Pular para o conteúdo principal

Enquete e10blog

10 Motivos para não perder a volta de “Senhora do Destino” no “Vale a Pena Ver de Novo”



        Senhora do Destino está de volta ao Vale a Pena Ver de Novo a partir desta segunda-feira (13.03). A novela do autor Aguinaldo Silva, exibida originalmente em 2004, é a trama que detém a maior audiência do horário até então.
        Esta será a segunda reprise da trama no Vale a Pena Ver de Novo, mas nunca é demais assistir Senhorado Destino, e abaixo cito 10 motivos para não perder essa re-reprise.


1 – Aguinaldo Silva sem regionalismo e realismo fantástico


        Senhora do Destino marcou a volta do autor ao estilo que tentara emplacar cinco anos antes como Suave Veneno (1999), e não obteve êxito. Na trama de 2004, o autor foi mais feliz, centrando a trama em dramas mais urbanos e realistas. O Tema principal da trama, o rapto da menina Lindalva (Carolina Dieckmann), foi tirado das manchetes dos jornais. O autor se inspirou na rapto do menino Pedrinho ocorrido em Brasília e que teve projeção nacional.


2 – As questões sociais e o preconceito 


        A novela abordou e levantou várias bandeiras e questões sociais. Falou sobre a violência doméstica através da personagem da Adriana Lessa (Rita); a corrupção na política através dos personagens Reginaldo e Viviane, personagens do Eduardo Moscovis e Letícia Spiller, prefeito e primeira-dama da fictícia cidade de São Miguel. Mas nenhum teve um projeção tão grande quanto o lesbianismo mostrado através das personagens Eleonora e Jeniffer, vividas pelas  atrizes Mylla Cristie e Bárbara Borges. Abordado de uma forma muito peculiar, diferente do que acontecera em tentativas de outros autores e do próprio Aguinaldo, o público não rejeitou o romance e comprou a briga do casal.


3 – Giovanni Improtta e o inesquecível José Wilker


        O Saudoso José Wilker construiu um Giovanni Improtta inesquecível. Se a Nazaré Tedesco  (Renata Sorrah) foi a personagem feminina que marcou a trama, o Giovanni foi o masculino. Impossível falar de Senhora do Destino e não lembra-lo.  O personagem na medida certa do histrionismo foi uma grande homenagem a saudosos coronéis da nossa teledramaturgia como Odorico Paraguaçu, o Paulo Gracindo em O Bem Amado (1973)  e o Senhorzinho Malta, Lima Duarte em Roque Santeiro (1985). Mas o talento do Wilker deu uma projeção tão grande ao personagem com uma repercussão inimaginável. Vai ser bom demais revê-lo!


4 – Último trabalho da Míriam Pires na em novelas
Adicionar legenda

        Míriam Pires vivia na trama a cozinheira Clementina, e por problemas de saúde acabou se afastando da novela. Foi substituída por Cristina Mullins, que fez às vezes de sua filha na trama. Míriam faleceu na manhã do dia 07.09.2004 e foi homenageada na trama com o lançamento do livro “A Cozinha Maravilhosa de Dona Clementina”.





        Senhora do Destino marca também  um trabalho inesquecível da dupla Raul Cortez e Glória Menezes como o Barão e Baronesa de Bom Sucesso. Os dois formam um casal alegre que gosta de celebrar a vida, embora não tenham mais a situação financeira favorável. Protagonizaram  cenas hilárias, quando o Barão aceita ser o personal stylist do Giovanni Improta; e emocionou quando a Baronesa começa a sofrer do mal de Alzheimer.


6 - Cenas Marcantes 


        Duas cenas inesquecíveis pontuam a trama de Senhora do Destino. Logo no primeiro capítulo, na primeira fase da trama, Maria do Carmo (Carolina Dieckmann), dá banho nas águas do Rio São Francisco em Lindalva ainda bebê. A Imagem da Carolina Dieckmann banhando o bebê virou uma espécie de marca da trama.  E Claro que ninguém esqueceu também do tão aguardado acerto de contas entre Maria do Carmo (Susana Vieira) e Nazaré (Renata Sorrah). O Capítulo exibido em 26 de outubro de 2004 foi o de maior audiência da trama mostrando a surra que a nordestina dá na sequestradora de sua filha.


7 – A abertura


        Para a abertura da trama foram usados mais de 800 figurantes que apareciam  em um tabuleiro entre os atores do elenco ao som de “Encontros e Despedidas” na voz da Maria Rita. Aguinaldo Silva era um dos “anônimos” que apareciam na abertura.


