merece uma nova oportunidade para brilhar no horário que
lhe consagrou.
Ficha Técnica :
Novela dos Autores Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares
Direção Geral : Marcos Paulo e Roberto Naar
Elenco:
ANTÔNIO FAGUNDES – Félix Guerrero
MARCOS PALMEIRA – Guma
FLÁVIA ALESSANDRA – Lívia
CÁSSIA KISS – Adma
LUIZA TOMÉ – Rosa Palmeirão
LEONARDO BRÍCIO – Alexandre
CAMILA PITANGA – Esmeralda
ARLETE SALLES – Augusta Eugênia
FÚLVIO STEFANINI – Osvaldo
TONICO PEREIRA – Chico
JOANA FOMM – Rita
JOSÉ DE ABREU – Eriberto
EDUARDO GALVÃO – Otacílio
ZEZÉ POLESSA – Amapola
KADU MOLITERNO – Dr. Rodrigo
PALOMA DUARTE – Dulce
CLÁUDIA ALENCAR – Epifânia
FLÁVIO GALVÃO – Deodato
JÚLIA LEMMERTZ – Genésia
MÔNICA CARVALHO – Socorrinho
GUILHERME PIVA – Alfeu
LOUISE CARDOSO – Maria Leontina
MARCELO SERRADO – Rodolfo Augusto
TAÍS ARAÚJO – Selminha Aluada
SÉRGIO MENEZES – Rufino
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Babau
NATHÁLIA TIMBERG – Ondina
CARLA MARINS – Judite
VLADIMIR BRICHTA – Ezequiel
ZEZÉ MOTTA – Mãe Ricardina
MIGUEL THIRÉ – Alfredo Henrique
BÁRBARA BORGES – Luísa
TADEU MELLO – Venâncio
MARCÉLIA CARTAXO – Quirina
DANIELA FARIA – Aydée Caolha
RENATA CASTRO – Bela
THIAGO FARIAS – Paçoca
CAMILLA FARIAS – Ana Beatriz
RICARDO PAVÃO – Delegado Ferrabrás
LUÍS MAGNELLI – Josiel
GUSTAVO OTTONI – Docinho
ALDRI D’ANUNCIAÇÃO – Juca
CRISTINA GALVÃO – Belmira
FERNANDA LOBO – Vênus
ANNA COTRIM – Francinete
BRUNO GIORDANO – Argemiro
ROBERTO BOMTEMPO – Jacques
PAULO VESPÚCIO – Severino
LEANDRO RIBEIRO – Milton
e
LIMA DUARTE – Senador Victório Vianna
DÉBORA DUARTE – Olímpia
ARY FONTOURA – Deputado Pitágoras Mackenzie
GLÓRIA MENEZES – Coló
ELOÍSA MAFALDA – Celeste
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Comendador Severo
ANA LÚCIA TORRE – Salete
BETE COELHO – Eunice
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Bispo
MARCOS PALMEIRA – Guma
FLÁVIA ALESSANDRA – Lívia
CÁSSIA KISS – Adma
LUIZA TOMÉ – Rosa Palmeirão
LEONARDO BRÍCIO – Alexandre
CAMILA PITANGA – Esmeralda
ARLETE SALLES – Augusta Eugênia
FÚLVIO STEFANINI – Osvaldo
TONICO PEREIRA – Chico
JOANA FOMM – Rita
JOSÉ DE ABREU – Eriberto
EDUARDO GALVÃO – Otacílio
ZEZÉ POLESSA – Amapola
KADU MOLITERNO – Dr. Rodrigo
PALOMA DUARTE – Dulce
CLÁUDIA ALENCAR – Epifânia
FLÁVIO GALVÃO – Deodato
JÚLIA LEMMERTZ – Genésia
MÔNICA CARVALHO – Socorrinho
GUILHERME PIVA – Alfeu
LOUISE CARDOSO – Maria Leontina
MARCELO SERRADO – Rodolfo Augusto
TAÍS ARAÚJO – Selminha Aluada
SÉRGIO MENEZES – Rufino
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Babau
NATHÁLIA TIMBERG – Ondina
CARLA MARINS – Judite
VLADIMIR BRICHTA – Ezequiel
ZEZÉ MOTTA – Mãe Ricardina
MIGUEL THIRÉ – Alfredo Henrique
BÁRBARA BORGES – Luísa
TADEU MELLO – Venâncio
MARCÉLIA CARTAXO – Quirina
DANIELA FARIA – Aydée Caolha
RENATA CASTRO – Bela
THIAGO FARIAS – Paçoca
CAMILLA FARIAS – Ana Beatriz
RICARDO PAVÃO – Delegado Ferrabrás
LUÍS MAGNELLI – Josiel
GUSTAVO OTTONI – Docinho
ALDRI D’ANUNCIAÇÃO – Juca
CRISTINA GALVÃO – Belmira
FERNANDA LOBO – Vênus
ANNA COTRIM – Francinete
BRUNO GIORDANO – Argemiro
ROBERTO BOMTEMPO – Jacques
PAULO VESPÚCIO – Severino
LEANDRO RIBEIRO – Milton
e
LIMA DUARTE – Senador Victório Vianna
DÉBORA DUARTE – Olímpia
ARY FONTOURA – Deputado Pitágoras Mackenzie
GLÓRIA MENEZES – Coló
ELOÍSA MAFALDA – Celeste
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Comendador Severo
ANA LÚCIA TORRE – Salete
BETE COELHO – Eunice
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Bispo
participações especiais na 1ª fase
ANTÔNIO FAGUNDES – Bartolomeu Guerrero
LETÍCIA SABATELLA – Arlete
MAURÍCIO MATTAR – Frederico
CRISTIANA OLIVEIRA – Eulália
CAROLINA KASTING – Laura
TUCA ANDRADA – Leôncio
REGINALDO FARIA – Coronel Jurandir de Freitas
LUIZA CURVO – Cecília
HUGO CARVANA – Delegado Gouveia
ILVA NIÑO – Valderice
EUNICE MUÑOZ – Cigana
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : teledramaturgia.com, memóriaglobo.com
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