Um
autor de pegada jovem e que tem como marca do seus estilo as novelas
ensolaradas e recheadas de trama que envolve o mundo adolescente. Claro que eu estou
falando do Antônio Calmon, que desde
Na Forma da Lei , em 2010, não
voltou mais para a teledramaturgia, e está fazendo muita falta.
Calmon
começou sua carreira profissional no cinema, participando de importes produções
do dito Cinema Novo, como A Grande Cidade, do Cacá Diegues; Terra em Transe e
O Dragão da
Maldade contra o Grande Guerreiro do Glauber Rocha. Mas o autor ganhou notoriedade com o grande sucesso de Menino do Rio (1982) e
no ano seguinte Garota
Dourada.
Foi através desses seus filmes que o autor começou a se consagrar
como um autor que sabia falar com o público jovem e a crise da Embrafilme , que em 1985 o autor estreou na Tv com um dos roteiristas
do clássico Armação
Ilimitada. O Seriado estrelado por Kadu Moliterno, André di Biase e Andréa Beltrão, foi um marco da criatividade e ousadia mostrando um
novo linguajar para a tv que mesclava videoclipes e múltiplas referências a
cultura pop da década de 80. Em 1988, o autor foi também um dos criadores e
roteiristas do seriado Tarcísio e Glória, que trazia o casal 20 da tv , Tarcísio Meira e Glória Menezes como
protagonistas.
Sua estreia
em novelas foi em 1989, em parceira com Walther Negrão com a trama de Top Model, um dos grandes sucessos do final da
década de 80 que tinha como pano de fundo o glamoroso mundo da moda e da alta
costura. Mesmo em parceira com o
experiente Walther Negrão, em Top Model ficou mais visível a mão do Calmon. A
novela ficou marcada com uma trama jovem e que chamou atenção dos adolescentes
para as novelas, numa época em que a Malhação ainda nem
sonhava existir.
No
início da década de 90, Calmon em parceria com Doc Comparato escreveu a minissérie A, e, i, o Urca. Ambientada entre os
anos de 1939 e 1945, conta uma história de amor e espionagem política, que tinha
como pano de fundo a segunda guerra mundial.
Mas foi
em 1991 que Calmon entraria de vez para o hall dos grandes autores globais com
o clássico trash dos anos 80, a novela Vamp. Comédia vampiresca que misturava suspense e
rock para abordar conflitos familiares e
dramas típicos da juventude. O Autor conseguiu êxito com a trama que se
transformou em um fenômeno de sucesso logo em seus primeiros capítulos. A trama
imortalizou personagens como a Natasha, da Claudia Ohana; o Conde Vlad do Ney Latorraca e a Mary Matoso da Patrícia Travassos. A novela também apresentou cenas
inesquecíveis como a Natasha dançando em Veneza e o Vlad ao som de “Thriller” no cemitério de Armação dos
Anjos, a cidade fictícia da trama.
A
década de 90 foi marcada por outros sucesso do autor como a minissérie SexAppeal
(1993), e as novelas Olho no Olho
(1993), Cara e Coroa (1995) e Corpo Dourado (1998), além dos seriados A Justiceira (1997)
e Mulher (1998).
No
início dos anos 2000 o autor volta a falar sobre tema místicos desta vez
através de anjos com a trama de Um Anjo Caiu do Céu (2000)
um dos grandes sucessos do horário da sete do início da década. A trama que
tinha um tom de comédia sentimental tinha como pano de fundo o mundo da moda
sobre uma ótica mais cultural e artística. Caio Blat que vivia o anjo da trama, e Tarcísio
Meira o protagonista, foram o grande destaque da novela.
Em 2002,
Antônio Calmon volta ao mundo dos
vampiros e escreve a trama de O Beijo do Vampiro, que tal qual como Vamp (1991)
tinha como mote principal o mundo vampiresco mostrado na atualidade. A novela
não era um remake de Vamp, como o próprio autor explicou em entrevistas
na época da estreia, era uma nova novela que falava sobre vampiros. E o autor cumpriu
o que prometia, O Beijo do Vampiro teve identidade própria e a Globo viu novamente o sucesso de uma
trama jovem recheada de vampiros. Nem mesmo a entrada do Ney Latorraca no meio da trama vivendo o Nosferatu, nos remetia a Vamp. O Ator imortalizou o Conde Vlad
na trama da década de 90, mas em O Beijo do Vampiro voltou
com um personagem cômico e do mal tal qual o Vlad, mas também com um perfil
novo.
No
decorrer dos anos 2000, o autor
apresentou mais duas tramas para o horário das sete : Começar de Novo (2004) em parceria com a Elizabeth Jhin e Três Irmãs (2008).
As
duas tramas foram consideradas muito fracas em termos de audiência, assim como
o seriado Na Forma da Lei (2010), e provavelmente
isso foi o responsável de até então Antônio Calmon não ter voltado à teledramaturgia.
Sites especializados
em novelas anunciaram em 2013 que o autor estaria se desligando da Globo e fechando contrato com a Record, porém até hoje isso não
aconteceu. A Imprensa anunciou que Calmon já tem data prevista para voltar ao
horário das sete da Globo. O Autor
está preparando um remake de A Barba Azul (1974)
para o ano de 2018. O clássico da Janete Clair já ganhou um remake em
1985 (A Gata
Comeu) marcado pelo sucesso, e a trama parece com o estilo do autor Antônio Calmon, e se realmente o remake
se concretizar tem uma boa chance de ser mais um sucesso, e quem sabe possa revitalizar
o trabalho do Calmon, marcando sua volta em alto estilo.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : teledramaturgia.com , memóriaglobo.com ,
Wikipédia.com
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