8 – Grande homenagem ao povo nordestino
Adicionar legenda

        A trama traz referencias biográficas do nordestino Aguinaldo Silva. Os nomes de Maria do Carmo Ferreira da Silva, a personagem da Susana Vieira, e seu irmão Sebastião, personagem do Nelson Xavier,  são uma homenagem do autor a sua mãe  e tio, que tinham o mesmo nome. A Própria trajetória de Maria do Carmo, uma migrante nordestina que chega ao sul e tem uma trajetória de sucesso, marcada por muitos sacríficos e galgada na honestidade, foi a grande homenagem ao povo nordestino.


9 – A Cronologia estapafúrdia que não comprometeu em nenhum momento à trama


        Muito se  falou  sobre a cronologia de Senhora do Destino, o que inicialmente preocupou , pelo fato disso prejudicar a narrativa da trama. A novela  tinha sua primeira fase em 1968, e a segunda e atual  em meados de 1992 e 1994. Assim foram inseridos na trama elementos e objetos  do início da década de 90. Logo no início da passagem de tempo foi mostrado uma cena  em que os  personagens assistiam  a novela Felicidade (que é de 1991 e 1992), porém os telefones celulares, objetos, automóveis , eram os mais modernos , assim como os figurinos e cenografia. A opção seguida pelo autor   foi deixar de situar a novela  no tempo e transformá-la em atemporal,  com direito a uma bela licença poética. Mesmo parecendo um absurdo para uma  obra audiovisual, isso não comprometeu em nada a história e o sucesso da novela.


10 – Nazaré Tedesco, a dona da história
Resultado de imagem para NOVELA SENHORA DO DESTINO
Adicionar legenda

        Se a Susana Vieira foi a Senhora do Destino, Renata Sorrah na pele da vilã Nazaré Tedesco foi a Dona da História. Há anos o Brasil não se identificava tanto com uma vilã, acho que desde a Odete Roitamnn (Beatriz Segall) de Vale Tudo (1988).  A atriz entrou para história da teledramaturgia  e ganhou todos os prêmios relacionados a Tv do ano . A escada da casa da personagem e sua tesoura viraram símbolos da sua personalidade. Mesmo sendo a vilã da história, Nazaré provocava risadas com seus xingamentos e apelidos dados aos seus inimigos: ela se referia a Maria do Carmo (Susana Vieira) como “anta nordestina”, chamava Cláudia (Leandra Leal) de “songa monga” e Josivaldo (José de Abreu) de “flageladão” – e também fazia rir nas cenas em que se autoelogiava diante do espelho. Entre suas "pérolas", dizia frases como: "Gostosa! Impressionante como o tempo só te valoriza", "Eu nasci linda e loira. Uma alemãzona!", "Loiraça gostosa, gostosona, bocão. Ah, se eu te pego!", "Você é má... maravilhosa!", "Eu sou boa pra dedéu", "Raposa linda, loira e felpuda", "Quando crescer quero ser que nem você, Nazaré Tedesco". As cenas da personagem deixavam os telespectadores grudados na tela. Até hoje, quase 15 anos depois da primeira exibição da trama, Renata Sorrah ainda é lembrada pela personagem. A Força da Nazaré Tedesco é tão grande  que ela  já está escalada para a próxima trama do autor Aguinaldo Silva. Renata Sorrah vai reviver a personagem na trama de O Sétimo Guardião, que vai estrear em 2018 no horário nobre da Globo.




        Deixei a Nazaré Tedesco como último item da lista propositalmente, por que se você caro leitor não se convenceu com os primeiros nove motivos, só a  Nazaré Tedesco para lhe fazer voltar a ver Senhora do Destino.

Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rapidinhas - 13.02.2024

Globo quer  reprises de novelas icônicas em 2025  para  comemorar os 60 anos da emissora         A Globo pretende reprisar novelas icônicas em   2025 para comemorar os   60 anos da emissora.         Títulos como   Avenida Brasil (2012) e Senhora do Destino (2004) deve entrar   no    Vale a Pena Ver de   Novo e , Roque Santeiro ( 1985) e   Alma Gêmea (2005) no horário   especial de reprises   a tarde.   Veja Também: Melhor reprise no ar  Joao Carlos Barroso Marly Bueno  Uma Saudade  Leonardo Villar  Eloisa Mafalda  Fonte: Texto: Evaldiano de Sousa

“Tributo Lima Duarte”

