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Enquete e10blog

Nossos Autores – Euclydes Marinho


        O homenageado do “Nossos Autores” desse mês é o carioca Euclydes Marinho, um multifacetado profissional , que se aventurou por vários campos até se descobrir na arte de escrever e adaptar para tv e cinema.
        Começou sua vida profissional como fotógrafo, estudou desenho industrial, foi agricultor e chegou a ser sócio de um restaurante. Mas o cinema sempre foi a paixão de Euclydes, mas alguns obstáculos o afastaram da telona.

        Sua estreia na tv  nasceu de uma parceria com Daniel Filho no premiado seriado Ciranda Cirandinha, em 1978. Euclydes fez parte da equipe de roteiristas, e a premiação do seriado pela APCA credenciou seu trabalho para outros projetos como o seriado Malu Mulher (1979), os especiais Mulher 80, um Facho de Luz e a Gata Roqueira, ambos em 1980, e na novela Brilhante (1981), do Gilberto Braga onde também compôs a equipe de colaboradores.


        Em 1982, ele estreou como autor solo na minissérie Quem Ama Não Mata, considerada uma dos mais bem elaborados produtos da Rede Globo, sucesso sob todos os aspectos, texto, direção, elenco e  produção numa total sintonia que culminou no sucesso e grande repercussão da minissérie.


        Em 1984, o autor apresentou  o clássico romance do Nelson Rodrigues, Meu Destino é Pecar em forma de minissérie. A transposição do universo do autor para a tv   foi feita com honestidade por Euclydes Marinho, que para inserir os comentários do Nelson Rodrigues sobre os personagens no romance,  criou uma locução para o projeto. Armando Bógus entre uma cena e outra narrava algumas curiosidades  e acontecimentos dentro da minissérie.

        Euclydes Marinho foi um dos criadores de outro clássico apresentado na década de 80, o seriado Armação Ilimitada, que se tornou um grande sucesso e um marco para televisão brasileira. Tarcísio e Glória (1988),  Confissões de Adolescentes (1994) e A Vida como Ela é ... (1996)  foram outros seriados criados ou escritos por Euclydes Marinho que também tiveram uma trajetória de sucessos.

        Na década de 90, o autor se dividiu entre as minisséries e novelas.  No início da década foi um dos autores da novela Mico Preto (1990), em parceria com  Leonor Basseres e Marcílio Moraes; em 1991 apresentou a minissérie Meu Marido , protagonizada pela Elizabeth Savalla e Nuno Leal Maia;  escreveu alguns episódios do seriado Mulher (1998) e fechou a década com a novela Andando nas Nuvens (1999), protagonizada por Marco Nanini e um grande elenco.


        Em 2002, voltou a marcar o horário das sete com outro sucesso, a novela Desejos de Mulher, que entrou no ar às pressas, para cobrir As Filhas da Mãe (2001), do Silvio de Abreu que havia sido encurtada, e mesmo assim foi marcada pela boa audiência e grande momentos.

        Em 2008, o autor foi um dos escritores  do projeto de Capitu,  minissérie dirigida por Luiz Fernando Carvalho,  que marcou uma nova linguagem na tv.
        Foi também no ano de 2008, que o autor conseguiu realizar um sonho que sempre teve e estava adormecido. Apesar de ter sido roteirista de alguns filmes, foi neste ano que dirigiu, roteirizou e produziu seu primeiro  longa Mulheres Sexo Verdades Mentiras.

        Na década de 2010, Euclydes Marinho voltou a se dedicar às minisséries. Escreveu alguns episódios de As Cariocas (2010), e em seguida centrou as histórias de duas das suas próximas minisséries em Brasília, a capital do Brasil. 

        A primeira foi O Brado Retumbante, protagonizada pelo saudoso Domingos Montagner e Maria Fernanda Cândido , que contava a história de um político de esquerda  que se viu do dia para a noite presidente do Brasil. A minissérie mostrava os bastidores da política e conchavos que a cercam, além dos problemas particulares do protagonista Paulo Ventura.

        Em 2015, outro êxito do autor em forma de minissérie tendo Brasília como pano de fundo. Felizes para Sempre foi o remake de Quem Ama Não Mata (1982), primeiro grande sucesso do autor na tv. Na versão de 2015, a história de amor que termina em um crime passional  foi um dos melhores projetos da Globo do ano. Felizes para Sempre consagrou Paolla Oliveira ao protagonizar uma das cenas mais sensuais da tv até então na pele da prostituta Dany Bond, além dos outros nomes do elenco que fizeram um trabalho impecável como Maria Fernanda Cândido e Enrique Diaz.
        Foi uma viagem muito interessante relembrar a trajetória do Euclydes Marinho. Um autor que sabe escrever com maestria sobre temas cômicos, dramas  e com uma pitada de crítica social.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Fonte: www.memoriaglobo.com.br  e www.wikipedia.com.br

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