Lázaro Ramos está de volta à Tv a
partir desta terça (17.04) na pele do inconfundível Mister Brau na
terceira temporada do seriado. Eu confesso que não tinha esperança que Mister Brau passasse da primeira temporada, porém logo nos
primeiros episódios o magnetismo dos protagonista provou que o seriado tinha
fôlego, e essa terceira temporada é mais do que esperada pelo público cativo do
casal Brau e Michelle (Tais Araújo).
O
ator começou estudar teatro desde os 10 anos na escola e já fazia pequenos trabalhos usando seu nome
artístico. Aos 15 anos entrou para o Bando do Teatro Olodum, dirigido
por Márcio
Meirelles e formado por atores negros em Salvador.
No
espaço curtíssimo de tempo Lázaro Ramos
se transformou em um dos atores mais respeitados da sua geração com trabalhos
que escreveram seu nome com letras de ouro na história do cinema, teatro e tv. Além
de Ator, Lázaro é apresentador, cineasta e escritor de literatura
infanto-juvenil.
Casado
com a também atriz Taís Araújo, os
dois formam o casal mas bem sucedido da TV e foram eleitos pela revista Veja como “O Casal Imbatível” no campo
comercial do show business. Ou seja , venceram barreiras e mostraram que são
muito mais do que um “Casal Negro” bem sucedido.
Com
mais essa temporada do Mister Brau,
Lázaro vai continuar exercitando sua
forte veia cômica, mostrada em seus primeiros trabalhos, mas que
não deixou o ator se acomodar no campo da comédia. É impecável fazendo humor e drama com a mestria de poucos.
Para
comemorar esse retorno do Brau, nada melhor que homenagear Lázaro Ramos relembrando seus melhores personagens na Tv.
Fred e
Priscila de Sexo Frágil e Programa Novo (2003 – 2004)
A
estreia de Lázaro Ramos na
teledramaturgia se deu em 2002 no seriado Pastores da Noite, e depois de algumas
participações no Fantástico e em
episódios dos seriados Cena Aberta (2003), A Grande Família (2003), Carga Pesada (2003)
e Carandiru ,
outras histórias (2004), o ator
ganhou seu primeiro personagem fixo e de maior destaque no seriado Sexo Frágil, dos autores João e Adriana Falcão, que estreou o
piloto em 2003, mas entrou como série fixa mesmo na grade da Globo em 2004. A Série como o próprio
título sugere, fala do universo feminino
e o novo lugar dela na sociedade e perante os homens. No seriado Lázaro deu
vida ao personagem Fred e Priscila, a versão de Fred travestida de mulher. O elenco
formado ainda por Wagner Moura, Lúcia
Mauro Filho entre outros brincou com essa nova posição da mulher e os
atores davam um show vivendo esse outro
lado do empoderamento da mulher. No final do ano de 2014 a Globo produziu um especial do Sexo Frágil com o título
de Programa Novo,
em que os atores se diziam cansados de viver mulheres na tv, e procuram um novo
rumo para suas carreiras.
Foguinho de Cobras e Lagartos (2006)
Em
2006, Lázaro Ramos faz sua estreia em novelas, e com pé direito.
Por seu personagem Foguinho, de Cobras e Lagartos, do autor João Emanuel Carneiro, o ator foi indicado ao Emmy Internacional,
dando indícios de que sua trajetória na tv seria muito rendosa. O Foguinho que
tinha uma pegada cômica conquistou o público de assalto com seu pequenos
trambiques e jeitinho brasileiro. Foguinho acabou sendo o grande destaque da
novela e um dos personagens mais populares do ator.
Evilásio Caô
de Duas Caras (2007)
Evilásio
Caô era o grande herói da fictícia favela da Portelinha na trama de Duas Caras,
do autor Aguinaldo Silva. Na
trama, Evilásio era o homem de segurança
de Juvenal Atena, personagem do AntônioFagundes, mas que no decorrer da
novela começava a contestar os posicionamentos do patrão se tornando a voz do
povo contra Juvenal dentro da favela. O personagem também tinha uma outra trama
muito importante dentro da novela. Através dele o racismo e preconceito foi
abordado, quando Evilásio se apaixona
por Júlia (Débora Falabella), uma fotógrafa,
branca e de uma família rica que
não aceitava sob hipótese alguma o relacionamento dela com Evilásio.
Roque Bahia de
Ó Pai Ó (2008 – 2009)
Em
2008, o longa-metragem Ó Pai Ó, da Monique
Gardenberg, protagonizado pelo Lázaro, virou seriado na Globo
dividido em duas temporadas no final dos anos de 2008 e 2009. O Sucesso do filme se estendeu a minissérie e
mostrou um Lázaro Ramos voltando às
origens em meio aos atores do Bando de
Teatro do Oludom, onde o ator fez
partes por anos. O Roque era uma espécie de Brau baiano, visto que o seriado
centrava os acontecimentos no centro histórico de Salvador, no Pelourinho, e
ele um aspirante a cantor chegou a gravar doze músicas para o seriado.
André Gurgel
de Insensato Coração (2011)
O
André Gurgel de Insensato
Coração, do Gilberto Braga,
foi outro personagem de destaque na carreira do Lázaro. Sensual e bem-sucedido,
era o mais badalado design do Rio de Janeiro. É um sucesso na profissão e na
sedução. Sem levantar a bandeira machista, André sempre deixou às claras para
as mulheres com quem se envolveu que não
queria um relacionamento sério, e não fazia falsas promessas de amor. Ao longo
da trama André ganha um novo entrecho quando seu pai, vivido pelo Milton Gonçalves, entra em cena e a
relação conflituosa entre eles.
Zé Maria / Zé
Navalha de Lado a Lado (2012)
Em
Lado a Lado,
trama de estreia dos autores João
Ximenes Braga e Claudia Lage, Lázaro
Ramos viveu o Zé Maria, que atendia também pela alcunha de Zé Navalha. O
personagem era uma espécie de Forest Gump, personagem do Tom Hanks no filme homônimo. Zé Maria
acompanhou fatos históricos da época e chegou até protagonizar alguns deles como a revolta da Chibata. Foi
testemunha do episódio em que um negro, seu amigo, aceitou passar pó de arroz
para jogar futebol num clube da elite carioca. Foi um trabalho impecável de Lázaro Ramos, que em parceria com Camila Pitanga, que fazia seu par
romântico, apresentaram um dos
casais românticos mais emblemáticos da teledramaturgia dos anos 2000.
Brian Benson
de Geração Brasil (2014)
O
Brian Benson, que o ator viveu na trama de Geração Brasil, dos autores Felipe Miguez e Isabel de Oliveira, é considerado um dos
personagens mais fracos do Lázaro Ramos.
Os autores desperdiçaram por completo a participação dele na trama e ficava
nítido nas cenas que o Brian poderia rende muito mais, porém sempre era podado.
Mesmo assim, não posso deixar de elogiar a caracterização e o talento do ator à frente do personagem, conseguindo
tirar leite de pedra literalmente!
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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