           Não tem com não se emocionar com o tributo ao Lima Duarte , um artista que   tem a trajetória entrelaçada com a história da Tv. “ Tributo ”,   projeto da Globoplay que vai homenagear grandes nomes que ajudaram a consolidar a história da tv, teatro e cinema nacional,       começou a ser apresentado   a   partir desta sexta -feira   (19.04), na Globo   com o documentário em homenagem ao Lima Duarte .   O Documentário apresentou além dos clássicos personagens imortalizados pelo ator – Como Zeca Diabo de O Bem Amado (1972), Senhorzinho Malta de Roque Santeiro (1985), O Sassa Mutema de O Salvador da Pátria   (1989), Murilo Pontes   em Pedra sobre Pedra (1992) entre outros,     cenas e momentos inéditos, nunca ainda apresentados na Tv.   Muito bom ver uma homenagem desse tipo   feita ainda com o   homenageado em   vida, o que é mais importante. Em tempos em que os artistas veteranos estão sendo cada vez mais descartados, o “ Tributo ”   é um registro mais que necessári

Perdemos Lolita Rodrigues!

Um dos símbolos da televisão no Brasil           A Atriz e 94 anos , nos deixou na madrugada deste domingo. De acordo com o portal de notícias G1 , a morte da artista fora registrada às 4h30. Lolita Rodrigues   residia   desde 2015 em João Pessoa,   com a filha, Sílvia Rodrigues .         Considerada um dos símbolos da televisão   no Brasil Em 1950, LolitaRodrigues substituiu Hebe Camargo , sua amiga de longa data, cantando o hino da televisão no Brasil. Filha de imigrantes espanhóis, Lolita cresceu ouvindo seu familiares cantando músicas espanholas. Em 1939, iniciou sua carreira de cantora, e aos 10 anos participou de programas nas rádios na Record, Cultura e Tupi. No decorrer dos anos ela ganhou dois Troféus Roquette Pinto de melhor cantora internacional. Depois de consagrar-se como cantora, Lolita começou a apresentar programas, e em 1952 quando conheceu aquele que seria seu marido, Airton Rodrigues, ganhou projeção na televisão nacional ao apresentar ao lado dele, os histó

Rapidinhas – 16.03.2024

Déborah Bloch de Volta em “ No Rancho Fundo ” Murilo Benício e Adriana Esteves de volta em uma novela do João Emanuel Carneiro “Mulheres de Areia” Déborah Bloch de Volta em “ No Rancho Fundo ”         Muito boa a volta repaginada da Deodora, personagem que a DéborahBloch viveu em Mar do Sertão , na próxima novela das seis, No Rancho Fundo , que é uma espécie de continuação da trama. Depois de perder o filho, como vimos no final de Mar do Sertão , Deodora deixa Canta   Pedra   e chega a nova trama como sócia de um bordel na cidade.   Atriz   de   muito recursos,   é sempre muito    bom vê-la em cena, seja no drama ou na   comédia.   Murilo Benício e Adriana Esteves de volta em uma novela do João Emanuel Carneiro         Murilo Benício e Adriana Esteves que imortalizaram Tufão e Carminha em Avenida Brasil (2012), acertaram a participação em Mania de Você , a nova trama das nove que substituirá Renascer , também escrita pelo JoãoEmanuel Carneiro. Murilo viverá o gr

“Renascer” – Remake

        O Remake de Renascer ,   próxima trama das nove da Globo ,   baseada na obra prima original do Benedito Ruy Barbosa , exibida em 1993, já está   a todo vapor com as chamadas pipocando na   tela.         Já é a novela mais aguardada, principalmente por ser    uma espécie de repeteco de Pantanal –   que tal qual a trama é,     escrita por Bruno Luperi em cima de um texto do seu avô.         Pelas primeiras chamadas, parece que o autor e direção vão seguir a mesma   linha de Pantanal ,   apesar das atualizações devidas   nessa diferença de mais de 30 anos, vai seguir com   o mesmo roteiro   da original,   para mexer ainda mais   com   nossa memória afetiva.         Vejam alguns dos   teasers já lançados pela Globo :   Veja Também: Renascer  Fonte: Texto: Evaldiano de Sousa Vídeos: You Tube  

No Tema e Na Trilha do Maurício Manieri

          Cantor, compositor, pianista clássico, arranjador e produtor musical Maurício Manieri é o astro do   post onde vamos   relembrar suas músicas em nossas novelas.         Descendente de italianos, é oriundo de uma típica família operária dos anos 70. Começou seus estudos de música e do piano clássico aos seis anos de idade quando ganhou de presente dos pais um tradicional piano Bechstein.         Prodígio, já na adolescência ganhou concursos de piano, mas mesmo assim enveredou pelo mundo da música pop, quando formou ao lado de seu irmão Marcelo ,   a banda de garagem Delta T .         Em 1990, grava ao lado do irmão o   primeiro compacto independente com duas canções pop que seriam o embrião do trabalho que anos depois Manieri iria mostrar ao público.         Descoberto   pelo renomado produtor Dudu Marote , responsável por nomes com Jota Quest , Pato Fu e Skank , começou a grande escalada na carreira dele.         Em 1998, sai o primeiro álbum nacional – “ A Noit

