Onde
Nascem os Fortes chegou ao final nesta segunda (16.07) , com uma história
muito limitada para ser contada em 53
capítulos, talvez por isso os autores George
Moura e Sergio Goldenberg, tenham segurado os acontecimentos na trama ao máximo para que não chegasse ao fim antes
do final.
Com isso o telespectador foi brindado
com sequencias longas, com o brilho de grandes atores, como não víamos desde a
teledramaturgia da década de 80 e 90 que primava por esse tipo de narrativa.
A fuga da Maria (Alice Weigmann) e sua procura pela identidade do
assassino de seu irmão Nonato (Marco Pigossi) estendeu-se por quase dois terços
da novela/supersérie, o que cansou o
telespectador e fez com que a minissérie esfriasse na audiência. Porém o
telespectador mais fiel compreendeu a narrativa
e passou a enxergar a trama pela ótica da riqueza de detalhes, direção
cirúrgica e interpretações fortes , que
mostra a preocupação da Globo em
cada vez mostrar melhor qualidade em suas produções.
Ao último capítulo ficou reservado a identidade do assassino de Nonato
(Marco Pigossi), o que não foi nenhuma
surpresa para o público ter sido Ramiro
(Fábio Assumpção), o grande vilão da supersérie. Um final coerente mais nada impactante.
Alice
Weigmann foi visceral na pele da Maria, e se alguém ainda tinha dúvidas
sobre o talento deste menina que despontou na Malhação em 2010, a Maria provou que ela é uma
atriz pronta para dar voos ainda mais altos.
Neste elenco vale destacar o trabalho da
Patrícia Pillar (Cássia), Alexandre Nero (Pedro), Déborah Bloch (Rosinete), Gabriel Leone (Hermano), Irandhir Santos (Samir), Enrique Dias (Plínio), Lee Taylor (Simplício), Maeve Jinkings(Joana), Carla
Salle (Valquíria), Lara Tremouroux (Aurora), José Dumont (Tião das
Cacimbas), Clarissa
Pinheiro (Gilvânia) e Titina Medeiros (Bethânia)
Fábio Assumpção e
Jesuíta Barbosa merecem um parágrafo a parte. Seus personagens, Ramiro e Ramirinho, pai e filho, foram os que
tiveram as cenas mais complexas e transformadoras da trama. Fábio Assumpção numa interpretação
madura, saiu do seu lugar comum, de galã ou vilão galã para dar vida ao austero
e asqueroso “coronel do sertão”. Jesuíta
Barbosa, além de viver o filho
reprimido, por não poder revelar
sua identidade sexual, ainda brilhou com a performática Shakira do
Sertão, mostrando toda a sua sensibilidade cênica.
Onde Nascem os Fortes pode não ter agradado ao grande público, mas é
indiscutível sua qualidade técnica que somada ao talento dos envolvidos fizeram
da supersérie um produto rico emoldurado com as paisagens seca do sertão
nordestino em pleno século 21.
Fonte:
Texto :
Evaldiano de Sousa
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