Tributo Laura Cardoso

                  Pioneira da televisão no Brasil, Laura Cardoso foi a estrela do   Documentário Tributo desta   semana, exibido nesta sexta   (26.04), mas uma das grandes homenagens da Globo e Globoplay aqueles que fizeram   a história da nossa tv.         Laura Cardoso    atuou em  teleteatros, séries e novelas  desde a década de 50, lapidando o gênero. É uma das profissionais mais atuantes com  inúmeros prêmios ao longos desses mais de 74  anos de carreira.         O Tributo nos mostrou   uma Laura Cardoso serena e pronta para novos trabalhos, e isso   conforta meu coração. Foi uma homenagem merecida e muito importante   para dar a atriz o status de grande profissional que ela sabe é, mas que muitos precisam   ver assim documentado para não esquecer. Veja Também: Laura Cardoso  Fonte: Texto: Evaldiano de Sousa        

"Alma Gêmea" está de volta a partir desta segunda no VPVN

                          Um dos     maiores sucessos do autor   Walcyr Carrasco   ,   Alma Gêmea   está de volta a partir desta segunda (29.04) , no   Vale a Pena Ver de Nov . A trama protagonizada por   Priscila Fantin ,  Eduardo Moscovis   e   Flávia Alessandra   substituirá     a reprise de   Paraíso Tropical   (2007).          Relembre a trama: Década de 1920. Quando Rafael (Eduardo Moscovis), um botânico que cria rosas, e Luna (Liliana Castro), uma jovem bailarina, se conhecem, é amor à primeira vista. Em poucos dias, eles se casam e logo têm um filho. No meio de tanta felicidade, há um espinho: Cristina(Flávia Alessandra), a governanta da casa, prima de Luna. Invejosa, Cristina sente-se injustiçada, já que Luna é rica, casada com Rafael, a quem ela sempre desejou, e herdou da avó as joias da família, cobiçadas por ela e sua ambiciosa mãe, Débora (Ana Lucia Torre). Rafael presenteia a mulher com uma rosa branca preparada exclusivamente para ela – a rosa Luna – no dia em que ela f

Meus Personagens Favoritos da Cristina Mullins

        Depois de 10 anos afastada da Globo , a atriz Cristina Mullins voltou a emissora que lhe consagrou na década de 80. Na pele da Zuleika, a fiel escudeira de Gui Santiago (Vladimir Brichta), a atriz vem emocionando com seu talento em cenas simples mais crucias para o desenrolar da trama de Rock Story,  em parceria com novatos como Nathália Dill (Julia / Lourena) e Nicolas Prates (Zac).         Cristina Mullins iniciou a carreira no final da década de 70, quando viveu  vários personagens no programa Os Trapalhães ,  e em 1978 ganhou sua primeira personagens em novelas, a Maria Eugênia de Nina .         Sua carreira deslanchou na década de 80,  quando interpretou todos os tipos  personagens na tv. Foram mocinhas, personagens cômicas, vilãs entre outras que se imortalizaram   com sua beleza, seu olhar inconfundível e seu talento ímpar.         O Post de hoje vai relembrar essas personagens inesquecíveis que recheiam o currículo de Cristina Mullins . Godo

Morte de Zé Venâncio mostra pura arte em capítulo antológico de “Renascer”

          Repetindo o que aconteceu na primeira versão, no capítulo desta segunda-feira (22.04) de Renascer , do autor Bruno Luperi , aconteceu a sequencia da morte de Zé Venâncio ( Rodrigo Simas ), um dos pontos altos da história, e que só ocorreu na   primeira versão por causa dos desentendimentos entre a produção e o intérprete do personagem, Taumaturgo Ferreira em 1993.         Bruno Luperi ,   que segue à risca os originais do avô BeneditoRuy Barbosa, repetiu o feito e viu a sequencia se transformar em um fenômeno.         A cena em seu conjunto foi de arrepiar e emocionar o mais duro telespectador.   José Inocêncio ( Marcos Palmeira ) cavalgando desesperado; Inácia (Edvana Carvalho) transpirando a dor; a chama da vela do altar   da santa se apagando e   o cramulhão aparecendo,   fechando com o disparo   fatal.           Marcos Palmeira na pele do Zé Inocêncio desta versão, passa pela segunda vez pela cena. No original de 1993 ele fez as vezes de João Pedro. O Ator deu